REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
Quartel General das FALINTIL-FDTL
Gabinete do Comandante
Por ocasião da
Cerimónia de apresentação de cumprimentos de despedida ao
Presidente Kay Rala Xanana Gusmão, Comandante Supremo das Forças Armadas
11 de Maio de 2007
Excelências
Presidente da República, Kay Rala Xanana Gusmão
Presidente do Parlamento Nacional, Francisco Lu-Olo Guterres
Primeiro-ministro José Ramos-Horta
Presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes
Senhoras e Senhores Deputados
Senhoras e Senhores Membros do Governo
Representante Especial do Secretário-Geral da ONU, Atul Khare
Membros do Corpo Diplomático
Representantes dos Partidos Políticos
Membros da Comunicação Social
Senhoras e Senhores,
Oficiais, Sargentos e Praças das F-FDTL
A todos os presentes, calorosas saudações de boas vindas em nome das Falintil-Força de Defesa de Timor-Leste!
Permitam-me que as minhas primeiras palavras sejam dirigidas ao Presidente Xanana Gusmão.
Maun Boot!
Dentro de dias fechamos um ciclo que ficará registado na nossa História. De certa forma, sinto que esse ciclo foi iniciado no dia 1 de Fevereiro de 2001, em Aileu, data da criação da nova força de defesa.
Nesse dia prestámos homenagem ao heroísmo das Falintil. Mas também sublinhamos, Maun Boot, a sua participação, testemunho directo e conhecimento do papel decisivo que as Falintil desempenharam na vitória do Povo de Timor-Leste. Nesse sentido, reafirmámos a nossa convicção de que o juramento de lealdade e dedicação aos valores de servir a Pátria e o Povo e de rejeitar o envolvimento na luta pela ambição de almejar o poder, seria integralmente respeitado se aquele que nos liderou em quase duas décadas de luta pela libertação, pudesse assumir um novo papel de liderança no Estado que começávamos a construir.
Foi com a mesma lealdade e espírito de sacrifício pessoal que o nosso Maun Boot aceitou ser o Chefe de Estado de Timor-Leste e o Comandante Supremo das Forças Armadas.
Em muitos sentidos, as F-FDTL são a nobre herança das valorosas Falintil. São a herança das experiências que vivemos, da observação e partilha do sofrimento do nosso Povo, mas também dos homens e das mulheres que integraram as nossas fileiras e nos souberam liderar.
Maun Boot, os anos da luta de libertação fizeram-nos olhá-lo como nosso mestre e nosso Pai porque nos ensinou a servir melhor o país e o próximo. O seu exemplo e liderança são a nossa herança - são uma herança do nosso país.
Para as F-FDTL constitui honra especial prestar-lhe homenagem ao terminar o mandato de Chefe de Estado.
As F-FDTL não são, contudo, exclusivamente uma herança das Falintil. Desde aquela data em 2001, a nossa instituição progrediu, percorreu diversas fases e, evoluiu no sentido de uma estrutura de força convencional.
Hoje, as F-FDTL são parte integrante e estruturante do Estado soberano de Timor-Leste.
E enquanto Estado de Direito em construção, Timor-Leste rege-se por uma lei fundamental – a Constituição. O seu artigo 146º consagra e define a nossa missão, responsabilidades e deveres: responsabilidade pela defesa militar da República Democrática de Timor-Leste, garante da independência nacional, a integridade territorial e a liberdade e segurança das populações contra qualquer agressão ou ameaça externa, natureza apartidária da instituição e obediência das F-FDTL aos órgãos de soberania do Estado.
É lugar-comum afirmar a neutralidade das forças armadas. Afirmo que não somos, ou seremos, neutros perante o nosso Povo e País, pois defendemos e defenderemos os princípios e valores que pautaram a nossa luta de libertação e estão consagrados na nossa Constituição.
Estados haverá que sobrevivem sem Forças Armadas mas Timor-Leste não é um desses Estados, nem o será.
Da mesma forma que formos merecedores do apoio do nosso Estado e da comunidade internacional durante o percurso evolutivo que vivemos enquanto instituição até ao presente, contamos com o apoio continuado e acrescido do Estado de Timor-Leste no futuro - a curto, médio e longo prazos.
Após dois anos de trabalho, concluímos o estudo "Força 2020" que delineia o programa de modernização das Forças Armadas e define os objectivos a atingir pelas Forças Armadas timorenses no ano 2020.
Tal como no passado, o que se exige hoje dos membros da Força de Defesa de Timor-Leste é a mesma disciplina e o sentido de missão que nos caracterizou no passado. Mas a estrutura e os objectivos são distintos. Estamos perante uma nova missão, de novas responsabilidades, que estou convicto saberemos cumprir e respeitar.
Saudamos hoje respeitosamente o novo Presidente eleito que tomará posse dentro de poucos dias.
Estamos confiantes, enquanto instituição e enquanto comando das forças armadas, que o novo Presidente da República, enquanto Chefe do nosso Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, assegurará que as F-FDTL sejam objecto de apoio acrescido e contínuo por parte de todo o Estado.
Em Junho de 2001, por ocasião da cerimónia de graduação de oficiais e sargentos da Força de Defesa De Timor-Leste afirmei: “ Todos nós enfrentamos hoje uma situação nova ao fazermos parte desta instituição. Contudo, os ensinamentos do passado não devem ser esquecidos. O que é que a guerrilha nos ensinou? Ensinou-nos o sentido de missão e a noção de responsabilidade que alicerçam uma disciplina interiormente assumida e que tornam possível o cumprimento das tarefas que nos são confiadas. A guerrilha ensinou-nos a olhar para dentro de nós próprios e a conhecer melhor as nossas limitações para as superar e as nossas capacidades para as colocarmos ao serviço da Pátria e do nosso Povo.”
Maun Boot, foi mestre destes ensinamentos. Estes ensinamentos impedem-nos de alguma vez esquecer a luta de libertação. E, igualmente importante, ensinam-nos a caminhar para o futuro.
Contamos consigo, a partir do dia 21 de Maio de 2007. Contamos com o seu empenho no reforço das forças armadas de Timor-Leste! Estamos convictos que o nosso irmão, o cidadão Xanana Gusmão, está inteiramente consciente de que a soberania e a independência são batalhas que se travam diariamente. Tal como no passado lutou por as conquistarmos, sabemos que o continuará a fazer no futuro para as preservamos.
Em nome das Falintil-Força de Defesa de Timor-Leste, desejo-lhe as maiores felicidades pessoais bem como a toda a família Gusmão.
Obrigada.
sexta-feira, maio 11, 2007
Alocução do Brigadeiro General Taur Matan Ruak
Por Malai Azul 2 à(s) 20:47
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
(…) “Afirmo que não somos, ou seremos, neutros perante o nosso Povo e País, pois defendemos e defenderemos os princípios e valores que pautaram a nossa luta de libertação e estão consagrados na nossa Constituição.
Estados haverá que sobrevivem sem Forças Armadas mas Timor-Leste não é um desses Estados, nem o será. (…)
Estamos convictos que o nosso irmão, o cidadão Xanana Gusmão, está inteiramente consciente de que a soberania e a independência são batalhas que se travam diariamente. (…)” (Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, 11/05/07)
É o que se chama uma bofetada com luva! E estou certa que se ele tornar a esquecer “que a soberania e a independência são batalhas que se travam diariamente “aí estará o Brigadeiro-General Taur Matan Ruak a lembrar-lhe as vezes que forem necessárias.
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