sexta-feira, setembro 29, 2006

Autoridades não fizeram qualquer pedido reforço GNR - António Costa

Díli, 28 Set (Lusa) - As autoridades timorenses ainda não fizeram qualquer pedido de reforço do actual contingente de 127 efectivos da GNR, disse hoje à Agência Lusa o ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa.

O governante português, que hoje cumpre o segundo dos três dias de visita a Timor-Leste, acrescentou que se tal solicitação vier a ser formulada, Portugal ponderará a decisão.

"Essa questão não me foi colocada pelo governo timorense. Sei que o secretário-geral das Nações Unidas está a preparar um novo relatório, a apresentar no próximo dia 25 de Outubro, sobre a necessidade eventual de reformatar quer a dimensão policial quer a dimensão militar, e nessa altura se for colocada alguma questão Portugal ponderará", disse.

Na última sexta-feira, o primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos Horta, declarou à Rádio Renascença que, caso as Nações Unidas optem por não enviar soldados para Timor-Leste, o seu governo poderá pedir a duplicação dos elementos da GNR no país, tendo garantido já o apoio da Austrália a esta pretensão.

Na sua resolução 1704, aprovada a 25 de Agosto, o Conselho de Segurança estabeleceu uma missão de acompanhamento, a Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), por um período inicial de seis meses e que inclui até 1.608 agentes policiais e 34 militares de ligação e administrativos.

A possibilidade de rever o número de militares e a natureza da missão é contemplada no texto da resolução, que pede ao secretário- geral da ONU, Kofi Annan, que faça chegar as suas recomendações ao Conselho de Segurança até 25 de Outubro.

"Para já não foi ainda colocada ainda nenhuma questão para além daquela que está suscitada, ou seja, a actual companhia da GNR integrar a UNPOL enquanto força de polícia constituída", salientou.

António Costa destacou que há cerca de 100 elementos, entre GNR e PSP, que apresentaram candidaturas para integrarem a UNPOL e lamentou os atrasos na sua chegada a Díli, inicialmente previsto para meados de Outubro.

"Está muito lento esse processo de selecção. Foram realizadas só 26 entrevistas e hoje mesmo fomos informados que os 26 elementos têm ordem da ONU para avançar já a partir do dia 30" (de Setembro), disse.

Referindo-se ao processo de constituição integral da força de 1.608 efectivos da UNPOL previstos na resolução 1704, António Costa preferiu não qualificar o atraso da ONU nesta matéria.

"Este processo de constituição da UNPOL é um processo relativamente... não queria qualificar, mas as Nações Unidas prevêem que só no final de Novembro tenha integralmente constituída a sua força. Pela nossa parte temos correspondido àquilo que nos tem sido solicitado, mas não nos podemos antecipar, naturalmente, às Nações Unidas em qualquer decisão ou em qualquer solicitação", frisou.

Outro aspecto revelado por António Costa foi a rotação do actual contingente da GNR, que chegou a Timor-Leste a 03 de Junho, com uma missão de quatro meses.

"A rotação faz-se agora no âmbito da ONU, e temos que acertar com as Nações Unidas o calendário preciso da rotação, tendo em conta que há outras forças a procederem também à rotação. E temos ainda que ter em conta que no mês de Outubro vamos ver um momento particularmente importante, em que é necessário que as forças de segurança estejam na maior capacidade da sua intervenção", disse.

"Mas isso é matéria que até à minha saída de Timor ficará decidida", garantiu.

António Costa manteve hoje encontros de trabalho com o seu homólogo timorense, Alcino Barris, e a ministra da Administração Estatal, Ana Pessoa.

O ministro almoçou no quartel da GNR e à tarde deporá uma coroa de flores no cemitério de Santa Cruz e receberá, na residência oficial, o comandante das forças armadas timorenses, brigadeiro- general Taur Matan Ruak, e o bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento.

Ao fim do dia participará numa recepção para a comunidade portuguesa.

A partida para Lisboa está marcada sexta-feira ao princípio da tarde, hora local.
EL-Lusa/Fim

5 comentários:

Anónimo disse...

Transcrição por não estar on-line:

Artigo no Público, 28 de Setembro de 2006, por Adelino Gomes:

Polícias portugueses em Timor podem chegar aos 250

A constituição da força policial das Nações Unidas de que farão parte a GNR e elementos da PSP e de outras forças de segurança portuguesas, num total que pode ultrapassar as duas centenas e meia, foi um dos temas dominantes do primeiro de três dias de estadia do ministro da Administração Interna (MAI), António Costa, em Timor-Leste.

O efectivo policial português na nova missão internacional neste país (UNMIT) pode atingir os 252, disse uma fonte da ONU à Lusa. Para além de um pequeno aumento da força da GNR, que passaria de 127 para 140 elementos, a UNMIT integrará cerca de meia centena de outros elementos desta corporação como formadores da polícia timorense e elementos do Estado-Maior policial da ONU (comandada pelo comissário português Antero Lopes), por seis dezenas de elementos da PSP e por mais alguns agentes dos GOE (Grupo de Operações Especiais) e quatro elementos do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras).

O processo de selecção, porém, não se encontra ainda concluído, sendo “prematuro” avançar, “neste momento”, com um número definitivo, disse Duarte Moral, assessor do ministro português, ao Público.

Para além de encontros, ontem, com o representante do secretário-geral da ONU e com o primeiro-ministro José Ramos Horta (com quem teve um jantar “privado”, na residência particular deste), a agenda de António Costa previa contactos, hoje, com o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento, e com o brigadeiro Matan Ruak, comandante das Forças de Defesa, e um encontro com a comunidade portuguesa.

Coincidindo com a chegada ontem, do ministro português registaram-se confrontos entre grupos rivais, na área do aeroporto de Dili, onde continuam a viver numerosos deslocados, e do bairro de Comoro, a poucas centenas de metros.

O assessor do ministro português considerou um “equívoco” a ideia, veiculada pela Lusa e retomada pelas rádios em Portugal, ontem de manhã, de ligação entre os actos de violência e a chegada de António Costa. Tratou-se de uma correlação “sem fundamento”, comentou.

O capitão Gonçalo Carvalho, comandante da força da GNR, chamado ao local dos confrontos, corroborou estas declarações. “Foram pequenos incidentes, quase insignificantes”, disse o oficial, cujos homens se juntaram a uma força policial australiana nas operações de restabelecimento da ordem.

A visita de António Costa encerrará com um almoço com o Presidente da República, Xanana Gusmão, amanhã, sexta-feira, dia da chegada a Dili de uma delegação do Clube de Madrid.

Integram esta organização antigos chefes de Estado e de Governo, como Bill Clinton, Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva e António Guterres. A sua deslocação a Timor-Leste, em “missão exploratória”, foi sugerida pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Tem por fim dar apoio ao prometido processo de “diálogo nacional” que ponha termo às divisões surgidas após a expulsão das Forças Armadas, no início de 2006, de 591 soldados que protestavam contra alegadas discriminações étnicas.

Anónimo disse...

A Margarida só vê o que quer. É quadrada.
Não ouve, por exemplo, a TSF. O equívoco alegado por Duarte Moral foi veiculado, como muito bem sabe a Margarida e a Malai Azul, pela GNR, que a repetiu na TSF.
É só ouvir.

Anónimo disse...

Este artigo do Público é escrito pelo Adelino Gomes. Se quer marrar com alguém, marre com ele. Eu limitei-me a transcrevê-lo.

Anónimo disse...

DEPOIS DA MOCA VEM O MARRAR.

ALGUEM AI CONHECE O PLANETA DOS MACACOS?

Anónimo disse...

"O equívoco alegado por Duarte Moral foi veiculado, como muito bem sabe a Margarida e a Malai Azul, pela GNR, que a repetiu na TSF."

O "equívoco" não é da GNR, mas de quem quer ouvir o que não está lá. O porta-voz da GNR diz claramente que os distúrbios "podem estar" relacionados com a chegada do ministro português. Portanto, uma possibilidade, uma hipótese.

Assim, em nenhum momento a GNR afirmou que os distúrbios TINHAM relação com a chegada do ministro.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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