sexta-feira, novembro 17, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

The Jakarta Post – Quinta-feira, Novembro 16, 2006

Acordo de Segurança aumentará a ajuda mútua, confiança

A Austrália e a Indonésia assinaram na Segunda-feira um acordo histórico bilateral numa moldura para a cooperação e a segurança. O Ministro dos Estrangeiros Hassan Wirayuda deu uma entrevista a Abdul Khalik do The Jakarta Post sobre os benefícios do documento e as implicações para a Indonésia. O que se segue são extractos dessa entrevista:

Questão: Funcionários Indonésios e Australianos descreveram o acordo como um passo histórico nas relações bilaterais entre os dois países. Como é que este acordo beneficiará a Indonésia?

Resposta: Experimentámos muitos momentos difíceis no nosso longo e histórico relacionamento com a Austrália. Os problemas abrangem refugiados ou migrantes ilegais doutros países que passam através da Indonésia no seu caminho para a Austrália e acusações de que a Indonésia é um terreno de treino para terroristas, aos recentes procuradores de asilo Papuanos. Políticos na Austrália exploraram as questões durante o período de eleições para atacar a Indonésia. Por isso, é fácil que tais problemas situacionais causem a ruína nas nossas relações com a Austrália.

A maioria das dificuldades vêm também de erros de percepção públicos em ambos os países. O nosso público tem acusado a Austrália de interferir nos nossos assuntos domésticos, tornando-se uma ameaça para o nosso país ou ajudando os movimentos separatistas. Por outro lado, os Australianos têm também uma percepção que a Indonésia é uma ameaça. Os erros de percepção só podem ser eliminados pela cooperação, diálogo e transparência entre nós.

Questão: Pode dar um exemplo de benefícios mais tangíveis?

Resposta: O acordo cobre uma vasta área de cooperação. Inclui 10 áreas cobrindo a defesa, contra-terrorismo, informações, marítima, segurança de aviação, proliferação de armas de destruição massiva, cooperação de emergência e compreensão comunitária e cooperação de povo-a-povo.

O acordo abrirá portas para a Austrália nos ajudar com a sua especialidade, capital e equipamentos, que estão a faltar em muitos casos, em todas estas áreas.

Penso que temos uma boa sinergia com a Austrália, e eles estão ansiosos por nos ajudar. Enquanto eles têm especialidades e financiamentos, nós temos um longo e bom alcance nesta região. Podemos dizer à Austrália que se querem ajudar então podem (fazê-lo), por exemplo, assistir com financiamento ou com construção de instalações ou envio de equipamentos para objectivos concretos, incluindo a luta contra o terrorismo ou a gripe das aves, em vez de simplesmente fazer declarações políticas.

Por exemplo, imediatamente depois dos ataques de 9/11, enviei uma oferta ao Primeiro-Ministro John Howard para assinar um acordo em cooperação anti-terror. Apesar de ao princípio estar hesitante, vários dias depois assinámos o acordo. E acontece que o acordo foi muito útil quando ocorreram as explosões em Bali. Assim, podemos transformar um potencial conflito bilateral t – por causa da questão do terrorismo e das explosões – em cooperação útil.

Questão: Os media Australianos têm criticado o acordo, dizendo que são somente para apaziguar a Indonésia, sem qualquer benefício para a Austrália. Qual é a sua opinião?

Resposta: Não, isso não é verdade. Tome, por exemplo, a questão dos migrantes ilegais. Sem a nossa cooperação, se os deixarmos passar para a Austrália então terão de lidar com milhares de mais migrantes ilegais em cada período. Um outro é o terrorismo. Com a nossa capacidade – obviamente com a ajuda deles – de linha dura com os terroristas aqui, podem dormir descansados lá. Para aumentar a compreensão e eliminar suspeitas, pomos como condições reforçar a compreensão comunitária e a cooperação povo-a-povo.

Questão: Pode o acordo ser posto à margem por objecções dos Australianos?

Resposta: Se o acordo foi ratificado então tornar-se-á parte da lei Australiana e não pode ser posto à margem simplesmente com essa facilidade.

O compromisso para resolver disputas ou conflitos de modo pacífico significa que a Indonésia e a Austrália estão a mover-se para uma comunidade de segurança.

Questão: Virá este acordo a ser usado como um exemplo para a construção de uma comunidade de segurança regional?

Resposta: Este acordo é o primeiro da sua espécie. Há ideias de usar o acordo como um modelo para mais países na Ásia do Leste. A Coreia do Sul já propôs o estabelecimento de um fórum para o diálogo de segurança na Ásia do Leste. Portanto, muitos países viram a necessidade de mais discussões de segurança na região.

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UNMIT – Revista dos Media Diários – Quinta-feira, 16 Novembro 2006

Relatos dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisão de Timor-Leste


Parada de unidade

As F-FDTL e a PNTL participaram juntas numa parada ontem à tarde em frente do Palácio do Governo para o pontapé de saída do retomar dos seus serviços hoje, relataram os media. Falando durante o evento, o Diario Nacional relatou que o Presidente Gusmão disse que a crise era da culpa do Estado soberano, anotando que a parada foi um compromisso concedido às duas instituições pela constituição para defender e dar segurança à população. Gusmão acrescentou que decisões erradas tomadas pelos órgãos de soberania levaram ao conflito entre as duas instituições, anotando que os órgãos de soberania também tentaram emendar os seus erros de modo a que as F-FDTL e a PNTL se reconciliem e ultrapassem a crise. O Presidente disse que ambas as instituições trabalharão com o governo e a comissão de diálogo e re-inserção comunitária para levar os deslocados de regresso às suas casas e apelou aos jovens para manterem o seu compromisso para restabelecer a paz e reforçar a unidade nacional. O STL relatou que o Presidente da República pediu às F-FDTL e à PNTL para re-estabelecer a paz dizendo ‘se nós os Timorenses criámos o problema, então somos nós quem temos de o resolver’. Xanana Gusmão disse que tudo é possível desde começar uma guerra até pará-la e apelou aos jovens para colaborarem com a PNTL e as F-FDTL.

O Primeiro-Ministro Ramos-Horta apelou a ambas as instituições para trabalharem juntas outra vez apesar das feridas profundas, anotando que a crise que ocorreu em Timor-Leste também ocorre noutros países e em escala muito maior. Por isso, apelou ao povo e aos líderes para não perderem a fé em ambas as instituições.

O Presidente do Parlamento Nacional disse que a parada conjunta podia re-estabelecer a paz para a nação, especialmente para as pessoas, acrescentando que a acção lhe trouxe orgulho, lembrando-lhe as palavras de muitos expatriados – que a paz pode ser restaurada.

Falando ao Timor Post depois da parada, o SRSG em exercício, Finn Reske-Nielsen disse que estava de verdade muito contente por ver as F-FDTL e a PNTL juntas outra vez porque isso traz esperança de que a reconciliação, estabilidade e a paz prevalecerão em Timor-Leste em breve. (STL, TP, DN)

Taur está a tentar dialogar com Alfredo

O Primeiro-Ministro Ramos-Horta disse que o Brigadeiro-General das F-FDTL, Taur Matan Ruak está a organizar uma equipa para ter um diálogo com o Major Alfredo Reinado e o seu grupo. Os esforços das F-FDTL seguem-se a encontros sem sucesso realizados anteriormente com Reinado incluindo um encontro com o Bispo Belo. Ramos-Horta disse que os problemas entre Major Tara, Marcos, os peticionários e o Major Reinado são todos problemas diferentes Disse que o Major Tara e Marcos não são um problema grande e que os problemas dos peticionários foram tratados pela comissão dos notáveis. Disse que o Major Reinado não se devia esquecer que pode ter errado ao matar e ferir alguns membros das F-FDTL, acrescentando que foi Reinado quem procurou o conflito em Fatu Ahi. (TP)

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Agence France-Presse - Novembro 16, 2006 07:55pm

Acredita-se que houve quatro mortos em mais violência em Timor

Acredita-se que morreram quatro pessoas na última violência em Timor-Leste que viu também 10 casas queimadas, disse hoje o Primeiro-Ministro José Ramos Horta.

"Não há ainda confirmação d número de mortos, mas informação inicial disse que quatro (foram mortos) e 10 casas foram incendiadas," disse o Sr Ramos Horta.

O Sr Ramos Horta, que viajou de helicóptero para a cena do último desassossego, disse que o incidente aconteceu "há um par de dias atrás " e que envolveu dois grupos de jovens que se confrontaram na aldeia Estado, perto de Ermera.

Disse que um grupo de jovens pertencentes ao Colimau 2000 – uma organização montada por antigos jovens activistas clandestinos durante a ocupação Indonésia – de Ermera e várias outras áreas remotas atacaram uma secção local de um clube de artes marciais.

"Este incidente espalhou medo entre as pessoas e falei com o ministro do interior para que possa ser colocado lá um posto de segurança permanente," disse o Sr Ramos Horta.

Membros da unidade de reacção rápida e uma outra unidade especial da polícia serão mandados para a área, disse.

Tão recentemente quanto na Segunda-feira, centenas de jovens Timorenses, incluindo membros de gangs rivais que lutaram uns contra outros nas ruas da capital recentemente, realizaram uma manifestação para promover a unidade e a paz.

Carlito de Jesus, 29 anos, que está a ser tratado no hospital Guido Valadares em Dili por feridas que sofreu no último ataque, disse que a violência ocorreu cedo, ontem.

Disse que cerca de 600 jovens do Colimau 2000 armados com espadas, catanas, lanças, pequenas flechas e espingardas atacaram a secção local da do clube de artes marciais Perguruan Setia Hati Terate (PSHT).

"Este (ataque) parece ser uma vingança, depois de um membro do PSHT ter batido num do Colimau 2000 em 2 de Novembro," disse de Jesus, um membro do PSHT.

Membros do Colimau 2000 foram acusados de envolvimento em ataques em Atsabe em 2003, que deixou sete mortos. Seguiram-se prisões em massa mas os tribunais mais tarde libertaram os detidos.

O incidente veio imediatamente depois do Sr Ramos Horta ter louvado a manifestação da paz de Segunda-feira.

A pequena nação foi atingida em Abril e Maio por violência entre facções das forças de segurança, bem como entre gangs de rua, que deixaram 37 pessoas mortas.

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1 comentário:

Anónimo disse...

O Gusmão já mostrou que sabe como começar a guerra e como continuá-la. Quando aprender a respeitar as escolhas do seu povo e os outros órgãos de soberania talvez aprenda a viver sem guerras. Mas talvez já esteja demasiadamente velho e desgastado para aprender seja o que for.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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