Díli, 07 Mai (Lusa) - O chefe da missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) acredita que "a Fretilin aceitará o resultado" das eleições de 09 de Maio, afirmou hoje à Lusa num encontro informal com a imprensa.
"Estou confiante que a Fretilin aceitará os resultados das eleições", disse Atul Khare, referindo que essa garantia lhe foi transmitida pelo secretário-geral do partido maioritário e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri.
"Se as eleições forem consideradas livres e justas, se não tiverem violência e intimidação, todos os partidos e pessoas aceitarão as eleições", acrescentou o indiano, representante especial do secretário-geral da ONU.
Sobre as falhas graves apontadas no corpo legislativo e regulamentar destas presidenciais pela Equipa de Certificação Eleitoral, em seis relatórios divulgados desde o final de 2006, Atul Khare afirmou que "hoje mesmo" recebeu uma promessa do presidente em exercício do Parlamento, Jacob Fernandes, de aprovação das alterações sugeridas naqueles documentos.
Atul Khare reconheceu que essas alterações legislativas não virão a tempo da segunda volta das presidenciais, "mas ao menos vêm a tempo das legislativas" previstas para 30 de Junho.
"Tenho muita confiança", afirmou Atul Khare.
"Devemos ver isto como um processo de desenvolvimento. Timor-Leste é um país com menos de cinco anos de independência e que atravessou um processo traumático no ano passado".
"Acredito que as eleições expressam a vontade do povo", sublinhou o chefe da missão internacional. "Espero que estas eleições encerrem a crise de 2006", adiantou Atul Khare.
"Em última análise, as eleições só podem ser úteis se contribuírem para sarar velhas feridas, desenvolver uma democracia verdadeira e levar este povo sair da tensão e conflito para a paz e estabilidade, da opressão para a liberdade e do subdesenvolvimento para o desenvolvimento".
"A democracia não é fácil. É difícil. Mas se a fizerem bem, terão resultados", explicou Atul Khare, que há uma semana se encontrou com os líderes de todos os partidos políticos timorenses.
"Disse isso a toda a gente. Disse-o a Alkatiri, a Xanana, a Ramos-Horta. E digo que a democracia não pode ser atingida ouvindo alguns e calando os outros. A democracia atinge-se ouvindo todos. Não temos que concordar, podemos discordar, mas temos que ouvir", acrescentou Atul Khare.
O chefe da missão da ONU insistiu que "a impunidade não pode prevalecer neste país".
"A justiça é essencial para a reconciliação. Sem justiça não se pode ter um país estável", declarou à Lusa, referindo que as recomendações do relatório final da Comissão Especial Independente de Inquérito para Timor-Leste, sobre a crise política e militar de 2006, "têm que ser implementadas" a nível judicial.
PRM/JCS Lusa/Fim
terça-feira, maio 08, 2007
Timor-Leste/Eleições: Fretilin aceitará resultado - chefe da ONU
Por Malai Azul 2 à(s) 03:16
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
"a impunidade não pode prevalecer neste país".
Seria uma indirecta ao conceito de "justiça" defendido por RH em relação a Reinado e Rai Los?
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