sexta-feira, setembro 29, 2006

É difícil haver eleições em Abril ou Maio - Bispo de Baucau

Díli, 28 Set (Lusa) - A realização de eleições em Timor-Leste, previstas para Abril ou Maio de 2007, poderá estar comprometida caso se mantenha o actual clima de violência, afirmou hoje em declarações à Lusa o bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento.

"É difícil, a continuar este clima (de violência). Sem dúvida nenhuma que vai haver dificuldade", disse.

Perplexo com a violência, que reconheceu manifestar-se somente em Díli, quase sempre nas mesmas zonas, D. Basílio do Nascimento confessa já não entender por que razão continuam os confrontos.

"Num dado momento entendi alguma coisa. Hoje digo, sinceramente, que não estou a entender nada e foi isso que disse ao ministro", acrescentou o bispo de Baucau, que falava à Lusa à saída de um encontro com o ministro de Estado e da Administração Interna de Portugal, António Costa, na residência oficial da Embaixada de Portugal.

"Quando parece não haver razões para a violência, é que a violência parece que se desenvolve ainda mais e depois, se entendêssemos algum objectivo com isto tudo, enfim. Se formos a analisar a situação com as perguntas, quem faz o quê, a quem, porquê, sinceramente digo que não encontro respostas", vincou.

"Agora, a mim também me admira, havendo um número de observadores externos, que se dão conta que as coisas se passam em determinado sítio em Díli, admira-me também que o Estado, as autoridades, não tenham capacidade para neutralizar as coisas nessas zonas", destacou.

Partidário de um esforço preventivo para neutralizar os bandos responsáveis pela violência, o Bispo de Baucau considera esse o caminho para que a cidade viva com tranquilidade.

Quanto aos responsáveis pela violência, D. Basílio do Nascimento culpa os "bandos que tiram partido desta situação, desta ausência de autoridade do estado".

"É um aproveitamento da ausência da lei e da ordem", disse.

Entretanto, com o aproximar da época das chuvas, previsivelmente a partir de Outubro, o bispo de Baucau antevê dificuldades acrescidas para os cerca de 160 mil timorenses que continuam a vivem em campos de acolhimento, muitos deles instalados em instituições religiosas, escolas e parques públicos.

"Vem aí a chuva, e para mim essa é a grande preocupação neste momento.

Horas antes do Bispo de Baucau se encontrar com o ministro António Costa, que se encontra em Díli numa visita oficial de três dias, um novo foco de violência ocorreu numa das zonas habituais do centro da cidade, no campo de deslocados situado entre o porto e o Hotel Timor.

Dezenas de pessoas cercaram o campo e começaram a arremessar pedras contra os deslocados, motivando a intervenção da polícia australiana e malaia, que efectuou disparos de granadas lacrimogéneas, reforçada com apoio aéreo, e com militares da GNR a fecharem as ruas dos quarteirões em volta.

Dezasseis pessoas foram detidas no final dos confrontos.

Antes do encontro com o Bispo de Bacau, António Costa recebeu o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, num encontro não previsto no programa distribuído à imprensa, e o comandante das forças armadas, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, que não prestou declarações à saída.

EL-Lusa/fim

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51 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Bispo, senhor Bispo... nosso caríssimo Bispo. Homem de Deus Misericordioso, que estás em Baucau como em Lecidere...que pareces um Santo mas não o és e nem nunca o serás. Tu que nunca terás lugar à redenção mas sim à retenção, pois pecador maior não há!

Vem o senhor Bispo dos Dinheiros -vejam lá quanto é que este Padre já recebeu em ajudas internacionais directas, nomeadamente, da Cooperação Portuguesa, onde o gestor de Basílio, não falha nas captações financeiras -, falar da situação e que já não a compreende!

Ora que a paciência tem limites. Este padre que desonra permanentemente a Igreja à qual pertence, tem sido desde a primeira hora um motor de conflitualidade para com a FRETILIN, para com Mari Alkatiri, para com tudo o que mexe e não lhe dá $$$ (cifrões), vem agora com conversa de Santo? Só mesmo para um António Costa ouvir - vindo de Portugal mendigando a presença portuguesa e a manutenção da Língua Portuguesa, que o Horta e seus pares quer eliminar. Por mim pode! Não importa mais!

Basílio do Nascimento marcou esta agenda, participou em várias reuniões de conspiração contra o governo de Mari Alkatiri e está no apoio aos militares e polícias revoltosos, desertores e alguns deles com sangue nas mãos.

Basílio sabe as culpas que tem neste processo e só reina no reino de Reinados, desde sempre, até mesmo antes da manifestação grotesca da Igreja Católica - a tal que não interfere na política nacional.

Já agora diga-nos lá Basílio beatificado qual a sua posição sobre a Missa do Reinado celebrada pelo Padre Domingos Maubere...

Anónimo disse...

"A realização de eleições em Timor-Leste, previstas para Abril ou Maio de 2007, poderá estar comprometida caso se mantenha o actual clima de violência, afirmou hoje em declarações à Lusa o bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento."

concordo plenamente com a afirmativa de D.Basilio.
O que me faz recear é a falta de paz no país. O que mais me preocupa é a vantagem que alguns partidos ( 1 ) poderá tirar do povo amedrontado de replesárias e aliena-los a votar neles. Duvido que caiam na esparrela porque o nosso povo sabe o que quer, mas... a fome é tanta e a vida aqui é tão cara que uns tostões no bolso poderão fazer muito geito.

Vamos lá a ver o que é os luminosos do país vão decidir.

Que luz que nos ilumina seja a luz da verdade, da justiça e do respeito mutuo e da paz. Podemos ter afectos a diferentes partidos mas a terra é nossa devemos todos trabalhar juntos para alcançarmos uma aquilo tanto sonhamos.

Kuda Tali (Rebo Rebo- Timorense)

Anónimo disse...

Koalia tetun mos lalos ona " dehan ne hakerek dean " dean ne Decano Univercidade

Anónimo disse...

Meus amigos assim não vamos a lado nenhum nem às eleições como diz o D.Basilio.

Sejamos constructivos e trabalhemos pela nossa terra com a ajuda dos nossos paises amigos como Portugal.

Maracuja

Anónimo disse...

Nao preocupai-vos,
temos Pe Maubere
que nos indica o caminho...

Anónimo disse...

Reinado: "As eleições podemos mudar para daqui a dois ou três anos não há problemas, porque não há justiça, nem segurança, nem estabilidade não haverá eleições."

Bispo D. BAsílio do Nascimento: A realização de eleições em Timor-Leste, previstas para Abril ou Maio de 2007, poderá estar comprometida cso se mantenha o actual clima de violência"


Ainda há alguma dúvida de que não se trata do golpe de estado?

A representação pública dos golpistas segue-se pela ordem estabelecida: desobedientes e desertores, a Igreja, a seguir será o PM, e talve, talvez, talvez, mas só no fim, a Presidência. E os Australianos calados como de costume.
A mandar o que se vai pensar, dizer e fazer.

Anónimo disse...

Um unico reparo ao comentarista anterior:
"só no fim, a Presidência"
Se assim fosse não seria possivel o golpe de estado!
Talvez fosse melhor dizer:
Em primeiro lugar a Presidencia, o "comandante" dos desertores!

Anónimo disse...

Ó Senhor Bispo a inocência é uma virtude mas a mentira é um pecado!

Anónimo disse...

A Igreja que desde o inicio esteve claramente envolvida agora segundo o Senhor Bispo de Baucau não entende o que se passa?!

Talvez seja por o Senhor Bispo não entender que levou a Igreja até agora a nada fazer de concreto para que a violência termine?!

Ou nada fez porque a violência faz parte de uma estratégia na qual a Igreja participa?!

E a estratégia Senhor Bispo é que não se realizem as eleições?!

Uma última pergunta Senhor Bispo - acredita realmente que o inferno existe?!

Ou será que o inferno só existe para o Povo?!

Anónimo disse...

Timor-Leste
Xanana Gusmão garante que não fugirá às suas responsabilidades
29.09.2006 - 10h17 Lusa

O Presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, garantiu hoje em Díli que está pronto a assumir as suas responsabilidades caso seja acusado de ter promovido ou contribuído para a actual crise, não se escondendo atrás do cargo que ocupa.
"Estarei, a qualquer hora do dia, pronto para me apresentar no tribunal e assumir a responsabilidade de qualquer acto, que tenha porventura contribuído na distribuição de armas, na morte de pessoas, no incêndio de casas, no saque a bens e na violência que infelizmente continua a verificar-se", disse.

Xanana Gusmão, que intervinha na cerimónia solene de abertura da 5ª sessão legislativa, a última antes das eleições de 2007, dedicou parte significativa do seu discurso à questão da falta de segurança e ao desconhecimento sobre o número exacto de armas que ainda se encontram à solta.

"Este é um problema dos órgãos de soberania do Estado", frisou.

Nesse sentido, defendeu que o Parlamento Nacional, através da Comissão de Defesa e Segurança, "verifique a veracidade ou não" da "possível entrada ilegal de armas" no país.

"Esse sentimento de insegurança provém também do facto de civis continuarem armados", acentuou.

Depois de salientar que a situação no país e, essencialmente em Díli, melhorou "substancialmente" na sequência da "intervenção generosa das forças e polícias internacionais", Xanana reconheceu que, "infelizmente, cinco meses depois, ainda assistimos a um espírito de recusa e repulsão nas nossas comunidades".

"Persiste, sim, um clima de insegurança nalguns bairros e persiste também o problema das pessoas deslocadas, dentro da cidade, que teimam em não regressar às suas casas, sobretudo à noite", acrescentou.

O tecido social timorense, notou, está "fragmentado por sentimentos hostis que a sociedade absorveu com demasiada facilidade", constituindo um problema "que vai do político ao étnico, do social ao humanitário, do económico ao legal".

Relativamente ao problema que constitui o desconhecimento do número de armas fora das instituições de defesa e segurança, o Presidente considerou se trata de uma questão dos órgãos de soberania do Estado e deu como exemplo o registo de armas a mais no arsenal das forças armadas e de armas a menos relativamente às que estavam distribuídas à Polícia Nacional, na sequência do trabalho desenvolvido pela Comissão de Inspecção do Armamento das F-FDTL e PNTL.

"Ao invés de questionarmos a chamada inaptidão das forças internacionais na recolha de armas, deveríamos ser mais justos nas nossas interpretações e obrigarmos ou, no mínimo, apelarmos a todos quantos distribuíram ou estiveram presentes no acto de distribuição de armas, para procederem à recolha", adiantou.

"Muitos de nós tentamos ilibar-nos da responsabilidade dessa distribuição, exigindo apenas que as medidas tomadas ou que as actuações das forças internacionais cumpram uma missão quase impossível", salientou.

Considerou por isso que "o que mais falta na sociedade timorense e, sobretudo, nos governantes, é a honestidade política".

"A honestidade política exige humildade de pensamento. E não somos, ou não queremos ser, humildes, esquecendo pura e simplesmente que em pequenas sociedades como a nossa, o que vale não é a percepção que fazemos de nós próprios, mas o apreço ou o desapreço que a sociedade pode ter de nós", destacou.

Relativamente à entrega aprazada para o próximo dia 7 de Outubro do relatório elaborado pela Comissão de Inquérito Independente da ONU, sobre as responsabilidades individuais e institucionais na violência registada em Timor-Leste em Abril e Maio passados, Xanana Gusmão referiu que "existem grandes expectativas" à volta do conteúdo do documento.

"Como órgãos de soberania, todos temos que assumir a responsabilidade de ajudar o povo a compreender o carácter do mandato daquela Comissão", disse.

Para tanto, Xanana espera que todos os dirigentes políticos ponderem as suas palavras nas declarações públicas que vierem a fazer, "para não atiçarmos mais os ânimos".

"Porque isto só poderá vir a inviabilizar todos os esforços, que se estão a fazer, no intuito de se criar um clima de mútua aceitação dentro das comunidades", avisou.

O relatório da referida Comissão constitui apenas um "levantamento de dados sobre os acontecimentos", e o documento deverá ser interpretado como "o passo inicial e necessário" para futuras intervenções do sistema judiciário nacional.

Depois, dirigindo-se aos que o acusam de ter promovido a crise e "o consequente caos no país", o Presidente timorense comprometeu-se a não se escudar com o estatuto de imunidade no cargo institucional que ocupa para se esquivar a responder perante qualquer dos seus actos.

"E não serei eu a fugir das minhas culpas, quando elas forem provadas em tribunal. Todos podem ficar descansados nesse sentido, já que não necessitarei de advogados, porque não tenho dinheiro para os pagar, e muito menos, poderei subornar os juízes, que até são internacionais e já ganham bem", assegurou.

"Já possuo a experiência quanto a julgamentos e, devo dizer, guardo boas recordações, em termos de maturação política, do período de sete anos de prisão na Indonésia", acrescentou.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1271765&idCanal=18

Anónimo disse...

Dois meses depois do inicialmente previsto
Militares da GNR em Timor-Leste ficam no território até 26 de Novembro
29.09.2006 - 09h48 Lusa

A rotação do contingente da GNR estacionado em Timor-Leste desde Junho ocorrerá a 26 de Novembro, dois meses depois do inicialmente previsto, disse hoje à Lusa o ministro de Estado e da Administração Interna.
O governante português, que falava horas antes de terminar uma visita oficial de três dias a Timor-Leste, ressalvou no entanto que os militares que não queiram dar-se como voluntários para a extensão em cerca de dois meses da comissão original (quatro meses) poderão requerer o seu regresso a Portugal.

"Naturalmente o Estado português assumirá e honrará os custos do regresso e da sua substituição. Aqueles que voluntariamente se dispuserem a cumprir a comissão até 26 de Novembro já serão rodados nos termos das Nações Unidas", precisou.

Portugal mantém actualmente 127 militares da GNR em Timor-Leste, que constituem o subagrupamento Bravo.

"As Nações Unidas solicitaram que este contingente se pudesse manter até finais de Novembro, tendo em conta a rotação que vai haver em diversas forças internacionais, tendo em conta a experiência já adquirida dos homens que integram o contingente e a um período previsível de alguma agitação que pode estar associada à revelação do relatório da Comissão de Inquérito da ONU aos acontecimentos de Abril e Maio", salientou António Costa.

A GNR tem prontos um pelotão e uma companhia para a imediata substituição da actual companhia.

Todavia, António Costa disse ter registado "como muito significativo que a esmagadora maioria (dos militares da GNR) tenha pedido voluntariamente para cumprir a sua missão até 26 de Novembro".

António Costa revelou ainda que o primeiro-ministro José Ramos-Horta aceitou um convite de José Sócrates para efectuar, em data a marcar, uma visita oficial a Portugal.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1271763&idCanal=21

Anónimo disse...

"quem faz o quê, a quem, porquê" - Bispo de Baucau

o Senhor Bispo de Baucau que é tido como uma pessoa informada e instruída que tal ler alguma coisa sobre a Papua Nova Guiné e a intervenção do Governo Australiano talvez encontre respostas para as suas perguntas.

Anónimo disse...

POIS, POIS..."DONS" BISPOS...

Aqui disse, está a acontecer, os primeiros a serem descarados foram os bispos.
Há tempos afirmei que a intenção dos golpistas, australianos, igreja e outros, seria conservar a agitação em "banho maria" para declararem não existirem condições para que as eleições se realizassem no prazo previsto.
Eis que é o que está a acontecer com tais declarações dos "DONS" e outros que virâo.
Só não haverá condições porque os golpistas assim querem.
Não era dificil prever isto.
A igreja de Timor Leste está a comportar-se vergonhosamente.
Gostaria de tratar este assunto com tempo, não agora, e nada me admiro de voltar a abordá-lo com caracter mais substancial.
E sobre o comportamento de certos padres em Timor Leste, senhor Bispo?
Essa coisa dos "dons" também a Máfia tem...
Sou católico esclarecido e não gosto de passar por vergonhas causadas pela nossa igreja.

Anónimo disse...

"Depois, dirigindo-se aos que o acusam de ter promovido a crise e "o consequente caos no país", o Presidente timorense comprometeu-se a não se escudar com o estatuto de imunidade no cargo institucional que ocupa para se esquivar a responder perante qualquer dos seus actos." - Xanana Gusmão

E não se esqueça Senhor Presidente de nomear um Procurador-Geral dentro dos parâmetros da Lei e que não tenha acusações de corrupção.

E não se esqueça Senhor Presidente de que não está na área da sua competência controlar o judiciário.

Anónimo disse...

A Igreja timorensa envergonha todos os católicos de Timor e do mundo!!!!

Anónimo disse...

A não realização de eleições continua a servir os interesses da Igreja Timorense e os interesses a quem esta serve que não é a DEUS de certeza absoluta!

Anónimo disse...

Presidendencia
Dioceses
Ramos Horta
Fernando Lasama
Joao Gonçalves
Lucia Lobato
Manuel Tilman
Leandro Isaac
Reinado
Salsinha
Major Tilman
Filomeno Jacob
Padre Maubere
Padre Apolinário

tantos outros e mais estao a rezar para que nao se realizem eleicoes!

Uma vergonha!

Anónimo disse...

afinal quem é que não está interessado nas eleições no primeiro semestre do próximo ano??? quem é, quem é???

como sabemos (basta consultar este blog), andavam por aí muitas vozes (da reacção) a proclamar que a Fretilin tinha organizado todos estes acontecimentos para que não houvessem eleições em 2007!!!

afinal parece que não é bem assim..... e tudo leva a crer que vão aparecer, a breve trecho, ainda mais vozes a propôr o mesmo que a Igreja

Anónimo disse...

Timor Lorosae
Xanana Gusmão garante que não fugirá às suas responsabilidades


O presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, garantiu hoje em Díli que está pronto a assumir as suas responsabilidades caso seja acusado de ter promovido ou contribuído para a actual crise, não se escondendo atrás do cargo que ocupa.


"Estarei, a qualquer hora do dia, pronto para me apresentar no tribunal e assumir a responsabilidade de qualquer acto, que tenha porventura contribuído na distribuição de armas, na morte de pessoas, no incêndio de casas, no saque a bens e na violência que infelizmente continua a verificar-se", disse.

Xanana Gusmão, que intervinha na cerimónia solene de abertura da 5¦ sessão legislativa, a última antes das eleições de 2007, dedicou parte significativa do seu discurso à questão da falta de segurança e ao desconhecimento sobre o número exacto de armas que ainda se encontram à solta.

"Este é um problema dos órgãos de soberania do Estado", frisou.

Nesse sentido, defendeu que o Parlamento Nacional, através da Comissão de Defesa e Segurança, "verifique a veracidade ou não" da "possível entrada ilegal de armas" no país.

"Esse sentimento de insegurança provém também do facto de civis continuarem armados", acentuou.

Depois de salientar que a situação no país e, essencialmente em Díli, ter melhorado "substancialmente" na sequência da "intervenção generosa das forças e polícias internacionais", Xanana reconheceu que, "infelizmente, cinco meses depois ainda assistimos a um espírito de recusa e repulsão nas nossas comunidades".

"Persiste, sim, um clima de insegurança nalguns bairros e persiste também o problema das pessoas deslocadas, dentro da cidade, que teimam em não regressar às suas casas, sobretudo à noite", acrescentou.

O tecido social timorense, notou, está "fragmentado por sentimentos hostis que a sociedade absorveu com demasiada facilidade", constituindo um problema "que vai do político ao étnico, do social ao humanitário, do económico ao legal".

Relativamente ao problema que constitui o desconhecimento do número de armas fora das instituições de defesa e segurança, o Presidente considerou se trata de uma questão dos órgãos de soberania do Estado e deu como exemplo o registo de armas a mais no arsenal das forças armadas e de armas a menos relativamente às que estavam distribuídas à Polícia Nacional, na sequência do trabalho desenvolvido pela Comissão de Inspecção do Armamento das F-FDTL e PNTL.

"Ao invés de questionarmos a chamada inaptidão das forças internacionais na recolha de armas, deveríamos ser mais justos nas nossas interpretações e obrigarmos ou, no mínimo, apelarmos a todos quantos distribuíram ou estiveram presentes no acto de distribuição de armas, para procederem à recolha", adiantou.

"Muitos de nós tentamos ilibar-nos da responsabilidade dessa distribuição, exigindo apenas que as medidas tomadas ou que as actuações das forças internacionais cumpram uma missão quase impossível", salientou.

Considerou por isso que "o que mais falta na sociedade timorense e, sobretudo, nos governantes, é a honestidade política".

"A honestidade política exige humildade de pensamento. E não somos, ou não queremos ser, humildes, esquecendo pura e simplesmente que em pequenas sociedades como a nossa, o que vale não é a percepção que fazemos de nós próprios, mas o apreço ou o desapreço que a sociedade pode ter de nós", destacou.

Relativamente à entrega aprazada para o próximo dia 07 de Outubro do relatório elaborado pela Comissão de Inquérito Independente da ONU, sobre as responsabilidades individuais e institucionais na violência registada em Timor-Leste em Abril e Maio passados, Xanana Gusmão referiu que "existem grandes expectativas" à volta do conteúdo do documento.

"Como órgãos de soberania, todos temos que assumir a responsabilidade de ajudar o povo a compreender o carácter do mandato daquela Comissão", disse.

Para tanto, Xanana espera que todos os dirigentes políticos ponderem as suas palavras nas declarações públicas que vierem a fazer, "para não atiçarmos mais os ânimos".

"Porque isto só poderá vir a inviabilizar todos os esforços, que se estão a fazer, no intuito de se criar um clima de mútua aceitação dentro das comunidades", avisou.

O relatório da referida Comissão constitui apenas um "levantamento de dados sobre os acontecimentos", e o documento deverá ser interpretado como "o passo inicial e necessário" para futuras intervenções do sistema judiciário nacional.

Depois, dirigindo-se aos que o acusam de ter promovido a crise e "o consequente caos no país", o Presidente timorense comprometeu-se a não se escudar com o estatuto de imunidade no cargo institucional que ocupa para se esquivar a responder perante qualquer dos seus actos.

"E não serei eu a fugir das minhas culpas, quando elas forem provadas em tribunal. Todos podem ficar descansados nesse sentido, já que não necessitarei de advogados, porque não tenho dinheiro para os pagar, e muito menos, poderei subornar os juízes, que até são internacionais e já ganham bem", assegurou.

"Já possuo a experiência quanto a julgamentos e, devo dizer, guardo boas recordações, em termos de maturação política, do período de sete anos de prisão na Indonésia", acrescentou.



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Anónimo disse...

Suspender as elições é levar TL ao colapso da suas instituições e, consequentemente, ao abismo politico e social. Neste caminho TL poderá se tornar um protetorado australiano por absoluta falta de legitimidade e de legalidade na gestão do Estado. Buscar a paz e a reconciliação ( se é que uma das partes assim o deseja)é a prioridade absoluta.
Alfredo
Brasil
Obs: O Brasil, que promove eleições neste final de semamana, tem grande experiência neste campo; talvez possa colaborar.

Anónimo disse...

O cometário do Bispo é políticoe significa o seguinte: os manifestantes e arruaceiros querem eleições. Mas só as terão se pararem com a violência, porque enquanto esta não parar as eleições não podem ter lugar.

É como o comentário de Ramos Horta: se a ONU não enviar tropas para Timor pediremos mais uma companhia da GNR. Significa um recado aos Autralianos com o seguinte teor: vocês autralianos que não querem os portugueses em Timor se continuarem junto dos vossos amigos ingleses e americanos a fazer pressão para o conselho de segurança não determinar o envio de uma força militar das Nações Unidas para Timor (onde os Australianos continuam assim bilateralmente e não integrados numa força da ONU) nós pediremos o envio de militares portuguesas. Parece que os Australinos já acusaram o toque e vão permitir o envio da tal força militar internacional.
Digam lá qual é a diferença entre de pensar entre os australianos e os javaneses?!!!

Anónimo disse...

Mas essa postura foi sempre a dos líderes timorenses quando pretendiam que os aussies cedessem. Ameaçavam com a disponibilidade portuguesa. Ao menos que sirva para isso.

Não se lembram já da oposição dos aussies à criação das FDTL?

Os líderes perguntaram se Portugal ajudava a formá-los, a resposta foi afirmativa e vai daí os aussies e os camones apressaram-se a entrar na corrida para não ficarem de fora.

Fez Ramos Horta muito bem.

Agora para quem o criticou a dizer que ele concordava que os aussies ficassem de fora da UNMIT, aí está a resposta.

Precipitaram-se, não foi?

Dêem lá a mãozinha à palmatória.

Dias 7 e 8 de Outubro é que vai ser festa.

Aposto singelo contra dobrado que anda muito boa gente de todos os lados com o rabinho apertadinho.

RH anda vai sair em ombros.

Anónimo disse...

è por isso mesmo que os seus cúmplices da golpada - o Reinado e o bispo - não querem eleições! Ora se usasse a cabeça para pensar o xico-esperto das 11:52:03 PM, talvez não fosse tão lambe-botas. Isto de andar com uma candeia a tentar "descobrir" as virtudes do Ramos-Horta até dá vontade de rir. Quem se pretende tão influente entre os "grandes" do mundo e nem foi capaz de evitar a hummilhação ao Mascarenhas Monteiro é de bradar aos céus!

Anónimo disse...

Ao longo da luta contra a ocupação indonésia, ultrapassada a fase em que a Fretilin (de que as Falintil ainda eram o braço armado) era a única força a lutar pela independência, os diversos dirigentes timorenses distinguiram-se pelos erros cometidos. Os políticos no exterior da Pátria estavam divididos, passaram anos entretidos em guerrinhas intestinas e em disputas de protagonismo que só dificultaram a dramática luta levada a cabo no interior.
Depois da Convenção Nacional Timorense na Diáspora, as coisas mudaram. A união fez a força e, com ajuda das mudanças ocorridas na Indonésia, foi conseguido o objectivo da realização do referendo, com os resultados que conhecemos.
Nos meses que se seguiram, pensei que os líderes timorenses tinham aprendido com os erros cometidos ao longo dos anos, que tinham percebido que a Pátria estava acima dos seus interesses particulares.
Depois da independência, pensei que os líderes timorenses tinham aprendido com os erros cometidos nas outras ex-colónias portuguesas e que saberiam colocar o sentido de Estado em primeiro lugar, honrando o sangue dos milhares que morreram em nome de um Timor independente.
Afinal, enganei-me. Afinal, parece que não aprenderam nada. As velhas divisões e lutas de protagonismo só estavam adormecidas, mas ressuscitaram assim que se começou a sentir o cheiro do ouro negro.
Voltei a ver cenas que pensei pertencerem a um passado de sofrimento. A cada semana que passa me sinto mais desiludido com o que se passa na República Democrática de Timor-Leste.

AL

Anónimo disse...

Já somos muitos os do Clube da Decepção.

Foi em vão... foram em vão as lágrimas choradas, os gritos dados, os abraços sentidos, a roupas brancas, as vigílias, as solidariedades...

Anónimo disse...

Ao Clube Margarida e Malaios coloridos apenas um reparo. Parece-me que o clima que aqui se sente de grande exaltação contra bispos e ademais serve bem à FRETILIN. Porquê? Simples. Dão-se como patos na água em climas instáveis porque em sistemas estáveis têm tendência para fazerem o que bem lhes apetece, durante longos e longos anos. Há regimes assim.

Quem não quiz eleições para o Parlamento Nacional foi excatamente a FRETILIN e não é de agora é de 2001!

A nuance das palavras de Xanana Gusmão a 29/09 têm "agua a ferver": "... "E não serei eu a fugir das minhas culpas, quando elas forem provadas em tribunal. Todos podem ficar descansados nesse sentido, já que não necessitarei de advogados, porque não tenho dinheiro para os pagar, e muito menos, poderei subornar os juízes, que até são internacionais e já ganham bem", assegurou. ..."

Devagarinho se vai ao moinho....

Anónimo disse...

Já são velhos esses truques, tanto o de pôr as barbas de molho como o de puxar à lágrima. Esquece-se que não esquecemos a que é que servem as jogadas, quem já ganhõu biliões e quem quer continuar a ganhar muito mais, indecentemente à custa dos recursos naturais dos Timorenses.

Anónimo disse...

Já são velhos esses truques, tanto o de pôr as barbas de molho como o de puxar à lágrima. Esquece-se que não esquecemos a quem é que servem as jogadas, quem já ganhõu biliões e quem quer continuar a ganhar muito mais, indecentemente à custa dos recursos naturais dos Timorenses.

Anónimo disse...

Parece-me que até agora se há beneficiários de negociatas mais devem ser os responsáveis governamentais que outros... e todos aqueles que aprontam desde 1999 a mama em Timor-Leste... não é o caso de alguns/mas dos que aqui andam? Como muito bem dizem que: "... É o país que escolhemos para viver e trabalhar. ..."

Anónimo disse...

Timor-Leste
Xanana Gusmão garante que não fugirá às suas responsabilidades
"O relatório da referida Comissão constitui apenas um ("levantamento de dados sobre os acontecimentos",)

Ai esta, os protagonistas nao vao ser identificados!

Anónimo disse...

Então o xico-esperto das 6:27:40 AM ainda não percebeu que o relatório é sobre os incidentes de Abril e Maio de 2006? E sobre os responsáveia pela violência, pilhagens etc. causados nesse período? Olhe que é.

Anónimo disse...

A pouca vergonha continua. Agora é no Parlamento que Xanana quer "lavar-se" do embróglio que arranjou para a desgraça do povo de TL.
Ao estilo dos golpistas da américa latina, Xanana anda a ler "figurinos atrasados" e julga que a comunidade internacional acredita no que diz.
Cale-se,senhor desilusão!
Ou então, se quer falar, assuma de uma vez por todas que tem quase a totalidade das responsabilidades do golpe. Sem o seu aval dificilmente os "revoltosos" avançariam para uma golpada dessas.
Pegaram no pretexto das demissões dos militares para agitar, matar, arruinar a jovem democracia de TL.
Se algo fugiu ao seu controle a responsabilidade é exclusivamente sua.
Obstinou-se em derrubar um governo democráticamente eleito e agora quer "limpar-se"?
O golpe continua?
As eleições vão ser adiadas indefinidamente?
Quer fazer desse país uma coutada australiana?
Fale verdade, senhor Alexandre!
A mágoa da desilusão que provocou por todo o mundo e principalmente em TL e restantes países lusofonos só pode ser reparada com a verdade.
Agora, será muito dificil acreditar em si.

Anónimo disse...

"Quem se pretende tão influente entre os "grandes" do mundo e nem foi capaz de evitar a hummilhação ao Mascarenhas Monteiro é de bradar aos céus!"

Mas não é mesmo Tamagoshi?

Agora o Ramos Horta é que ia evitar que MM recusasse, e muito bem, o cargo para o qual foi convidado?

Mas alguma vez a ONU perguntou aos líderes timorenses quem queriam ou gostavam para ser SRSG?

E RH não disse até que se MM tivesse sido seria uma honra para Timor?

Está mesmo parvinha de todo.

Mas afinal, foi o RH que não foi capaz de evitar a humilhação, ou a Ana Gomes que impediu a nomeação? Em que fica a Tamagoshi?

E acrescento que não foi humilhação nenhuma para o MM, pelo contrário. Humilhação seria ter aceite naquelas condições. Portou-se com a dignidade que todos lhe reconhecem.

O que muita gente ainda não percebeu, foi que esse gesto de MM criou grandes dificuldades à ONU. Porque abriu um precedente. Agora, qualquer país pode pôr reservas a um indigitado e esse, sentir-se-á confrangido se aceitar o cargo.

Porque, como deixou implícito MM, quem aceitar sob reservas, estará enfraquecido logo à partida. E pouca gente se sujeitará a isso.

Agora, culpar o RH depois da declaração de incondicional apoio que fez, é mesmo facciosismo primário.

É como digo, ainda vão ter que o levar em ombros.

Anónimo disse...

Esta "malta" devia aprender a ler português antes de se pronunciar.

O Bispo disse que queria ver as eleições adiadas?

O que ele quis dizer e tem razão, é que neste clima não há maneira de se fazer uma campanha eleitoral livre e sem as pessoas terem medo de participarem. Como é óbvio.

Mas só as eleições podem devolver a paz a Timor, depois de se clarificarem as responsabilidades nesta crise toda.

Continuo esperançado que até lá (Abril, Maio), as coisas vão ao sítio e se possa desenvlver uma campanha eleitoral cívica e em absoluta liberdade.

Anónimo disse...

Eh melhor acabarmos ja de vez com essa historia de "ha e nao ha eleicoes" e ficarmos apenas com o que nos impoe a nossa Constituicao, isto eh, que "ha eleicoes". Em 1982, quando a Resistencia, Nao dava espaco de manobra ao exercito oupante, houve eleicoes, em 1987 houve eleicoes, em 1992 houve eleicoes, em 1999 houve consulta popular, em 2001 houve eleicoes. Todas essas eleicoes tiveram lugar em situacoes pouco amistosas. Porque querem adiar ou anular agora as proximas eleicoes que serao as primeiras eleicoes legislativas, as mais importantes de sempre, em Timor-Leste? Para continuar com o regime Alkatiri mascarada com a falsa mudanca do JRH? Sera porque o Tribunal de Recursos legalizou o que era manifestamente ilegal e que so um velhaco como o Claudio o poderia fazer(Homem pequenino eh velhaco ou dancarino; como ele nao eh dancarino...)? Ou sera para continuar a manter-se este clima de terror e instabildade?
O Dom Basilio eh um senhor intelectual que faz`os timorenses sentirem-se orgulhosos, mas de politica timorense nada percebe. Nao eh Dom Basilio quem procura os jornalistas mas sao estes que o fazem. Da mesma forma, nao foi ele que procurou o Ministro Antonio Costa mas foi este que o fez e fe-lo porque o Embaixado Portugues queria alguem que pudsse lancar ainda`mais a confusao com as suas teorias. Alkatiri tambem se entrvistou com o Ministro Antonio Costa. O que Ministro lhe devia ter perguntado era sobre o milhao de dolares que o R. Lobato levou para a Australia e depois depositou na conta do Akatiri. Se nao fosse a imunidade diplomatica o R Lobato teria ido parar a pildra nessa altura e o Alkatiri teria sido desmascarado; seriam questionados sobre a origem do dinheiro. Pobre povo timorense!.. depois de tudo isto ainda ha os que querem que o parasita Alkatiri volte a ser PM. Raio que os partam!!!...

Anónimo disse...

Só quando o povo timorense perceber que:

- a igreja é a maior sanguesuga de timor,

- que enquanto o povo vive na miséria os cofres do vaticano enchem-se com milhoes e milhoes de dolares de ajudas internacionais,

- a mina de ouro da igreja continuará sempre a crescer enquanto houver instabilidade no país,

- que a igreja quer a todo o custo, mesmo da vida dos timorenses, continuar e fazer crescer a instabilidade de timor para ser ela a absorver a maior percentagem das ajudas,

Só quando os timorenses perceberem isso, é que vão dizer BASTA!!!

A igreja timorense é das mais lucrativas do mundo, o povo timorense é dos mais pobres do mundo.

Senhor bispo, nem todos andam a dormir, e a sua hora de prestar contas também chegará um dia.

Anónimo disse...

Xanana diz-se pronto a ir a tribunal


O presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão, garantiu ontem em Díli que está pronto a assumir as suas responsabilidades caso seja acusado de ter promovido ou contribuído para a actual crise, não se escondendo atrás do cargo que ocupa. "Estarei, a qualquer hora do dia, pronto para me apresentar no tribunal e assumir a responsabilidade de qualquer acto, que tenha porventura contribuído na distribuição de armas, na morte de pessoas, no incêndio de casas, no saque a bens e na violência que infelizmente continua a verificar-se", disse.

Xanana Gusmão, que intervinha na cerimónia solene de abertura da 5.ª sessão legislativa, a última antes das eleições de 2007, dedicou parte significativa do seu discurso à questão da falta de segurança e ao desconhecimento sobre o número exacto de armas que ainda se encontram à solta. "Este é um problema dos órgãos de soberania do Estado", frisou.

Nesse sentido, defendeu que o Parlamento Nacional, através da Comissão de Defesa e Segurança, "verifique a veracidade ou não" da "possível entrada ilegal de armas" no país.

Depois de salientar que a situação no país e, essencialmente em Díli, ter melhorado "substancialmente" na sequência da "intervenção generosa das forças e polícias internacionais", Xanana reconheceu que, "infelizmente, cinco meses depois, ainda assistimos a um espírito de recusa e repulsão nas nossas comunidades". "Persiste, sim, um clima de insegurança nalguns bairros e persiste também o problema das pessoas deslocadas, dentro da cidade, que teimam em não regressar às suas casas, sobretudo à noite", acrescentou.

O tecido social timorense, notou, está "fragmentado por sentimentos hostis que a sociedade absorveu com demasiada facilidade", constituindo um problema "que vai do político ao étnico, do social ao humanitário, do económico ao legal".

http://jn.sapo.pt/2006/09/30/mundo/xanana_dizse_pronto_a_a_tribunal.html

Anónimo disse...

Lê-se no JN: “Xanana reconheceu que, "infelizmente, cinco meses depois, ainda assistimos a um espírito de recusa e repulsão nas nossas comunidades". "Persiste, sim, um clima de insegurança nalguns bairros e persiste também o problema das pessoas deslocadas, dentro da cidade, que teimam em não regressar às suas casas, sobretudo à noite", acrescentou. “

E era este o tipo que - diziam alguns – compreendia o povo sofredor. Vê-se. Ele até acha que é por teimosia que os Timorenses não regressam a casa...

É sempre assim com os aprendizes de feiticeiro: deixam o génio mau sair da garrafa e depois quando não o conseguem lá enfiar outra vez, culpam as vítimas do mal que eles próprios causaram.

Pensava ele – e os seus cúmplices – que podiam utilizar impunemente o terror e a violência para correr com o Mari Alkatiri, primeiro passo para o poder absoluto que lhes permitiria pôr TL sob governação Australiana. Como sozinhos não o conseguiam, a violência foi instrumental para trazer os Australianos, e com eles já lá – e as F-FDTL acantonadas por ordem sua – com as suas mentirolas e esquemas forçaram a resignação do Alkatiri. Pensavam que o Alkatiri saía do Governo, as pessoas regressavam a casa e tinham condições para reinar. Mas foi precisamente o contrário que aconteceu: o número de deslocados triplicou e como agora reconhece, cresceu “um espírito de recusa e repulsão” e persiste “um clima de insegurança”. Isto é, os Timorenses estão desde há cinco meses a mostrar ao mundo que NÃO confiam nem no seu Presidente nem nos amigos do seu Presidente. É bom que ambos - o Presidente e os amigos - compreedam desta vez o povo e que se vão embora, para que o povo possa regressar à normalidade da sua vida.

Anónimo disse...

Vamos La Vamos La Margarida .Mais uma vez com a sua propaganda. Pare de criar divisionismo no seio dos Timorenses pois o que ja ha e demais. Tenha um pouco decencia e nao tome parte. Sera que esta a soldo do mari ou e por simpatia ideologica.

Ze Cinico

Anónimo disse...

Margarida, veja lá se por acaso os deslocados não voltam mesmo a casa pois a ameaça de "sem a FRETILIN (ou melhor, aneaça do sr. Alkatiri) ainda não foi erradicada nem anulada...

Vai uma aposta que quando a ONU "entrar" de facto em Timor as coisas (têm) de ir ao sítio?

Seguramente. E sabe porquê? Porque nessa altura a máquina "organizada" (e bem) da Frente o que melhor terá a fazer é passar ao passo seguinte.

Propaganda! Esperemos que paguem bem ao povo, pois pagando bem sempre podem ter assegurado que em eleições LIVRES e para as legislativas (com voto secreto por inerência) talvez tenham a surpresa nos resultados... não?

Exista claramente ao povo a possibilidade de denúncia de "compra de votos" sem que as pessoas disso sejam lesadas ou os seus e vai assistir-se ao colapso da vergonha.

Margarida, volta autilizar a questão da triplicação dos deslocados - volte a ir aos seus arquivos.

A 26 de Junho eram cerca de 40mil... parece-me que num espaço de tempo mais curto e até à saída do sr. Alkatiri foi aí que a coisa triplicou. Não rebaralhe.

É verdade que desde 26 de Junho (saída do dito sr.) dá-se o aumento para os números actuais... pudera, a própria FRETILIN nunca deixou a sua estratégia, pelo contrário. Bem como utiliza tudo o que pode para desestabilizar. Ou não?

Gostava de ver e rápido as investigações atingirem as suas conclusões (desde que imparciais e independentes), os respectivos julgamentos e necessárias condenações... doa a quem doer!

E quanto a eleições elas não deverão existir antes de toda esta anormalidade ser totalmente posta a descoberto nas instâncias competentes e o culpados já instalados no devido sítio!

Caso aconteça de outro modo, lamento, mas será a maior prova de corrupção ao mais alto nível do Poder: político e judiciário!

O país não pode parar? Está parado por culpa da incapacidade dos governantes, nada de ilusões!

A culpa é do Xanana? Provem-o! Assim dar-vos-ei razão.

Anónimo disse...

Emendo:
"A 26 de Junho eram cerca de 40mil... parece-me que num espaço de tempo mais curto e até à saída do sr. Alkatiri foi aí que a coisa triplicou. Não rebaralhe."

Deve ler-se 140mil e não 40mil como se lê no comment anterior.

Sorry

Anónimo disse...

VIVA O WEST COAST EAGLES!

Anónimo disse...

Xanana está cansado e já não tem força. Já nem em casa manda: a mulher decidiu retirar os filhos da escola portuguesa e ele não disse nada!!!!!

Anónimo disse...

1. Sr. Presidente Xanana é verdade como noticiaram recentemente alguns jornais, que ordenou o ataque à casa de Taur Matan Ruak? É verdade que apoiou logisticamente o "grupo de Alfredo Reinado?
Se não é verdade porque não foi feito ainda nenhum desmentido sobre tais notícias?
Se aquelas acusasões forem verdade fica claro que permanecem em si as características de insensatez e ímpeto de resolver o conflito pela força das armas e não pela política que fizeram de si um grande guerrilheiro, a que o Estado Timorense deve muito, mas que fazem de si um péssimo presidente da república. O lugar de presidente da república é um lugar eminentemetne político, onde a acção deve ser não impetuosa mas racional, não intuída mas planeada, não nervosa, mas serena, não movida por interesses políticos de curto prazo, mas por uma visão estratégica de longo prazo, não fulanizada, mas determinada por ideais, valores e projectos. Se for verdade, para que aquilo que um dia foi faça sentido e tenha valor o melhor é dar o lugar a outro.

2. É verdade que pretende que Timor se torne um Estado associado da Austrália, saia da CPLP e adopte como língua oficial o inglês? Se não é verdade porque tirou os seus filhos da escola portuguesa?
E se Portugal se sentir insultado com tal comportamento?

3.Uma pessoa séria no lugar que ocupa não faz acusasões vagas e genéricas para o ar: quem foi o juiz internacional que se deixou corromper? Quem lhe pagou dinheiro? Quanto? Se não é verdade é uma leviandade a acusação que fez. Se é verdade e tem conhecimento de factos concretos é seu dever denunciar. O que é inadmissível, porque mina a credibilidade do trabalho que está a ser feito e das instituições é fazer insinuações genéricas como fez sem concretizar com factos concretos!

4. Quem tem legitimidade democrática para ocupar o lugar de presidente da república é Xanana Gusmão. Não é nem a primeira dama, nem o chefe de gabinete. Esse tem sido em grande medida o equívoco todo. Porque o PR está cansado, agastado, doente, debilitado!

Anónimo disse...

Anónimo das 10:27:39 PM; Segundo a Cruz Vermelha de Timor, em 30 de Maio havia (…) “Segundo explica a Secretária-Geral da CVTL, Isabel Guterres, "temos mais de 25.000 pessoas deslo-cadas e a viver em campos temporários por todo o país... As pessoas estão bastante trauma-tizadas e temem o regresso às suas casas. A situação está a acalmar mas ainda não está totalmente normalizada."
http://www.cruzvermelha.pt/cvp_t/noticias/not_intern_timor30mai06.asp

E em 12 de Junho havia (…) “mais de 60.000 pessoas deslocadas internamente no país, incluindo cerca de 40.000 na capital Díli. O CICV, que aumentou a sua presença no terreno para 9 delegados internacionais nos últimos 10 dias, continuará a providenciar água potável, a ajudar a restabelecer as ligações familiares e a visitar pessoas detidas relacionadas com esta violência. (…)
http://www.cruzvermelha.pt/cvp_t/noticias/not_intern_12jun06.asp
Ora, os últimos números oficiais da ONU, reportavam cerca de 190.000 deslocados em Timor-Leste. Infelizmente quando falo que triplicaram, de facto triplicaram. E constato isto com um aperto no coração.

Anónimo disse...

Xanana diz, hipocritamente, que está pronto a comparecer no Tribunal. No entanto, esse é um direito que ele negou a Alkatiri, exigindo a sua demissão imediata devido a um programa de TV.

Para além disso, nem uma palavra sobre Reinado, que fugiu à Justiça. Se Xanana é assim tão cumpridor e tão amigo de Reinado, que tal fazer um apelo para que ele se entregue?

Diz D. Basílio: "Quando parece não haver razões para a violência, é que a violência parece que se desenvolve ainda mais" [...] "admira-me também que o Estado, as autoridades, não tenham capacidade para neutralizar as coisas nessas zonas".

D. Basílio só agora chegou a uma conclusão que todos já sabíamos há muito tempo: primeiro, não se entende a razão de ser da violência, sabendo que a sua causa era a recusa de Alkatiri em se demitir. Segundo, não se compreende o que fazem o Governo, o Presidente e as forças australianas para acabar com a violência.

Anónimo disse...

H Correia:

Vamos lá a ser intelectualemtne honestos. Uma coisa é a responsabilidade criminal, outra bem distinta, são as consequências políticas.

Quando há suspeições, é normal, nos países livres e democráticos que os político se demitam e se defendam sem ocuparem nenhum cargo executivo.

Veja bem o que seria o PM de Portugal, estar a ser investigado, ser ouvido no DIAP enquanto continua a presidir ao Conselho de Ministros. Isto faz algum sentido?

Naturalmente que não. Alkatiri, nem devia ter esperado tanto tempo para se demitir.

O que não se entende, pelo menos pelos padrões ocidentais, é que tanto ele como o RL, continuem a ter casa do Estado, viaturas oficiais e provavelmente continuem a receber ordenado como se continuassem em funções. Não abona a favor da honestidade com que os querem pintar. Dá ideia que se alaparam à manjedoura e não a querem largar.

Estes comportamentos, além de os qualificarem, só vêm dar razão aos energúmenos do PD. que não sendo burros, exploram mediaticamentente estas situações como corrupção e nepotismo.

Os sinais perturbadores, são a crescente exigência de pôr de lado esta Constituição (feita à imagem da FRETILIN, erro crasso da própria FRETILIN), e iniciar-se a segunda república.

Não e caso virgem até em países consolidados. Portugal já vai, se não me engano, na quarta república.
A França, na terceira.

É o que dá o radicalismo.

Anónimo disse...

Se compararmos bem o que se passou em Timor Leste em 1998/1999, os objectivos que se pretendiam alcançar, e a situação dos últimos meses, e sobretudo as "informações" mais "frescas" de que não haverá eleições no próximo ano devido às razões de segurança, havemos de concluir inevitalmente que existem certos paralelismos.

As tropas de Kopassus entraram em Novembro de 1998. Logo depois começaram os assassinatos e em Fevereiro de 1999 tinham iniciado a "Operação de Limpeza Total, com a intençaõ de intimidar e aterrorizar a população e impedi-la de votar a favor da independência.

Os paralelismos entre meios, consequências e fins são mais que evidentes.

Os Estados Unidos realizam exercícios militares conjuntos com a Indonésia que terminaram a 25 de Agosto, apenas cinco dias entes do referendo. A justificação dada pelos exercícios era que se destinavam a instruir os Indonésios sobre os direitos humanos e exércicios humanitários.

Nessa mesma altura a posição americana era negar que estavam a tutorar seja quem for, declarando o seguinte:"Nenhum cavalo nosso participa na corrida em Timor Leste".
Alguns dias depois, a 10 de Setembro, reconheceram e disseram: "Temos um cavalo muito importante a correr lá".
Esse cavalo era a Austrália.

Hoje já sabemos que do cavalo passaram a cavaleiro, ou, a cocheiro, aquele que dirige o cavalo, e este passou a ser, quem mais do que o cume da soberania, o PR.

A não esquecer um aliado importante, mas actuar a coberto da discrição, a Grã-Bretanha.
É sabido que a pirataria é uma antiga paixão sua.

É caso para duvidarmos das boas intenções da Austrália e que a sua intervenção após o referendo de 1999 se terá regido apenas nos princípios humanitários e na mera compaixão.

Os seus planos e pretensões já vêm de um passado mais ou menos longínquo.

Lafaek

Anónimo disse...

O PR no seu discurso na cerimonia solene de abertura da Quinta Sessao legislativa do Parlamento Nacional Timorense, apelava aa honestidade. Honestidade deveria comecar por si sr. presidente Alexandre!
Por outro lado referia-se a experiencia que detem quanto a julgamentos, mas lamentavelmente nao serve para o cargo de presidente nem se esforcou por aprender a ser um digno presidente! O sr. Alexandre tem dito repetidas vezes que nao se candidatava a um segundo mandato; oxala nao seja mais um bluff a que estamos nos habituou, e cumpra com as suas palavras! Nao queremos atura-lo mais por cinco longos anos, como um presedente sem norte, frouxo ignorante e manipulavel! Timor precisa de se desenvolver e por isso precisa de gente capaz e digna que pensa pela sua propria cabeca!

Anónimo disse...

Mas Portugal tem de pedir esmola para a lingua portuguesa continua aqui? Acham que eles nao t^em mais nenhum pais onde se fala portugues? Que ridiculo! Angola, Brasil Cabo Verde, Guine bissau, Sao Tome e principe. Sem esquecer Macau. Nao sao territorios portugueses. Cinco sao paises indepedentes que defendem o que e melhor para eles. Cooperam.
Pacovio!

Anónimo disse...

"Quando há suspeições, é normal, nos países livres e democráticos que os político se demitam e se defendam sem ocuparem nenhum cargo executivo."

Pegando nas palavras do ilustre Anónimo, e como Xanana continua no seu posto, das duas uma: ou as "suspeições" que se têm acumulado sobre Xanana nos últimos tempos não o convencem (a si), ou Timor-Leste não é um país "livre e democrático".

Escolha a hipótese que mais lhe aprouver.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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