Blog Lu-Olo Ba Presidente - Comunicado de Imprensa - 22 de Abril de 2007
Francisco Guterres Lu Olo a Presidente: “Serei Presidente de todos e para todos”
“O encontro Cruz Jovem, em Lospalos, com jovens de todo o pais é uma exemplo maravilhoso de jovens que se juntam em paz e harmonia, para celebrar a sua fé e os seus valores, " disse hoje o Presidente da FRETILIN e candidato presidencial, Francisco Guterres "Lu Olo", em Dili. "Esta é também uma oportunidade para o nosso país reconhecer a enorme contribuição que a nossa juventude deu para alcançar a nossa independência.
A constituição de Timor-Leste garante os direitos da Juventude, como cidadãos do país. Em Timor-Leste, a juventude tem o direito de contribuir para o desenvolvimento social e político.
De acordo com Lu Olo, "a Juventude tem direitos de partilha da paz e prosperidade do país, não só no futuro, mas sim também nos dias de hoje, agora."
Lu Olo falou também das suas próprias experiências, "Eu estou pessoalmente em dívida para com a juventude deste país", disse ele. "Enquanto estivemos a lutar nas montanhas, foi a juventude nas cidades e nas vilas que nos ajudaram e apoiaram. Sem a juventude não teríamos independência." "Nós precisamos trabalhar em conjunto, novamente, para ultrapassar esta crise que caiu sobre a nossa nação. Muitos jovens estão agora em lugares de liderança, ajudando na construção das suas comunidades, da nossa nação. Jovens estão envolvidos na construção da paz, na educação, na saúde, no desenvolvimento comunitário."
Lu Olo comprometeu-se especificamente em agir sobre os problemas da juventude:
"Como Presidente, eu comprometo-me a defender a juventude. A juventude terá um lugar central na minha presidência, estabelecendo um Gabinete para Defesa da Juventude, nacional, apartidário e inclusivo, com funcionários jovens. Eu terei diálogos regulares com a juventude e organizações da juventude, e ajudarei para que eles possam trabalhar com o governo, confissões religiosas e organizações não-governamentais. Eu já tenho defendido, juntamente com o governo, para o estabelecimento de assembleias de jovens nas escolas.
Como Presidente, continuarei a apoiar a juventude para mobilizar as suas actuais capacidades, para construir a nação." Quando questionado sobre as necessidades da juventude em Dili, Lu Olo respondeu:
"Muitas pessoas têm culpado a juventude pela violência e pela crise. Eu não concordo com isso. Os jovens vêm para Dili com elevadas expectativas. Muitas vezes, são desapontados. Mas, a maioria destes jovens estão a fazer um excelente trabalho, apoiando as suas famílias, estudando, ajudando as suas comunidades. Nós precisamos respeitar os nossos jovens, escutá-los, e trabalhar em conjunto com eles para que possam encontras as soluções para os problemas que enfrentam. Lu Olo disse que tem tido diálogos com jovens e estudantes sobre as suas visões e necessidades.
"Eu ouvi jovens e estudantes dizerem algumas das coisas que eles querem," disse Lu Olo, "A juventude quer oportunidades para educações à longa distância, nos seus próprios distritos, em vez de terem que deslocar-se a Dili. Eles querem Centros de Juventude nos distritos. Eles querem ajuda para desenvolverem as suas própria iniciativas de paz e segurança, para treinamentos, para aprenderem sobre computadores, e para organizarem festivais desportivos e culturais. A Juventude quer trabalhar com mulheres e agricultores nas áreas rurais, para estabelecer cooperativas e projectos de subsistência. Eu conheço jovens que já estão a fazer todas essas coisas, neste momento, e eu procuro apoiá-los para que desenvolvam e reforcem as suas iniciativas. A juventude nos distritos quer fazer parte do mundo moderno, e têm o direito a tal sem serem forçados a deixar as suas casas. Eu não concordo com os esquemas de emenda, como construção de lares estudantis em Dili, sejam a solução."
Lu Olo concluiu com um apelo directo à juventude:
"A juventude tem sempre desempenhado um papel central na nossa luta pela independência. O que eu tenho a dizer à juventude é: Este é a vossa hora. Vamos todos continuar a trabalhar em conjunto para o futuro do nosso país."
segunda-feira, abril 23, 2007
Lu Olo: “Juventude de Timor-Leste, esta é a vossa hora"
Por Malai Azul 2 à(s) 18:11
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Ai, Timor!
Li noutro dia o discurso e a entrevista do Xanana e não tem nada de novo. Penso que a situação político-social em T.L. vai ficar ainda mais bipolarizada com os dois fortes candidatos à Presidência: Ramos Horta e Francisco Guterres. O primeiro não teve acerto para a gestão governamental, comportando-se como um verbo-de-encher e um bluff político, o outro, parece-me mais bem aceite pelo povo, pois é tido como honesto, fala de modo simples e directo e esteve sempre no mato, lutando e sofrendo, predicados tão caros e de reverência na sociedade timorense.
De toda a maneira, qualquer que seja o vencedor, a sociedade timorense ficará dividida e não tem ainda cultura democrática para aceitar um presidente que apesar de ter sido eleito pela maioria, parte da população não votou nele. Ou seja, os perdedores (os que nele não votaram) não o reconhecerão como o seu Presidente. Portanto, a crise de autoridade vai continuar.
O que eventualmente seria necessário era um candidato apoiado pela maioria da população e dos partidos (como anteriormente o Xanana) e não uma bipolarização das candidaturas. Isso mesmo se vai passar nas legislativas, ou pelo menos tudo leva a crer que vai continuar a bipolarização, pois apesar da Fretelin ter ainda maioria, está a ser contestada por uma significativa margem da população, gerando o divisionismo das nações timorenses. A situação não era nada dramática se os perdedores fossem pequenos partidos que representassem uma diminuta franja do eleitorado. Contudo, se houver dois ou mais grandes blocos antagónicos, há o forte risco de haver contestação ao governo então formado e desobediência civil por parte da população. E se esta for instrumentalizada como aconteceu desde a crise de 2005 (pois a situação de aridez do poder começa a ser mais visível pelo menos com as manifestações instrumentalizadas pela Igreja em 2005), ainda mais se agravará.
Não se prevê para T.L. um futuro muito animador, pois o modelo democrático de desenvolvimento que teimosamente se quer ver aplicado, enferma de graves princípios de rejeição por uma sociedade ainda demasiado fraccionada, diria mesmo, tribal, onde o primado da virilidade, do mais forte a qualquer custo é prevalente.
Quem não se lembra das barreiras levantadas nas estradas a exigir portagens, a partir de 2002, mesmo sendo de valores ridículos? O mais preocupante é que a maior parte das vezes eram apoiadas ou exercidas por chefes ou maiorais da aldeia ou da povoação. Parece que os governantes de então não se deram conta que era isso um sintoma, a prova concreta, da falência do poder central do governo, o esboroar do respeito de um estado que se queria de direito e a imergência dos velhos poderes tribais dentro das sua áreas de influência, as antigas “balizas”. O povo começava a não acreditar em quem não previa ou colmatava as suas necessidades mínimas.
E não bramem com o princípio que o passado está enterrado e que não se coaduna com a modernidade democrática!
O povo de Timor nem sequer precisou de usar palavra no seu próprio dialecto para dar significado a agradecimento, reconhecimento de acções por parte de outrem. O conceito de “obrigado” teve se ser importado, pois não se enquadrava nos usos e costumes sociais locais. Sociedade de constante confronto social interno no próprio clã e facilmente extravasando para o suco, reino e “baliza” vizinha.
Parece que a democracia ao modo do Estado de Direito tipo Ocidental, terá que esperar até que os degraus do desenvolvimento social e cívico, enfim democrático, sejam seguramente percorridos pelos timorenses, sem atropelos nem saltos acrobáticos, não“queimando” assim, perigosamente, etapas de necessária sedimentação da consciência social.
Naturalmente que haverá que equacionar outras questões fundamentais como seja proporcionar emprego a uma população em idade activa que não pára de aumentar. A própria Igreja terá de abrir mão de conceitos retrógrados, permitindo o efectivo planeamento familiar e do controlo de natalidade. Num país com uma taxa de crescimento superior a 5% ano da sua população, questiona-se: - o que vai ser feito dos jovens de amanhã? Viverem na miséria, sem emprego, sem trabalho para seu sustento, ou como já ouvi dizer, tornar-se Timor-Leste numa imensa fábrica de emigrantes, exportando mão-de-obra barata?
Se calhar há que lançar mão a programas coercivos de instrução, trabalho e de civismo, baseados em comités de bairro, aldeia ou suco, num regime de regedoria, direccionando para o bem comum o papel do núcleo social local. Apesar de se poder considerar muito demagógica e antidemocrática esta ou outra parecida via, parece que ao ponderar-se o uso de modelos simpáticos e de evidente reconhecimento para os timorenses, como símbolos-signos: bandeira, hino, pátria, presidente da república – que terá que paradoxalmente surgir como um monarca-pai – se iria em busca de princípios que concorressem para a coesão nacional, almejando desse modo, a paz e tranquilidades necessárias para o evolução socio-económico das populações até se alcançar um suficiente estádio de desenvolvimento social e cívico para então sim, se abalançar na vivência democrática moderna.
C.A.
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