terça-feira, outubro 10, 2006

Relatório pode implicar Xanana na violência de Díli

Diário de Notícias - 10 de Outubro de 2006
Armando Rafael

O Presidente Xanana Gusmão poderá vir a ser esta semana implicado pelas Nações Unidas na violência que ocorreu em Timor-Leste durante os meses de Abril e Maio, e que se saldou num número ainda indeterminado de mortos e feridos, provocando uma onda de milhares de refugiados no país.

Em causa estão as ligações pouco compreensíveis de Xanana Gusmão a alguns dos principais responsáveis pelos diferentes episódios de violência que levaram à demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri, substituído no cargo por José Ramos-Horta. Nomeadamente os que envolvem o Presidente numa teia de contactos e até de protecção aos majores Alfredo Reinado, Marcos Tillman e Alves Tara, passando pelo "Comandante Railós" (nome de guerra de Vicente da Conceição) e pelo antigo n.º 2 da polícia de Díli, Abílio "Mausoko" Mesquita.

Suspeitas que têm vindo a ser objecto de diferentes reportagens nos principais jornais australianos e que explicam, de alguma forma, as razões que levaram o próprio Xanana a alertar os timorenses para a hipótese de este relatório poder vir a constituir um "fardo pesado" para o país, implicando dirigentes políticos e muitos dos responsáveis pelo aparelho de segurança em Timor-Leste. Especialmente ao nível da polícia (PNTL), estrutura que hoje se encontra praticamente desarticulada.

Apesar disso, e de o jornal australiano The Age ter referido este fim-de-semana que o relatório da ONU poderia vir a responsabilizar cerca de cem pessoas pelos acontecimentos, tudo indica que a ONU acabará por divulgar uma versão mais suavizada dos factos apurados pelos três investigadores designados pelo secretário-geral Kofi Annan: o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a sul-africana Zelda Holtzman e o britânico Ralph Zacklin.

Quanto mais não seja pelos receios que a divulgação - sucessivamente adiada - deste relatório parece inspirar em Timor-Leste, onde a situação está longe de estar controlada pelas forças internacionais, como se constata pelos incidentes que ali ocorrem diariamente.

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6 comentários:

Anónimo disse...

"Como ainda ninguém tem conhecimento do conteúdo do relatório, é pura especulação dizer que Xanana "poderá vir a ser (...) implicado", ou que vai haver 100 pessoas responsabilizadas. Da mesma maneira, outra pessoa poderia afirmar que Xanana poderá NÃO vir a ser implicado ou que 500 pessoas irão ser responsabilizadas. Tudo é possível, tudo é impossível. Pura especulação "jornalística", que não contribui nada para a informação dos leitores.

É o mesmo que alguém dizer, antes de um jogo de futebol, que o Benfica "poderá" ganhar, mas também "poderá" perder. Isto é o mesmo que não dizer nada.

Também não se percebe a que se refere o autor do artigo, quando diz que "tudo indica que a ONU acabará por divulgar uma versão mais suavizada dos factos". Mas "tudo" quê? quem? que factos, indícios, testemunhos, etc, são esses que só o autor conhece e porque não os divulga? se é o caso, como teve acesso prematuro ao relatório?

Eis um exemplo de mau jornalismo, confundido aqui com astrologia ou outra "ciência" oculta qualquer. O momento deve ser de calma, de serenidade e de apaziguamento e não de especulação ou outras charlatanices que só podem incendiar ainda mais os ânimos ou contribuir para aumentar o nervosismo de alguns.

Vamos esperar calmamente o relatório e deixar os "prognósticos" para o fim do jogo, como dizia um conhecido futebolista português."

in CrocodiloVoador...

nota de rodapé: será que alguém já sabe quando será o "fim do jogo"? É que os "adeptos" mantêm uma suposta calma. Habituados como estão a aguerridas estratégias, espero que não venha aí uma "nouvelle vague"... lá prometida já estava... o povo é sereno! Agora estão todos à espera que não lhes caiam em cima responsabilidade, vai ser bonito! Também não conheço o relatório mas não há fumo sem fogo...

Anónimo disse...

Para que a paz regresse a Timor-Leste, a ONU deve publicar tudo o que tenha contribuido para a actual crise.

Anónimo disse...

Entre os 100 o nome do actual PR Xanana Gusmao esta no No.1 , ai esta o problema ... entao e que demoraram tanto tempo a divulgar ... se for isso e que acontece boa viagem Xanana descanca em PAZ e os outros golpistas tende fugir para se salvarem porque os refugiados estao mesmo discontrlados quando isso for acontecer... COMPLICADINHO e ARRASQUINHO para o grupo Xananista e Xanahorta que gostam de manipular as informacoes de dia para dia entao e que tem que terminar com as suas propagandas

Anónimo disse...

O Ramos Horta devia estar preocupado com qual ramo da banana na horta que ira pendurar se o seu nome sera divulgado no relatorio, mas ele esta na Australia a procura de uma boa banana que possa satisfazer depois de tanto tempo mergulhado no medo se alguem descobri-se o que ele tinha feito.

Anónimo disse...

Não se vislumbra uma única que seja referência à possibilidade da responsabilidade política ser obviamente do Governo comandado pelo sr. Alkatiri.

Sim, metam Xanana na prisão, pode ser que assim o homem possa de viva voz falar tudo o que veladamente já disse.

Haverá sobrevivência possível para Alkatiris, Lu-Olo's e todo o grupo moçambicano? Já se viu que politicamente não. Só uma vez mais mentindo ao povo!

Parem lá com isso que já chega.

Anónimo disse...

O ilustre "leitor do crocodilovoador" deveria, antes de acrescentar notas de rodapé às palavras alheias, ter a gentileza de referir o nome do autor citado.

E já agora, como não percebeu a que jogo me referia, esclareço que o "fim do jogo" é quando sair o relatório da Comissão de Inquérito.

Espero que já tenha resolvido os seus problemas de email...

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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