O alegado envolvimento do Presidente Xanana Gusmão no derrube do antigo
primeiro-ministro Mari Alkatiri foi hoje noticiado pelo jornal australiano
The Age, que cita declarações de um responsável da polícia timorense,
actualmente detido numa prisão timorense.
Sob o título «Alegação de que Gusmão ordenou os dias de raiva em Díli», The Age cita declarações de Abílio Mesquita «Mausoko», antigo vice-comandante da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) no distrito de Díli, segundo o qual Xanana Gusmão lhe terá ordenado que atacasse a casa do brigadeiro-general Taur Matan Ruak, comandante das forças armadas timorenses.
Reportando o que alega serem «novas revelações», o jornal acusa Xanana Gusmão de ter instigado a violência que em Maio contribuiu para a resignação, cerca de um mês depois, de Mari Alkatiri, como parte de um plano que incluiu pelo menos uma reunião na residência do Presidente, em Balibar, nas montanhas a sul da capital, em Março.
Mas a alegação do jornal assenta nas declarações que Abílio Mesquita «Mausoko» alegadamente fez já em Bécora, na sequência da sua detenção, em 19 de Junho passado, por militares australianos, na posse de várias armas automáticas.
Nessas declarações, que o The Age reporta terem sido escritas na prisão de Bécora, em Díli, e entregues na embaixada norte-americana em Díli, «como um meio para Mesquita garantir a sua libertação», o antigo quadro da PNTL em Díli refere que «durante o confronto entre a PNTL e as F-FDTL [forças armadas] e o tiroteio contra a casa do Brigadeiro, o Comandante Supremo, o
Senhor Xanana deu o comando e as ordens para o tiroteio».
Antes da operação, Abílio Mesquita terá informado Taur Matan Ruak e quatro comandantes das forças armadas das ordens que o Presidente lhe deu, acrescentou o jornal.
Abílio Mesquita «refere na declaração que contou a história ao responsável da missão da ONU em Timor-Leste, Sukehiro Hasegawa, que o visitou na cadeia depois da sua prisão», a quem denunciou repetidamente o alegado envolvimento de Xanana Gusmão na crise em Timor-Leste.
As acusações foram também feitas ao actual primeiro-ministro José Ramos-Horta, quando este «alegadamente o visitou na prisão, a 13 de Agosto», prossegue o jornal.
O ataque contra a casa de Taur Matan Ruak ocorreu a 25 de Maio, e segundo The Age existem registos filmados que comprovam a participação de Abílio Mesquita «Mausoko» no ataque.
«Se for verdade, a declaração implica o Presidente no que foi efectivamente um golpe armado para criar as condições para a resignação do legalmente eleito Primeiro-Ministro (Mari Alkatiri)», continua o jornal.
O jornal descreve ainda a realização de uma reunião no gabinete de Xanana Gusmão, antes do eclodir da crise, onde na presença, designadamente, do comandante-geral da PNTL, Paulo Martins, do então chefe da diplomacia e actual primeiro-ministro, Ramos-Horta, e do Bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, o Presidente da República «debateu a necessidade de se livrar do governo de Mari Alkatiri devido às suas consideradas simpatias comunistas».
Diário Digital/Lusa
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domingo, setembro 17, 2006
Jornal australiano envolve Xanana na crise
Por Malai Azul 2 à(s) 03:25
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Pois é, Xanana. Xanana mais Xanana. Ramos Horta e o Bispo Basilio do Nascimento. Paulo Fátima Martins e os seus. Todos de Xanana!
Olhando para trás podemos ver nos arquivos deste blog, como também poderemos observar em órgãos de informação portugueses e dos quatro cantos do mundo, a forma como Xanana, Horta e a Igreja Católica foram intervindo na questão.
Passo a passo, Xanana ia ficando à mostra. Até as declarações da sua mulher foram e são incriminatórias de Xanana.
Há muitos nomes sonantes da história recente de Timor-Leste que terão de pagar os seus altos crimes contra o Estado que por jure se comprometeram em defender e não lesar.
Se a comissão da ONU que investiga e pretende identificar os autores da crise jamais poderão passar ao lado dos nomes que o polícia Abílio refere. Abílio não refere, acusa prontamente.
Esta é a verdade que não interessa que seja tornada pública. Xanana e Horta serão alvo de protecção de bom nme pelos amigos americanos e australianos.
Mas para quem conhece o povo de Timor como nós conhecemos sabemos que a verdade será sempre a vitória sobre a mentira.
Taur Matan Ruak já havia confirmado em circuito fechado junto dos poucos em quem confia que tinha sido avisado por Abilio do ataque a sua casa.
Agora resta esperar, esperar pela verdade que vai vindo ao de cima, devagar mas segura.
O golpe nunca foi apenas teoria nas reuniões e encontros secretos do Xanana, rapidamente se materializou.
A prisão de Bécora vai ter de se engalanar para receber tão ilustres hóspedes...
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