quinta-feira, junho 08, 2006

MNE português recebe bispo de Baucau na quinta-feira

Lisboa, 07 Jun (Lusa) - O chefe da diplomacia portuguesa, Diogo Freitas do Amaral, recebe quinta-feira o bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, par a discutir a situação em Timor-Leste, disse hoje à Lusa o porta-voz do Ministéri o dos Negócios Estrangeiros.

Segundo António Carneiro Jacinto, Freitas do Amaral pretende ouvir a op inião do bispo de Baucau sobre a crise timorense, num encontro previsto para as 12:00, seguido de conferência de imprensa.

Numa entrevista à Lusa a 29 de Maio, em Lisboa, onde se encontra para e xames médicos, D. Basílio do Nascimento considerou que o clima "de quase guerra civil" em Timor-Leste deve-se mais à "insatisfação generalizada" e à "frustração das expectativas de mudança" do que à má gestão da crise militar.

"O problema dos militares, quando começou, era um problema pequeno. Não valia um caracol, se posso usar a expressão. Mas foi subestimado e assumiu gran des proporções", disse então D. Basílio do Nascimento.

No entanto, o bispo de Baucau rejeitou que a actual situação se possa e xplicar apenas pela crise militar, considerando que a falta de experiência e alg uma indiferença do governo em relação ao problema não justificavam que se chegas se a um clima de "quase guerra civil".

Na sua opinião, foram "a insatisfação generalizada" da população, devid a à "falta de emprego, de dinheiro e de pão para a boca", e a "frustração das ex pectativas de mudança em relação ao Congresso da FRETILIN" que, "aliadas à tensã o", conduziram à actual situação.

Confessando-se "muito triste, preocupado e apreensivo com o rumo que as coisas estão a tomar" em Timor-Leste, o bispo de Baucau considerou ainda que o papel da Igreja Católica neste momento assenta sobretudo em "pequenos gestos" qu e entrem na "conjugação de esforços" destinados a permitir que "Timor possa vive r em paz".

"Neste momento, o que a Igreja pode fazer é evitar protagonismos, apoia r os que tomam decisões e inculcar bom senso nas pessoas. Claro que isto nem sem pre é possível (...) é um trabalho de convicção e de persuasão", disse na altura .

D. Basílio do Nascimento apresenta hoje em Paredes, distrito do Porto, uma campanha de solidariedade para com o povo de Timor-Leste destinada a recolhe r bens como vestuário, calçado ou livros.

Esta campanha, insere-se no projecto que está em curso desde o início d o ano, denominado "Uma Fábrica para Timor", e que tem como objectivo a construçã o de uma fábrica de mobiliário em Baucau (120 quilómetros a leste de Díli), que deverá ser inaugurada no final do próximo Verão.

VM/MDR.
Lusa/Fim

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda bem que fala de "populacao" que viu defraudada as s/expectativas com o Congresso da FRETILIN. Pois bem, o Sr. Bispo quando se refere a populacao quer dizer a oposicao - partidos politicos e o clero da Igreja Catolica - que nao poupou esforcos para derrotar a presente lideranca da FRETILIN no Congresso pelos proprios militantes. Este foi o plano A que falhou. O plano B foi/eh o da desobediencia civil e armada a fim de forcar o Presidente da Republica deTimor Leste a declarar o estado de emergencia dissolver o Parlamento e demitir o Gorverno. Para que este plano pudesse funcionar eram necessarios apois internos e externos. No campo externa encontraram na Australia um sector favoravel porem em Portugal nao encontraram; entao haveria necessidade de um Lobby mais eficaz e convincente. Nao sei isso ja foi conseguido ou ainda se esta por verificar.
Eh de louvar a disponibilidade do Sr. Bispo, Portugal, em aceitar ajudar encontrar uma solucao, para resolucao da crise, que passe pelo respeito a Constituicao da R.D. de Timor Leste.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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