sexta-feira, agosto 18, 2006

Entrevista – Timor-Leste no caminho para a estabilidade, eleições diz o PM

Tradução da Margarida.


18 Agosto 2006 07:42:02 GMT
Fonte: Reuters

Timor-Leste: construção de nação

DILI, Aug 18 (Reuters) – O inquieto Timor-Leste está no caminho para a estabilidade depois de meses de violência e de agitação politica, e as eleições previstas para o próximo ano devem ocorrer conforme o calendário, disse o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta numa entrevista na Sexta-feira.

A calma voltou amplamente ao país depois de uma vaga de violência, fogos postos e pilhagens de Abril a Junho que mataram pelo menos 20 pessoas. A maioria do caos ocorreu em Dili e à sua volta, a capital da antiga colónia portuguesa que tem metade do tamanho da Bélgica.

Mais de 100,000 do milhão de pessoas do país fugiram das suas casas para campos de pessoas deslocadas onde a maioria permanece. Tropas e polícias internacionais lideradas pela Austrália com elementos Malaios, Neo-zelandeses e Portugueses têm trabalhado para restaurar a ordem.

"Diria que a situação da segurança estabilizou muito, estabilizou muito quando comparada com os dramáticos eventos do fim de Maio e Junho apesar de ainda termos bolsas de incidentes ocasionais," disse Ramos-Horta, de 56 anos, à Reuters.

Prevê outras melhorias nas próximas seis semanas quando falava no seu gabinete do complexo do governo em estilo colonial frente ao mar, vestido num fato escuro e numa camisa branca de colarinho aberto.

"Tenho esperança que lá para o fim de Setembro teremos um destacamento completo de polícia internacional, com alguns polícias Timorenses, e então poderemos segurar melhor alguns dos pontos problemáticos em Dili," disse Ramos-Horta.

Espera-se que o Conselho de Segurança da ONU aprove tão cedo quanto Sexta-feira uma nova missão para Timor-Leste envolvendo mais de 1,600 polícias, elementos de ligação militares e observadores, possibilitando a presença da polícia 24 sobre 24 horas em áreas problemáticas, disse Ramos-Horta, um antigo ministro dos estrangeiros que foi nomeado primeiro-ministro em 10 de Julho.

Isso pode ajudar a esvaziar os campos de deslocados, pois muitos recusam-se a deixá-los porque enquanto que a calma regressou à maioria das áreas durante o dia, receiam a violência à noite.

A violência mais cedo este ano incluiu alguns polícias e facções das forças armadas e outros com armas de fogo, mas Ramos-Horta disse que os problemas que ainda ocorrem foram na sua maioria (organizados) por gangs de jovens organizados, sem pistolas e "baseados em ciumeira, rivalidade e ressentimento ".

LEI E ORDEM

Ramos-Horta diz que não ajudou o que chamou de "lei absurda" imposta a Timor-Leste pela ONU que significou que muitos desses detidos por causa da violência fossem libertados depois de 72 horas.

"Depois de três dias de boas refeições, vestuário, banho, regressam às ruas frescos para começarem outra vez
," disse.

Seria melhor permitir que os suspeitos ficassem detidos "três meses, para possibilitar que os investigadores encontrassem evidências do seu comportamento criminoso e do seu envolvimento ou relacionamento com chefes de grupos ", disse.

As raízes da mais séria violência inicial são complexas, com elementos de rivalidades políticas e regionais chamejando sobre o então Primeiro-Ministro Mari Alkatiri, que saiu debaixo de pressão em 26 de Junho, depois de ter despedido perto de metade das forças armadas do pequeno país.

Ramos-Horta, um vencedor do Prémio Nobel da Paz e representante de Timor-Leste no estrangeiro durante a sua luta para se libertar duma ocupação Indonésia que durou de 1975 a 1999, foi visto como aceitável pela comunidade internacional e por muitos no partido de Alkatiri, a Fretilin, que domina o parlamento.

Disse que acredita que uma efectiva e visível presença da polícia assegurará eleições pacíficas que se realizarão algures em Abril de 2007.

Entretanto, o seu governo ganhou a aprovação de um orçamento que visa criar empregos e estimular a economia de um país onde a pobreza e o desemprego estão espalhados, mas recursos de energia a começarem a ser desenvolvidos apoiam a esperança num futuro melhor.

Ramos-Horta diz que "se o orçamento for totalmente implementado neste ano fiscal seremos capazes de criar 20,000 novos empregos e a economia crescerá seis ou sete por cento ".

Houve conversas de Ramos-Horta possivelmente poder suceder a Kofi Annan como secretário-geral da ONU, mas os recentes desenvolvimentos em Timor-Leste tornam mais provável uma corrida à presidência do país no próximo ano ou um período alargado como primeiro-ministro.

Contudo, Ramos-Horta disse que não perdeu a esperança do emprego na ONU lhe vir parar ao caminho.

"Tenho tempo. Sou relativamente novo e por isso posso esperar."

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1 comentário:

Anónimo disse...

Senhor primeiro Ministro:
Quando voce assaltou aquela sentinela la no Centro de Instrucao em Taibesse, quantos dias ficou voce detido? Qual foi o castigo que lhe foi imposto pela Hierarquia militar Portuguesa naquele tempo, tempo da Pide e demais? Resposta: Nada, Nil, Niente, Zilch! Porque? Porque tinha padrinhos!
O senhor pode nao gostar da lei que diz que detidos tem de ser libertados depois de 72 horas se nao houver evidencia suficiente para os levar a Tribunal, mas e a Lei e tem de ser cumprida inclusivamente por voce!
Quer voltar ao tempo da PIDE e detencoes sem fim?
E a proposito senhor primeiro Ministro, quantos banhos almocos e jantares, putas e vinho verde, ja voce mamou a custa do nosso POBRE TIMOR? Tenha vergonha!!!!!!!!!
Ze Cinico

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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