quinta-feira, dezembro 07, 2006

Díli e Pequim vão assinar acordo de isenção tarifária - embaixador

Rui Boavida, da Agência Lusa Pequim, 07 Dez (Lusa) - A China e Timor-Leste vão assinar em breve um a cordo que permitirá aos produtores timorenses exportar bens para a China sem pag ar tarifas alfandegárias, disse hoje o embaixador timorense em Pequim, Olímpio Miranda Branco, em entrevista à Agência Lusa.

Olímpio Miranda Branco apontou o primeiro trimestre de 2007 como uma possível data de assinatura do documento, cujo texto final "está neste momento a ser negociado".

O acordo de tarifa zero dará um forte impulso à economia timorense quando finalmente Timor-Leste começar exportar bens para os mercados internacionais, considerou Miranda Branco.

"Numa primeira fase, os produtos a ser definidos como tarifa zero seriam o café e a madeira, as maiores exportações potenciais de Timor-Leste para a China", acrescentou.

Em 2005, o comércio entre a China e Timor-Leste foi apenas de 1,27 milhões de dólares (954 mil euros) correspondentes na totalidade à venda de produtos chineses para o mercado timorense.

No entanto, de Janeiro a Julho deste ano, segundo estatísticas da embaixada de Timor em Pequim, este volume deu um salto superior a dez vezes, com as trocas comerciais a atingirem os 13,37 milhões de dólares (10,04 milhões de euros ).

Segundo o diplomata timorense na capital chinesa, Timor-Leste poderá também no futuro passar a exportar flores para a China, um mercado de milhares de milhões de dólares.

"Diversas agências chinesas manifestaram-se já dispostas a criar parcerias conjuntas ou com o estado ou com empresas timorenses para a produção de flores e plantas ornamentais para a China", disse.

Segundo estatísticas do Ministério da Agricultura chinês, o mercado de flores e plantas ornamentais chinesas foi de 3,57 mil milhões de dólares, representando um sexto do total do mercado de bens agrícolas.

"Timor-Leste e a China estão também a negociar, a levantar dados e a amadurecer ideias para definir investimentos chineses em Timor na ordem das centenas de milhões de dólares para os próximos cinco anos", disse Olímpio Miranda Branco.

Segundo o embaixador, o investimento chinês em Timor-Leste poderá alargar-se a todas as áreas, do turismo à agricultura, da pesca aos transportes e da construção de infra-estruturas aos negócios agrícolas.

No sector agrícola a aposta pode ser a cultura de vegetais e oleaginosa s para a produção de óleo, incluindo o óleo de palmeira, utilizado para a produção de biocombustíveis e na indústria química e alimentar.

A procura mundial deste produto deverá este ano bater um novo recorde, chegando aos 30,2 milhões de toneladas.

Quanto à cooperação bilateral, as prioridades, segundo o embaixador, es tão já definidas e são o treino de funcionários públicos, a formação de quadros, a agricultura, a pesca e a construção de infra-estruturas.

"A China já está a financiar a construção da sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros e está já definido o plano de construção do palácio da Presidência da República e de mais 100 casas para efectivos das forças armadas", disse Miranda Branco, que elogiou a rapidez chinesa na implementação dos projectos de desenvolvimento.

"Desde o momento da decisão, a China põe as coisas a funcionar em questão de semanas. E com a actual dinâmica do nosso governo, é também de prever uma maior rapidez na análise dos detalhes dos projectos", considerou o diplomata.

A China está na lista dos países que mais apoia Timor-Leste, com Pequim a prometer no final de 2005 um reforço de cerca de 50 milhões de renminbi (4,8 milhões de euros) e em Setembro de 2006 um outro apoio de 30 milhões de renminbi (2,88 milhões de euros) para acções de ajuda ao desenvolvimento em Timor-Leste.

Desde o ano 2000 e até à data, a China concedeu a Timor-Leste um total de 32,094 milhões de dólares (24,12 milhões de euros) para ajuda ao desenvolvime nto.

A China financiou em Timor-Leste, a construção por empresas chinesas de projectos muito visíveis, de alta visibilidade, como a reconstrução do palácio presidencial e do edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, estando também a prestar formação de quadros.

Lusa/Fim

2 comentários:

Anónimo disse...

renminbi??? o que é isso? Entao a moeda chinesa nao é o yuan? Que absurdo. Cada vez acredito menos naquilo que os media escrevem (vós incluidos, lamentavelmente).

Anónimo disse...

United States Dollars=USD - moeda dos EUA.
Renminbi=RMB, vulgarmente chamado Yuan - moeda chinesa.
Alguma leitura mais nao faz mal a ninguem, nao eh verdade sr Antonio Costa?

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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