sexta-feira, novembro 17, 2006

What is not being said in the Lombok treaty

November 17, 2006

The Jakarta Post
Duncan Graham, Surabaya

There's a critical five-letter word absent from the Framework for Security Cooperation agreement signed this week (Monday Nov. 13) in Lombok between Indonesia and Australia.

The missing word is "Papua".


Despite its invisibility this is at the heart of the seven-page document dubbed the Lombok Treaty by Australian Foreign Minister Alexander Downer and his Indonesian counterpart Hassan Wirayuda.

Discussions leading to the pact have been running for two years. But the decision by Australia to give asylum to 43 Papuan refugees who sailed to Australia last January put fuel in the negotiators' tanks.

The document is full of motherhood terms and rubbery words -- diplomatic delights like "reaffirming", "recognizing" and "emphasizing." If these help establish trust then quibbling is out of place.

Inevitably the Lombok Treaty is short on what will actually be done in real terms, although Article 6 includes an "implementing mechanism". This commits the two countries to "take necessary steps" and "meet on a regular basis".

When there's a dispute -- which is certain given the great gulf between the two countries' values and cultures -- this shall be "settled amicably by mutual consultation or negotiation." There are no sanctions.

One issue has already been determined: If there's any strife about interpreting the bi-lingual document then the English text will prevail.

Although the emphasis is on security this isn't a military alliance. Such a treaty is prohibited under Indonesian law. The issue here is terrorism and just seems to reinforce already existing arrangements with the police and the military.

Nor is the treaty a law. Ahead lies ratification by both governments. In the wash-up only mutual goodwill will make this agreement work.

As anticipated there's a clause on drug trafficking. Watch out if death penalties are enforced against Australian drug runners and the talkback radio vitriolic shock jocks start slandering Indonesia again, demanding Canberra intervenes. Then the lines on "good neighborliness and non-interference in the internal affairs of one another" will get a real acid test.

There's no doubt the Australian government and opposition fear the "Balkanisation" of the Republic and want a unified and stable Indonesia.

Canberra, the region's perceived deputy sheriff, is facing multiple crises among the alleged "failed states" of the Pacific, along with problems in Timor Leste and Papua New Guinea. It certainly doesn't want more regional hassles.

The key point on Papua is Article 2, Item 3 -- a black-letter lawyer's gem:

"The Parties, consistent with their respective domestic laws and international obligations, shall not in any manner support or participate in activities by any person or entity which constitutes a threat to the stability, sovereignty or territorial integrity of the other Party, including by those who seek to use its territory for encouraging or committing such activities, including separatism, in the territory of the other Party." ("Party" means nation.)

Does this mean that any future boat people who dig their toes into Australian sand won't have claims for refugee status recognized?

The answer will come when and if that happens. But any careful reading of the words above -- particularly the phrase about "domestic laws and international obligations" -- doesn't score out a repeat of this year's successful bids for asylum.

At that time the Australian government said it was powerless to act under law once an administrative decision had been made. It also knew the electorate was backing the Papuans.

When the government tried to buttress immigration law this was interpreted as an attempt to appease an inflamed Indonesia. The bid failed in August when Prime Minister John Howard withdrew the Migration Amendment Bill once he foresaw defeat. Even a few members of his own coalition were barracking for the Papuans.

If that same Papuan refugee scenario is rerun in the months ahead, the Indonesian outrage that led to ambassador Hamzah Thayeb being recalled for three months could erupt again.

Indonesians who recall with pleasure the Soeharto New Order administration still find it difficult to understand that in a democracy governments are not all powerful.

The shrill lobby groups in Australia seeking a free Papua (which they call West Papua) are unlikely to be muzzled by this treaty. They won't get any taxpayers' money. Their demands will be ridiculed and rejected by the government -- and probably the Labor Party opposition that has so far given the treaty its cautious blessing.

Yet none of this is likely to quench the determination of the NGOs, church groups and minority party politicians. In fact it could help their cause. In the court of Australian public opinion where "getting a fair go" rules debate, being the underdog is always the favored position.

So the more the Papua separatists are rubbished and their statements undermined, the more their allegations of human rights abuses will get an airing and an audience. These claims will infuriate the Indonesian government and people, and ensure Papua remains the new pebble in the shoe of relations between the neighbors.

Unless serious political and administrative reforms are made to the satisfaction of the locals, effectively neutering the Australian agitators.

It happened in the most western province of the Republic -- so why not in the most eastern part?

The writer is an East Java-based journalist.

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5 comentários:

Anónimo disse...

Quatro mortos em confrontos entre grupos rivais em Timor
Público, 17/11/06
O primeiro-ministro José Ramos-Horta disse há dias que "os piores momentos" da violência já tinham passado
Pelo menos quatro pessoas foram mortas em confrontos que voltaram a envolver grupos rivais de Timor-Leste, na quarta-feira, perto de Ermera, cerca de 60 quilómetros a sul de Díli. Segundo a Lusa, os incidentes, que resultaram ainda em dez feridos e várias casas incendiadas, estão a ser investigados por efectivos do contingente policial da ONU, da Polícia Nacional de Timor-Leste e militares australianos, depois de uma visita do primeiro-ministro, José Ramos-Horta, e do ministro do Interior, Alcino Barris, ontem ao local.
Ainda segundo a Lusa, o grupo Colimau 2000, que rejeita a autoridade do Estado, e o grupo de artes marciais Perguruan Silat Setia Hati (PHST) terão estado envolvidos na violência, dois dias depois de jovens de grupos rivais terem organizado manifestações pela paz na capital.
A iniciativa de paz culminou na própria quarta-feira - dia dos incidentes em Ermera - numa parada para a reconciliação em Díli que juntou cerca de 300 efectivos das forças de segurança que tinham participado nos violentos confrontos de Abril na capital. E aconteceu poucos dias apenas após a declaração optimista de Ramos-Horta, que no fim-de-semana afirmou que "os piores momentos" vividos este ano em Timor tinham passado e que agora os distúrbios se limitavam "quase só à cidade de Díli", e isto por "motivações mais criminais do que propriamente políticas".
Motivações
pouco claras
O grupo Colimau 2000 integra, segundo a Lusa, antigos guerrilheiros que passaram a rejeitar a autoridade a partir da independência em 2002, quando não lhes foram atribuídos cargos na nova administração.
O Governo, que em Abril responsabilizou também este grupo pela violência resultante num protesto de ex-militares, referiu-se na altura ao Colimau 2000, como uma organização que desde 1999 pratica actos de vandalismo e é composta por líderes de gangs e não por dissidentes políticos.
Segundo um relatório da agência de desenvolvimento internacional da Austrália, a AusAID, citado há dias pelo jornal australiano The Age, a organização pode ter seguidores entre os refugiados timorenses na Indonésia e terá feito contactos com milícias de Timor Ocidental para desestabilizar Timor-Leste.
O outro grupo associado à violência desta semana, o PHST, será, segundo o mesmo documento, um dos maiores e mais controversos gangs com origem na Indonésia e tido como próximo dos dois principais partidos da oposição de Timor-Leste. A.D.C.
http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=11&d=17&uid=&id=107893&sid=11895

Anónimo disse...

Confrontos fazem quatro mortos

Jornal de Notícias, 17/11/06

Pelo menos quatro pessoas foram mortas a sul de Díli em confrontos entre grupos rivais, de que resultaram ainda vários feridos e dez casas incendiadas, disseram fontes da ONU e do Governo. Os incidentes ocorreram na aldeia de Haturema, distrito de Ermera, situada a cerca de 60 quilómetros a sul de Díli, e envolveram elementos do Colimau 2000, organização que rejeita a autoridade do Estado, e do grupo de artes marciais Perguruan Silat Setia Hati (PSHT), também conhecido como "Formigas Negras".

Segundo testemunhos de residentes em Haturema, os incidentes foram provocados por membros do Colimau 2000, que atacaram os elementos do PSHT.

Fonte do gabinete de José Ramos-Horta disse que o chefe do Governo visitou a área, acompanhado do ministro do Interior, Alcino Barris. Na sequência da visita do primeiro-ministro, efectivos da polícia malaia, que integra o contingente policial da ONU (UNPOL), da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) e militares australianos estão no terreno a investigar os incidentes.

Este é o incidente mais grave desde que, na segunda-feira, jovens de grupos rivais, incluindo escolas de artes marciais, puseram de lado as divergências e encetaram manifestações pela paz pelas ruas da capital.
http://jn.sapo.pt/2006/11/17/mundo/confrontos_fazem_quatro_mortos.html

Anónimo disse...

Soldados e polícias timorenses ajudam realojamento deslocados

As forças armadas e a polícia timorenses vão participar em conjunto numa operação para realojar as cerca de 25 mil pessoas que ainda se encontram em campos de deslocados em Díli, anunciou hoje o presidente de Timor-Leste.
Numa mensagem ao país, Xanana Gusmão referiu que, a partir da próxima semana, militares e polícias timorenses vão percorrer os campos de acolhimento para que os deslocados indiquem se têm condições para regressar às suas casas em Díli ou se preferem ir para os distritos de origem, no caso dos que não são naturais da capital.
Trata-se da primeira tarefa conjunta atribuídas aos efectivos das FALINTIL-Forcas de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional da Timor-Lest e (PNTL), depois de elementos das duas instituições se terem envolvido em confrontos armados na sequência da crise político-militar iniciada em Abril.
O anúncio de Xanana Gusmão segue-se a uma parada realizada quinta-feira em Díli, em que participaram cerca de 600 efectivos das F-FDTL e da PNTL, que marcou a reconciliação pública entre as duas forças.
Na mensagem à nação, Xanana Gusmão assinalou que a participação de efectivos das F-FDTL e da PNTL na operação que visa o realojamento dos deslocados co nstitui uma demonstração da reconciliação entre as duas instituições, que pediu que seja seguida por todos os timorenses.
A medida foi anunciada no final de uma reunião no Palácio das Cinzas (sede da Presidência da República), em Díli, em que participaram o chefe de Estado , o presidente do Parlamento Nacional, Francisco Guterres «Lu-Olo», o primeiro-ministro, José Ramos-Horta, o presidente do Tribunal de Recurso, Cláudio Ximenes, e os comandantes das F-FDTL, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, e da PNTL, superintendente Paulo Fátima Martins.
No encontro participou também o representante interino do secretário-ge ral da ONU em Timor-Leste, Finn Reske-Nielsen.
Um dos participantes na reunião disse à Lusa que a participação dos mil itares e da polícia será feita em equipas mistas que vão percorrer os 30 bairros e os campos de deslocados de Díli Na mensagem, gravada pela televisão timorense e que será transmitida ao fim do dia (hora local), Xanana Gusmão estava acompanhado dos restantes titulares dos órgãos de soberania de Timor-Leste e dos comandantes das forças armadas e da polícia.
A violência ocorrida em Timor-Leste na sequência da crise iniciada em Abril provocou mais de 50 mortos e cerca de 180 mil deslocados, além da destruição de propriedades privadas e do Estado.
Muito deslocados têm recusado abandonar os campos de acolhimento por terem ficado com as suas casas destruídas ou por receio de violência entre grupos rivais.
Segundo o governo timorense, cerca 95 mil pessoas continuam fora das áreas de residência, dos quais 70 mil nos distritos e 25 mil em Díli.
Diário Digital / Lusa
17-11-2006 11:15:00
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=250887

Anónimo disse...

Tradução:
O que não está a ser dito no tratado de Lombok
Novembro 17, 2006

The Jakarta Post
Duncan Graham, Surabaya

Há uma palavra crítica de cinco letras ausente do acordo Moldura para Cooperação na Segurança assinado esta semana (Segunda-feira, 13 de Novembro) em Lombok entre a Indonésia e a Austrália.

A palavra que falta é "Papua".

Apesar da sua invisibilidade ela está no coração do documento de sete páginas apelidado de Tratado de Lombok pelo Miniostro dos Estrangeiros Alexander Downer e o seu contraparte Indonésio Hassan Wirayuda.

As discussões que levaram ao pacto já decorriam há dois anos. Mas a decisão da Austrália de dar asilo a 43 refugiados Papuanos que viajaram de barco para a Austrália no último mês de Janeiro pôs gasóleo no tanque dos negociadores.

O documento está cheio de termos maternos e palavras de borracha -- delícias diplomáticas como "reafirmando", "reconhecendo" e "enfatizando." Se estas ajudam a estabelecer confiança então criticismos não têm lugar.

Inevitavelmente o Tratado de Lombok é curto sobre o que realmente se fará em termos reais, apesar de o Artigo 6 incluir um "mecanismo para implementar ". Isto compromete os dois países a "darem os passos necessários " e a "encontraram-se numa base regular ".

Quando há uma disputa – que é certa dado o grande fosso entre os valores e as culturas dos dois países – esta será "resolvida amigavelmente por consultas e negociações mútuas." Não há sanções.

Uma questão já foi determinada: se houver qualquer luta sobre a interpretação do documento bilingue então o texto em Inglês prevalece.

Apesar da ênfase estar na segurança isto não é uma aliança militar. Tal tratado estaria proibido pela lei Indonésia. A questão aqui é terrorismo o que parece simplesmente reforçar o arranjo já existente com os policies e os militares.

Nem o tratado é uma lei. À frente está a ratificação por ambos os governos. Depois de tudo, somente a boa vontade mútua fará este acordo funcionar.

Conforme foi antecipado há uma cláusula sobre tráfico de drogas. É de vigiar se são aplicadas as penas de morte contra os Australianos traficantes de drogas e se os venenosos e chocantes comentários nos programas de rádio começam a difamar a Indonésia outra vez, exigindo que Canberra intervenha. Então as linhas sobre "boa vizinhança e não-interferência nos negócios internos de cada um" terão um teste real.

Não há dúvida que o governo Australiano e a oposição receiam a "Balcanização" da República e que querem uma Indonésia unificada e estável.

Canberra, o vice-sheriff percebido (como tal) da região, enfrenta crises múltiplas entre os alegados “Estados falhados” do Pacífico, ao lado com problemas em Timor-Leste e na Papua Nova Guiné. Com certeza que não quer mais brigas regionais.

O ponto chave sobre a Papua está no Artigo 2, Item 3 – uma pérola de advogado a letra preta:

"As Partes, em consistência com as suas respectivas leis domésticas e obrigações internacionais, de maneira alguma apoiarão ou participarão em actividades por pessoas ou entidades que constituam uma ameaça para a estabilidade, soberania ou integridade territorial da outra Parte, incluindo pelos que procurem usar o seu território para encorajar ou cometer tais actividades, incluindo o separatismo, no território da outra Parte." ("Parte" significa nação.)

Significa isto que no futuro qualquer pessoa que fuja de barco e que chegue às areias Australianas pode não ter reconhecido o seu pedido ao estatuto de refugiado?

A resposta virá quando e se isso acontecer. Mas qualquer leitura cuidadosa das palavras acima – particularmente a frase sobre "leis domésticas e obrigações internacionais " – não apaga uma repetição dos pedidos de asilo com sucesso deste ano.

Nessa altura o governo Australiano disse que não tinha poder para actuar por lei uma vez tomada uma decisão administrativa. Sabia também que o eleitorado apoiava os Papuanos.

Quando o governo tentou reforçar a lei sobre a imigração isso foi visto como uma tentativa para apaziguar uma Indonésia inflamada. A tentativa falhou em Agosto quando o Primeiro-Ministro John Howard retirou a Emenda da Lei da Migração logo que previu a derrota. Mesmo alguns dos membros da sua própria coligação faziam campanha pelos Papuanos.

Se esse mesmo cenário dos refugiados Papuanos regressar nos próximos meses, a ofensa dos Indonésios que levou a que o Embaixador Hamzah Thayeb fosse chamado durante três anos podia irromper outra vez.

Os Indonésios que lembram com prazer a administração da Nova Ordem de Soeharto acham ainda difícil de compreender que numa democracia os governos não são todos poderosos.

Os estridentes grupos de pressão na Austrália que querem uma Papua livre (a que chamam Papua Oeste) não é provável que sejam calados com este tratado. Não apanharão nenhum dinheiro do governo. As suas exigências serão ridicularizadas e rejeitadas pelo governo – o provavelmente pelo partido na oposição o Labor que até agora já deu ao tratado a sua bênção cautelosa.

Contudo é provável que nada disto apague a determinação das ONG’s, grupos de igreja e políticos de partidos minoritários. De facto poderá ajudar a causa deles. No tribunal da opinião pública Australiana onde "dar justiça " regula o debate, ser o perdedor é sempre a posição que é favorecida.

Assim quanto mais denegridos forem os separatistas Papuanos e quanto mais desvalorizadas forem as suas declarações, mais audição e mais audiência terão as suas alegações de abusos dos direitos humanos. Essas queixas enfurecerão o governo e o povo da Indonésia, e garantirão que a Papua permanecerá a pedra no sapato nas relações entre os vizinhos.

A não ser que sejam feitas reformas políticas e administrativas que satisfaçam os locais, neutralizando assim os agitadores Australianos.

Isso aconteceu na maioria das províncias do Oeste da República – por isso porque não na parte mais a leste?

O escritor é um jornalista com base no leste de Java.

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Anónimo disse...

1 - Na Assembleia Parlamentar conjunta ACP-UE (22/06, Viena) foi lido um texto de Ana Gomes onde ela dizia:

(...) “Os problemas expostos nesta crise já estão a ser corrigidos (...). Primeiro e mais importante (...) ao PR Xanana Gusmão foi dado pelo Governo e Parlamento poderes extraordinários para sair da crise (...). E em nome do Governo o Ministro dos Estrangeiros, agora também Ministro da Defesa (...) tem estado engajado activamente no diálogo com todas as partes para desarmar civis e polícias e militares desafectos, resolver diferenças e identificar as suas causas (...).

Também o sistema judicial está a trabalhar: há dois dias o Procurador-Geral emitiu um mandato de prisão para o antigo Ministro do Interior (...).
E finalmente, ontem, o Presidente pediu a resignação do Primeiro-Ministro, que pelo menos é politicamente responsável por manter no Governo (...) um Ministro que ilegalmente armou civis (...).

Todo este processo prova que Timor-Leste não é um Estado falhado, mas que atravessa uma crise difícil de crescimento da democracia. Mas, apesar da sua juventude e fragilidade, as instituições democráticas de Timor-Leste estão a trabalhar, expurgando os que cometeram erros sérios, violaram a lei ou tentaram subverter a democracia”.

Assim terminava o texto de 21/06 cujo título era “A inevitável demissão de Mari Alkatiri”.

2 - Três semanas depois, em artigo no Courrier Internacional (14.07.06 “Ainda a crise Timorense”), reiterava que o ex-PM era “o principal responsável” “pela crise e pelo seu prolongamento desnecessário. Se ele se tivesse demitido mais cedo, as forças estrangeiras talvez nem tivessem de ter sido pedidas”, teve o desplante de escrever e é acompanhada da reafirmação: “Mantenho que esta crise (...) é de produção timorense”. E justifica com as estafadas acusações de Alkatiri “despedir um terço das forças armadas”, “manter no governo” Rogério Lobato, por “não ter dívidas à banca”, “por subestimar a Igreja (...) e por esvaziar de poderes o Presidente”, rematando que “Mari Alkatiri errou, em suma, porque nunca se libertou da matriz totalitária”. Mas concluia confiante que “ainda se pode tirar partido dela (crise) como uma oportunidade para reencaminhar a democracia em Timor”.

3 – Agora, em novo artigo no Courrier Internacional (10.11.06, “O Autismo da Fretilin”), seis meses depois de Rogério Lobato ter saído do Governo, de Xanana ter poderes extraordinários, cinco meses depois de Mari Alkatiri ter saído do Governo e de Ramos-Horta ser PM, descobre que afinal...”Dili vive no sobressalto dos gangues a solta”, que o povo “está a viver muito pior do que no tempo da ocupação indonésia”, “se empolou a divisão lorosae/loromunu”, que “gerou uma dinâmica de terror e vingança que leva ainda milhares de cidadãos de Dili a preferirem dormir em campos de deslocados” e a pretexto da “gravidade existencial desta crise, em que está em causa não apenas a soberania nacional mas, de facto, a nação timorense” conclui apelando ao Xanana “para cortar o nó górdio que, de momento, asfixia Timor-Leste”.

Isto é apesar dos tão gabados poderes extraordinários do PR, de tanto diálogo em que se os actuais PM e PR se engajaram, de tanta estimação que ambos dão à Igreja, de tanta disponibilidade para gastarem dinheiro, da purga do pobre do Lobato, nem a democracia afinal “reencaminhou” e muito menos se fortaleceu, como a crise afinal até já “põe em causa a nação” e isto tudo porque afinal a Gomes descobriu que “é a FRETILIN quem continua a governar”! Será este o “nó górdio” que ela quer que o Gusmão corte? Mais que autista afinal a Gomes não passa de uma maníaco-depressiva a precisar de internamento urgente!

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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