sexta-feira, maio 18, 2007

The Balibo Five

Blog Na'in deixou um novo comentário na sua mensagem "Ainda Balibo":
There's a story of a local newspaper headline that reads "Thousands Die In Earthquake: No Local People Involved". It may be apocryphal, but it's so true that people only take an interest in a tragedy when some of their own people are involved.

An Aussie friend told me that when InterFET went into East Timor in 1999, he heard someone say "'Bout bloody time - after what they did to our journos". My friend was puzzled as he didn't know the story of the 'Balibo Five', the five TV newsmen killed in the border town in October 1975. For years the official line was that the men died in crossfire between rival factions, and that they were unwise to have been were they were, but the recent inquest in Sydney has heard from Timorese witnesses who confirmed that the men were murdered by the Indonesian military when they tried to surrender.

The story of the Balibo Five, like that of East Timor itself, is a squalid tale of deception and cover-up, and not just on the part of the Australian government. While the men were working for Australian TV channels, only two of them were Australians - two of the others were British, and one was a New Zealander. But as far as London and Wellington were concerned, it was a matter for Canberra. After all, these men lived with their families in Australia, worked in Australia, so for all intents and purposes, they might as well have been Australian.

Most of my East Timorese friends don't know about the Balibo Five, or about Roger East, the Australian journalist who went to Dili "to get the truth out", only to meet the same fate as the other men when he was killed on the day of the invasion. And why should they? Their families all experienced indignities and traumas of their own - they weren't just bereaved, like the families of the Balibo Five, they were tortured as well. As a friend remarked "I wasn't born in 1975!" so if she doesn't know about what happened to her own people, then why should she know about the fate of a handful of Westerners? Yes, their fate was gruesome, but so too was the fate of many more East Timorese.

I have met the relatives of two of the men, and am in touch with another, and their attitude could not be more different from that of some in the Aussie media who bang on about "our boys" as if only their deaths mattered, and those of East Timorese were just 'collateral damage'. Their relatives were killed because, as Greg Shackleton's widow, Shirley, said "the Indonesians had every intention of invading East Timor, and they didn't want the world to know."

There are now plans afoot to turn the story into a movie. Thankfully it isn't Steven Spielberg behind it, or the men would be depicted as Americans, or some other Hollywood historical travesty. José Ramos Horta, one of the last people to see the men alive, is now likely to become East Timor's next president, so it will be interesting to see how he is portrayed. Had this movie been made ten or fifteen years ago, there would have been less risk of it becoming a hagiography for Horta. But then again, it would never have been made because it might have offended the Indonesians.

However, rumour has it that Roger East is going to be portrayed as a hard-drinking foul-mouthed ocker, when he was anything but. That would be more like Bill Mabbely in Timothy Mo's 1991 novel, The Redundancy of Courage, set in 'Danu' a country based on East Timor. Bill Mabbely calls the malai (Indonesian) soldiers 'pig fuckers' before they shoot him dead, as they did Roger East. But Roger East never swore, not so much because he was a stern moralist, but because he felt people who did lacked vocabulary. That makes him more interesting, so why make it up?


http://livingtimorously.blogspot.com/2007/04/balibo-five.html

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Os Cinco de Balibo
Blog Na'in deixou um novo comentário na sua mensagem "Ainda Balibo":

Há a história do título de um jornal local que dizia "Milhares morrem em terramoto: nenhum local envolvido ". Pode ser hipócrito mas é verdade que as pessoas só se interessam por uma tragédia quando alguns dos seus estão envolvidos.

Um amigo Australiano disse-me que quando a InterFET foi a Timor-Leste em 1999, ouviu alguém dizer "'Já não era sem tempo –depois do que fizeram aos nossos jornalistas ". O meu amigo ficou admirado porque não conhecia a história dos 'Cinco de Balibo', os cinco jornalistas da TV mortos na cidade da fronteira em Outubro de 1975. Durante anos a história oficial era que tinham morrido num fogo cruzado entre facções rivais, e que tinham sido imprudentes em estarem onde estavam, mas na recente investigação judicial em Sydney ouviu-se testemunhas Timorenses confirmarem que os homens foram assassinados por militares Indonésios quando tentavam render-se.

A história dos Cinco de Balibo Five, como a do próprio Timor-Leste, é um conto trágico de enganos e encobrimentos, e não apenas da parte do governo Australiano. Conquanto estivessem a trabalhar para canais de TV Australianos, apenas dois deles eram Australianos – dois outros eram Britânicos e um era Neo-Zelandês. Mas no que respeitava a Londres e a Wellington era um assunto de Canberra. No fim de contas, estes homens viviam com as suas famílias na Austrália, trabalhavam na Austrália, para todas as contas e propósitos, bem podiam ser Australianos.

A maioria dos meus amigos Timorenses não conhecem nada acerca dos Cinco de Balibo, ou de Roger East, o jornalista Australiano que foi para Dili "para saber a verdade ", apenas para ter o mesmo destino dos outros quando foi morto no dia da invasão. E porque é que deviam? As famílias deles sofreram indignidades e traumas – não ficaram apenas enlutadas como as famílias dos Cinco de Balibo, foram também torturados. Como uma amiga lembrou "Não nasci em 1975!" por isso se ela própria não sabe o que aconteceu ao seu próprio povo, então porque é que devia saber do destino de uma mão cheia de Ocidentais? Sim, o destino deles foi trágico, mas também o foi o destino de muitos mais Timorenses.

Encontrei-me com familiares de dois dos homens, e estou em contacto com o de um outro, e a atitude deles não podia ser mais diferente da de alguma da media Australiana que trombeteia acerca dos "nossos rapazes " como se apenas interessasse a morte deles e a dos Timorense fosse apenas 'danos colaterais'. Os seus familiares foram mortos porque, como disse a viúva de Greg Shackleton, Shirley, "Os Indonésios tinham toda a intenção de invadir Timor-Leste, e não queriam que o mundo soubesse."

Há agora planos para pôr a história em filme. Graças a Deus Steven Spielberg não está por detrás disso, ou os homens seriam retratados como sendo Americanos, ou qualquer outro travesti histórico de Hollywood. José Ramos Horta, uma das últimas pessoas que os viram vivos, é provável que se torne o próximo presidente de Timor-Leste, por isso vai ser interessante ver como o retratam. Tivesse este filme sido feito há dez ou quinze anos atrás, haveria menos riscos de se tornar uma hagiografia de Horta. Mas, mais uma vez, nunca teria sido feito porque poderia ofender os Indonésios.

Contudo, há rumores de que Roger East vai ser retratado como um bêbado desbocado is, quando foi tudo menos isso. Isso será mais do estilo de Bill Mabbely na novela de 1991 de Timothy Mo, The Redundancy of Courage, passado em 'Danu' um país baseado em Timor-Leste. Bill Mabbely chama aos soldados malai (Indonésios) 'amantes de porcos' antes de o balearem morto, como fizeram a Roger East. Mas Roger East nunca praguejou, nem tanto por ser um moralista duro,mas porque tinha pena das pessoas com falta de vocabulário. Isso torna-o mais interessante, então porque é que inventam?


http://livingtimorously.blogspot.com/2007/04/balibo-five.html

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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