quinta-feira, agosto 31, 2006

Forças ONU e internacionais trabalham em conjunto para deter fugitivos

Díli, 30 Ago (Lusa) - As Nações Unidas e as forças internacionais em Ti mor-Leste "acordaram hoje trabalhar de forma estreita e em coordenação de esforç os" para recapturar os prisioneiros que fugiram da prisão de Becora, em Díli.

Em comunicado, a missão da ONU anunciou que o representante do secretár io-geral das Nações Unidas no país, o japonês Sukehiro Hasegawa, sublinhou a nec essidade de todas as forças trabalharem em conjunto e "em coordenação de esforço s" para recapturar os 57 detidos, entre os quais o major Alfredo Reinado.

Segundo o mesmo comunicado, o comissário português Antero Lopes, que co manda as forças policiais da ONU em Timor-Leste, tem como preocupação deter os f ugitivos, tendo sido reforçadas as operações tanto em Díli, como nos arredores d a capital timorense.

Antero Lopes apelou também à população para contactar a polícia das Naç ões Unidas ou as forças internacionais, caso tenha informações sobre os fugitivo s, lê-se no comunicado.

Segundo a ONU, a segurança no exterior da cadeia de Becora tem estado a ser garantida pelas forças internacionais que estão em Timor-Leste ao abrigo de acordos bilaterais.

Desde Maio, encontram-se em Timor-Leste, a pedido das autoridades timor enses, forças policiais e militares de Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malá sia.

No âmbito de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU aprovada sex ta-feira passada, os efectivos policiais de Portugal e da Malásia passaram a int egrar a Polícia das Nações Unidas (UNPOL) em Timor-Leste, sob comando do comissá rio Antero Lopes.

As forças da Austrália e da Nova Zelândia permanecem em Timor-Leste ao abrigo dos acordos bilaterais que os dois países assinaram com as autoridades ti morenses.

Em declarações anteriores à agência Lusa, Antero Lopes indicara já que as forças policiais da ONU não tinham qualquer responsabilidade pela segurança n a zona da cadeia de Díli.

"A nossa preocupação neste momento reside na segurança da população e n a recuperação, em segurança, dos evadidos", afirmou, salientando que "jamais a p olícia da ONU esteve envolvida ou foi requisitada para efectuar segurança ao edi fício da cadeia" de Becora.

O ministro da Justiça timorense, Domingos Sarmento, e o director nacion al das prisões, Manuel Exposto, criticaram as forças australianas e neozelandesa s por não terem garantido a segurança no exterior da cadeia de Becora, factor qu e consideraram determinante para a fuga de Alfredo Reinado e dos outros 56 reclu sos.

"Havia um acordo em que as forças da Nova Zelândia estavam encarregues de fazer a segurança no exterior da cadeia, mas há cerca de uma semana deixaram o local e não nos informaram", afirmou Domingos Sarmento à Lusa.

O ministro timorense referiu que contactou com as forças australianas p ara que "fosse reposta" a segurança no exterior da cadeia de Becora, mas recebeu como resposta que a saída das forças do local se devia a "necessidades de coloc ação de homens noutros pontos da cidade".

"Contactei as forças australianas e disseram-me que a Nova Zelândia tin ha retirado, porque precisavam de gente para pôr noutras zonas da cidade", disse Domingos Sarmento.

Manuel Exposto afirmou, por sua vez, que na altura da fuga, cerca das 1 5:00 de hoje (07:00 em Lisboa), "não havia guardas internacionais no exterior", razão que apontou para que os reclusos tivessem abandonado a cadeia de Becora "p elo portão principal".

O gabinete do primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, escusou-se até agora a comentar a fuga de Reinado, remetendo qualquer esclarecimento para as forças da ONU.

O major Alfredo Reinado, que abandonou o comando das forças de defesa t imorenses no início de Maio, tornando-se a figura mais mediática dos militares q ue se revoltaram contra o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, encontrava-se deti do desde 25 de Julho, por posse ilegal de armas.

O grupo que se evadiu hoje da cadeia de Becora inclui ainda 16 ex-milit ares das forças de defesa e pelo menos cinco condenados por homicídio.

As forças internacionais têm em curso uma operação para tentar deter os evadidos.
JCS.

4 comentários:

Anónimo disse...

Alguém anda a brincar com coisas muito sérias. E isso não se faz.

O que temos perante nós é, num primeiro olhar, um facto altamente desacreditador do sistema de justiça timorense.

Mas, num segundo olhar, logo essa noção parece dever afastar-se:
1. Justificar-se-á o afastamento das forças internacionais do local quando está preso em Becora o mais mediático e aparentemente perigoso dos presos timorenses?
2. Se, que eu saiba, sempre houve segurança assegurada pela PNTL no exterior de Becora, não seria agora (neste momento de agitação e alguma desordem) de a manter e mesmo reforçar - através da presença de elementos internacionais?
3. Porque razão se repete a história de há um mês ou coisa parecida, quando S. Exa. o Ministro da Justiça de Timor-Leste terá solicitado ao comando australiano tropas para assegurar a integridade da sede do Ministério e, pelo menos aparentemente, por falta da mesma, foi o edifício pilhado e saqueado (tendo sido levados importantes documentos)?

Meus amigos, estas parecem-me questões muito simples e baseadas em meros factos. A situação é demasiado complexa para se poder atribuir a culpa a um ou outro sem mais. Mas, como dizia o outro: "yo no creo en brujas. Pero que las hay, las hay".

Abraços para TL dum Malai em Lisboa

Anónimo disse...

Xanana Gusmão não é o responsável máximo timorense pela segurança e defesa?
Não tinham decidido levantar as medidas de segurança excepcionais porque a situação estava mais calma?
E o Presidente continua a não ter nada para nos dizer?

Anónimo disse...

Olhem so este anonimo anterior. Essa mania obstinada de culpar o PR por tudo so lhe fica mal. Entao nao sabe que as medidas de emergencia foram ja levantadas e que o PR ja nao eh o responsavel pela defesa e seguranca?
Ha demasiados meninos sabichoes a comentarem sobre coisas serias.

Cresca e apareca!

Anónimo disse...

A defesa nao esta acumulada pelo Hortecas? O mesmo e dizer, quem manda e o Xanana, assim como quem governa e o Alkatekas.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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