REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE
GABINETE DO PRIMEIRO-MINISTRO
COMUNICADO DE IMPRENSA
Dili, Novembro 15, 2006
Estudantes de medicina de Timor-Leste em Cuba ‘os melhores e os mais disciplinados’
Os 498 estudantes de Timor-Leste em Cuba são considerados os melhores entre milhares de estrangeiros que estudam lá medicina – em termos de resultados e de disciplina, de acordo com o Vice-Ministro da Saúde Luis Lobato.
“Os nossos jovens são um crédito para todos em Timor-Leste porque trabalham no duro e mostram muita disciplina,” disse o Sr Lobato. “Foi-me dito pelas autoridades Cubanas que são os melhores.
“A bondade, sinceridade e generosidade dos Cubanos e do seu Governo são impressionantes. Apesar de tudo o que correntemente está a fazer por Timor-Leste, Cuba vai receber mais outros 200 dos nossos estudantes nos próximos meses.”
Vinte e um outros países têm gente a estudar medicina em Cuba, que é uma nação pobre e em desenvolvimento mas que tem um dos melhores sistemas de saúde no mundo – nalguns casos muito melhor que nos USA, onde os hospitais públicos nalguns casos não são melhores do que os hospitais em países em desenvolvimento.
Cuba tem também 302 doutores a trabalharem em Timor-Leste. Mais de 120 desses doutores são especialistas e estão a trabalhar em hospitais em Dili, Maliana, Baucau, Suai, Oecussi e Maubissi. Apesar do Governo de Timor-Leste ter inicialmente contribuído com uma quantia modesta para os custos associados ao programa, agora, o Governo Cubano paga os salários de todos os doutores e não cobra nada pelos estudos dos nossos estudantes de medicina.
O Primeiro-Ministro Dr José Ramos-Horta hoje louvou o compromisso e a coragem dos doutores Cubanos que estão a ajudar Timor-Leste.
“Durante o pior (período) da crise em Maio, Junho e Julho os nossos doutores Cubanos permaneceram nas aldeias e hospitais sem (porem) condições, com os doentes e o povo, dando um muito necessário apoio moral, médico e psicológico,” disse o Dr Ramos-Horta.
“Isto é um contraste com os voluntários Americanos do Peace Corp, que, mesmo apesar de não haver a mínima ameaça à sua segurança e bem-estar nas áreas rurais, receberam ordens da administração dos USA para deixarem o país.
“A coragem e compromisso dos Cubanos contrasta também com a dos Japoneses. JICA, a Agência Japonesa Internacional de Cooperação, interrompeu abruptamente a sua cooperação em Timor-Leste, mesmo apesar de nunca ter havido qualquer ameaça a nacionais Japoneses, particularmente em áreas rurais.”
O original programa de bolsas de estudo entre Cuba e Timor-Leste foi discutido à margem de um encontro na Cimeira do Movimento dos Não Alinhados em Kuala Lumpur em 2003 quando o Presidente Xanana Gusmão se encontrou com o Presidente Cubano Fidel de Castro e foram oferecidas nessa altura 50 bolsas de estudo para medicina. O Dr Ramos-Horta estava lá na sua qualidade de Ministro dos Estrangeiros.
Subsequentemente, o Governo Cubano elevou o número de bolsas de estudo para um máximo de 1000.
“Graças à generosidade de outra nação relativamente pobre, quando tivermos pelo menos 500 dos nossos estudantes com o curso acabado e de regresso – juntamente com os que estão a estudar em Timor-Leste e noutros países – teremos um ratio de doutores por número de habitantes tão alto como o de qualquer país desenvolvido,” disse o Dr Ramos-Horta.
“Timor-Leste tem sido abençoado por ter tantas nações como verdadeiros amigos, mas tenho de perguntar: que melhor prenda podemos receber do que um sistema de saúde garantido para o nosso povo? Esta é a prenda do ovo de Cuba.”
O Primeiro-Ministro sublinhou que Timor-Leste não interferiu nos assuntos internos doutros países e nas suas escolhas de sistema político.
“Os USA e Cuba podem não ter relações diplomáticas e têm estado num estado “nem guerra, nem paz” nos últimos 40 anos ou à volta disso,” disse o Dr Ramos-Horta, “mas Timor-Leste tem relações boas e sólidas com ambos.
“Os Cubanos tratam os nossos jovens maravilhosamente. É-lhes permitido praticar a sua religião sem interferências e eu pedi à nossa igreja se podiam enviar um capelão a Cuba para cuidar das necessidades espirituais dos nossos estudantes.
“Pedi também ao Bispo Carlos Belo para visitar os nossos estudantes e ele fá-lo-á em breve.”
Na última Segunda-feira o Primeiro-Ministro e o Vice-Ministro da Saúde dirigiram-se a um encontro de várias centenas de pais e outros familiares dos estudantes em Dili. Dr Ramos-Horta disse no encontro que todos em Timor-Leste estavam muito orgulhosos do compromisso que os estudantes estão a fazer para a nação.
Timor-Leste tem outros estudantes de medicina na Indonésia, Portugal, Filipinas, Fiji, Malásia e Austrália.
“Quando os nossos doutores regressarem em 2012 espero que tenhamos um doutor em cada aldeia,” disse o Dr Ramos-Horta.
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2 comentários:
Torna-se necessário constituir, no futuro, uma faculdade de medicina e cursos técnicos de apoio à saúde.
Alf.
Br
Se estivesse mais atento já teria percebido que é isso exactamente o que também doutores Cubanos estão a fazer em Dili por acordo feito entre o Governo de Mari Alkatiri e o Governo de Fidel de Castro.
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