sexta-feira, setembro 29, 2006

Polícias portugueses em Timor podem chegar aos 250

Artigo no Público, 28 de Setembro de 2006, por Adelino Gomes:

A constituição da força policial das Nações Unidas de que farão parte a GNR e elementos da PSP e de outras forças de segurança portuguesas, num total que pode ultrapassar as duas centenas e meia, foi um dos temas dominantes do primeiro de três dias de estadia do ministro da Administração Interna (MAI), António Costa, em Timor-Leste.

O efectivo policial português na nova missão internacional neste país (UNMIT) pode atingir os 252, disse uma fonte da ONU à Lusa. Para além de um pequeno aumento da força da GNR, que passaria de 127 para 140 elementos, a UNMIT integrará cerca de meia centena de outros elementos desta corporação como formadores da polícia timorense e elementos do Estado-Maior policial da ONU (comandada pelo comissário português Antero Lopes), por seis dezenas de elementos da PSP e por mais alguns agentes dos GOE (Grupo de Operações Especiais) e quatro elementos do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras).

O processo de selecção, porém, não se encontra ainda concluído, sendo “prematuro” avançar, “neste momento”, com um número definitivo, disse Duarte Moral, assessor do ministro português, ao Público.

Para além de encontros, ontem, com o representante do secretário-geral da ONU e com o primeiro-ministro José Ramos Horta (com quem teve um jantar “privado”, na residência particular deste), a agenda de António Costa previa contactos, hoje, com o bispo de Baucau, Basílio do Nascimento, e com o brigadeiro Matan Ruak, comandante das Forças de Defesa, e um encontro com a comunidade portuguesa.

Coincidindo com a chegada ontem, do ministro português registaram-se confrontos entre grupos rivais, na área do aeroporto de Dili, onde continuam a viver numerosos deslocados, e do bairro de Comoro, a poucas centenas de metros.

O assessor do ministro português considerou um “equívoco” a ideia, veiculada pela Lusa e retomada pelas rádios em Portugal, ontem de manhã, de ligação entre os actos de violência e a chegada de António Costa. Tratou-se de uma correlação “sem fundamento”, comentou.

O capitão Gonçalo Carvalho, comandante da força da GNR, chamado ao local dos confrontos, corroborou estas declarações. “Foram pequenos incidentes, quase insignificantes”, disse o oficial, cujos homens se juntaram a uma força policial australiana nas operações de restabelecimento da ordem.

A visita de António Costa encerrará com um almoço com o Presidente da República, Xanana Gusmão, amanhã, sexta-feira, dia da chegada a Dili de uma delegação do Clube de Madrid.

Integram esta organização antigos chefes de Estado e de Governo, como Bill Clinton, Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva e António Guterres. A sua deslocação a Timor-Leste, em “missão exploratória”, foi sugerida pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Tem por fim dar apoio ao prometido processo de “diálogo nacional” que ponha termo às divisões surgidas após a expulsão das Forças Armadas, no início de 2006, de 591 soldados que protestavam contra alegadas discriminações étnicas.

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Traduções

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Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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