domingo, maio 27, 2007

Timor-Leste: Reinado lança acusações em canal TV indonésio

Diário Digital / Lusa
24-05-2007 19:00:00

O major fugitivo Alfredo Reinado declarou esta quinta-feira num canal de televisão indonésio que Xanana Gusmão e José Ramos-Horta se «afastaram do sonho de um Timor independente» e que «o Xanana de ontem não é o Xanana de hoje».

Alfredo Reinado, que se evadiu de uma prisão em Díli a 30 de Agosto, foi entrevistado para o programa «Kick Andy» da estação indonésia MetroTV, ocupando quase uma hora de emissão entre as 23:05 e as 00:00 em Jacarta (16:05 e 17:00 em Lisboa).

Em nenhum momento do programa foi dito em que local foi gravada a entrevista, mas Alfredo Reinado usou algumas vezes a expressão «denegara ini», que quer dizer «neste país» em bahasa indonésia - língua que o major «fala mesmo muito bem», segundo jovens timorenses que assistiram à emissão em Díli via satélite.

Desde 3 de Março que as Forças de Estabilização Internacionais têm em curso uma operação de captura de Alfredo Reinado no sudoeste do país, depois de um ataque falhado ao grupo do major timorense na vila de Same.

A longa entrevista decorreu num cenário montado num espaço fechado, com o fundo, a mesa e os bancos do entrevistador e do entrevistado em pano negro, sem qualquer outro adereço para além de dois copos.

Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, com o cabelo cortado e tingido de ruivo, envergou nesta entrevista o seu uniforme das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste, embora sem nenhum distintivo ou patente.

Na entrevista, que a MetroTV promoveu com o título de «Confissão do Major Reinado», o militar timorense repetiu a sua versão dos acontecimentos de Abril e Maio de 2006, de que foi um dos principais protagonistas, e lançou acusações directas a Xanana Gusmão, José Ramos-Horta e Mari Alkatiri.

«A crise que causou 21 mortos e 130 mil deslocados começou como uma luta entre soldados e polícias que tentaram impedir a entrada deles na cidade», explicou o apresentador do programa.
«Seiscentos soldados furiosos revoltaram-se por se sentirem discriminados por serem do lado ocidental de Timor», acrescentou a MetroTV na introdução à entrevista.

«Alfredo tentou ultrapassar o problema mas veio mais tarde a ser acusado de ser o cérebro da rebelião».

«Eu nasci por causa deste problema», declarou Alfredo Reinado na entrevista à MetroTV.
«Eu tentei impedir que o problema militar interno se tornasse mais tarde numa guerra étnica».
O major fugitivo justificou a fuga da prisão de Becorá porque «todos os meios legais que tentei não resultaram em nada. E eu ouvi que eu e os meus homens seríamos mortos».

«Nós tornámo-nos no pesadelo de Xanana e de Ramos-Horta e dos outros políticos medrosos», acrescentou Alfredo Reinado, acusando o antigo e o actual chefes de Estado de «tentarem reintroduzir o comunismo».

«Por que me chamam um fugitivo, quais são os meus erros?», perguntou na entrevista à MetroTV.

«Até hoje, não houve nenhuma carta que me exonerasse. Continuo a ser um soldado e continuo a ser o comandante da Polícia Militar. Os meus homens continuam a ser-me leais», declarou Alfredo Reinado.

5 comentários:

Anónimo disse...

Agora o palerma do Alfredo nem sabe porque é que é um fugitivo? Eu dou-lhe uma ajudinha, ele é fugitivo porque fugiu. Fugiu em 3 de Maio do ano passado e tornou-se desertor, porque, cinco dias depois de andar a desempenhar as tarefas que os chefes lhe ordenaram, descobriu que lhe faltava, afinal o papel com as ordens; depois foi apanhado com armas e detido em Bécora e de lá fugiu - ou melhor - saiu calmamente pelo portão; e desde então anda fugido, no intervalo claro das entrevistas que vai dando.

E em cada entrevista diz o seu disparate mas disparates como os desta última entrevista - acusar o Xanana e Horta de serem comunistas - são mesmo uma tontice completa.

O pobre é um palhaço, mas daqueles que já perderam a gracinha toda.

Quando é que a polícia lhe deita mão e o entrega à justiça? Espero que em breve porque já chateia tanta parvoice junta.

Anónimo disse...

Reinado deve ter andado a fumar folhas de kami...

Mas mudando de assunto: Gostava de saber porque é que a imprensa, que esteve tão interessada pelo "ataque falhado" (já vi filmes do John Waine mais convincentes) em Same não vai investigar a tal "operação de captura" que está "em curso". Em curso onde? Quais os objectivos? Quantos efectivos? Com que meios tácticos? Onde está Reinado?

Acho estranho estas interrogações não suscitarem a curiosidade dos jornalistas. É que andam por aí umas más-línguas a dizer que Reinado nunca será apanhado, pois é o pretexto de que os australianos precisam para não sair de Timor.

Anónimo disse...

Este Mundo esta cheio de" GRANDES FIHLOS "FIHLOS"....e "BONS FIHLOS"..da.!!!!!!
A que categoria pertence este ????
Ele precisa e que lhe ponham a cabeca a premio.

Anónimo disse...

O fugitivo baralhado, que nem sabe por que é fugitivo, está ruivo?! credo! que horror! e talvez seja melhor, ser esclarecido daquilo que em países democráticos significa ser um militar! um militar não se evade da prisão, nem dá entrevistas absurdas! isso é tropa fandanga!

Anónimo disse...

O jornalista indonesio orgulhosamente lembrou aos telespactadores que o Alfredo era um TBO (tenaga Bantuan operasi ABRI/TNI) dos militares indonesios. TBO significa FORCAS APOIOS DE OPERACAO MILITAR. Portanto podemos dizer que o Alfredo era um milicia da TNI, ajudando e acompanhando-os nas operacoes militares contra os guerrilheiros das FALINTIL. Foram levados e criados pela familia dum oficial marinheiro indonesio. AGORA PERGUNTAMOS QUAL EH A VERDADEIRA AGENDA POLITICA DESTE PALHACO? ESTA NA VERDADE TARABALHAR PARA QUEM? QUAL EH O OBJECTIVO DE POTENCIA OU GRUPO QUE O UTILIZA PARA DESESTABILIZAR TIMOR LESTE?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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