Notícias Lusófonas
27.09.2006
A Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) retomou esta semana o trabalho após meses de inactividade provocada pela crise político-militar desencadeada em Abril passado, refere um comunicado enviado hoje à Agência Lusa pela Missão da ONU (UNMIT).
O primeiro grupo é composto por 25 agentes, do total de 900 que a UNMIT calcula poderem retomar as funções após uma formação intensiva de seis semanas, que frequentam apenas depois de se confirmar que não são acusados de envolvimento nos actos de violência espoletados em Abril.
Dezoito dos agentes que esta semana regressaram ao trabalho foram colocados a fazer patrulhas, enquanto outros cinco estão a trabalhar no centro de detenção criado para receber os detidos pelas forças internacionais, devido à participação em actos de violência relacionados com a crise, e os restantes dois estão a trabalhar no centro de comunicações da UNPOL (polícia da ONU).
"O regresso destes agentes é crucial para restaurar a autoridade pública e garantir o respeito da lei", salientou Antero Lopes, comissário da UNPOL.
A desintegração da PNTL e a divisão das forças armadas foram o resultado imediato da crise político-militar, que teve ainda como efeitos a substituição de Mari Alkatiri, à frente do governo, por José Ramos-Horta.
Cerca de 30 mortos e mais de 160 mil timorenses a viver em campos de acolhimentos distribuídos pela cidade de Díli e distritos do interior, foram outros efeitos da crise, em que bens públicos e privados foram destruídos e que levaram as autoridades timorenses a solicitar apoio à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal para garantir a ordem pública.
Aqueles quatro países enviaram milhares de militares e polícias, mantendo-se no país actualmente cerca de 2.500 efectivos, entre os quais 127 militares da GNR.
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quinta-feira, setembro 28, 2006
Polícia regressa ao serviço após meses inactividade devido à crise
Por Malai Azul 2 à(s) 03:17
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
A Crise político-militar que se vive em Timor-Leste teve a sua origem num problema disciplinar e actos de insubordinação e não em qualquer descriminação objectiva (está provado), como alguns dos líderes dos ex-militares fizeram constar e políticos com falta de sentido de Estado foram alimentando fazendo de caixa de ressonância. A situação foi manipulada ao nível político e aproveitada a diversos níveis (interno e externo), sendo progressivamente politizada para criar instabilidade e insegurança, tendo em vista interromper o processo político em curso, promovendo a queda do governo.
Os factos que existem permitem aferir, que a manipulação dos ex-militares terá dois planos diferentes: plano interno (toda a gente sabe quem são os digníssimos actores/intervenientes) e plano externo (dois países grandes – um deles com a mania que controla o planeta e que tem um Império - toda a gente sabe quais são, menos os ingénuos…) com a mesma finalidade (manter a instabilidade controlada), mas com objectivos diferentes: interesses pessoais, tendo em vista a luta pelo poder e os tais países em não deixar que o país se desenvolva e, se necessário, promover a queda do governo (para tal se concretizar seria necessário subverter e enfraquecer as Forças de Segurança-PNTL/F-FDTL) por se encontrar numa esfera geoestratégica/geopolítica diferente das dos interesses daqueles países. Por este motivo se entende o apoio privilegiado que sempre foi dado à PNTL e a promoção da instabilidade, como aliás se tem vindo a constatar na região em que Timor-Leste se insere. Timorenses! Abram os olhos e não sejam ingénuos…., nem deixem que “os cangurus” vos transformem em aborígenes !!
O envolvimento do antigo Ministro do Interior (Rogério Lobato, que terá desviado ou roubado diamantes em Angola e, por isso, este vários anos preso nunca devia ter sido nomeado para funções governativas, pois era um incompetente como chegou a ser afirmado pelo próprio Presidente Xanana – entretanto durante a crise fez-lhe rasgados elogios!), de alguns partidos políticos da oposição e elementos da Igreja na manipulação dos ex-militares em todo este processo está identificado, desde algum tempo e, portanto, não constitui propriamente uma novidade. Infelizmente, o débil sistema judicial e a falta de transparência, cuja independência tem sido de carácter duvidoso, se forem tidos como referencia, alguns casos recentes, nomeadamente os processos em que estava envolvido Rogério Lobato (arquivados por sua ordem com vários insultos aos procuradores portugueses nos jornais timorenses), não permite assumir que, ao nível interno, possa haver investigação com rigor e isenção dos problemas relacionados com a crise político-militar. Neste contexto, acentua-se a importância da Comissão de Investigação Internacional para que as investigações possam, de facto, ser imparciais e conclusivas. Aquela comissão já tem elementos e provas mais que suficientes! Vamos ver se não distorcem a verdade ou se o relatório não vai ser apresentado ao Xanana (amigos australianos) para a respectiva censura ou manifestação de reservas. No âmbito dessas investigações deveria ser dada especial atenção e tido em consideração um dos aspectos importantes - a organização e controlo da manifestação dos ex-militares em ABR06 com ligações a grupos de actividade criminal, nomeadamente o Kolimau 2000 (assumido pelo governo em comunicados oficiais!). No entanto, julga-se que seria fundamental para a credibilização (ao nível interno e externo) de um Estado de direito e para que os timorenses possam ser devidamente informados, obter respostas às seguintes questões:
Quem de facto organizou e apoiou a realização da manifestação?
Porque foi autorizada a participação do Kolimau (grupo de actividade criminal reconhecido publicamente como o responsável pelos actos de violência (Osório Leki)? (existem fotografias várias com os designados “peticionistas” em acção)
Porque foi mobilizado aquele mesmo grupo (liderados por Osório Leki) para a manifestação de apoio ao governo em SET04? (existem fotografias nos jornais)?
Porque foi autorizado os manifestantes utilizarem o fardamento das F-FDTL?
Porque tinham alguns manifestantes (ex-militares e civis) armamento e granadas? (foi amplamente divulgado pela PNTL, que tinha sido passada a necessária revista)
Quais as verdadeiras intenções e motivações dos diversos intervenientes?
Porque actuou a PNTL de forma passiva e sem a necessária postura pró-activa?
Porque foi adquirido armamento pela PNTL (desde a sua criação) sem o necessário controlo por parte dos órgãos competentes?
Porque foi criado o problema artificial “Loromonu” e “Lorosae” dentro das forças de segurança?
Porque foi entregue armamento diferente ao pessoal da PNTL conotado com Lorosae e Loromonu ?
Quem armou os civis e qual a origem das armas de fogo?
Porque foram recrutados ilegalmente/armados civis, que trabalharam com uma unidade da PNTL (URP) em operações policiais nos distritos da fronteira (NOV/DEZ05)? (factos publicados em jornais timorenses com a designação e justificação do antigo Ministro do Interior Rogério Lobato – operações de contra-guerrilha !!)
Porque ocorreu a falência total da cadeia de comando da PNTL com a consequente desintegração e incapacidade de controlar a situação?
Porque as autoridades, a diversos níveis e, estranhamente, referiram que a PNTL estava a controlar a situação e a monitorizar os movimentos dos dissidentes e desertores?
Porque não foi efectuada com carácter urgente e em simultâneo a inspecção/verificação armamento às F-FDTL/PNTL?
A fragilidade das Forças Segurança (F-FDTL/PNTL), apesar do apoio privilegiado à PNTL dado pelas NU e Austrália constitui terreno propício às manipulações externas. A quem interessa esta situação?
Porque existiu falta de solidariedade institucional em todo o processo?
A resposta às perguntas anteriores vai, por certo, esclarecer muita coisa e haverá surpresas…. Não se esqueçam do ditado “A VERDADE É COMO O AZEITE, VEM SEMPRE AO DE CIMA”. Para a próxima intervenção, este vosso servo deixará mais umas perguntas interessantes!
Para terminar, importa ter presente, que a resolução da crise político-militar ainda não terminou e a avaliação da extensão dos danos, sendo dificultada por vários factores, já permitiu identificar que deixou “FERIDAS QUE IRÃO SER DIFÍCEIS DE CICATRIZAR”. O processo de desarmamento/reorganização da PNTL tem de ser transparente (elementos referenciados com dissidentes/desertores incluindo a própria cadeia de Comando não podem nem devem ser admitidos)
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