terça-feira, maio 08, 2007

Timor Leste escolhe seu presidente na quarta-feira

AFP - 7.5.2007 - 10:31

Um mês após o primeiro turno de uma eleição presidencial marcada por controvérsias, os habitantes do Timor Leste voltam às urnas nesta quarta-feira para decidir entre os dois candidatos finalistas.

As opções dos eleitores timorenses são duas personalidades diametralmente opostas: o primeiro-ministro José Ramos-Horta, prêmio Nobel da Paz, e o presidente do Parlamento Francisco "Lu-Olo" Guterres, um ex-guerrilheiro de comportamento mais discreto.

A votação será realizada em clima de incerteza devido às numerosas acusações de manipulação e intimidação que marcaram as históricos eleições do dia 9 de abril.

O jovem, pobre e pequeno país de um milhão de habitantes, situado nos confins do sudeste asiático, está profundamente desestabilizado há quase um ano pela violência crônica que tornou necessária a intervenção de forças estrangeiras, em parte sob o comando das Nações Unidas.
Apesar da falta de pesquisas, analistas afirmam que Ramos-Horta é o favorito.

No primeiro turno das eleições, as primeiras desde a independência do país em 2002, Guterres teve 28% dos votos, contra 22% de Ramos-Horta.

Esse resultado ilustra o esgotamento da Fretilin (Frente Revolucionária do Timor Leste Independente), o maior partido do Timor, que apoia Lu-Olo.

Desde 2001, a formação de inspiração marxista - que domina a assembléia legislativa (tem 55 dos 88 parlamentares) - vem se desgastando no exercício do poder, embora seja ainda muito respeitada por ter sido o maior expoente da luta independentista contra a ocupação indonésia (1975-1999).

Sua capacidade de mobilizar a população, recorrendo inclusive a métodos bastante criticados por seus adversários, decidirá o resultado da votação.

A Fretilin é acusada de fazer chantagem, comparecendo à casa de aldeãos analfabetos e ignorantes de seus direitos cívicos. Também é criticada por ter feito uso do aparato estatal para alterar resultados.

Nos últimos dias, alguns timorenses receberam um saco de arroz em troca de uma promessa de voto e as autoridades têm recebido denúncias de tráfico de cédulas eleitorais.
Mais de quatro mil policiais locais e da ONU e mil militares integrantes de uma força internacional conseguiram, apesar de tudo, garantir que a votação acontecesse sem fraudes e sem incidentes.

Muitos observadores estrangeiros também estão no país. Um membro do comitê eleitoral informou que precauções foram adotadas para evitar a polêmica que se produziu entre os dois turnos.

O carismático presidente Xanana Gusmão, que não concorreu à reeleição mas aspira ao cargo de primeiro-ministro, posição que concentra o verdadeiro poder executivo, fez um apelo à união e pediu aos dois candidatos que "parem de se insultar".

2 comentários:

Anónimo disse...

Se ser o candidato mais votado é sintoma de "esgotamento", então como qualificar os que perderam? Assim se vê até onde vai o fanatismo e a manipulação da realidade. Esgotado está Xanana, cujo candidato ficou em 2º lugar, a escassos 3% do 3º. O fracasso da sua estratégia é tal, que teve que se aliar a praticamente toda a oposição. Porque Xanana não enfrenta sozinho a Fretilin?

A resposta é óbvia: Xanana tem medo da Fretilin e tem medo de perder num combate de igual para igual, como já o seu candidato perdeu para Lu Olo.

Afinal parece que o povo não está com Xanana.

Anónimo disse...

h correira, a tua interpretação é desviada pela tua cegueira politica.
O resultado da primeira volta é obviamente um sinal de desgaste da FRETILIN por obter apenas 28% dos votos. Um partido - para alguns é uma instituição que se confunde com o próprio país - que perdeu muitos votos desde as eleições anteriores fica naturalmente desgastado. É assim em qualquer parte do mundo democrático.
É também curiosa a tua critica à parca diferença entre o 2º e 3º mais votados na primeira votação. Apenas 3%, dizes. Mas a diferença entre 1º e 2º é apenas de 6%. Não são grandes as diferenças entre os três primeiros.
O que revela que o multipartidarismo funciona em Timor. Será interessante perceber se assim continua nas eleições para PM onde, aí sim, as eleições são protagonizadas por partidos.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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