sexta-feira, agosto 18, 2006

Aulas de emergência ajudam crianças a voltar à escola em Timor-Leste

Tradução da Margarida.


ReliefWeb
Fonte: United Nations Children's Fund (UNICEF)
Data: 16 Agosto 2006
Por Bridgette See

METINARO, Timor-Leste, 16 Agosto 2006 – Lurdes Freitas, 10 anos, era toda ouvidos quando observava a sua amiga a dizer em Português o nome das partes do seu corpo, para o resto da classe. Lurdes é uma das 300 crianças que se inscreveram para aulas de emergência no campo de Metinaro para deslocados por causa do desassossego em Timor-Leste.

Quando a casa da sua família foi arrasada no fim de Abril, fugiram para este campo, que está a cerca de uma hora a leste de Dili, a capital. Lurdes tem vivido aqui desde há três meses e, como milhares de crianças Timorenses, viu como resultado, a sua educação perturbada.

"Eles queimaram a nossa casa, bateram nos nossos amigos e até dispararam sobre nós. Temos medo de ir para casa," disse.

Modo não formal

"As crianças estão cheias de medo, paranóicas e traumatizadas, por isso a UNICEF tenta restaurar alguma normalidade dirigindo aulas de emergência juntamente com o Ministério da Educação, ONG’s e voluntários," disse o responsável do Projecto Educação da UNICEF, Peter Ninnes.

Uma equipa da UNICEF tem treinado voluntários no campo Metinaro para usar cantigas. Danças e jogos para ajudar as crianças a aprenderem acerca do corpo humano dum modo não formal. Isto não só ocupa o tempo mas também as prepara para o próximo novo ano escolar em Setembro.

As escolas em Dili tinham recomeçado as aulas em Julho, mas muitos pais não quiseram mandar os seus filhos devido a receios de segurança. Agora, são as férias escolares.

Kits Escola-numa-caixa

Materias para ensinar e aprender dos kits Escola-numa-caixa da UNICEF têm estado a ser distribuídos no campo Metinaro, com cada criança a receber uma caixa com um bloco, borracha, afiador, lápis para as aulas temporárias. Cinco voluntários cuidam das centenas de crianças que ávidamente vão às aulas três vezes por semana.

"É duro mas estamos felizes em fazer isto para as crianças," disse o professor voluntário Santiago Ximenes Vaz, 26 anos.

O Ministério da Educação e a UNICEF discutem agora planos para construir maiores espaços temporários de aprendizagem em comunidades onde edifícios escolares foram destruídos. Associações de pais e professores podem receber financiamento e orientações para construir essas unidades, que por sua vez encorajarão as comunidades a apoiar activamente a integração de alunos deslocados.

Educação para todos

Estas aulas de emergência e espaços de aprendizagem são parte de uma campanha ‘De volta à Escola' organizada juntamente pelo Ministério da Educação e a UNICEF. A campanha visa encorajar os alunos deslocados a retomarem a escolaridade em Dili ou nos distritos exteriores em Setembro.

"Uma preocupação principal é a segurança das crianças, porque tem havido relatos de crianças a serem apedrejadas quando vão para a escola," disse Mr. Ninnes. "Da nossa parte, trabalhamos numa campanha de mobilização social alargada para comunicar a mensagem chave que cada criança tem o direito à educação e a pedir às comunidades para apoiarem activamente o regresso da segurança às escolas."

Para apoiar os que perderam as suas possessões devido à crise e para encorajar a frequência escolar, os organizadores da campanha decidiram fornecer material básico de ensino às crianças. Mas em vez de visar unicamente as crianças deslocadas, o Ministério da Educação e a UNICEF fornecerão pastas escolares, cadernos e outros materiais de aprendizagem a todas os 200,000 alunos das escolas primárias em Timor-Leste.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não seria mais fácil o Sr. Presidente da República, que tem sob sua "responsabilidade máxima" a segurança do país, o Sr. Primeiro-Ministro, que foi tão prolífico em promessas na sua tomada de posse e a primeira dama, que era tão amiga dos refugiados, fazerem alguma coisa para que estes possam regressar às suas casas e seus filhos possam regressar às escolas (aquelas de verdade)?

Anónimo disse...

Ja agora a titulo de curiosidade, sera que se esta a trabalhar na linguas oficias e nacionais???(portugues e tetun) ou nas linguas de trabalho( ingles indonesio)

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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