terça-feira, novembro 14, 2006

Dois feridos em Bebonuk e pequenos incidentes em jornada pela paz

Díli, 13 Nov (Lusa) - Pelo menos duas pessoas ficaram feridas nos recontros registados hoje em Bebonuk, em que grupos de jovens das partes leste e oeste do país se confrontam desde as 11:00 (02:00 horas de Lisboa), disse à Lusa fonte religiosa.

Segundo a Irmã Estrella, uma das religiosas Carmelitas que vive no bairro, uma das zonas críticas de Díli, "dezenas de jovens, armados com catanas, dardos e setas, e munidos de pedras, estão desde a manhã a alvejarem-se mutuamente".

A Lusa esteve no local e referenciou número indeterminado de jovens, escondidos atrás de árvores e do que resta de algumas casas, queimadas, a protegerem-se dos ataques do grupo contrário e a ripostarem.

Noutros pontos da cidade continuam as marchas de jovens em prol da paz, enquadrados por casos da polícia da ONU.

Depois do início da marcha, em que participaram largas centenas de jovens, os manifestantes dividiram-se em vários grupos, que percorrem zonas diferentes da capital.

Militares da GNR, que estão a enquadrar uma das colunas, disseram à Lusa que já tiveram que resolver dois pequenos incidentes, marcados por apedrejamentos entre grupos rivais, na rotunda de Caicoli, junto ao antigo mercado, e na zona do Matadouro, entre os bairros de Balide e Vila Verde.

A manifestação dos jovens iniciou-se hoje de manhã na avenida que liga a cidade ao aeroporto, designadamente defronte do mercado de Comoro, e juntou residentes dos bairros de Aimutin, maioritariamente habitado por "loromono" (oeste do país), e de Comoro, maioritariamente "lorosae" (Leste do país).

Trata-se da primeira iniciativa do género desde o início da crise político-militar em Abril passado.

Moisés Fernandes, residente em Comoro, disse à agência Lusa que a iniciativa era para "celebrar a paz e a reconciliação nacionais", destacando que se tratava de uma iniciativa dos jovens.

EL-Lusa/Fim

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1 comentário:

Anónimo disse...

15 Anos do Massacre de Santa Cruz

A 12 de Novembro de 1991, deu-se o massacre do Cemitério de Sta. Cruz, em Timor-leste. Estão vivas na memória de toda a gente, as imagens captadas, escondidas numa campa e depois de recuperadas, passadas para o mundo pelo jornalista Max Sthall. Foram anos de luta – que o povo timorense encetou para que a 20 de Maio de 2002, a bandeira de Timor-leste, fosse hasteada como símbolo do garante duma independência muito sofrida!

Hoje, ao olharmos para esse percurso histórico, perguntamos: como é possível que um punhado de arruaceiros continue a massacrar uma população débil, atormentada, já de si, por um passado tão macabro? Como é possível que os homens não entendam que chega de sofrimento e que é preciso – todos de mãos dadas, sem pedras para atirar, sem rama-ambon[1], sem questões tribais, sem firaku[2] ou kaladi[3] – que se unam em torno daquela bandeira pela qual tanta gente se bateu?! Onde está o bom senso e a dignidade de um POVO que nós víamos como modelo?! Onde está a unidade daqueles líderes timorenses que durante décadas, o povo respeitou e escutava ?

Neste 12 de Novembro, que o bocadinho timorense que em nós existe, faça uma prece, por aqueles que partiram, mas que essa prece seja também um pedido para os que estando vivos, naquela meia-ilha do Pacífico, se unam, deixem de lado o vil metal, origem de todos os males, e em uníssono possam construir um futuro na PAZ, para podermos voltar a dizer que Timor-leste é a Ilha do Sol Nascente!

[1] -azagaia em miniatura com ponta embebida em veneno e trazida de Ambon/Molucas
[2] - campónio das zonas orientais de T.L
[3] - habitante rural das regiões ocidentais de T.L.

Palmira Marques

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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