quinta-feira, agosto 31, 2006

LUSA - Sobre a fuga de reclusos da prisão de Becora

Director prisões critica forças internacionais por falta segurança em Becora

Díli, 30 Ago (Lusa) - O director nacional das prisões de Timor-Leste cr iticou hoje as forças internacionais por não terem garantido a segurança no exte rior da cadeia de Becora, de onde se evadiram o major Alfredo Reinado e outros 5 6 reclusos.

"Há cerca de uma semana que nós e o senhor ministro da Justiça temos vi ndo a pedir às forças australianas para colocarem segurança em volta da cadeia, mas até hoje o nosso pedido não tinha sido atendido", disse Manuel Exposto agênc ia Lusa.

Manuel Exposto, empossado no cargo há três meses, garantiu que na altur a da fuga, cerca das 15:00 de hoje (07:00 em Lisboa), "não havia guardas interna cionais no exterior", razão que apontou para que os reclusos tivessem abandonado a cadeia de Becora "pelo portão principal".

A segurança da cadeia de Becora estava a ser assegurada pelas forças ne ozelandesas, mas "deixou de ser feita há uma semana", segundo Manuel Exposto.

"Estavam cerca de 60 guardas prisionais na cadeia, mas estão desarmados e não possuem comunicações e outros meios de defesa pessoal e do recinto", diss e Manuel Exposto, referindo que os "cinco guardas que estavam à porta da cadeia não puderam fazer nada para impedir a evasão".

"Os guardas não estavam preparados, porque ninguém contava que isto aco ntecesse. Temos falta de equipamento adequado, como rádios e armas, e são precis os mais guardas prisionais", explicou.

O quadro de pessoal do serviço nacional de prisões conta com 150 guarda s prisionais, segundo Manuel Exposto.

O director nacional das prisões de Timor-Leste confirmou que o major Al fredo Reinado se encontra entre os fugitivos e admitiu que várias pessoas que pu dessem estar a cumprir pena pelos confrontos de 1999 também estejam a monte.

"Mas ainda é cedo para identificar quem fugiu", acrescentou.

O major Alfredo Reinado, que abandonou a cadeia de comando das forças d e defesa de Timor-Leste no início de Maio, tornando-se uma das figuras mais medi áticas na revolta contra o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, estava detido des de 25 de Julho, por posse ilegal de armas.

JCS.


Forças policiais internacionais reforçaram patrulhamento em Díli

Díli, 30 Ago (Lusa) - As forças policiais internacionais estacionadas e m Timor-Leste reforçaram hoje o patrulhamento em Díli e montaram postos de contr olo na tentativa de capturar os 57 detidos que fugiram da cadeia de Becora, um d os quais o major Alfredo Reinado. Fonte policial contactada pela agência Lusa r eferiu que foram "instalados alguns postos de controlo em vários pontos da cidad e" mantendo-se o patrulhamento nos diversos bairros de Díli, que tem desde hoje um primeiro posto fixo de polícia no subdistrito Dom Aleixo, na capital.

Como é habitual no período da noite, o movimento na cidade é reduzido, mas hoje é ainda menor nas zonas principais da cidade, exceptuando a circulação de carros das patrulhas internacionais integradas nas forças da ONU, como é o ca so da GNR e da polícia da Malásia.

O esquema de segurança montado pelas forças da ONU e pelos militares e polícias australianos e da Nova Zelândia restringe-se a Díli, tendo as fontes co ntactadas pela Lusa explicado que a polícia nacional timorense "continua a traba lhar" noutras cidades e distritos.

Cerca das 15:00 locais (07:00 em Lisboa), 57 reclusos, entre os quais o major Alfredo Reinado e 16 ex-militares do exército timorense, evadiram-se da c adeia de Becora saindo pela porta principal, aparentemente sem qualquer resistên cia por parte de elementos da segurança.

JCS.

ONU não tem responsabilidade de segurança de cadeia - Antero Lopes

Díli, 30 Ago (Lusa) - As forças policiais da ONU não têm qualquer respo nsabilidade na segurança na zona da cadeia de Díli, de onde se evadiu hoje o maj or Alfredo Reinado e outros 56 reclusos, garantiu à Lusa o comissário Antero Lop es.

"A nossa preocupação neste momento reside na segurança da população e n a recuperação, em segurança, dos evadidos", afirmou Antero Lopes, que comanda as forças policiais das Nações Unidas em Timor-Leste.

Antero Lopes salientou que "jamais a polícia da ONU esteve envolvida ou foi requisitada para efectuar segurança ao edifício da cadeia" de Becora.

O comandante da polícia da ONU acrescentou ter conhecimento de que a se gurança na cadeia de Becora "tem vindo a ser feita por forças internacionais ao abrigo de acordos bilaterais entre Timor-Leste e esses países".

Contactado pela Lusa, o gabinete do primeiro-ministro timorense, José R amos-Horta, escusou-se anteriormente a fazer qualquer declaração sobre a fuga do s 57 reclusos da cadeia de Becora, remetendo qualquer esclarecimento para as for ças internacionais da ONU.

Fontes policiais disseram à Lusa que a fuga ocorreu cerca das 15:00 loc ais (07:00 em Lisboa), aparentemente sem qualquer resistência por parte dos guar das prisionais.

O grupo de fugitivos inclui 16 ex-militares das forças de defesa timore nses e pelo menos cinco condenados por homicídio, além de Alfredo Reinado, que a bandonou a cadeia de comando das forças de defesa timorenses no início de Maio, tornando-se na figura mais mediática da revolta contra o ex-primeiro-ministro Ma ri Alkatiri. Fontes contactadas pela agência Lusa referiram - à semelhança do que tinha feito o advogado Paulo Remédios, defensor de Alfredo Reinado - que a z ona envolvente da cadeia de Becora estava sem polícias e que os guardas da prisã o actuam desarmados.

JCS.

57 reclusos em fuga, 16 ex-militares no grupo

Díli, 30 Ago (Lusa) - O major Alfredo Reinado fugiu hoje da cadeia de Becora, em Díli, juntamente com outro 56 reclusos, incluindo 16 ex-membros das forças armadas timorenses e cinco condenados por homicídio, disse à Agência Lusa fonte oficial.

Os 57 fugitivos, que representavam 28,5 por cento dos 200 detidos em Becora, saíram pela porta principal do estabelecimento cerca das 15:00 locais (07:00 em Lisboa), sem, aparentemente, qualquer oposição por parte dos membros da segurança, de acordo com fontes contactadas pela Lusa.

O gabinete do primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, escusou-se a comentar a fuga, remetendo qualquer esclarecimento para as forças da ONU.

A segurança nas imediações da cadeia de Becora é da responsabilidade da polícia da Nova Zelândia.

A fuga de Alfredo Reinado - a figura mais mediática dos elementos das forças de defesa que contestaram o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri - ocorreu num dia feriado nacional, quando os timorenses estão a comemorar o sétimo aniversário do referendo que conduziu à independência do país.

A cadeia, localizada no bairro de Becora, tinha 200 detidos, dos quais três são antigos agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste, 18 pertenceram às forças armadas e os restantes civis.

De acordo com o advogado Paulo Remédios, que representa Alfredo Reinado - que regressou à cadeia na quinta-feira, depois de duas semanas no Centro de Detenção de Caicoli -, o major temia pela sua segurança e chegou mesmo a alertar para a possibilidade de ser perpetrado um ataque à cadeia para retirar detidos, um elemento que segundo o causídico consta do processo.

O advogado disse ter alertado, em cartas endereçadas ao tribunal, ao Procurador-Geral da República timorense, ao ministro da Justiça e ao próprio Presidente da República, Xanana Gusmão, para o receio de um ataque à cadeia.

Segundo Paulo Remédios, uma sobrinha do major Alfredo Reinado esteve com ele hoje, já que era dia de visitas.

As polícias internacionais estacionadas em Timor-Leste sob o comando da ONU estão a lançar operações no terreno com vista à captura dos fugitivos.

Entre os evadidos de hoje não se encontra nenhum dos três ex-membros da Polícia Nacional de Timor-Leste detidos no estabelecimento.

Alfredo Reinado e cerca de 20 dos seus homens estavam detidos desde 25 de Julho, por posse de material de guerra encontrado numa operação de rotina da GNR em três casas, uma delas, segundo o major, atribuída por Xanana Gusmão.

As restantes casas, situadas a cerca de 10 metros do Quartel-General das forças militares australianas em Díli, tinham sido ocupadas por Alfredo Reinado.

A detenção foi feita ao abrigo do Protocolo bilateral entre Timor-Leste e a Austrália, no âmbito das medidas de emergência que estavam em vigor no país desde 30 de Maio, decretadas por Xanana Gusmão.

Entre o arsenal apreendido a Reinado constavam nove pistolas, quatro de calibre '45 Auto e cinco de calibre 9, mais de 4 mil munições para espingarda automática e pistola, granadas, cinco rádios de transmissões, dois bastões extensíveis, cinco punhais, três catanas e equipamento militar diverso, entre o qual coletes à prova de bala e cinturões.

O major Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses e foi um dos principais intervenientes na crise político-militar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa para tentar ultrapassar a situação de instabilidade e violência no país, que levou à demissão do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.

JCS.

Reinado fugiu da prisão de Becora com mais de 50 reclusos - polícia

Díli, 30 Ago (Lusa) - O major Alfredo Reinado, detido em Julho em Díli pelas forças australianas por posse ilegal de armas, evadiu- se hoje da cadeia da capital timorense integrado num grupo de mais de 50 detidos, disseram à Lusa várias fontes policiais.

Apesar de não ter sido ainda apurado o número oficial de foragidos, várias fontes policiais contactadas pela Lusa apontam para pelo menos meia centena de reclusos em fuga.

A cadeia, localizada no bairro de Becora, tinha 200 detidos, dos quais três são antigos polícias da Polícia Militar de Timor-Leste, 18 pertenceram ao exército e os restantes civis.

Também contactado pela agência Lusa, o advogado do major Alfredo Reinado, Paulo Remédios, revelou que o militar temia pela sua segurança na cadeia.

"Não temos pormenores [sobre a fuga], nem hora nem o tipo de situação. Estive com ele ontem [terça-feira] e ele voltou a manifestar a preocupação das últimas semanas no capítulo da segurança", disse o advogado.

O causídico referiu que já tinha pedido o reforço do dispositivo policial no perímetro da prisão porque no processo do Reinado é referida a possibilidade de um ataque à cadeia para retirar reclusos do estabelecimento.

O próprio Reinado, disse Paulo Remédios, já tinha referido essa possibilidade e temia pela própria vida.

O advogado disse ter alertado, em cartas endereçadas ao tribunal, ao Procurador Geral da República timorense, ao ministro da justiça e ao próprio presidente Xanana Gusmão, sobre o possível ataque à cadeia.

As circunstâncias da fuga estão a ser investigadas por polícias australianos na cadeia.

O major Reinado está na cadeia de Becora desde a passada quinta- feira, proveniente do Centro de Detenção de Caicoli.

Reinado tinha sido transferido há poucas semanas para o Centro de Detenção de Caicoli, mas a requerimento do advogado regressou à Cadeia de Becora porque a sua transferência foi considerada ilegal.

Segundo o advogado, uma sobrinha do major Alfredo Reinado esteve com ele hoje, já que era dia de visitas.

As polícias internacionais estacionadas em Timor-Leste sob o comando da ONU estão a lançar operações no terreno com vista à captura dos fugitivos.

JCS.

4 comentários:

Anónimo disse...

“O gabinete do primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, escusou-se a comentar a fuga, remetendo qualquer esclarecimento para as forças da ONU” diz a Lusa.

Perante este enjeitar de responsabilidades do PM qualquer um fica muitíssimo preocupado. Então ele que sabe dos poderes totais que entregou aos Australianos, ele que sabe que os guarda prisionais Timorenses foram desarmados (tal como os polícias) por via do tal acordo que ele Ramos-Horta negociou, ele que sabia que os Australianos há uma semana não asseguravam a guarda da prisão de Bécora, e agora que a bronca aconteceu tem a distintíssima lata de despachar para a ONU, só para não deixar mal vistos os seus amigos Australianos? E nem se importa de iniciar da pior maneira possível o relacionamento com a força policial da ONU, que tanta falta faz para assegurar – juntamente com os seus colegas Timorenses – a lei, a ordem e a segurança em Timot-Leste?

Isto não é admissível. A primeira obrigação dum PM responsável é com o seu povo. E este PM não está a defender os direitos do seu povo.

Anónimo disse...

Margarida
Se achas que este PM nao defende o povo, entao queres dizer que o eis PM e que defendia o povo? Foi este PM ou o seu antecessor que causou todo este embroglio. No proximo Natal vou oferecer umas azitas deanjo ao Mari, pois, ele bem merece umas azitas novas. Coitado do actual PM!... Afinal, ser Premio Nobel ja nao eh suficiente para se resguardar de gente mal intencionada....

Anónimo disse...

Timor-Leste: Nova Zelândia abandonou cadeia sem avisar - ministro Justiça


Díli, 30 Ago (Lusa) - As forças neozelandesas que estavam a fazer segur ança no exterior da cadeia de Becora, de onde fugiram hoje 57 reclusos, "abandon aram o local" sem informar o Governo timorense, disse à agência Lusa o ministro da Justiça timorense.

"Havia um acordo em que as forças da Nova Zelândia estavam encarregues de fazer a segurança no exterior da cadeia, mas há cerca de uma semana deixaram o local e não nos informaram", afirmou Domingos Sarmento, que disse ter sido alertado pelo director do presídio para a situação.

Domingos Sarmento referiu que contactou com as forças australianas para que "fosse reposta" a segurança no exterior da cadeia de Becora, mas recebeu co mo resposta que a saída das forças do local se devia a "necessidades de colocaçã o de homens noutros pontos da cidade".

"Contactei as forças australianas e disseram-me que a Nova Zelândia tinha retirado, porque precisavam de gente para pôr noutras zonas da cidade", afirm ou.

O ministro da Justiça timorense reconheceu que a ausência de forças pol iciais ou militares no exterior da cadeia e o facto dos guardas prisionais andar em desarmados "contribuíram para facilitar a fuga" do major Reinado e de outros 56 reclusos.

Domingos Sarmento disse que vai continuar a solicitar, quer às forças i nternacionais com as quais Timor-Leste tem acordos bilaterais (Austrália e Nova Zelândia), quer à polícia da ONU, "que seja colocado um grupo militar ou policial no exterior da cadeia até que a polícia nacional esteja reactivada e seja possível colocar lá as forças timorenses".

"Timor-Leste tem três prisões - Becora, em Díli, Gleno, em Ermera, e a prisão de Baucau", explicou Domingos Sarmento, salientando que só na de Baucau - a 130 quilómetros a leste da capital - é que a segurança é da responsabilidade da polícia timorense, que naquela cidade não foi desactivada em consequência da crise que afecta o país desde o final de Abril.

"Em Gleno também não temos polícia timorense, nem sequer forças internacionais", frisou.

Domingos Sarmento reconheceu ainda que a utilização de armas pelos guardas prisionais melhoraria a segurança da cadeia, mas referiu que o "regulamento interno não permite essa situação".

Cerca das 15:00 locais de hoje (07:00 em Lisboa), 57 reclusos, entre os quais o major Alfredo Reinado e 16 ex-militares do exército timorense, evadiram -se da cadeia de Becora saindo pela porta principal, aparentemente sem qualquer resistência por parte de elementos da segurança.

JCS.

Lusa/Fim

Anónimo disse...

Atensaun camarada tomak. Aban dader ita nia partidu sei hala'o soru mutu atu hatun Xanana ho Ramos-Horta. Lia menon sei mai hussi ita nia camarada Ze Cinico. La bele falta. Ze Cinico sei hatudu an e koalia hassoru ukun bot nain rua neh.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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