domingo, outubro 22, 2006

Três mortos em Díli devido a violência entre grupos rivais


Díli, 22 Out (Lusa) - Pelo menos três pessoas foram mortas em Díli nas últimas 24 horas em consequência de confrontos entre grupos rivais, disseram hoje à Lusa fontes das forças de segurança na capital de Timor-Leste.


A primeira vítima mortal foi registada sábado à noite, no Bairro Pité, disse à Lusa fonte policial, que adiantou ter-se tratado de um esfaqueamento.

Fonte militar contactada pela Lusa acrescentou que a violência entre grupos rivais na capital timorense provocou já hoje mais dois mortos, um junto ao mercado de Comoro e o segundo nas proximidades do Hospital Nacional, resultantes igualmente de esfaqueamentos.

Não há ainda informações que permitam confirmar se as mortes de hoje estão relacionadas com o homicídio de sábado.

Relativamente aos confrontos de hoje, a Lusa testemunhou o levantamento de barricadas na área do mercado de Comoro (zona ocidental de Díli), designadamente na estrada que liga a cidade ao aeroporto, o que levou à intervenção de dezenas de efectivos militares australianos e policiais malaios.

Os militares da GNR foram igualmente chamados ao mercado de Comoro e ao Hospital Nacional, mas não foi necessária a sua intervenção.

A fonte policial contactada pela Lusa não soube dizer se foram feitas detenções.

A confirmação das três mortes sugere um novo agravamento da situação de segurança nalgumas zonas de Díli, após cerca de uma semana de acentuada diminuição de crimes e de detenções.

Na sexta-feira, em declarações à Lusa, o comandante da Polícia das Nações Unidas (UNPOL), comissário Antero Lopes, disse à Lusa que a situação de segurança em Díli estava a melhorar, com a diminuição da média de crimes registados e de detenções.

"Apesar de termos mais polícias nas ruas, o que significa um maior acesso à informação e uma maior possibilidade de reportar crimes por parte da população, verificámos que nos últimos sete dias foram registados apenas 87 crimes, o que corresponde a uma diminuição de 60 por cento relativamente à semana anterior ", salientou então Antero Lopes.

A par da acentuada diminuição de crimes, a UNPOL registou no mesmo período uma quebra do número de detenções.

Mensalmente são detidas em média 125 pessoas, ou seja cerca de 30 detenções por semana, um número que baixou esta semana para 20, precisou.

Actualmente, a UNPOL conta com 824 efectivos, de 20 nacionalidades, além de 75 efectivos da Polícia Nacional de Timor- Leste (PNTL) integrados em equipas mistas.

O total de elementos da UNPOL previsto pela resolução 1704 do Conselho de Segurança da ONU, de 25 de Agosto, que criou a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) é de 1.608, número que deverá ser atingido em Janeiro de 2007, segundo Antero Lopes.

"Até ao final de Outubro contamos ter 923 efectivos. Além desse número, vamos contar com mais agentes da PNTL", acrescentou.

Vinte e cinco agentes da PNTL estão actualmente a terminar um curso intensivo ministrado pela ONU e outros 25 iniciam-no segunda-feira, o que fará com que dentro de uma semana a UNPOL e a PNTL ultrapassem o milhar de efectivos.

Antero Lopes anunciou ainda que a projectada abertura de esquadras, a funcionar 24 horas por dia, em vários pontos da capital timorense vai finalmente arrancar a partir de segunda-feira, com a activação de quatro postos da polícia.

Em Abril e Maio, Timor-Leste viveu um período de violência que provocou mais de três dezenas de mortos, na sequência de uma crise político-militar que originou confrontos entre efectivos das forças armadas e da polícia, bem como en tre grupos rivais.

Terça-feira passada, uma comissão de inquérito da ONU divulgou um relat ório sobre a violência ocorrida naquele período, recomendando a abertura de proc essos judiciais contra dezenas de pessoas, incluindo os ex-ministros Rogério Lob ato (Interior) e Roque Rodrigues (Defesa) e o comandante das forças armadas, brigadeiro-general Taur Matan Ruak.

A comissão de inquérito da ONU recomendou também uma investigação adici onal para determinar eventuais responsabilidades criminais do ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri na distribuição de armas a civis.

EL-Lusa/Fim


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3 comentários:

Anónimo disse...

Sera que os nossos governantes ainda estao convencidos que esta crise se resolve com dialogos? Devem ser uns grandes liricos se estao convencidos disso. Todos os desordeiros actuam depois de se embriagarem ou de se drograrem, no entanto a venda de bebidas alcoolicas nas ruas de Dili e livre. Penso que ha quem esteja interessado que a desordem continue.
Quando foi anunciado o relatorio da CII a violencia foi suspensa. Mas depois de ter sido anunciado o calendario das eleicoes presidenciais e legislativas, os bandoleiros voltaram a actuar e a matar. Parece-me que ha quem tenha medo de perder se houver eleicoes.
A lei seca e o recolher obrigatorio poderao contribuir para a solucao do problema, mas e preciso actuar sem medo e nao e isso que eu vejo. O que vejo e muita mariquice junta.

Anónimo disse...

Timor oan RAI NAIN – Sao os que tem Uma Lisan, Uma Lulik, Adat, moris iha fetosan umane nia laran, iha Knua, Uma ho Ahi, Fatuk ho Rai

Linguisticamente Makasae , Galole, Oemua, Tetun terik, Mambae, Tokodede, Bunak, Kemak, Baikeno entre outros, sao tracos que nao existem noutros lugares do mundo.

Os nomes Maubere, Ruak, LuOlo, Falur, Lere sao originarios de Timor que e completamente diferente de Mario Carrascalao ou de Mari Alkatiri.

Kuda Reno ou Kuda Burro Timor Oan Rai Nain precisa de sair do colonialismo e caminhar adiante com o inquebrantavel desejo de Ukun Racik Aan , Kaer Racik Kuda Talin

Anónimo disse...

Ukun Racik Aan ,
Kaer Racik Kuda Talin
Kaer kois kuda talin
Kaer fali kuda lasan

Kaer fali kuda lasan
Doko tun doko sa'e
Kaer metin rabat oh
Kaer Lasama rabat rae

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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