domingo, outubro 22, 2006

Notícias - Tradução da Margarida

Salve Timor-Leste: Dili camp management forum
Fonte: Organização Internacional para a Migração (IOM)
Data: 20 Oct 2006

A IOM e a ONG local parceira BELUN abrigou esta semana um fórum de dois dias para gestores de campos Timorenses responsáveis por monitorizar o fornecimento de serviços a milhares de deslocados em Dili.

O fórum, que juntou um grupo de 48 gestores de campos Timorenses duma secção de 65 sítios de campos de Dili, foi a primeira oportunidade para colectivamente reverem práticas de gestão de campos desde o deslocamento de tantos quantos 150,000 Timorenses há quase cinco meses.

Os gestores de campos foram encorajados a partilharem as suas experiências, identificar constrangimentos e forças na prestação de serviços, e dar recomendações ao governo de Timor-Leste e organizações humanitárias sobre a estrutura de gestão de campo e a provisão de serviços antes da próxima estação de chuvas.

Saúde, educação, segurança, e o programa do governos Simu Malu (aceitação mútua) para o regresso e reintegração dos deslocados, figuraram proeminentemente na discussão.

"O fórum foi uma excelente maneira de partilhar experiências e ganhar perspectiva nos nossos papéis de gestão de campos. Esperamos que as ideias geradas aqui podem ajudar a informar o planeamento de gestão de campos e melhorias nas condições dos campos." disse Goris Silveira do campo de Tasi Tolu.

O chefe da Missão do IOM Luiz Vieira concordou que o fórum foi um passo importante para dar uma voz maior local na abordagem da gestão de campos integrados. "Ao construir melhores relações entre todos os envolvidos na gestão dos campos podemos continuar a alcançar resultados positivos no fornecimento de protecção e na prestação de serviços aos que ainda precisam de assistência " disse.

TIMOR-LESTE: CRISTÃOS DEVEM RESPEITAR A MINORIA MUÇULMANA, DIZ O PRIMEIRO-MINISTRO
Dili, 20 Out. (AKI) – Quando chega ao fim o mês sagrado de jejum do Ramadão, o assédio constante aos 500 muçulmanos, abrigados na Mesquita de Annur em Dili, a capital de Timor-Leste, foi condenada pelo primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta. Numa entrevista com Adnkronos International (AKI), Horta disse que os cristãos deviam respeitar a minoria muçulmana e que os ataques que têm acontecido desde que os distúrbios irromperam no país em Maio devem parar.

"Condeno estes ataques contra os nossos irmãos e irmãs muçulmanos que estão agora no seu mês sagrado de jejum. Neste período, mais do que nunca, devemos mostrar o nosso respeito com eles porque são minorias," disse Horta a AKI.

Juntamente com as Filipinas, Timor-Leste é o único predominantemente Católico lno Sudeste da Ásia. De acordo com um funcionário local muçulmano, só há 2,452 muçulmanos em Timor-Leste. Contudo, de acordo com o CIA Fact Book e várias outras fontes, os muçulmanos são quatro por cento da população de cerca um milhão de habitantes.

"Temos muito boas relações com os nossos muçulmanos em Timor-Leste. Todos os anos o nosso presidente [Xanana Gusmão] e os nossos líderes religiosos católicos e eu temos celebrado o fim do período de jejum com eles," acrescentou Horta.

Os 500 muçulmanos abrigados na mesquita fazem parte dos milhares que foram forçados a fugir das suas casas depois da violência que irrompeu na antiga colónia Portuguesa no passado mês de Maio.

Uma disputa no seio das forças armadas começou distúrbios que se espalharam e que levaram eventualmente à queda do governo do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri e ao destacamento de tropas estrangeiras para Timor-Leste.

Como AKI pôde confirmar, os muçulmanos têm sido objectos a assédio constante e a violência esporádica por uma multidão de jovens católicos, que muitas vezes actuam sob influência do alcool.

"Fomos atacados muitas vezes," disse o coordenador da mesquita de Annur, Anwar da Costa, ao AKI.

Depois acusou a Polícia da ONU (UNIPOL) por não os proteger.

"A UNIPOL não faz nada por nós. Muita da minha gente na mesquita foi atacada. Alguns deles foram feridos com seriedade no mês do jejum," acrescentou.

O Comissário da UNIPOL, o Português superintendente da polícia, Antero Lopes disse que tinha recebido informação de queixas da comunidade muçulmana e confirmou que a UNIPOL conduzirá patrulhas de rotina á volta da área da mesquita Annur.

"A protecção da comunidade muçulmana faz parte do nosso programa. Acredito que o contacto diário será intensificado," contou ao AKI.

Entretanto, o presidente do Centro Comunitário Muçulmano em Timor-Leste, Arif Abdullah Sagranm, perdoou os atacantes e minimizou o problema.

"Perdoamos a todos os que nos atacaram porque o Islão ama a paz e a estabilidade," disse, acrescentando que os ataques não tinham tido um impacto sério na celebração do seu mês de jejum.

Disse então ao AKI que, devido à crise em Timor-Leste, Eid-ul Fitr [o dia que marca o fim do mês de jejum do Ramadão] ia ser celebrado somente com uma simples cerimónia.

"Celebramos o Eid-ul Fitr na próxima Terça-feira de maneira simples. Não convidaremos os nossos líderes formais incluindo os líderes da Igreja Católica de Timor-Leste," disse.

(Fsc/Gui/Aki
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ONU aumenta a polícia em Timor-Leste
ABC Radio - 20/10/2006, 21:04:02

A ONU vai expandir o seu contingente de polícia na capital Timorense, Dili.

O comissário da polícia da ONU, Antero Lopes diz que perto de 100 adicionais oficiais se juntarão aos 824 polícias da ONU já estacionados na cidade pelo fim de Outubro.

A missão da ONU em Timor-Leste tem a tarefa de assistir nas eleições em 2007 e de fortalecer o sistema da polícia e da justiça.

O Sr Lopes diz que 100 polícias locais são também esperados regressarem ao trabalho em breve.

Os polícias Timorenses foram aliviados do serviço durante o desassossego anterior e estão agora a regressar gradualmente ao trabalho.

Dili foi mergulhado no caos em Abril quando rebentaram lutas de facções nas forças de segurança deixando 37 pessoas mortas.

O problema foi desencadeado pelo despedimento de perto de 600 soldados, ou um terço das forças armadas, quando desertaram dos seus quartéis depois de se queixarem de discriminação.

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UNMIT Revista dos Media Diários
Sexta-feira, 20 Outubro 2006

Reportagens dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisao de Timor-Leste

Relatório do COI

Um dos diários, o STL, publicou a mensagem do Secretário-Geral da ONU ao povo de Timor-Leste que se seguiu à saída do relatório. Depois, o jornal de hoje foca-se nas reacções ao relatório do COI. Adérito de Jesus, advogado dos direitos humanos, é de opinião que os líderes da nação deviam parar o processo político e dar prioridade ao processo judicial para não perderem o foco e para que as pessoas re-ganhem a sua confiança no sistema judicial e no domínio da lei. De Jesus concorda com as recomendações do relatório que um painel especial deve ser estabelecido para processar os casos, devido às fraquezas dos tribunais do país. Ivo Valente, Procurador-Geral Adjunto, disse que o Ministério Público já estabeleceu uma equipa de investigação composta de dois procuradores internacionais que vão ler o relatório cuidadosamente, acrescentando que os casos devem ser recomendados para o tribunal depois de se ter juntado evidência suficiente. O coordenador da ‘Fretilin Mudança’, Vitor da Costa disse que um congresso extraordinário é necessário com urgência para mudar a liderança para 2007, visto que os nomes do corrente Secretário-Geral e do Presidente da Fretilin foram manchados devido ao seu envolvimento na crise.

Timor Post publica hoje algumas das recomendações e este é o segundo dia que o STL publica o resumo completo do relatório em Tétum.

O Primeiro-Ministro Ramos-Horta disse que o governo e a ONU estão prontos a fornecer assistência com meios de procuradores e juízes ao tribunal para processar os responsáveis pela crise. Ramos-Horta disse que a decisão de estabelecer um novo tribunal será do tribunal, acrescentando que o governo e a ONU estão disponíveis para assistir o tribunal com 2-3 procuradores e juízes de modo a ajudar a ganhar a confiança das pessoas. Disse que o governo e os líderes não interferirão no processo. O Primeiro-Ministro também disse que de acordo com a sua avaliação das recomendações do COI, o comandante das F-FDTL, Brigadeiro-General Taur Matan Ruak não é responsabilizado criminalmente pela crise.

As forças internacionais aumentaram os checkpoints e a fiscalização de veículos depois da saída do relatório do COI. De acordo com um motorista, as forças estão a fazer um bom trabalho e devem continuar a fiscalizar os veículos para as pessoas se sentirem seguras.

O Presidente Gusmão apresenta programa do Estado

O Presidente Gusmão apresentou a sua agenda de Estado para 2007 com as eleições Presidenciais marcadas para Março e as eleições gerais para Abril de 2007. O Presidente pediu aos media para trabalharem juntos e para contribuirem para pacificar a situação com informação construtiva e pediu-lhes para serem cautelosos com informação sensível em relação ao ambiente corrente por conseguinte pedindo à população para implementar o programa para a paz. Um outro programa do estado é a comemoração do 10º aniversário dos laureados do Nobel em 10 de Dezembro com uma missa em Taci Tolu com a participação dos laureados do Nobel de outras nações a convite do Estado. O Presidente Gusmão disse ainda que lançou uma comissão para juntar todos os velhos tradicionais (lia nain) das 13 casas sagradas para seguir com a tradição, que disse não tem sido observada desde o fim da invasão. Disse que tem sido criticado por isso mas que gostaria de seguir as tradições ancestrais. Acredita-se que a crise recente é parcialmente o resultado de não se seguir a tradição de pôr as espadas a descansar, que foram usadas como uma protecção durante a guerra. Haverá eventos culturais e uma outra parte do programa começará em 12 de Novembro e concluir-se-à em 10 de Dezembro com a missa agendada. (TP) …

O relatório da Comissão de Inquérito pode ajudar Timor-Leste a ultrapassar divisões
Mas o contexto da violência recente precisa de maior atenção


Outubro 17 - A East Timor and Indonesia Action Network (ETAN) louva hoje a trabalho da Comissão de Inquérito da ONU (COI) sobre a violência em Timor-Leste em Abril e Maio passado. O relatório da Comissão ajuda a clarificar como escalaram em violência as divisões no interior e à volta das forças de segurança, do governo e da sociedade de Timor-Leste. Também faz luz na fraqueza institucional e dos efeitos fatais da distribuição alargada de armas, falta de respeito pelo processo legal e uma cultura de impunidade.

O COI conclui que os “eventos violentos de Abril e Maio foram mais do que uma série de actos criminosos. Foram a expressão de problemas profundamente enraizados naturais em instituições do Estado frágeis e num fraco domínio da lei.” A Comissão identificou suspeitos para serem processados criminalmente e mais investigações (que devem ser feitas) e descreveu rupturas institucionais que contribuíram para a violência. Apesar da Comissão se focar em incidentes de violência particulares durante os cinco dias que foi mandatada investigar, as repercussões desses incidentes puniram quase toda a gente de Timor-Leste. Dúzias foram mortos, centenas feridos, milhares tiveram as suas casas destruídas e dezenas de milhares têm estado deslocados das suas casas há vários meses. Igualmente importante, a confiança dos cidadãos no seu novo Estado independente e na sua capacidade para se governarem por si próprios, foi seriamente abalada.

Seguir todas as recomendações da COI é crucial para estabelecer responsabilização criminal, garantir a responsabilização e assegurar às vítimas que haverá justiça. Mas questões mais profundas, fora do mandato da Comissão, devem ser também respondidas se a construção de nação em Timor-Leste é para servir ambos o seu próprio povo e o papel exemplar que foi determinado pela ONU.

Questões cruciais como a pobreza e o desemprego, traumatismos largamente disseminados, responsabilização por crimes durante a ocupação Indonésia, e o desenvolvimento de um entendimento e compromisso de base alargada para o diálogo político, pacífico, constitucional devem ser geridos como parte do processo não construído de construção da nação de Timor-Leste. Esses factores todos contribuíram para o ambiente que permitiu que os eventos investigados pelo COI ocorressem e escalassem tão rapidamente. A ONU e outras instituições internacionais reconheceram esses problemas desde 1999 e deve continuar a preencher as suas responsabilidades para responder.

A Comissão refere-se à manipulação por “grupos com interesses políticos específicos” e “jovens” que apareceram em postos chave da crise, mas não explicou a natureza, motivações ou os líderes desses elementos sombrios. È essencial mais exploração desses factores e do seu contexto económico, político e social. Encorajamos a sociedade civil, investigadores criminais a ONU e outros a examinarem mais de perto esses factores – determinando os factos objectivamente e refreando-se de propagarem acusações infundadas.

Reconstruindo a unidade nacional

Pedimos aos líderes de Timor-Leste, aos partidos políticos e à população em geral para usar o relatório do COI como uma oportunidade para se re-comprometerem com a unidade nacional, bem como examinarem as suas acções e experiências. Devem trabalhar para o bem de toda a população e evitarem mais apontar de dedo ou atitudes defensivas. O relatório do COI não é a palavra final sobre o que aconteceu, mas dá uma base para se re-focar a atenção no domínio da lei e da ordem e no processo do governo, constitucional.

O re-estabelecimento do domínio da lei e a responsabilização de pessoas por acções ilegais descritas pela Comissão é um passo importante. O COI recomenda com força o fortalecimento do sistema judicial, com uma substancial participação internacional na investigação, processos e julgamentos. A comunidade internacional deve dar o apoio prometido.

As pessoas de Timor-Leste ainda têm frescas as suas memórias da ocupação ilegal de um quarto de século pela Indonésia; a maioria delas experimentou esta brutalidade em primeira-mão ou têm vítimas na sua família próxima. Este trauma de massas não curado continua a influenciar fortemente as reacções dos residentes de Dili, tanto na decisão de fugirem em massa em Abril último como no facto de muitos se recusarem ainda a regressar a casa. Padrões de comportamento essencial para a luta da independência incluindo a discrição e a dependência só de si próprios, precisam de ser transformados em transparência, responsabilidade e debate aberto e democrático. As diferenças regionais não devem ser manipuladas, exacerbadas ou usadas como desculpas para discriminação ou facciosismo.

Acabando a impunidade

O COI ecoou a preocupação popular para “acabar com a cultura da impunidade” que será exacerbada se os perpetradores dos crimes de Abril e de Maio não forem responsabilizados. Na realidade, a impunidade por crimes sérios tem prevalecido em Timor-Leste desde a ocupação Indonésia. Depois de sete anos e de processos sem conta, a Indonésia, Timor-Leste e a ONU falharam em alcançar a responsabilização por crimes contra a humanidade cometidos entre 1975 e 1999. Esta impunidade levou alguns em Timor-Leste a acreditar que não seriam responsabilizados quando cometessem crimes violentos, fossem de forma ofensiva ou de retaliação à violência contra os seus colegas. Uma vez mais juntamo-nos aos Timorenses apelando à criação de tribunal internacional para processar os generais Indonésios e os líderes políticos que organizaram e deram ordens para as piores violações durante a ocupação. Somente um tribunal internacional credível pode mostrar que a impunidade não prevaleça.

Eleições

As eleições Parlamentares e Presidenciais de 2007 serão cruciais para resolver as diferenças políticas em Timor-Leste. A assistência internacional com mecanismos para a eleição, educação cívica, e a garantia de um ambiente pacífico e livre pode ajudar a acalmar uma população desconfiada. È um passo importante a nomeação recente de uma equipa de peritos para avaliar as eleições do próximo ano pelo Secretário-Geral da ONU. Quando Timor-Leste promulgar a sua lei eleitoral nas próximas semanas, é importante que o Parlamento estabeleça condições de igualdade, de modo que todos os eleitores de todos os partidos tenham confiança no processo. Mais importante, pedimos que a campanha tenha por base questões e propostas políticas construtivas, em vez de troca de insultos, estereótipos geográficos ou históricos ou ataques pessoais. O COI evitou discutir o factores políticos por detrás da violência recente, mas esses factores existem e é essencial que os políticos, candidatos, partidos e cidadãos de Timor-Leste os abordem responsavelmente, evitando os rumores e acusações infundadas e sugerindo soluções institucionais específicas.

Forças de segurança

Alguns dos problemas recentes emergiram de mandados obscuros, comunicações pobres, violações de procedimentos legais e operacionais, indisciplina e outras actividades questionáveis das forças armadas de Timor-Leste, as Falintil-FDTL. Rivalidades históricas, pessoais, de recursos e regionais entre e no interior das forças policiais e militares devem ser ultrapassadas para que ambas as instituições sirvam a inteira nação. Dar emprego e reconhecimento aos que dedicaram a sua vida à luta da independência provou ser complexo e intratável. Transformar partes do exército de resistência numa força de defesa não resolveu este problema. Os líderes de Timor-Leste e os seus conselheiros internacionais sabem mais agora do que quando a UNTAET estabeleceu as F-FDTL no princípio de 2001. A necessidade e o mandato para uma força de defesa separada e para divisões paramilitares na polícia deve ser cuidadosamente re-evaliada para responder às necessidades correntes e futuras da segurança interna e externa.

Todos os alegados perpetradores indicados pela COI são do sexo masculino, quase todos são ou foram membros da polícia ou militares, e todas as armas identificadas envolvidas vieram dos inventários da polícia e dos militares. Estamos preocupados que a lei de serviço militar obrigatório que está correntemente a ser promulgada pelo governo pós-Alkatiri aumente mais o número de homens com armas, formando uma base para mais violência.

Desenvolvimento económico

O desemprego urbano alargado e o falhanço de responder às expectativas do desenvolvimento económico no período pós-independência são cruciais para evitar a recurrência de guerra de gangs e a insegurança que têm assustado a população de Dili. Apesar de Timor-Leste ter guardado $800 milhões em rendimentos do petróleo na Reserva do Banco Federal, até recentemente este dinheiro não foi usado para criar empregos ou melhorar o nível de vida das pessoas. Apesar de ser admirável poupar algum para o futuro, o apoio dos dadores e alguns rendimentos do petróleo devem ser usados para aliviar a alienação de hoje.

Os rendimentos do petróleo provaram ser uma maldição na maioria dos países similares a Timor-Leste. Com 90% do seu PIB a vir da exploração do petróleo, Timor-Leste está em risco de cair no poço de petróleo da corrupção, violência e más políticas económicas. Timor-Leste pode ser capaz de reduzir a pobreza com o dinheiro do petróleo, mas isto requer a maior transparência e responsabilidade numa população informada.

Mantém-se necessária assistência internacional económica e política. As prioridades da nova missão da ONU (UNMIT) são razoáveis para o curto termo. Temos esperança que a UNMIT não repita os limites e erros de missões passadas, e que todo o pessoal de segurança internacional em Timor-Leste esteja sob um comando unificado e liderado pela ONU. Mas no fim. Timor-Leste tem de se afirmar por si, resolver os seus problemas de maneira legal e construtiva sem cair na violência. Só então a República Democrática de Timor-Leste respeitará o seu nome e o seu sonho de nação independente.

Fundo

A Comissão Especial Independente da ONU para Timor-Leste foi estabelecida a pedido do então Ministro dos Estrangeiros José Ramos-Horta em Junho. As tarefas principais da COI foram estabelecer os factos e as circunstâncias dos " incidentes em 28-29 Abril, 23, 24 e 25 de Maio e outros eventos relatados com questões que contribuíram para a crise." O seu relatório pode ser encontrado em http://www.ohchr.org/english/ em Inglês, Tétum, Português, e Bahasa Indonesia.

Desde 1991, ETAN (www.etan.org) tem advogado por democracia, justiça e direitos humanos para Timor-Leste e Indonésia. ETAN apela a um tribunal internacional para processar crimes contra a humanidade cometidos em Timor-Leste de 975 a 1999 e por restrições à assistência militar dos USA à Indonésia até haver reforma genuína nas suas forças de segurança. ETAN planeia enviar observadores para as planeadas eleições parlamentares em Timor-Leste no próximo ano.

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ONU: Não há evidência para levar Alkatiri ao tribunal
lmpoInteractive.com
Quarta-feira, 18 Outubro, 2006 | 14:25 WIB

TEMPO Interactive, Dili: A Comissão de Investigação considera que quando Mari Alkatiri ainda era o Primeiro-Ministro de Timor-Leste, não usou a sua autoridade para prevenir a distribuição de armas a civis.

Contudo, num relatório da investigação que foi entregue ao Parlamento de Timor-Leste ontem (10/17), a Comissão declarou que não tinha provas do envolvimento de Mari Alkatiri nos distúrbios de finais de Abril e Maio deste ano que desencadeou lutas entre residentes.

A Comissão concluiu que a distribuição de armas pertencentes à polícia e a militares a civis ocorreu depois de 25 de Maio deste ano.

De acordo com o relatório, que foi entregue por Finn Reske Nielsen, o Vice-Especial Representante do Secretário-Geral da ONU em Timor-Leste, a Comissão de Investigação resolveu que isso aconteceu porque não havia controlo sistemático de armas e de munições no sector de segurança, especialmente no que respeita à polícia.

A Comissão Especial Independente de Investigação da ONU para Timor-Leste foi estabelecida em resposta ao pedido de José Ramos-Horta, que na altura era o ministro dos negócios estrangeiros.

Horta avaliou que era necessário uma equipa independente para investigar os distúrbios entre 28 e 29 de Abril bem como entre e 23 de 25 de Maio.

A equipa de investigação foi também nomeada para clarificar quem será responsabilizado por incidentes que aconteceram durante a crise.

Depois de ter analisado cerca de 2,000 documentos e de ter feito 200 entrevistas com perpetradores e testemunhas, a Comissão de Investigação concluiu que Alkatiri não esteve envolvido nesses incidentes.

“A comissão concluiu que o Ministro do Interior Rogério Lobato e o Comandante Geral Paulo Martins tinham ultrapassado procedimentos institucionais ao transferirem irregularmente armas na instituição,” diz o relatório da Comissão.

Ao Primeiro-Ministro José Ramos Horta, Presidente Xanana Gusmão e a todos os deputados foi dado uma cópia do relatório de 75 páginas.

Apesar da Comissão declarar que não tem evidência em relação ao envolvimento de Alkatiri, notou que havia informação que fez a Comissão suspeitar que Alkatiri soube das armas a serem ilegalmente entregues a civis.

Por isso, foi recomendado mais investigação para avaliar se Alkatiri foi responsável por violações respeitantes a armas.

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Incursão Australiana contra o PM alimenta raiva nas Ilhas Salomão
The Australian
Mark Dodd
Outubro 21, 2006

A polícia Australiana fez ontem uma incursão ao gabinete do Primeiro-Ministro das Ilhas Salomão Manessah Sogavare – um dia depois dele ter partido para o Forum das Ilhas do Pacífico – quando o seu Governo actuou para demitir o Australiano que lidera as forças da polícia da nação.

A polícia procurava evidência que Mr Sogavare pode ter ajudado à fuga de Papua Nova Guiné do ex-suspeito de pedofilia Julian Moti.

Mr Moti entrou ilegalmente nas Ilhas Salomão num voo militar clandestino em 10 de Outubro.

O pessoal do gabinete de Mr Sogavare tentou impedir os oficiais Australianos que servem na Missão de Assistência Regional nas Ilhas Salomão, ao lado de polícia das Salomão, de entrarem no edifício no centro de Honiara.

A incursão da polícia provocou uma reacção furiosa do Primeiro-Ministro em exercício Job Dudley Tausinga, que acusou os oficiais da RAMSI de usarem força excessiva.

Disse que um oficial da RAMSI pontapeou a porta para chegar a uma máquina de fax que acreditavam estar no centro da investigação.

O Ministro das Finanças Gordon Darcy Lilo disse que quando protestou que as acções da polícia eram ilegais, um outro oficial RAMSI disse que "se estava marimbando com os segredos do Estado ". "Foi uma clara mostra de desrespeito para com o mais alto gabinete do país," disse Mr Tausinga, acrescentando que tem a intenção de apresentar uma queixa formal.

Um zangado Mr Lilo disse: "O gabinete foi pontapeado. Não se faz isso a nenhum gabinete de primeiro-ministro de nenhum país."

Um porta-voz da Polícia Real das Ilhas Salomão disse que tinha sido executada uma ordm de investigação no gabinete do Primeiro-Ministro como parte duma investigação em curso em como Mr Moti entrou clandestinamente nas Salomão.

O papel dos Australianos agitará mais Mr Sogavare, que já ameaçou remover o elemento Australiano da RAMSI a não ser que Canberra pare de perseguir Mr Moti – um amigo próximo que ele quer nomear o próximo Procurador-Geral das Salomão.

Emergiu ontem que o Governo de Mr Sogavare tomou a acção de remover o agente da Polícia Federal Australiana Shane Castles do seu posto de Comissão da Polícia das Salomão.

O Governo das Salomão notificou o Alto Comissário Australiano que os serviços de Mr Castles já não eram mais requeridos, disse ontem um oficial da RAMSI.

John Howard disse que o seu Governo não interviria na briga, mas disse que o oficial tinha uma excelente folha de serviço.

Mr Sogavare recusou entregar Mr Moti, um advogado Australiano, para que fosse julgado na Austrália por uma alegada ofensa de pedofilia em Vanuatu em 1997, dizendo que o caso contra ele foi motivado políticamente.

A incursão veio quando Mr Sogavare prepara uma revelação de factos com o Primeiro-Ministro Australiano no Fórum dos líderes das Ilhas do Pacífico na próxima semana em Fiji. Mr Howard levará uma severa mensagem a Mr Sogavare e a outros líderes da região, avisando que a ajuda Australiana está ligada com boa governação e a esforços para correr com a corrupção.

Mas espera-se que a disputa entre os dois países domine a agenda, ao lado da discussão relacionada de Canberra com o Primeiro-Ministro Michael Somare da Papua Nova Guiné.

Canberra suspendeu contactos ministeriais com a Papua Nova Guiné até esta explicar como é que Mr Moti conseguiu escapar do país a bordo de um avião militar da Papua Nova Guiné.

O Governo da Papua Nova Guiné negou ter autorizado o voo clandestino e o ser Departamento da defesa relatou ontem ter suspendido três pilotos por causa do incidento.

O Ministro da Imigração de Mr Sogavare, Peter Shanel, já foi acusado de ter mentido acerca de ter assinado uma ordem de excepção que permitiu a Mr Moti entrar nas Salomão sem um passaporte válido.

Mr Sogavare atacou, acusando-o e a um outro Australiano, o Solicitador-Geral das Solomão Nathan Moshinsky, de "liderarem" a "prisão desnecessária, detenção e humilhação" de Mr Shanel. Prometeu "lidar com " os homens, dizendo que as suas acções de apoiar acusações de burla contra Mr Shanel tinham sido influenciadas "pela sua lealdade fundamental a Canberra".

Mr Moti saiu em liberdade ontem à tarde depois de lhe ter sido dado caução por um tribunal de Honiara sob estritas condições de caução.

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Alkatiri nega ter entregue armas

The Australian

Outubro 21, 2006

O primeiro-ministro Timorense Mari Alkatiri ontem á noite negou conhecer que membros do seu governo alegadamente entregaram armas a civis, na sua primeira reacção a um relatório da ONU sobre a violência que correu a pequena nação mais cedo este ano.

Uma comissão especial da ONU recomendou na Terça-feira que os ministros da defesa e do interior fossem processados por alegadamente terem dado armas do Estado a milícias desertoras durante uma crise em Abril e Maio que deixou pelo menos 33 pessoas mortas.

"Como primeiro-ministro nessa altura assumo a inteira responsabilidade pelas actividades dos meus ministros e das minhas decisões," disse o Dr Alkatiri. "Sobre as armas ... sou inocente."

A comissão da ONU disse que não tinha encontrado evidência de ligação do Dr Alkatiri ao desembolso das armas, mas criticou-o por não o ter evitado. Recomendou que passasse por mais investigação criminal.

O Dr Alkatiri, que resignou sob pressão do popular Presidente Xanana Gusmão e de ministros do Gabinete, alegou que o derramamento de sangue foi orquestrado por opositores políticos.

AP

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3 comentários:

Anónimo disse...

“Um outro programa do Estado é a comemoração do 10º aniversário dos laureados do Nobel em 10 de Dezembro com uma missa em Taci Tolu com a participação dos laureados do Nobel de outras nações a convite do Estado.” , anunciou o PR.

Se o convite é do Estado, será o Estado a pagar, certo? E não acha imoral Senhor PR que gastem dinheiro do Estado numa operação de Relações Públicas que se destina tão somente a branquear o seu papel e o do actual PM e o da hierarquia da Igreja quando ainda tantos milhares de Timorenses estão à chuva e ao relento precisamente por causa da actuação CONTRA a paz e a segurança de vocês? E já agora, não esqueçam o convite ao Henri Kissinger, ele também foi Nobel da paz e é dos vossos amigalhaços dos USA, Austrália e Indonésia!

Anónimo disse...

Timor oan RAI NAIN – Sao os que tem Uma Lisan, Uma Lulik, Adat, moris iha fetosan umane nia laran, iha Knua, Uma ho Ahi, Fatuk ho Rai

Linguisticamente Makasae , Galole, Oemua, Tetun terik, Mambae, Tokodede, Bunak, Kemak, Baikeno entre outros, sao tracos que nao existem noutros lugares do mundo.

Os nomes Maubere, Ruak, LuOlo, Falur, Lere sao originarios de Timor que e completamente diferente de Mario Carrascalao ou de Mari Alkatiri.

Kuda Reno ou Kuda Burro Timor Oan Rai Nain precisa de sair do colonialismo e caminhar adiante com o inquebrantavel desejo de Ukun Racik Aan , Kaer Racik Kuda Talin

Anónimo disse...

Ukun Racik Aan ,
Kaer Racik Kuda Talin
Kaer kois kuda talin
Kaer fali kuda lasan

Kaer fali kuda lasan
Doko tun doko sa'e
Kaer metin rabat oh
Kaer Lasama rabat rae

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.