Jornal de Notícias, 07/?5/’7
A campanha eleitoral da segunda volta das presidenciais timorenses ficou marcada pela subida de tom das acusações entre os adversários, com o candidato da Fretilin a tomar a iniciativa de muitas das denúncias e com José Ramos- -Horta a responder.
Francisco Guterres "Lu Olo", que recolheu 112 666 votos ou 27,89%, começou a campanha eleitoral fazendo uma declaração pública sobre os seus rendimentos e desafiando José Ramos-Horta a seguir o seu exemplo, a bem da transparência, embora a lei não obrigasse ninguém a fazê-lo.
Apesar de Ramos-Horta, que teve 88 102 votos ou 21,81%, ter alguns dias depois declarado verbalmente à imprensa os seus bens e rendimentos, o candidato da Fretilin não ficou satisfeito e, a três dias do final da campanha, voltou a insistir na necessidade do seu opositor fazer uma declaração escrita.
A troca de palavras, algumas vezes num tom mais duro, não se ficou apenas pelas questões do património e dos rendimentos, tendo "Lu Olo" sublinhando por diversas vezes que José Ramos-Horta controlava as tropas australianas e exercia pressões sobre a Procuradoria-Geral da República para recolher os benefícios políticos de uma "paragem" das buscas e tentativa de captura do major Alfredo Reinado.
É que, disse "Lu Olo", ao pressionar o Ministério Público para uma suspensão da tentativa de captura de Alfredo Reinado, José Ramos-Horta estava a cumprir uma exigência do Partido Democrático, de Fernando "Lassama" de Araújo, que deu o seu apoio ao Nobel da Paz com a "garantia" de que Alfredo Reinado não seria capturado.
A todas as acusações de "Lu Olo", Ramos-Horta acabaria por responder e só por uma vez, quando o candidato da Fretilin o comparou a Suharto. O Nobel da Paz não respondeu de forma directa à acusação, mas disse que, ao contrário do seu opositor, preferia resolver os problemas, como o de Alfredo Reinado, com soluções pacíficas em detrimento da violência.
A comparação de "Lu Olo" foi feita tendo em conta que Suharto escolhia quem devia ser alvo de investigação, uma prática que Ramos-Horta estaria a realizar no caso do major Alfredo Reinado quando defendia que se devia prosseguir a via do diálogo aberta pela Igreja.
Com os votos a ser depositados nas urnas depois de amanhã e com Ramos-Horta a deter vantagem matemática sobre o seu adversário, já que recolheu o apoio de cinco dos seis derrotados na primeira volta, o actual primeiro-ministro está bem colocado para suceder a Xanana Gusmão.
segunda-feira, maio 07, 2007
Ramos-Horta colocado para suceder a Xanana
Por Malai Azul 2 à(s) 18:06
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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