quarta-feira, setembro 20, 2006

De um leitor

Mas não é fundamental para a vida duma população ter água limpa e condições sanitárias, mais a mais num distrito onde não há problemas de segurança?

E não é de louvar que numa reunião pública levantem as questões que entendam prioritárias?

...deve estar esquecido que há sete anos, aquando da retirada dos Indonésios, 80% das infra-estruturas ficaram completamente destruídas, que a “brilhante” administração de quase três anos da ONU ajudou à destruição doutras – a iluminação pública, por exemplo – e que nenhum governo do mundo em quatro anos de governação refaz as infra-estruturas destruídas.

No meu país não houve nem ocupação militar nem administração da ONU e as queixas sobre o abastecimento de águas e más condições sanitárias são diárias e permanentes.

Margarida,

12 comentários:

Anónimo disse...

Aquilo que acho mais interessante no post é que na verdade nada de importante para o povo deve ser construido... o melhor é fazer os melhores e mais vantajosos negócios sobre petróleo, refinarias, explorações e outras vertentes estruturantes para um futuro promissor para o povo timorense.

Apoio!

Mas que se passa com as pessoas que estão deslocadas? Qual é o rendimento per capita dos timorenses? Afinal em que realidade estes senhores especializados em lixarem os outros estão a colocar o verdadeiro povo timorense? Em lado nenhum. Como têm tão pouco, qualquer coisinha é sempre crescimento. Isto vai ser assim enquanto houver estes "cooperantes"...

O negócio do petróleo é para quê?

Para o futuro? Muito bem pensado. Então e já explicaram os especialista (há montes deles em Timor-Leste em passagens temporais pelo terreno, a ganharem milhões... estatísticas já há?)

Se um dia se fizzessem continhas aos gastos e engargos havia de ser bonito.



O mexilhão lerpa sempre... o menino é mal criado, o menino é pequeno-burguês, o menino pertence a uma classe sem futuro histórico... que dia é hoje?

Seja macaco se isto não é actual e foi o JMB que o cantou aquando do FMI a ir "mamar" naquele canto-á-beira-mar-plantado, não?

Anónimo disse...

Só uma questão Margarida. O povo timorense (o povo e não essas suas elites políticas), têm dinheiro sequer para comer?

Se tiverem está tudo bem se não tiverem, explique-me como vão as pessoas pagar aquilo que por tradição nunca o fizeram?

Não pensa que para chulos em Timor-Leste não bastou já aqueles que estiveram a ganhar rios de dinheiro durante a transição? Sabe que os médicos cubanos não são de facto uma "oferta" mas sim um encargo para Timor-Leste? É óbvio que los médicos cubanos devem ficar mais baratos que igual número de médicos "oferecidos" por Portugal! Está a entender-me?

Então é assim: 1 médico portugês que não vá em regime de voluntariado via as diversas Organizações (Novas Organizações da Nova Escravatura Sob a Forma do Voluntariado) é bem pago pelo Estado Português, não perde o retorno ao seu posto de trabalho em portugal e volta de lá com o sabor a uma missão importante, uma experiência de vida, etc e tal... alguns não aguentam. São devolvidos conforme o trauma e necessidade de "fuga". Nos profs isso também acontece embora em menor grau. É que nos médicos tb não é verdade. Sabe porquê? Porque os de carreira não vão. Assim, aparecem os cubanos. Só que ao contrário do que transparece, estes são pagos pelo Estado Timorense. É claro que os "ordenhados" são mais em conta. Daí e além da "oferta" cubano para inglês ver, os preços de custo dos médicos cubanos são mais baixos. Ora como foram aceites as coisinhas assim, parece aos olhos da populaça (os outros - diga-se nós) ficam a olhar para a jogada como uma grande dádiva Cubana! E isso não é verdade.

(continua)

Anónimo disse...

Afinal o admirador do JMB sobre o que eu escrevi nada disse: nem se acha importante a população publicamente dizer das suas prioridades, nem se acha que a água e as condições sanitárias são de facto prioridades, nem sequer se achava que em quatro anos nenhum Governo deste mundo consegue reconstruir todas as infra-estruturas destruídas.

Em vez disso vem armado em xico-esperto-de-esquerda deixar subliminarmente a ideia de que a crise é da responsabilidade do governo da Fretilin em geral e do Alkatiri em particular, quando está carequíssima de saber que a crise foi orquestradíssima pelos eternos rivais da Fretilin.

Anónimo disse...

A crise começou a ser orquestrada pela direcção da FRETILIN para eliminar a oposição interna. Depois também tinha como propósito criar um clima propício ao adiamento das eleições de 2007 para data mais conveniente, isto é, quando o orçamento de 315 milhões começasse a produzir efeitos eleitorais.

Como é óbvio, e isso é que não foi equacinado devidamente, criou fragilidades em todo o sistema já de si precário.

E algumas oposições aproveitaram a onda, eventualmente apoiadas por governos estrangeiros, para tentarem pôr fim ao regime de tentacularização do estado por parte da FRETILIN.

E creio que perceberam que só poderiam ter hipótese se as eleições não fossem a palhaçada e a mescambelhice que foram as locais. Para isso, era necessário que a Comunidade internacional se envolvesse e controlasse todo o processo de forma a haver garantias de liberdade e igualdade no acesso para todas as formações políticas.
Isso é que está a baralhar a FRETILIN.

Vendo os planos a irem por água abaixo, a FRETILIN tentou insistir pela força e pela violência utilizando os instrumentos do Estado, como a PNTL e as Forças Armadas.
A situação ficou fora de controlo e é o que se vê.

É claro que a solução mais rápida para a saída da crise seria a dissolução do Parlamento ilegítimo e convocação de eleições para o Parlamento.
Mas como a FRETILIN armadilhou a Constituição para prevenir ter que ir a votos sem que fosse ela a marcar a agenda, tal não é Constitucionalmente possível. Uma Constituição tão recente e já inquinada de laivos de ditadura e prepotência. Que urge ser revista assim que possível (20 de Maio de 2008).

Aos poucos e poucos os coelhos vão saindo da toca e a verdade vai-se sabendo.
O problema maior, insisto, é conseguir apreender as armas que continuam espalhadas. E se fossem só as da PNTL a coisa até nem estaria longe.
O pior são aquelas que o governo adquiriu em concurso público e que ninguém conhece o paradeiro.

E é por essas que o povo receia e recusa sair dos acampamentos de deslocados.

A FRETILIN não é Timor, nem Timor é da FRETILIN. Enquanto não meterem isso na cabeça, dificilmente haverá paz. Enquanto não abandonarem a fixação que hão-de governar por 50 ou 100 anos, não poderá haver concórdia nem solução para as feridas abertas há mais de 30 anos.

Anónimo disse...

Agora já não é só a dissolução do Parlamento Nacional e o derrube do governo da Fretilin que o xico-esperto das 9:52:33 PM quer. Ele quer também mandar pela pia abaixo a Constituição da RDTL e até quer proibir que a Fretilin ganhe as eleições. Afinal é tão somente mais um filhote do arauta da democracia absoluta.

Mas vá-se habituando: vão haver eleições, cada Timorense vale um voto, e o partido que tiver mais votos é que vai governar. É assim que as coisas funcionam na democracia. E não se esqueça, quem ganhar vai governar e vai ser maioritário no Parlamento Nacional por CINCO anos. Depois, haverá novas eleições.

Anónimo disse...

5-50-100 anos eh tudo a mesma coisa quando se sabe manipular o sistema. Eh isso que a margarida nao quer reconhecer ter sido o objectivo da Fretilin de Maputo. Olhem so o velho Suharto. Haviam eleicoes regulares e o seu partido golkar ganhava sempre. Nao era? Ate que o povo fartou-se e manda-lhe ele e o seu partido a merda!
Ora vejam so as tendencias passadas em Timor. Nas eleicoes de 2001 para a constituinte a Fretilin ganhou com 56% e apesar de o desemprego e a pobreza aumentarem significativamente em Timor conseguiram arrebatar 80% dos votos nas locais. Isso nao faz sentido algum mesmo em termos estatisticos a nao ser se olhe bem de perto como essas eleicoes foram manipuladas. Por esse andar seria mesmo bem possivel que nas proximas eleicoes os tais almejados 100% fossem mesmo alcancados. Bem para nao ser tao obvio o resultado ate seria 99.9% para nao criar demasiadas suspeitas sobre o processo eleitoral. E dai o Mari ja podia dizer que a Fretilin eh Timor e Timor eh a Fretilin e que em Timor finalmente deixava de haver motivos para se fazer a discriminacao.

Va catar pulgas!

Anónimo disse...

"conseguiram arrebatar 80% dos votos nas locais. Isso nao faz sentido algum mesmo em termos estatisticos"

Estatísticos? O prezado Anónimo desculpe a observação, mas argumentos desses nem lembraria àquele recruta que jurava ser o único que levava o passo certo, ao contrário do resto do pelotão...

Anónimo disse...

"Ele quer também mandar pela pia abaixo a Constituição da RDTL e até quer proibir que a Fretilin ganhe as eleições. Afinal é tão somente mais um filhote do arauta da democracia absoluta."

Onde é que esta atrasada mental leu o que concluiu?

É claro que em 2008 a CRDTL pode ser revista e se houver deputados suficientes para o fazer, há-de ser mesmo.

Quem falou em proibir a FRETILIN de ganhar eleições? Onde?

O que não vai poder é ganhá-las como os seus amigos terroristas das FARC querem fazer na Colômbia, com assassínios, sequestros, financiamento no narcotráfico e na extorsão à laia de imposto revolucionário.

Isso, espero eu, a UNMIT não deixará.

Se quer rebater o que escrevi, faça-o ponto por ponto, não distorça o que não foi dito.

Se a tanto lhe chegar o que devia ter entre as orelhas.

Anónimo disse...

O que está faltando em TL é a salutar prática do concurso público. Esta medida é necessária para que os poucos empregos escapem da indicação política de padrinhos que tanto desmoralizam o princípio republicano e indigna a população.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

Anónimo das 2:54:35 AM: deve ser velhice tanta falta de memória. Então esqueceu-se que escreveu "Enquanto não abandonarem a fixação que hão-de governar por 50 ou 100 anos"? É sempre assim que se refere a uma vitória da Fretilin, vem logo tentar equipará-la à permanência no poder toda a vida e mais seis meses. Mas meta na pinha que a Fretilin vai mesmo ganhar as próximas eleições e vai governar nos próximos cinco anos. Porque é a grande força responsável, patriótica, democrática de Timor-Leste e que os Timorenses respeitam e têm no coração.

Anónimo disse...

Está a ver o que quero dizer com essa fixação de gorvernar 50 ou 100 anos? Ainda não foram as eleições, não se sabem os resultados e no entanto "Mas meta na pinha que a Fretilin vai mesmo ganhar as próximas eleições e vai governar nos próximos cinco anos."

Essa certeza, que se equipara à de Alkatiri de que iriam ganhar com 80%. Se calhar está a pensar que vão ser eleições à moda de Cuba ou da Coreia do Norte.

Essa teoria de que por a esquerda considerar que é uma força responsável, patriótica e democrática tem obrigatoriamente que vencer, tem graça. É como o PCP em Portugal. E como em Portugal se vota em liberdade, o PCP também vai vencendo.

Desengane-se. Desta vez não vai ser a mescambelhice das locais de 2005, onde os candidatos da oposição eram impedidos de se apresentarem como candidatos, inventando desculpas burocráticas.

Anónimo disse...

"O que está faltando em TL é a salutar prática do concurso público"

Isso mesmo Alfredo. E de quem é a culpa?

Quem preferiu a política de dar emprego aos filiados?

E de exigir dinheiro por baixo da mesa para que um empresário ganhe um "concurso público" de fornecimento de bens ou serviços ao Estado?

E acham que as pessoas não se iam dar conta nunca?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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