Tradução da Margarida:
Christine T. Tjandraningsih
Jacarta, Maio 25 (Kyodo News) – O desertor das Forças Armadas Maj. Alfredo Reinado, correntemente a ser procurado por tropas internacionais lideradas pela Austrália, acusou líderes de Timor-Leste de tentarem abusar dos militares para montar uma junta militar e impor a ideologia comunista no pequeno país.
Reinado, um líder dos 600 soldados que saíram da principal força armada Timorense em Março de 2006, queixando-se de discriminação, fez as acusações num programa de entrevista da rede te televisão privada com base em Jacarta Metro TV na última Quinta-feira.
'Tenho sido visto como um empecilho para mudarem o sistema no governo para uma junta militar e imporem a ideologia do comunismo. Tenho sido visto como o pesadelo deles,'' disse na televisão.
De acordo com ele, o recém-eleito Presidente José Ramos-Horta, o seu predecessor Xanana Gusmão e o antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri montaram uma conspiração para atingir o objectivo.
''Eles são comunistas. Eles são criminosos,'' disse.
Ramos-Horta, que recebeu um Nobel da Paz em 1996, partilhando-o com o seu co-cidadão Bispo Belo, fundou a Frente Revolucionária para um Timor-Leste Independente em 1974 como sendo um grupo pró-independência mas deixou-o em 1988 para se tornar um político independente.
Mas as relações entre Ramos-Horta e a Fretilin não têm sido boas em tempos recentes, particularmente desde que substituiu Alkatiri, Secretário-Geral da Fretilin, como primeiro-ministro em Junho do ano passado.
Alkatiri foi forçado a resignar após a violência que irrompeu quando a sua administração despediu 600 soldados amotinados e o caos que se seguiu deixou pelo menos 37 pessoas mortas.
A ordem foi restaurada apenas depois de as tropas e as polícias internacionais serem despachadas para o país da meia ilha que partilha uma fronteira terrestre com o Oeste de Timor da Indonésia.
Reinado disse, contudo, que a relação entre Ramos-Horta e Alkatiri não é como as pessoas a vêem à superfície.
''Mesmo depois de Alkatiri ter resignado, quase todas as noites, depois da meia-noite, Ramos-Horta tinha encontros com Alkatiri,'' disse Reinado, acrescentando que tinha provas para apoiar as acusações.
Disse que tinha enviado várias cartas de resignação das forças armadas tanto para o presidente como para o parlamento, mas que a sua resignação tinha sido rejeitada.
''Quis despedir-me porque sabia o que vai acontecer em Timor-Leste, que os militares serão usados como um veículo político da Fretilin. Sei isso porque estive em encontros (deles) várias vezes,'' disse Reinado. Reinado escapou de uma prisão de Dili em Setembro passado depois de ter estado preso no mês anterior com acusações de posse de armas.
Foi acusado de ter um papel no desencadear da violência entre forças de segurança rivais e gangs de rua com base étnica em Dili e à sua volta em Abril e Maio do ano passado.
Em Fevereiro deste ano, o então Presidente Gusmão autorizou as forças internacionais a perseguirem Reinado e o seu grupo de amotinados.
Na entrevista na televisão, onde não foram mencionados nem o local nem a data, Reinado disse que se quer render.
'Não é problema, mas deve ser feito sob a lei actual,'' disse, apelando à paragem permanente da operação militar contra ele e os seus apoiantes e a haver um diálogo.
''E depois, estou pronto para enfrentar a justiça,'' acrescentou.
A Indonésia invadiu Timor-Leste em 1974 e anexou-o no ano a seguir depois de ter estado sob domínio colonial Português durante quase 400 anos. Ganhou oficialmente a independência em 2002 depois de dois anos e meio de administração da ONU após ter votado pela independência em 1999.
domingo, maio 27, 2007
Amotinado: Líderes de Timor-Leste querem montar uma junta militar comunista
Por Malai Azul 2 à(s) 07:36
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
5 comentários:
Em Timor "os maiores desafios virão a seguir às legislativas"
Público, 27.05.2007
Paulo Moura
Portugal vai aumentar a cooperação nos domínios da segurança e da justiça. A ONU vai participar no diálogo entre as partes que entraram em conflito no ano passado
Atul Khare veio a Lisboa pedir mais cooperação com Timor Encontrou-se com o Presidente da República e o primeiro-ministro, com o antigo Presidente Jorge Sampaio e com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Defesa, Justiça e Administração Interna.
PÚBLICO - Acaba de falar com o Presidente e membros do Governo. O que combinou com eles?
ATUL KHARE - Em todos os encontros verifiquei que temos impressões comuns: estamos muito contentes com a forma como a situação tem evoluído nos últimos cinco meses.
PÚBLICO - Fizeram uma avaliação do processo eleitoral em Timor?
ATUL KHARE - Sim, e achamos encorajadora a forma como decorreu a eleição de 9 de Maio e como José Ramos Horta foi eleito.
PÚBLICO - E por causa dessa avaliação positiva foram dados novos passos no âmbito da cooperação entre Portugal e Timor?
ATUL KHARE - Portugal tem sido um verdadeiro amigo de Timor-Leste. Antes da independência, durante o período de transição, e, claro, agora. No futuro, a ajuda portuguesa continuará a ser decisiva.
PÚBLICO - Em que áreas será mais importante?
ATUL KHARE - Temos de nos concentrar em quatro áreas fundamentais: o sector da segurança, o sistema judicial, a educação e uma área que eu designaria, genericamente, como de desenvolvimento.
PÚBLICO - Na segurança haverá alterações em relação ao que Portugal já faz?
ATUL KHARE - Eu pedi para continuar a presença da GNR e PSP, que estão a fazer um trabalho inestimável, mas expliquei também ao Governo quais são as necessidades imediatas de Timor, designadamente a formação e treino das forças policiais. Portugal concordou em redobrar o seu esforço nesse campo específico, enviando pessoal especializado para treinar a polícia timorense. Perguntei concretamente ao ministro da Administração Interna se a actual cooperação poderia ser expandida, se ele poderia enviar pessoal especializado na luta contra o narcotráfico e em distúrbios urbanos. Ele prometeu ajudar.
PÚBLICO - Na área judicial, a cooperação será também alargada?
ATUL KHARE - Sim, aí o papel de Portugal é fundamental e insubstituível, uma vez que Timor escolheu adoptar um sistema judicial praticamente igual ao português. Será necessário enviar mais juízes, delegados do Ministério Público e investigadores, mas também pessoal de apoio. Terá de ser o pacote inteiro.
PÚBLICO - Uma das tarefas a realizar pelas novas autoridades será a de prosseguir os julgamentos dos responsáveis pela crise de 2006. Portugal terá um papel directo?
ATUL KHARE - A ONU, a pedido do Governo, fez uma estimativa de quanto custará levar até ao fim as recomendações da comissão de inquérito independente, nomeadamente os processos contra os implicados. Custará nove milhões de dólares.
PÚBLICO - É isso que Portugal terá de pagar?
ATUL KHARE - É o que a comunidade internacional terá de fornecer, em dinheiro e géneros, para que possa ser resolvido judicialmente o problema da crise dos "peticionários".
PÚBLICO - A ajuda de Portugal é crucial para a resolução dessa crise?
ATUL KHARE - Sim, a ajuda de Portugal é crucial. E este aspecto é dos mais importantes. Não é possível haver uma vida política normal, se se mantiver o clima de impunidade.
PÚBLICO - Mas não se trata apenas de fazer julgamentos. Alfredo Reinado continua em liberdade, proferindo ameaças. Railos, que durante a crise recebeu armas para matar opositores do Governo, participou na campanha de Ramos-Horta.
ATUL KHARE - Sim, mas eu espero que muito em breve o problema do major Reinado seja resolvido. Acredito que ele acabará por se entregar, o que seria melhor, para todos, do que ser capturado pelas Forças Internacionais de Estabilização (ISF). Na última operação para o apanhar morreram cinco pessoas.
PÚBLICO - O que se diz em Timor é que as ISF decidiram não o perseguir mais, porque alguém está a negociar a sua rendição, para o momento oportuno...
ATUL KHARE - Não me parece. Se as forças internacionais o pudessem capturar, já o teriam feito. Em Timor, quem quiser fugir e esconder-se nas montanhas poderá fazê-lo muito tempo. Que o digam os guerrilheiros que resistiram à ocupação indonésia, como Xanana.
PÚBLICO - Mas para além dos processos, a comissão recomendou o diálogo para resolver a crise dos "peticionários". A ONU vai estar envolvida?
ATUL KHARE - Sim. Todos têm de estar envolvidos. Em Timor, é preciso haver sempre cooperação entre todos. O diálogo será um dos desafios dos novos Presidente e Governo, mas a ONU terá um papel importante, designadamente na educação dos agentes locais, que precisam de aprender a resolver os problemas de maneira pacífica e democrática.
PÚBLICO - E sente que tem sido bem sucedida nesse papel educativo?
ATUL KHARE - Sim. Eu próprio tenho feito reuniões com os líderes dos vários partidos, falando-lhes, por exemplo, da importância de ser oposição, num regime democrático.
PÚBLICO - É fácil distinguir "oposição" e "resistência"?
ATUL KHARE - Estão a aprender. E isso é ainda mais pertinente nas próximas legislativas do que foi nas presidenciais. Nas legislativas, o partido que perde tem a responsabilidade de constituir a oposição, uma espécie de "Governo-sombra", que tem de apresentar alternativas às políticas.
PÚBLICO - Houve muitas irregularidades nas presidenciais. Teriam sido válidas com os padrões normais, digamos, de um país europeu?
ATUL KHARE - Sim. Nós considerámos que as irregularidades não foram suficientemente graves para...
PÚBLICO - "Nós", quem? A ONU? Não terá sido juiz em causa própria, uma vez que, de certa forma, o país é uma "criação" vossa?
ATUL KHARE - Não. Mas uma coisa é a validação técnica e outra, mais importante, é a do povo. Se os timorenses aceitaram os resultados, elas estão validadas. Poderiam ter sido tecnicamente perfeitas e não aceites.
PÚBLICO - Todo o processo de campanha, votação e contagem vai ser mais complicado nas legislativas.
ATUL KHARE - Sim, vai ser mais difícil, mas estou certo de que vai correr bem. Pelo menos até à votação. Depois é que podem ocorrer problemas e é preciso estar muito atento. É mais um desafio. Mas o maior de todos será o das novas autoridades eleitas. Serão capazes de resolver os problemas do país?
PÚBLICO - Está em Timor desde 2002...
ATUL KHARE - Mas saí em 2005...
PÚBLICO - E voltou em 2006, por causa da crise. Acha que foi uma irresponsabilidade da ONU ter abandonado o país?
ATUL KHARE - Não foi abandono, foi diminuição.
PÚBLICO - Uma diminuição irresponsável?
ATUL KHARE - Estávamos demasiado optimistas.
PÚBLICO - Estão agora mais realistas? O mandato vai ser prolongado?
ATUL KHARE - Em Fevereiro de 2008 terei de fazer uma avaliação e apresentar as minhas recomendações. Ainda é cedo para prever.
http://ww2.publico.clix.pt/
Elogios a Portugal, na despedida
Público, 27.05.2007
Há sinais "encorajadores" da emergência de uma democracia multipartidária em Timor-Leste, disse o chefe da missão das Nações Unidas neste país, Atul Khare. Trata-se, porém, de um processo "longo" e que necessita de "apoio continuado" da comunidade internacional, nomeadamente nas áreas da justiça, segurança, educação, saúde e formação de quadros, acrescentou, numa conferência sexta-feira, ao fim da tarde, na Fundação Mário Soares, em Lisboa.
A conferência encerrou três dias de visita do representante especial do secretário-geral da ONU (Ban Ki-moon) a Portugal, durante os quais este se avistou com o Presidente da República, Cavaco Silva, e com os seus antecessores, Jorge Sampaio e Mário Soares, com o primeiro-ministro, José Sócrates, e vários membros do seu Governo, e com os deputados que integram as comissões dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Assembleia da República.
Em declarações no final da visita, Atul Khare salientou a "relação única" que Portugal e Timor-Leste mantêm e o "importante papel" que Portugal desempenhou naquele país, particularmente na assistência que para ali tem canalizado através das Nações Unidas. Serão necessários ainda "três a cinco anos" para que uma força de polícia "profissional e embebida de um espírito de serviço à comunidade" seja criada em Timor-Leste, previu, agradecendo as contribuições "muito significativas" dadas pela GNR e PSP na "área crítica" da segurança.
Atul Khare foi acompanhado nesta visita pela portuguesa Sónia Neto, que tem vindo a exercer o cargo de sua conselheira durante o processo eleitoral em curso. Sónia Neto integra, desde Junho passado, o gabinete de assessores políticos do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que autorizou o pedido do chefe da missão da ONU para que a funcionária internacional portuguesa permanecesse em Timor-Leste ao longo daquele período. Sónia Neto foi chefe de gabinete, entre 2001 e 2006, do então ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Ramos-Horta, depois de ter passado por vários PALOP ao serviço das Nações Unidas.
http://jornal.publico.clix.pt/UL/
Enquanto isso leiam o " Timor do Norte a Sul" com poemas de
Anonimo
Mau Dick
Bon Dick
A. Virissimo
Abe Barreto
MGabriela CArrascalao
este é o endereço:
http://timordonorteasul.blogspot.com/
Timor: Autoridades procuram substituta para ConocoPhillips
Diário Digital / Lusa
27-05-2007 17:24:00
A Autoridade Designada do Mar de Timor (ADMT) para a área conjunta de desenvolvimento petrolífero procura um operador para substituir a ConocoPhillips e manter o bloco Elang-Kakatua-Kakatua-Norte (EKKN) em produção, segundo um anúncio publicado no seu sítio na Internet.
A ConocoPhillips comunicou à ADMT a intenção de interromper a produção no Elang-Kakatua, um campo antigo e em curva descendente de produção, a partir de 27 de Junho.
A Autoridade concedeu ao operador norte-americano um prazo até 27 de Julho para preparar o campo para a continuação da exploração no futuro por outras companhias.
A ADMT foi criada pela Austrália em Timor-Leste para gerir a exploração na área do Tratado do Mar de Timor, conhecida como Área de Desenvolvimento Petrolífero Conjunto (ADPC), situada no Mar de Timor entre os dois países, que inclui os campos de Elang-Kakatua e o grande campo do Bayu-Undan, também operado pela ConocoPhillips.
A ADMT autorizou a interrupção temporária da exploração em todos os poços do EKKN enquanto recebe, até 01 de Junho, propostas de companhias interessadas em analisar o potencial de desenvolvimento e recuperação do primeiro campo a entrar em exploração da JPDA.
A descoberta de petróleo em Elang-1 aconteceu em Fevereiro de 1994 e o tamanho do campo foi confirmado em Dezembro desse ano pela perfuração do poço Kakatua-1, numa estrutura separada mas relacionada. Kakatua Norte-1 foi descoberto em Janeiro de 1997.
A produção começou em Julho de 1998. Inicialmente, o objectivo de produção de 32.500 barris/dia foi conseguido, «antes de a produção começar um declínio natural», explica a nota da ADMT.
No início do ano 2000, uma nova perfuração em Elang-1 e uma renovação de Elang-2 permitiram uma produção combinada de cerca de 20 mil barris/dia.
Os quatro poços activos do EKKN produzem actualmente cerca de dois mil barris/dia de petróleo.
De Julho de 1998 a Fevereiro de 2007, o campo produziu um total acumulado de 31 milhões de barris de petróleo, de uma reserva inicial de 33 milhões de barris, o que representa quase 96 por cento de recuperação das reservas estimadas do Elang-Kakatua.
Para o ano de 2007, a ADMT prevê para o EKKN uma produção de 767 mil barris de petróleo e de gás natural, e em 2008 antecipa uma produção de 620 mil barris.
A ConocoPhillips é o operador do campo (57,36%), em parceria com a Santos Ltd. (21,43%) e a Inpex Holdings Inc. (21,21%).
A Lusa procurou sem resultado, nos últimos dois dias, obter um comentário do director executivo da TDSA, José Lobato.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=278134
Timor-Leste: Arranca campanha de um mês para legislativas
Diário Digital / Lusa
28-05-2007 11:24:01
Treze partidos e coligações iniciam na terça-feira (noite de segunda-feira em Lisboa) uma campanha eleitoral de quase um mês para as legislativas de 30 de Junho em Timor-Leste.
A campanha para a eleição do novo Parlamento e do partido que formará o IV Governo Constitucional começa na terça-feira às 07:00 horas (23:00 de hoje em Lisboa,) e termina a 27 de Junho.
Treze partidos e coligações apresentaram à Comissão Nacional de Eleições as suas listas de candidatos para as legislativas.
A FRETILIN, que actualmente detém a maioria parlamentar, tem como cabeça-de-lista o presidente do partido e presidente do Parlamento, Francisco Guterres «Lu Olo», candidato derrotado na segunda volta das eleições presidenciais de 09 de Maio.
O «número dois» da lista é o secretário-geral do partido e ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri. Surgem, depois, o ministro do Trabalho e Reinserção Comunitária, Arsénio Bano, e outros membros do III Governo Constitucional, como Ana Pessoa, ministra da Administração Estatal, a oitava da lista, logo antes do primeiro-ministro Estanislau da Silva.
O ex-Presidente da República Xanana Gusmão é o cabeça-de-lista do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor (CNRT), que tem Vicente Guterres e Eduardo Barreto nos lugares imediatos.
O CNRT integra na sua lista 14 candidatos propostos pelo Grupo Mudança da FRETILIN, movimento contestatário da actual direcção de «Lu Olo» e Mari Alkatiri desde o congresso de 2006.
No último fim-de-semana, o Grupo Mudança realizou em Díli a sua convenção para formalizar os órgãos directivos, com vários antigos membros do Comité Central da FRETILIN a chamarem ao voto no CNRT.
Várias outras listas concorrentes às legislativas sugerem o eco das recentes eleições presidenciais. Fernando «Lassama» de Araújo, o terceiro candidato mais votado na primeira volta, a 09 de Abril, é o cabeça-de-lista do Partido Democrático (PD), de que é presidente.
Lúcia Lobato, candidata às presidenciais pelo Partido Social Democrata, é a número três da lista que o PSD apresenta às legislativas em coligação com a Associação Social Democrata Timorense.
A lista é encabeçada pelos presidentes dos dois partidos: Mário Viegas Carrascalão, do PSD, ex-governador de Timor durante a ocupação indonésia; e Francisco Xavier do Amaral, da ASDT, primeiro chefe de Estado de Timor-Leste em 1975, e que foi candidato presidencial em 2002 (derrotado por Xanana Gusmão) e em 2007 (o quarto mais votado da primeira volta).
Avelino Coelho, outro dos candidatos em 09 de Abril, disputa agora as legislativas à cabeça da lista do partido a que preside, o Partido Socialista de Timor (PST).
Cornélio Gama, aliás comandante «L7», é o número um na lista da sua Unidade Nacional Democrática da Resistência Timorense (UNDERTIM). Seguem-se Faustino dos Santos e Francisco Salsinha.
João Mariano Saldanha é o cabeça-de-lista do Partido Republicano (PR). O Partido Demokrátika Republika de Timor (PDRT) propõe uma lista dirigida por Gabriel Fernandes. António Ximenes da Costa é o primeiro candidato do Partido Democrata Cristão (PDC).
João Viegas Carrascalão, outro candidato das presidenciais de 09 de Abril (o menos votado dos oito), é o primeiro na lista da União Democrática Timorense (UDT).
Ermenegildo Lopes e Inocêncio Gama Pires ocupam o topo da lista do Partido Milenium Democrático (PMD).
O Partido Nacionalista Timorense (PNT) tem Abílio de Araújo e Conceição Araújo como primeiros candidatos.
Fernanda Mesquita Borges e José Abel encabeçam a lista do Partido de Unidade Nacional (PUN).
A eleição dos deputados ao Parlamento é feita por sufrágio universal através de um círculo nacional único, com um máximo de 65 assentos permitidos pela Constituição, atribuídos seguindo o método de Hondt de conversão dos votos em mandatos.
Segundo a Constituição (artigo 99º), «a Legislatura compreende cinco sessões legislativas e cada sessão tem a duração de um ano».
A actual Legislatura resulta da transformação da Assembleia Constituinte, eleita em 30 de Agosto de 2001, em órgão legislativo, conforme a possibilidade estabelecida no Regulamento 2001/2 da Autoridade Transitória das Nações Unidas (UNTAET) e depois acolhida pela Constituição (artigo 167º).
Diz este artigo que «a Assembleia Constituinte transforma-se no Parlamento Nacional com a entrada em vigor da Constituição da República». No caso, com 88 deputados (actualmente 87, por morte de um parlamentar que não foi substituído).
A Aliança Partido Kota/PPT apresentou a sua lista que foi recusada pela CNE por não respeitar a exigência de ter uma mulher por cada quatro candidatos.
Manuel Tilman, líder do Kota e cabeça de lista, afirmou à Lusa que espera «ainda hoje» que a CNE valide a lista, uma vez que a aliança tem 12 candidatas nos lugares cimeiros.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=278213
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