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Eleições presidenciais em Timor-Leste
01.05.2007 - 22h14 Adelino Gomes
PÚBLICO: Como se compreende que seja aceite como elemento destacado da sua candidatura presidencial alguém [como Vicente da Conceição “Railós”] que confessadamente aceitou armas para perseguir opositores políticos da Fretilin?
José Ramos-Horta:O senhor Vicente Railós é visto por muitos como “herói”, porque foi quem teve a coragem de denunciar toda a sórdida história da distribuição de armas a civis. Ele foi delegado ao Congresso da Fretilin, em Maio, foi sempre um elementos destacado deste partido. Agora é “criminoso” por ter denunciado a distribuição de armas a civis? Fez a entrega de todas as armas em sua posse e dos seus homens numa cerimónia pública na sua terra natal, Liquiçá, em Julho passado. Quanto ao aspecto jurídico da questão, não me cabe a mim pronunciar. Julgo que o caso está ainda com o Procurador-Geral da República.
P: Proclamou, há dois meses, que tinha chegado o tempo de Alfredo Reinado ser capturado, uma vez que ninguém podia estar acima da lei, em Timor-Leste. Agora, defendeu que as forças internacionais deviam suspender as operações de captura. Dias depois recebeu o apoio de Lasama, cujo partido apoia Reinado nos distritos do Oeste. Os seus interesses de candidato podem sobrepor-se aos interesses da Justiça timorense?
R: Há mais de um mês houve uma reunião do Comité de Alto Nível que se debruçou sobre uma carta do advogado do major Reinado em que este propõe entregar-se à Justiça mediante condições. Algumas são totalmente aceitáveis e correspondem às obrigações do Estado, que são assegurar a sua integridade física e tratá-lo com dignidade. Ele queria a mediação da Igreja. Falei com o sr. bispo D. Ricardo, que respondeu que sim, que a Igreja está sempre pronta a ajudar a encontrar soluções pacíficas. Informei disso o Fórum Trilateral. Há um fugido à Justiça que se quer entregar. Que pede que as operações contra ele sejam suspensas para que o diálogo para a sua entrega à Justiça seja feito. Por isso, só por isso, defendi uma suspensão das acções militares. É assim tão difícil de compreender esta minha postura?
P: Por que é que se recusa a fazer a declaração de rendimentos? Mesmo não sendo obrigatória por lei, não acha que seria mais transparente fazê-lo?
R: Não recusei. Dei uma conferência de imprensa em que disse que já o tinha feito em 2001. Fui o único membro do Governo de Transição a fazê-lo, na altura. Falei das minhas duas casas, como as obtive, com que com que dinheiros, etc. O meu adversário tem uma casa, uma enorme vivenda, mas não explicou como conseguiu em cinco anos de deputado construir tal casa.
P: Tem criticado a gestão dos dinheiros do petróleo pelo seu antecessor. Os seus adversários insinuam que protege interesses estrangeiros. Que alterações pretende introduzir nos princípios aprovados por unanimidade no Parlamento Nacional, sobre o Fundo do Petróleo?
R: Não pretendo fazer quaisquer alterações. É pura patetice da administração anterior falar em preservar os dinheiros do petróleo para futuras gerações, investindo em títulos do Tesouro, em Nova Iorque. O que eu digo é que Timor-Leste(TL) não pode esperar. Temos que investir agora, de imediato, para resolver os problemas gritantes de hoje e assim preparar também o futuro. A Fretilin fala sempre em conspirações… É o discurso de uma esquerda radical que vÊ sempre conspirações contra ela e não tem a coragem de admitir os seus erros. O problema de certa liderança da Fretilin é que continua a viver dos slogans dos anos 70. Tendo vivido em Moçambique durante 30 anos, não tiveram sensibilidade para perceber que TL mudou muito em 24 anos, que a esmagadora maioria do povo, e sobretudo os jovens, já não são convencidos por slogans de “Abaixo o Imperialismo! Viva o Grande Líder!”. Temos uma geração muito mais sofisticada, um povo muito astuto. Daí que, mesmo em 2001, a Fretilin só tenha obtido 57 por cento dos votos.[Agora] 70 por cento do eleitorado votou contra o candidato da Fretilin. Será que a Fretilin não entende esta mensagem e vai continuar a dizer que é a Indonésia, a Austrália, os EUA, etc., que são contra a Fretilin? Quem ouve os discursos dos “camaradas” da Fretilin, até parece que a Fretilin só tem amigos em Moçambique e em Portugal, e mesmo em Portugal só do lado do PCP.
P: Que balanço faz da sua acção como primeiro-ministro, tendo em conta que se mantêm três das mais críticas situações relacionadas com a crise de há um ano: ex-peticionários, ameaças armadas do major Reinado e deslocados?
R: Um balanço positivo no que toca à minha acção em reconciliar a Polícia e as Forças Armadas, os gangs rivais, em restabelecer a confiança das populações. Do lado económico, basta ver que apesar da crise, mais de 30 novos grupos de investidores se registaram em TL; que três novos hotéis, que começaram comigo, estão já em fase de acabamento. Um novo investimento de mais de 30 milhões de dólares num centro comercial, apartamentos, escritórios, de 10 andares, vai já arrancar. O próprio Banco de Desenvolvimento Asiático prevê um crescimento económico da ordem de 30 por cento, o mais elevado de toda a Ásia! Quanto à questão dos peticionários e do major Reinado: eles não têm causado quaisquer distúrbios. Tenho mantido diálogo salutarcom os peticionários e esse diálogo vai recomeçar logo a seguir às eleições.
P: Quais as três medidas concretas mais importantes que se propõe aplicar se for Presidente da República?
R: Quero liderar a reforma do sector de Defesa e Segurança para modernizar e profissionalizar as duas instituições que velam pela defesa e segurança do país. Na área da Defesa, quero a contínua cooperação com Portugal, Austrália e EUA. A Polícia está muito enferma no plano institucional. É uma herança muito negativa do Governo de Mari Alkatiri. Tem que ser completamente reorganizada. Algumas unidades devem desaparecer, fundir-se em outras. Mas tudo isto vai levar cinco anos. Por isso quero a presença da ONU em TL por uns cinco anos. Vou propor a criação de um Alto-Comissário para a luta contra a corrupção, com nível de Ministro de Estado, para fazer uma limpeza geral à corrupção. Vou propor uma task-force contra a pobreza, em sintonia com o Parlamento Nacional (PN), o Governo, a sociedade civil e a comunidade internacional, para que possamos dar um a respostas mais rápida e justa às expectativas dos mais pobres. Uma das minhas propostas seria um simples “cash transfer” para os agregados mais pobres, da ordem de uns 40 milhões de dólares por ano. Isto não veio apenas da minha cabeça. Consultei, entre outros, alguns dos maiores economistas do mundo, incluindo o professor Yunus (meu amigo, fui eu que o propus para Prémio Nobel da Paz, em 2005) e o dr. Michael Moore, ex-director-geral da OMC. Há ainda uma outra prioridade: reforçar o sector da Justiça dentro do que me compete. Mas é necessário que o escândalo das distribuição de armas a civis seja melhor investigado. O ex-ministro Rogério Lobato vai ser o único culpado? Bode expiatório?
P: O actual presidente queixa-se dos diminutos poderes presidenciais que a Constituição lhe concede. Se vencer, proporá uma revisão constitucional no sentido da presidencialização do regime?
R: É uma possibilidade. O Mari Alkatiri orgulha-se de ter sido o autor principal da actual Constituição, que cerceou à partida os poderes do Presidente. A raiz do conflito entre Alkatiri e Xanana Gusmão está na forma como Alkatiri conjurou uma Constituição precisamente para tirar poderes ao Presidente para poder governar sem empecilhos. Mas isso criou, à partida, um fosso entre ele e Xanana. Ora, sem Xanana não teríamos chegado à vitória em 1999. Negar-lhe um papel central nos primeiros cinco anos foi um erro grave. Alkatiri devia ter sido mais sensível e optado por uma verdadeira colegialidade com o PR e com outros partidos, com a Igreja. Os primeiros anos de um país são como um parto difícil. Mas não darei nenhum passo sem consultar os partidos com assento no PN, Governo, sociedade civil, etc. Aliás, tenho a intenção de criar uma Comissão de Reforma para rever e uniformizar todas as nossas leis, torná-las mais coerentes, etc..
P: O que fará, se vencer as eleições e a Fretilin ganhar as próximas legislativas?
R: Como chefe do Estado trabalharei com qualquer Parlamento e Governo eleitos. E sei que a Fretilin fará o mesmo.
P: É-lhe atribuída a autoria do seguinte comentário, durante esta campanha: "Essa coisa da separação de poderes é muito moderna para Timor-Leste". Qual é o conceito de democracia que acha dever aplicar-se a Timor-Leste?
R: Nunca fiz tal comentário. Falei sim das minhas reservas em relação ao dito secularismo europeu que não nada tem a ver com a história e os valores de TL. Há certos dirigentes da Fretilin que não entendem a espiritualidade timorense, que copiam modelos ou slogans europeus. No tocante às relações Igreja-Estado, em TL, temos a nossa realidade, a nossa própria história, a nossa espiritualidade, e acredito que os dois poderes, o temporal e o espiritual, aqui e noutros países recém-saídos de longos conflitos, tem que viver em quase simbiose, cooperar no dia-a-dia, partilhar responsabilidades, manter um diálogo permanente.
P: O que vai fazer, em concreto, se perder esta eleição?
R: Primeiro, ajudo o Governo a chegar até ao fim do seu mandato e ajudo o meu eleitorado a aceitar a vitória do nosso irmão Lu-Olo – ele vai necessitar de muita ajuda. Depois, descanso uma boa temporada. Tenho projectos de livros, conferências. Tinha planos para passar uns dois a três anos entre França e os EUA. Mas estarei eternamente ligado ao meu povo, este povo tão bom, simples, humilde, sofredor, perdoador, que merece tanto e a quem temos dado tão pouco…
quarta-feira, maio 09, 2007
Entrevista a Ramos-Horta: “Se perder, ajudarei o meu eleitorado a aceitar a vitória do nosso irmão Lu-Olo”
Por Malai Azul 2 à(s) 09:15
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
«Tendo vivido em Moçambique durante 30 anos, não tiveram sensibilidade para perceber que TL mudou muito em 24 anos...»
E o Sr. Ramos-Horta onde se encontrava durante esse tempo? Porque não era em TL com certeza. Ou será que foi ele o único que se apercebeu das mudanças que TL registrou em 24 anos? O que será que o Sr. Ramos-Horta pensa do periodo de transição? O periodo de transição foi o tempo de regresso à terra amada, o reencontro com a familía, a adaptação à TL 24 anos depois, por isso não venha aqui o Sr. Ramos-Horta armar-se em intelectual e dizer que as pessoas que vieram de Moçambique "não tiveram sensibilidade para perceber que TL mudou muito em 24 anos".
DIZ O ROTO AO NU
"[Agora] 70 por cento do eleitorado votou contra o candidato da Fretilin"
O autor desta frase, Ramos Horta, esquece-se de acrescentar que 78% desse mesmo eleitorado votou contra ele próprio...
Ramos Horta continua com a sua saga de promessas mirabolantes e propõe a criação de uma "Comissão de Reforma para rever e uniformizar todas as nossas leis, torná-las mais coerentes, etc.". Serão australianos, os membros dessa "Comissão"?
O que vale é que RH não chega a cumprir as suas promessas...
Quanto ao resto, torres de 10 andares (para caírem ao primeiro terremoto?), muitos milhões distribuídos eplo povo (porque não fez isso enquanto 1º Ministro?), uma "limpeza geral à corrupção" e outros efeitos especiais, como de costume.
PROMESSAS, PROMESSAS
Para os mais distraídos (incluindo o próprio), aqui vai uma súmula das opiniões de RH sobre esse terrível Governo de Alkatiri do qual fez parte e do extenso rol de promessas generosas que se "esqueceu" de cumprir durante os seus 10 meses de mandato...
Discurso de posse de Ramos-Horta
10-7-2006
“REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
________________________________________
10 July 2006
DISCURSO PROFERIDO PELO DR JOSÉ RAMOS-HORTA NA SUA TOMADA DE POSSE COMO PRIMEIRO MINISTRO DO GOVERNO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
[...]
Hoje sou empossado na honrosa função de Chefe de Governo, na sequência da resignação do meu velho amigo e combatente de luta, o Dr. Mari Alkatiri. Servi num Governo por ele dirigido sempre pautado pela prudência e lealdade ao povo que ele realmente ama. O que nós herdamos da UNTAET, em Maio de 2002, era apenas um esboço de um Estado.
[...]
Se nos lembrarmos do que a ONU nos entregou na noite de 19 de Maio de 2002, então poderíamos dizer que o balanço do governo do Dr. Mari Alkatiri registou progressos notáveis em muitas áreas.
Dotou-se o país de um edifício jurídico com leis e regras que não existiam; de uma administração pública cuja existência era precária; a rede escolar aumentou significativamente desde 2002; a cobertura sanitária ultrapassou as expectativas; negociámos e concluímos importantes acordos com os nossos vizinhos; aderimos a mais de 20 Tratados Internacionais entre os quais todos os Convénios sobre Direitos Humanos.
[...]
Estou também obrigado a consultar regularmente e a ouvir, a Comissão Politica Nacional da FRETILIN. Fá-lo-ei sempre com agrado e com respeito. Tenho dois Vice-Primeiros-Ministros nos quais deposito total confiança e que têm muito mais experiência de governação do que eu. Tenho uma equipa governamental dedicada e experiente que tomará posse ainda esta semana. Por isso, acredito, que o peso da governação será mais leve.
Conheço as minhas limitações. Não sou uma pessoa de grandes virtudes.
[...]
De imediato a nossa tarefa será consolidar a segurança em Dili e em todo o Timor-Leste, fazer regressar aos seus lares ou ao que deles resta os milhares de nossos irmãos que durante semanas se refugiaram em vários centros de acolhimento, e dar-lhes o apoio necessário para refazerem as suas vidas.
[...]
A acção governamental nas próximas semanas e meses é que irá restaurar ou não a fé e a esperança
[...]
Vamos simplificar as leis e a burocracia para que elas não sejam um entrave ao desenvolvimento do país. O chamado "procurement" e os concursos ou "tenders" tem que ser mais transparentes e também mais rápidos. Vamos introduzir o conceito de "fast track" para acelerar a execução de projectos.
[...]
Timor-Leste é citado num estudo do Banco Mundial como um dos piores países do mundo para se registar uma companhia. Vamos inverter isto imediatamente. O país não é pobre. Temos dinheiro, das nossas riquezas próprias e da generosidade dos amigos.
Este governo não vai arranjar desculpas para a inércia. Este governo vai tentar servir os melhores interesses dos pobres. Este governo vai ser um governo para os pobres. Este governo vai ser arrojado na luta contra a pobreza. Vamos fazer uso dos dinheiros existentes para dignificar a pessoa humana, dar-lhe esperança, dar-lhe de comer, vestir, e dar-lhe um tecto.
Os pobres e esquecidos das zonas rurais serão a nossa preocupação central e vamos mobilizar os nossos recursos financeiros e humanos para rapidamente dinamizar as actividades económicas nessas regiões através de pequenos projectos de impacto rápido; vamos apoiar mais os agentes do Estado que servem nos Distritos; vamos apoiar os Liurais, Chefes de Sukos, restaurar a dignidade e o poder moral e secular dos Liurais. Dotá-los de meios para servirem o povo.
[...]
Este Governo vai dedicar uma atenção especial à nossa juventude.
[...]
Este Governo vai instituir também um programa de bolsas de estudo para os estudantes que estudam em Timor-Leste que lhes permita, alimentação, vestuário e aquisição de livros, etc.
Temos que cuidar dos nossos veteranos, os grandes heróis da nossa Pátria. Vamos honrá-los muito brevemente com cerimónias solenes e condecorações, apoiá-los na sua merecida reforma e habitação. O Estado timorense irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para minimizar o sofrimento e as dificuldades das viúvas e dos órfãos dos nossos heróis.
[...]
Vamos cuidar do sector de defesa e segurança através de reformas prudentes para dotar o país de forças modernas para servirem o povo e a causa da paz.
[...]
Vamos melhorar e simplificar as leis e regras de procedimento para registo de empresas. Vamos investigar as queixas sobre falta de pagamento de contas por parte do Estado.
[...]
Em conclusao, até a algumas semanas atrás, amigos e admiradores, faziam-me acreditar que eu poderia passar o ocupar o 38o piso do palácio de vidro no East River, em Manhattan. Alguns governos amigos acreditavam na minha elegibilidade. Tenho outra missão aqui. Nunca seria um bom Secretário-geral da ONU se não soubesse ser um bom Timorense e um bom Timorense deve estar no seu País e com o seu povo irmão em momentos de crise.
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
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MEDIA RELEASE
01 August 2006 For immediate release
GOVERNMENT PROGRAM DEMONSTRATES COMMITMENT TO THE POOR
Prime Minister Dr José Ramos-Horta yesterday presented the program of the II Constitutional Government to National Parliament, a requirement determined by the Constitution.
The program demonstrates Dr Ramos-Horta's and his Government's commitment to the poor.
"It is time that we dedicate much of our efforts to help the poor who, unfortunately, are the vast majority," Dr Ramos-Horta said.
"Our people have suffered for a long, long time and many, who were poor before the recent crisis, have now lost the little that they had.
"It is time we show some compassion and really start to do some concrete things that will benefit them," he said. In this aspect, the government program foreshadows the:
• construction and/or reconstruction of houses destroyed or damaged during the recent crisis;
• establishment of a food stock;
• provision of assistance to veterans and former combatants;
• development of programs to support unemployed youth;
• continuation of awarding scholarships;
• continuation of the improving of conditions and quality of teaching in schools;
• increase the economic activity in rural areas; and
• better service national and foreign investors.
[…]
my government is going to stimulate the economy by creating employment with projects – such as rural roads, hospitals, schools, electricity, pipedwater, etc - in several areas that will have a medium and short term immediate impact in the lives of the population," He said.
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