DA COMUNICAÇÃO SOCIAL EM PORTUGUÊS
Timor-Leste: Campo de deslocados não foi evacuado, derrame químico continuou
Díli, 17 Abr (Lusa) - A cisterna de gás clorídrico desembarcada há dois dias no porto de Díli continuou a derramar o conteúdo tóxico durante a noite de hoje (hora local), mas os deslocados do outro lado da rua mantiveram-se na zona.
O gás clorídrico, com a referência de carga internacional 1789, tem uma grande toxicidade e pode causar queimaduras de pele e das vias respiratórias.
O gás é altamente perigoso em espaços fechados e o potencial tóxico aumenta com a temperatura, duas condições presentes nas tendas abafadas onde vivem os deslocados.
Dois especialistas australianos chegaram hoje a Díli para lidar com o derrame da cisterna, que tem pelo menos seis furos causados pelo ácido.
O gás clorídrico derramado pelo contentor no cais poente de Díli é lavado para as águas do porto.
"Temos estado a ver quais as consequências ecológicas deste caso, mas felizmente que o gás dissolve-se na água e o sal acelera o processo", adiantou à Lusa um dos comandantes da operação de segurança do porto.
"Nesta altura, a maior parte da cisterna já esvaziou para os peixes", comentou a mesma fonte.
O contentor, com uma capacidade de 22 mil litros, é proveniente de Surabaia, Indonésia, e devia ser carregado em Díli por outro barco com destino à Austrália.
As autoridades e as forças policiais e militares desenharam um plano detalhado para a evacuação, "se necessário forçada", do campo de deslocados, no caso de haver ameaça de intoxicação generalizada, afirmou à Lusa um oficial da UNPol.
O campo junto ao porto de Díli tem uma população registada de cerca de 3.700 pessoas, mas as agências humanitárias internacionais que assistem os deslocados referem que o local não tem mais de 500 residentes em permanência.
A UNPol, as Forças de Estabilização Internacionais, a Polícia Nacional timorense e as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste estão desde segunda-feira de manhã envolvidas na operação de resposta à ameaça colocada pelo derrame químico.
Um cordão de segurança foi montado num raio de 250 metros, cortando a principal artéria da capital, o que está a causar congestionamento do trânsito no centro de Díli.
Os deslocados recusam a evacuação do campo porque desconfiam de uma "estratégia" governamental para os fazer sair do local, explicaram à Lusa vários residentes.
"Isto pode ser uma manobra do Governo e de José Ramos-Horta para mudar os deslocados", afirmou um residente do campo, Elísio Pereira, operário de uma empresa de construção filipina.
"Para mim, para nós, morrer aqui, amanhã, são iguais".
"Como ainda não resolveram a primeira crise de 2006, agora querem resolver mudando-nos daqui", acrescentou o deslocado.
PRM-Lusa/Fim
Jornal de Notícias - Terça-feira, 17 de Abril de 2007
Uma pipa de gás no meio da intoxicação política
Pedro Rosa Mendes, em Díli - Exclusivo JN/Lusa
Desconfiança e gás clorídico são dois produtos altamente tóxicos. Mal derramados, podem ser letais. Misturados, ainda pior, como ontem ficou provado em Díli. Centenas de desalojados, os "gatos escaldados" da crise política de 2006, preferiram enfrentar o medo de queimaduras químicas a sair do campo de tendas no centro da capital, junto ao porto.
"Morremos aqui, mas não saímos. Isto é um plano do Governo e de José Ramos-Horta para nos tirar daqui", disseram vários deslocados às autoridades policiais e a um ministro que os tentou demover a mudar-se provisoriamente para um local mais seguro.
Um cargueiro saiu de Surabaia, Indonésia, com destino a Díli, Timor-Leste, onde ia descarregar, como fez, no domingo à noite, uma cisterna de gás clorídrico destinada à Austrália. Chama-se "trans-shipment" a este tipo de escalas de mercadoria. Anormal é que a cisterna começou a derramar gás algures durante a viagem, cerca das 17.00 horas (09.00h em Lisboa) de domingo.
Continuou a verter depois de ser descarregada no cais poente de Díli. A fuga, através de pelo menos três buracos abertos na cisterna pela corrosão do ácido, pareceu estancar durante algumas horas, mas recomeçou de madrugada.
Tropas australianas das Forças de Estabilização Internacionais (ISF) acorreram de madrugada ao pequeno porto de Díli. Durante a manhã, os soldados australianos usaram os fatos verde-alface e o resto do equipamento de guerra biológica que, porventura, não foi preciso no Iraque, onde esteve antes o batalhão que opera agora no país.
Estas medidas cautelosas, que incluíram o isolamento da área e o desvio do trânsito, foram acompanhadas a olho nu e corpo desprotegido, por centenas de deslocados do campo situado mesmo junto ao porto.
Este é o campo mais central de Díli e um dos mais politizados da capital, dizem diferentes entidades que lidam com o problema dos deslocados desde Abril de 2006. "A política aqui é tão sensível como no campo do aeroporto e no campo do Hospital Nacional", comentou um coordenador da ajuda humanitária no local.
"A desconfiança é total", acrescentou um responsável da Organização Internacional de Migrações (OIM) que tentou, em vão, convencer os deslocados a permitir a evacuação do campo.
Oficialmente, o campo alberga cerca de 3700 deslocados, na maioria "provenientes do Leste", conforme fez questão de explicar o coordenador Leopoldo Pinto. A população é, porém, muito flutuante, ao sabor das crises de segurança e da percepção popular do ambiente político e de rua em Díli. De facto, estariam hoje não mais que 500 pessoas no campo, segundo a OIM.
As ISF, a Polícia das Nações Unidas (incluindo o subagrupamento Bravo da GNR), a Polícia Nacional timorense e as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste juntaram meios para proteger e evacuar o campo. Blindados, carrinhas e camiões suficientes para levar alguns milhares de pessoas para sítios mais seguros estiveram horas estacionados junto ao porto. Em vão.
"Isto pode ser uma manobra do Governo e de José Ramos-Horta para mudar os deslocados", disse um residente do campo, Elísio Pereira, que trabalha na construção-civil.
"Para mim, para nós, morrer aqui, amanhã, é igual".
"Como ainda não resolveram a primeira crise de 2006, agora querem resolver mudando-nos daqui", acrescentou o deslocado.
"A saída é um problema sério. Não vou dizer para sair ou não sair. Que cada um tome a sua decisão", explicou Leopoldo Silva.
Na realidade, ninguém podia exercer livremente o direito de abandonar o campo. "As decisões são feitas por um punhado de líderes e 'troublemakers'", comentou um comandante operacional internacional no limite da paciência. "O problema é sofrermos há um ano nestas condições", insistiu Leopoldo Pinto, que repetiu estas palavras ao princípio da noite, diante do ministro Arsénio Bano, que tentou pelo menos conseguir a saída de mulheres e crianças.
"Em Timor, vivemos e morremos em família. E somos nós [homens] que mandamos", respondeu um dos "líderes" do campo às forças de segurança.
Ao fim da tarde, a cisterna tinha já seis furos, mal vedados. Caiu a noite e os deslocados continuaram nas tendas onde o gás clorídrico, se o vento estiver dessa feição, pode provocar uma tragédia. "A minha solução era simples", dizia um técnico internacional, furioso com a teimosia dos deslocados. "Levava os cinco líderes do campo ao cais e deixava-os ir o mais perto que quisessem da cisterna. De certeza que a seguir compreendiam o perigo e deixavam evacuar o campo".
Jornal Noticias – Terça-Feira, 17 de Abril de 2007
Pela actual crise em Timor: FRETILIN responsabiliza Xanana e Ramos-Horta
David Filipe, em Díli
O Secretário-geral da FRETILIN acusou o presidente da República cessante e o primeiro-ministro, de serem os principais responsáveis pela crise política que actualmente se vive em Timor-Leste, sustentando que Xanana Gusmão não usou o seu carisma e o seu estatuto de chefe de Estado “para equilibrar o ambiente”, no lugar de assumir a posição da oposição contra o Governo.
“Ele (Xanana) fez precisamente o contrário, tomando partido da oposição contra o Governo da FRETILIN”, considerou Mari Alkatiri, referindo-se ainda a um recente discurso presidencial, como tendo provocado profundas divisões no seio dos timorenses.
“Ele (Xanana) reconheceu isso mesmo recentemente, numa entrevista a um jornal português”, declarou Alkatiri, em entrevista exclusiva ao “Noticias” em Dili, na qual analisou o presente processo eleitoral em Timor-Leste.
Alkatiri e Xanana estão de relações cortadas faz tempo e o dirigente da FRETILIN revelou na entrevista ao nosso Jornal que “há bastante tempo que com o chefe do Estado não se falam”.
“Mesmo quando era primeiro-ministro, eu e o presidente da República só nos falávamos institucionalmente às quintas-feiras, nas reuniões do Governo”, explicou.
Sobre o interesse declarado de Xanana em se candidatar ao cargo de primeiro-ministro nas eleições de Junho, quando terminar o seu mandato presidencial em Maio próximo, Alkatiri considera isso “um caso único no mundo”, em que um ex-chefe de Estado se candidata ao cargo de primeiro-ministro, imediatamente a seguir ao final do seu mandato presidencial.
“Isto mostra claramente o que ele está à procura. Toda a gente sabe que neste país o poder executivo está nas mãos do PM e Xanana gosta do comando, do poder efectivo e não do poder sob influência”, comentou Alkatiri.
Sobre Ramos-Horta, que participa na eleição presidencial como independente, Alkatiri diz que isso apenas aconteceu depois de ele se aperceber que a FRETILIN não o iria apoiar, porque tinha o seu próprio candidato.
Acusa, na mesma linha, Ramos-Horta de estar a fazer agora, “um jogo sujo”, para alcançar ganhos políticos e diplomáticos a nível internacional.
“Sei que regularmente, ele reúne-se com jornalistas para apresentar a figura de “Lu Olo” (o candidato da FRETILIN à eleição presidencial), como uma pessoa sem capacidade de direcção e que estaria a concorrer à chefia de Estado como marionete de Alkatiri”, declarou o líder do maior partido timorense.
Para Alkatiri, a grande frustração de Ramos-Horta é não ter sido o candidato mais votado nesta eleição, daí que esteja a tentar “minar” o candidato da FRETILIN, “porque apanhou um grande susto e frustração quando foi ultrapassado por “Lu Olo” na primeira volta da votação.
Na entrevista ao nosso Jornal, Alkatiri acusou ainda Ramos-Horta de ter usado o nome da FRETILIN, apesar de não ser membro deste partido, na sua campanha eleitoral e de ter gozado de apoio da CNRT, do chefe de Estado e da Igreja Católica timorense, considerando que, por isso, Horta “estava à espera de ser o candidato mais votado nesta primeira ronda eleitoral.
Entretanto, no terreno, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) concluiu finalmente o apuramento nacional dos votos da eleição da semana passada, mas os resultados só devem ser anunciados nos próximos dias.
PRNewswire - Monday 16 April 2007, 23:06 GMT
Ramos Horta Apresenta Estabilidade Perante a Oposição Confusa
Dili, Timor Leste - A segunda volta da eleição presidencial está marcada para começar em Timor Leste. Entre graves preocupações sobre a integridade da contagem dos votos na primeira volta, começam a surgir graves fracturas nas bases da Fretilin. O candidato Francisco “Lu'Olo” Guterres enfrenta uma corrida a par com o popular Primeiro-Ministro e laureado com o Prémio Nobel, Dr. José Ramos Horta na segunda volta, mas Guterres parece secundarizado pelo próprio partido.
Os resultados da primeira volta abalaram profundamente o regime da Fretilin, já que o partido se gabara inicialmente, a 7 de Abril, da sua confiança absoluta numa vitória rotunda. A realidade esteve longe das suas expectativas, porque o povo de Timor Leste votou com o coração e a consciência para pôr termo à governação do partido, cujo mandato no governo está marcado pela violência e a inacção.
Os mais de 70 por cento de votantes a votarem contra a Fretilin constituem uma claro sinal da atitude do povo de Timor Leste para invocar o seu direito democrático de mudar o governo.
A desestabilização do partido está claramente evidente, visto que o candidato Lu'Olo é cada vez mais marginalizado como porta-voz de Mari Alkatiri, o ex-Primeiro Ministro obrigado a demitir-se em 2006, por causar o alastramento da violência devido à má governação. Numa tentativa desesperada para ganhar apoiantes, Alkatiri assumiu o comando montando uma campanha por rádio para promover o seu partido e o seu candidato, o que evidencia falta de confiança interna no candidato presidencial do partido, Lu'Olo. As declarações de Alkatiri tornaram-se assim cada vez mais inconsistentes e reflectem um partido em crise.
A 12 de Abril, Mari Alkatiri emitiu um comunicado à imprensa declarando: “A Fretilin congratula as Forças de Segurança e Defesa Internacional, que de uma maneira ética e eficiente, garantiram a Lei e a Ordem., ao fazê-lo demonstraram que o nosso país ainda precisa, durante algum tempo, da sua presença de forma a consolidar a estabilidade e a paz e a desenhar o caminho irreversível para a democracia.”
Contudo cinco dias antes ( a 7 de Abril de 2007, sábado) numa entrevista ao jornal português, Público, declarou:
“As forças militares estrangeiras devem abandonar o país depois das legislativas e não ficarem mais a partir desse momento. Então a GNR será suficiente”. Uma total contradição na política.
Esta entrevista levou o jornalista Paulo Moura, a concluir que “embora Mari Alkatiri não seja um candidato presidencial, é a principal figura da Fretilin. Desacreditado na crise de 2006, demitiu-se da liderança do governo. O seu plano é regressar, contando com um Lu'Olo obediente, que ele acredita que vai ganhar as eleições, amanhã, na primeira volta.”
Na mesma entrevista, Alkatiri defende o seu papel na propagação da democracia em Timor Leste, embora admitindo contratar os serviços dos consultores da campanha de Moçambique, treinados nas tácticas das campanhas de “um só partido”, sob o governo da Frelimo em Moçambique. A FRELIMO estabeleceu um governo de um só partido em Moçambique, baseado nos princípios Marxistas de 1974, depois da independência de Portugal. A Frelimo governou em Moçambique até 1994, quando foi instaurado um sistema pluripartidário após uma brutal guerra civil.
O Marxismo parece ser um elo de ligação da Fretilin com o Partido Comunista Português que declarou publicamente o seu apoio ao partido nas eleições, tanto através da agência Lusa como no Website do Partido Comunista Português (www.pcp.pt/english) que diz:
“O PCP reitera ao povo de Timor Leste e ao seu governo legítimo a sua solidariedade na luta para consolidar a sua soberania e pelos progresso social e confirma á FRETILIN, a grande força de resistência e libertação, a amizade e solidariedade dos comunistas portugueses.”
Reflectindo sobre os recentes acontecimentos, o Primeiro Ministro José Ramos Horta comentou: “Mais preocupante do que as inconsistentes plataformas de política, um sinal de fracasso rotundo e das óbvias lutas pelos poder dentro do partido é o arrogante direito da Fretilin de comandar mentalmente.”
Alkatiri declara frequentemente em entrevistas (duas vezes, no recente artigo do Público) que, “Quem libertou o país tem direito de comandá-lo”. Alkatiri esquece, obviamente que uma democracia não é comandada, é governada pela vontade do povo através das urnas de votos. Mais importante é o facto de não dar crédito à verdadeira entidade responsável pela libertação de Timor, os próprios cidadãos que lutaram pela independência. É a esses espírito valentes que muito sofreram nos anos de ocupação e são esses os heróis de todos os dias que votaram pela sua liberdade. É esse povo que tem o direito de comandar o seu próprio futuro e de usar os seus direitos democráticos para votarem por um novo governo, uma mudança, o desenvolvimento, o emprego e a prosperidade. Tem o direito de votar para um Presidente e um governo que se empenhe na erradicação da pobreza e na melhoria da sua vida. Para devolver ao povo não só o respeito não só o respeito por si próprio, mas também pelo seu país.”
Para mais informações visite: www.ramos-horta.org, Email: infor@ramos-horta.org Tel: Dionísio Babo Soares, +1-670-724-3952; Web site: http://www.ramos-horta.org
- Distributed by PR Newswire on behalf of East Timor - Jose Ramos Horta
[A versão original em ingles, publicada na website está reproduzida abaixo – secção ‘Da comunicação social em inglês’, sob o título: “Who has the Right to rule – the people or the party? asks Ramos-Horta”]
Jornal do Estado – 17 de abril de 2007 - 05:50
No Timor Leste, nada resolvido
Na prática, a tensão continua e os problemas dos pouco mais de 1 milhão de habitantes do Timor Leste, um dos mais pobres países do mundo, terão de esperar algum tempo mais para serem equacionados. A segunda eleição presidencial desde a independência, em 2002, conseguiu apenas indicar quem vai para o segundo turno, já marcado para 8 de maio: Francisco Guterres, nome de guerra Lu-Olo adquirido nos combates pela Fretilin (Frente Revolucionária do Timor Leste Independente) com 28,8% dos votos e José Ramos Horta, independente apoiado pelo presidente Xanana Gusmão, com 22,6%. Ficaram para trás o jovem Fernando La Sama Araújo, do Partido Democrático (18,5%) e outros cinco de partidos nanicos.
Formalmente, a Fretilin é o partido do governo, tem a maioria dos deputados e seu candidato é o atual presidente do Parlamento. No entanto, Xanana está formando um novo partido e apóia Ramos Horta, seu 1º Ministro desde o ano passado quando substituiu no posto a Mari Alkatiri (da Fretilin), forçado a renunciar ao ser identificado como um dos principais responsáveis pelos brutais conflitos de rua do ano passado entre dois grandes grupos rivais: os Lorosae que se orgulham de ter feito a revolução expulsando os indonésios, e os Loromono, acusados de não terem combatido.
No arquipélago de Nosa Tenggara, a ilha do Timor tem apenas 34 km2, com uma divisão quase ao meio entre o Timor Leste de colonização portuguesa e religião predominantemente católica e o Timor Ocidental que depois do domínio colonial holandês permanece pacatamente como parte do território da Indonésia e é na maioria habitado por muçulmanos. Não há disputa entre os dois lados, embora a etnia dominante do Timor Ocidental, os Atoni, tenha uma secular rejeição aos residentes no lado oriental. Os distúrbios de maio de 2006, provocados pela demissão de 600 soldados Loromono, só terminaram com a chegada de tropas da Austrália (90% do contingente de 1650 homens), Malásia, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné, agora transformadas na nova missão de paz da ONU. Os capacetes azuis haviam saído um ano antes num clima de festa coroado com o discurso do seu representante, Sukehiro Nasegawa, que inocentemente declarou: “o fato de não haver mais tropas da ONU aqui é um reconhecimento de que o país é seguro e pacífico”.
Ramos Horta recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1996 junto com o bispo católico Ximenes Belo e, com um programa de centro-direita pró-Austrália – o vizinho mais poderoso - planeja trocar de posição com seu discípulo Xanana Gusmão, ajudando-o a eleger-se como 1º Ministro (é quem de fato governa) no pleito previsto para 30 de junho. Espera triunfar no 2º turno, que já acontece em 8 de maio, com o apoio dos demais candidatos, mas isso significaria expulsar a Fretilin do poder, provavelmente trazendo a guerrilha de volta à luta, mesmo porque ela nunca deixou de existir. Lu-Olo, pouco carismático, já disse que quer trazer Alkatiri de volta caso vença, o que significa uma maior aliança com Portugal e relações somente diplomáticas com a Austrália, país diretamente interessado nas reservas de petróleo e gás timorenses e no controle das rotas marítimas, de importância estratégica para a região da Melanésia e para a Oceania. A questão do idioma tem forte destaque na campanha. O tétum, a língua aborígene, é falada pelo povo, enquanto o português quase caiu em desuso durante a recente dominação dos indonésios, sendo conhecida basicamente pelos mais velhos (há outros quinze dialetos praticados pelas tribos, formando uma babel lingüística). Lu-Olo promete que em cinco anos todos falarão português e Horta, filho de pai lusitano e mãe timorense, deve favorecer uma maior internacionalização o que pode significar o fortalecimento do inglês como idioma culto e de negócios.
O Brasil tem tido uma presença significativa no Timor e, depois dos militares, os professores do MEC com seus programas de alfabetização e ensino básico e do SENAI que preparam artífices locais para o trabalho, são respeitados. O incidente com a juíza Sandra Aparecida, esfaqueada nos braços e mãos num assalto em Dili, a capital, quando compunha o grupo dos países de fala portuguesa que supervisionam as eleições, foi considerado como uma fatalidade, mas fez lembrar a morte de Edgard Brito, o missionário evangélico mineiro atingido no pescoço por jovens rebeldes que atacaram seu carro nos distúrbios do ano passado.
Às margens do Oceano Índico e do Mar de Banda, muita água ainda vai rolar até que o Timor Leste encontre a paz. A presença de forças internacionais ainda é necessária, mas a superação da intensa pobreza (é o 191º estrado da ONU e a décima economia mais fraca) é o único caminho para que a ajuda internacional torne viável a sobrevivência da mais nova nação do planeta.
- Vitor Gomes Pinto, Escritor, analista internacional. Autor do livro ZIM: uma aventura no sul da África
Agência Ecclesia – 16/04/2007 , 18:00
Amigos de Lamego combatem as chagas de Timor
Luís Filipe Santos
Os amigos de Timor da diocese de Lamego juntaram-se para celebrar mais um aniversário da associação e reflectir sobre a realidade timorense. Manuel Correia, presidente da Direcção da Associação dos Amigos do Povo de Timor Lorosae, disse à Agência ECCLESIA que "temos como objectivos fundamentais a ajuda na reconstrução de Timor; criar laços de amizade com este país e ajudar os timorenses em Portugal, sobretudo os que estão a estudar".
No passado dia 14 de Abril, naquela cidade realizaram-se dois painéis para abordar as «ONGDs e a sua importância» e «Experiências vividas em Timor». D. Jacinto Botelho, bispo de Lamego, encerrou a iniciativa com uma celebração de acção de graças pelo quarto aniversário da associação. Na homilia - sublinhou à Agência ECCLESIA - falou sobre as Chagas do Senhor. "Estas são a certeza e as chagas da humanidade têm também solução. Neste momento de eleições, o povo de Timor deve encontrar tranquilidade e progresso". Com este seminário "pretendemos que as pessoas olhem para Timor com outros olhos" - disse o presidente da associação.
Manuel Correia esteve como missionário em Macau - na década de oitenta - e foi colega de D. Carlos Ximenes Belo. Logo após a independência de Timor "tivemos a ideia de formar a associação e já ajudámos a construir a escola de Nossa Senhora dos Remédios de Lamego, em Dili". A associação publica um jornal - «Sol Nascente» - onde relata os acontecimentos e a história de Timor. No último número, D. Carlos Ximenes Belo faz o historial de Timor. "Timor teve sempre uma cultura de guerra mas tem de caminhar para uma cultura de paz" - apela o Prémio Nobel da Paz. Por sua vez, Manuel Correia salienta: "Timor não pode continuar nesta situação"
Actualmente, a associação tem cerca de 400 sócios onde estão "incluídos bispos e juízes". D. Ximenes Belo é presidente honorário.
DAS AGÊNCIAS NOTICIOSAS INTERNACIONAIS
Votes rechecked in ETimor poll
Dili, April 16 (AFP) - East Timor officials said Monday they have found more discrepancies in last week's presidential election while stressing the poll's outcome will remain unchanged.
Some votes counted in the poll, the first since the impoverished nation gained its independence in 2002, would be re-checked amid concerns of irregularities, they said.
"This afternoon, we will reopen 42 ballot boxes because the documents (inside) were incomplete," National Election Commission spokesman Martinho Gusmao told reporters.
Voter turnout was high for last Monday's election and East Timorese hope that concerns about the credibility of the poll will not plunge the tiny nation back into turmoil and bloodshed.
In a closely fought race, the ruling Fretilin party's Francisco Guterres and Nobel Peace laureate Jose Ramos-Horta emerged to run again after neither gained more than 50 percent of the vote.
Gusmao said the votes concerned were lodged in seven districts, including the capital Dili, and were originally counted in Monday's poll.
But he said fears now existed that some of them had not been properly filled in. He declined to specify the problem or the number of votes involved.
Gusmao also said the election commission had lodged legal action seeking to re-examine votes placed in another 26 ballot boxes.
"The CNE (national election commission) is submitting a request to the court of appeal to be allowed to see again 26 ballot boxes because of an inconsistency in data," he said, without saying what the inconsistency was.
Gusmao said the court would determine whether there were grounds for a recheck.
He stressed the checks on votes in both sets of boxes would not affect the outcome of Monday's election, which would be decided in the runoff vote on May 8.
"The checks on those data do not mean that (they) would change the existing preliminary results," he said.
The checks come after it emerged on Saturday that a district with 100,000 eligible voters had produced three times as many votes. The discrepancy was later put down to a technical error.
Some candidates have also alleged intimidation at booths on polling day, and have also demanded a recount.
There had been fears that violence would mar the vote in East Timor, where foreign peacekeepers have been on the streets for nearly a year after gang violence left 37 people dead and sent 150,000 more fleeing their homes.
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL EM INGLÊS
Asean Focus Group and Australian National University's Faculty of Asian Studies - April 16, 2007
Analysis: Timor-Leste: The Armed Crisis in Timor-Leste - It's Not All About Reinado
Stephanie Koorey Lecturer, Global Security and World Politics, University of New South Wales
Throughout its 24 year independence struggle, the Timor-Leste's revolutionary fighters did it alone. Although with an abundance of moral support and advocacy from non-government agencies and support groups abroad, the liberation movement is unique in its failure to garner any external supplier of weaponry for its armed struggle. Despite the perceived "justness" of Timor-Leste's claim for independence, no patron ever supplied the goods for it to fight its "just war".
This extraordinary situation is close to being reversed. Not by a new revolutionary movement, but through the deliberate arming of personal militias by political figures. Timor-Leste's bloodied route to independence is in danger of being tainted by a new enemy - the state which arms against itself.
When Indonesia invaded Timor-Leste in December 1975, both the invader and ensuing conflict were largely ignored by regional and global powers. The Western states feared a "Cuba in the Pacific", and despite a clamouring from concerned citizens, in neighbouring Australia and far-flung United Kingdom, no Western country ever covertly shipped arms into the increasingly beleaguered independence fighters of Falintil - the Forcas Armadas de Libertacao Nacional de Timor-Leste, the National Liberation Armed Forces of Timor-Leste.
Despite such paranoia, no Communist state did either. And rumours that there were shipments from Mozambique and Uzi machine guns sent to Falintil remain unsubstantiated. Neither unscrupulous arms brokers nor kindred spirits got weapons to Falintil. So, for decades, the revolutionary fighters were armed with what they had stolen from the Portuguese colonial armouries in 1975, what they dug up from cached WWII weapons, and what they bought and captured from the Indonesian security forces.
Attempts to ship weapons into Timor failed and post-conflict Timor-Leste was stunningly weapons-free. The militias were mostly disarmed by the intervention force, or took weapons with them back into West Timor. Falintil won praise for its self-discipline, agreeing to cantonment, and ultimately metamorphosing into the Timor-Leste Defence Force.
Commentators have warned of the political and social divisions in Timor-Leste particularly since April 2006. Yet a chilling revelation is that at least one of these factions may have been arming in expectation of a future firefight against the other, and with high-powered military-style weaponry. These supplies generated brief media interest. They have been purchased, and some have been gifted by at least one friendly country. Under export guidelines many states, and private arms companies, transfer weaponry to other states for their legitimate defence requirements. Timor-Leste was a fledgling democracy so it was probably, and just might be reasonably assumed, that such transfers were sent in good faith.
In March of this year, former Interior Minister, Rogerio Lobato, was sentenced to more than seven years prison for illegally distributing weapons originally supplied to special units in the police, to groups of civilians, and former Falintil, some of whom subsequently used their weapons in armed attacks and criminal acts in the disturbances of mid-2006. Unproven accusations were also made against former Prime Minister Alkitiri in the distribution of the weapons, and, a year earlier, questions of nepotism and transparency arose when it was revealed his brother was the government arms broker.
Weapons were also taken from Army stocks and issued to civilians, former Falintil combatants and former police, and also used illegally during the unrest. The former Minister for Defence, Roque Rodrigues, has since resigned over the incidents.
The heavy arming of the special units in the Police force appears to have been underway since 2002. While ostensibly to counter increasing attacks by resurgent Militias in the border areas, the numbers of weapons and their suitability for military operations, not policing ones, was in 2005 referred to as both "confusing" and "sinister". The taking of weapons from Defence stocks may have been more opportunistic, although possibly not unanticipated.
Even so, an unspecified number of former security sector weapons remain unaccounted for; cached and hidden by both politically-affiliated groups and opportunistic criminal ones, and possibly scared civilians. After Timor-Leste's long and poorly-armed struggle for Independence, it is horribly ironic that Timor may face an armed crisis that emanates from its own political figures and public servants.
Watchpoint: How will the intervention forces in Timor-Leste effectively disarm what may now be politically-affiliated and criminalizing gangs?
- Asian Analysis is a monthly publication produced by Asean Focus Group & The Australian National University's Faculty of Asian Studies.
Catholic Telecommunications – 17 April 2007
Call for sacking of Catholic rep on Timor election body
Dr Damien Kingsbury, an Australian observer at last week's East Timor presidential election, has called for the replacement of Fr Martinho Gusmao, the Church's representative on the country's election commission, over bias allegations.
The ABC's PM program reports that Melbourne academic Dr Kingsbury says that the country's spokesman for the Election Commission should be replaced because he's brought the Commission into disrepute.
"[Fr Gusmao]'s made a number of comments that he really ought not to have made about his personal preferences in front of journalists, and that's highly inappropriate for somebody who's meant to be an independent adjudicator," Dr Kingsbury said.
"I would not regard his views as being those of an independent or an impartial mediator".
Asked by a PM reporter if Fr Gusmao should be replaced, Dr Kingsbury replied: "Absolutely".
"He's the Catholic Church representative on the Commission and I think that he got there for reasons that have less to do with his technical ability and more to do with some internal political preferences. "He simply has shown that he is not the right person for that job and his commentary on the electoral process before the election and since then has really brought I think, the Electoral Commission into disrepute and that's a dangerous thing," Dr Kingsbury added.
But the spokesman, Catholic priest, Fr Martinho Gusmao, blamed the East Timorese Technical Secretariat for Election Administration (STAE) for problems with last weeks vote.
Prior to the election Fr Gusmao also made comments publicly voicing support the Democratic Party's presidential candidate, Fernando "La Sama" de Araujo
Academic and long-time observer of East Timor, Damien Kingsbury, says Mr Gusmao should be replaced for those and other comments made in the lead-up to polling day.
But while Dr Kingsbury says there were a number of discrepancies with the vote, he's confident they won't alter the final result.
Página do Dr José Ramos-Horta - Apr 16, 2007
http://www.ramos-horta.org/news_070416.htm
Who has the Right to rule – the people or the party? asks Ramos-Horta
Dili – As round two of the presidential election is set to commence in East Timor, amid serious concerns around the integrity of vote counting in the first round, serious cracks appear to emerge from the foundations of Fretilin. Fretilin candidate Francisco “Lu’Olo” Guterres faces a head to head run-off with the popular Prime Minister and Nobel Peace Prize Laureate, Dr. José Ramos-Horta in the second round, but appears sidelined by his own party.
The results of the first round have shaken the Fretilin regime to the core, with the party initially boasting on April 7 of its absolute confidence in an outright and overwhelming victory. The reality was far from their expectations, as the people of East Timor voted with their hearts and conscience to end the rule of a party who’s tenement of government is marked only by violence and inaction.
With over 70 per cent of voters casting against Fretilin, It is a clear call to action by the People of East Timor to invoke their democratic right for a change in government.
The destabilization of the party is clearly evident as Fretilin candidate Lu’Olo is increasingly sidelined as a spokesperson by Mari Alkitiri, the former Prime Minister forced to resign in 2006 for causing widespread violence due to irresponsible governance. In a desperate attempt to win appeal, Alkitiri has taken the lead by mounting a vocal media campaign promoting his party and his candidate; which displays an evident lack of internal confidence in the party’s presidential candidate, Lu’OLo. Alkitiri’s statements thus far have become increasingly inconsistent but reflective of a party in crisis.
On April 12, Mari Alkitiri issued a media release stating:
‘Fretilin congratulates the International Defense and Security Forces who, in an ethical and efficient manner, guaranteed Law and Order, in so doing demonstrating that our nation will still need for some time to come their presence so as to consolidate stability and peace and to sketch the irreversible path towards democracy.’
Yet only five days earlier (Saturday April 7th 2007) in an interview with the Portuguese newspaper Publico, Alkitiri stated:
“Foreign military forces should leave the country after the legislatives, and no longer. Then the GNR will be enough.” A total contradiction in policy.
This interview led the journalist, Paulo Moura, to conclude that ‘while Mari Alkitiri is not a presidential candidate, he is Fretilin’s main figure. Discredited after the 2006 crisis, he resigned from the Government’s leadership. His plan is to return, counting on an obedient Lu’Olo, whom he believes is going to win the elections, tomorrow, at the first round.’
In the same interview, Alkitiri defends his role in propelling democracy in East Timor while readily admitting to engaging the services of Mozambique campaign consultants, trained in “one party” campaign tactics under Mozambique’s Frelimo government. Frelimo established a one-party state in Mozambique based on Marxist principles in 1974, upon independence from Portugal. Frelimo ruled in Mozambique until 1994, when a multi party system was insitituted after a brutal civil war.
Marxism proves to be a common link for Fretilin, with the Communist Party of Portugal publicly declaring its support of the party in the elections both through the Portuguese media outlet Lusa, and on the offical Portugal Communist Party Website (www.pcp.pt/english/) which reads:
“The PCP reiterates to the people of East-Timor and their legitimate government its solidarity with their struggle to consolidate their sovereignty and for social progress, and confirms to Fretilin, the great force of resistance and liberation, the friendship and solidarity of the Portuguese communists.” Reflecting on recent developments, Prime Minister Jose Ramos-Horta commented, “More worrisome than inconsistent policy platforms, a track record of abject failure and obvious power struggles within the party, is Fretilin’s arrogant right to rule mentality”
“Alkitiri frequently states in interviews, (twice in the recent Publico article) that, ‘Whoever liberated the country has the right to rule it.’ Alkitiri obviously forgets a democracy is not ruled, it is governed by ordinance of the people through the ballot box. More importantly is the fact that he does not credit the real entity responsible for the freedom of East Timor, the citizens themselves who struggled for independence. It is these brave souls who suffered most in the years of the occupation, and these are the every day heroes that voted for their freedom. It is these people who have the right to rule over their own future and use their democratic rights to vote for a new government, one of change, development, employment and prosperity. They have the right to vote for a President and a Government that pledge to eradicate poverty and improve their way of life. To give them back respect not only for themselves, but also their country.”
USAID (Washington, DC) - April 13, 2007
U.S. Government Responds to the Crisis in Timor-Leste
Nearly one year into the political and security crisis that began in April 2006, about 140,000 people are estimated to be displaced from their homes. About 40,000 of the total displaced people’s population are living in precarious conditions in camps in and around Dilia situation that many believe will prevail for the rest of the year. To date the U.S. Government has provided over $5 million in assistance in response to the crisis. Programs have included emergency food assistance and other humanitarian relief, management services for internally displaced persons camps, various peace-building activities, and the continued operation of media outlets to provide the displaced with accurate information on the situation. (April 13,2007)
Provedor’s Office Conducts Broad Consultation On Strategic Plan
The Provedor for Human Rights and Justice conducted a broad consultation with different stakeholders on its strategic plan for 2007-2010. The Provedor is an independent institution established by the Constitution with three mandates – human rights, anti-corruption and good governance. The Provedor received many valuable inputs from different stakeholders and the final strategic plan is expected to be completed within the month. Representatives from donor agencies, parliament, government, judiciary, and civil society participated in the two-day consultation from March 28 to 29, 2007. USAID, through Management Science for Development, helped the Provedor organize this consultation in partnership with the UN Mission in Timor-Leste, the Office of the United Nations High Commissioner for Human Rights, the United Nations Development Program (UNDP), the World Bank and the Government of Finland.
European Union (EU) - 16 Apr 2007
Declaration by the Presidency on behalf of the European Union on the first round of the presidential election in Timor-Leste
8371/1/07 REV 1 (Presse 78) - P 33/07
Brussels, 16 April 2007 - The EU congratulates the Timorese population who have shown their commitment to democracy and peace by participating in huge numbers in a generally peaceful way in the first presidential elections since independence in 2002. The EU regards these elections as an important milestone on the road to nation-building and to re-establishing stable democratic structures and accountable democratic institutions.
The EU expresses its appreciation for the Timorese authorities, particularly the Technical Secretariat for Electoral Administration and the National Election Commission for organizing the polling for the first time in their own responsibility in a smooth and efficient way despite the difficult terrain and logistics involved.
The EU calls on all political forces to accept the results of the elections, including the upcoming runoff election, and adhere to the principles of non-violence and legal processes to ensure that the elections have a unifying impact and contribute to bringing the people of Timor-Leste together.
The EU Member States and the European Commission remain fully committed to assist Timor-Leste in completing this year´s election process and will continue to monitor the forthcoming elections.
The EU Member States and the European Commission underline their support for Timor Leste to address the challenges ahead to rebuild the security sector, to reestablish the rule of law and to guarantee the further socio-economic development of the population of Timor-Leste.
The Candidate Countries Turkey, Croatia* and the former Yugoslav Republic of Macedonia*, the Countries of the Stabilisation and Association Process and potential candidates Albania, Bosnia and Herzegovina, Montenegro, Serbia, and the EFTA countries Iceland, Liechtenstein and Norway, members of the European Economic Area, as well as Ukraine and the Republic of Moldova align themselves with this declaration.
* Croatia and the former Yugoslav Republic of Macedonia continue to be part of the Stabilisation and Association Process
Deutsche Presse-Agentur - Apr 17, 2007, 6:19 GMT
East Timor truth panel to summon UN official to testify
Jakarta - A special commission set up to investigate the Indonesian military's rampage in East Timor in 1999 is scheduled to summon the former chief of the UN body overseeing the territory to appear at public hearings next month, local media reports said Tuesday.
'We will invite the former chief of the UN Administration Mission in East Timor [UNAMET], Ian Martin, to appear before the commission's panel at another public hearing, scheduled to be convened on May 2-5 in Jakarta,' said the commission's co-chairman, Benyamin Mangkudilaga.
'We hope he [Martin] will come to appear in front of the commission's panel,' Koran Tempo newspaper quoted Mangkudilaga as saying.
In addition, the former chief of the Indonesian Armed Forces, retired general Wiranto, and Dili's former military chief, Major-General Nur Muis, would be invited to testify to the commission, he said.
East Timor's current military commander, Taur Matanruak, would also be invited, although Mangkudilaga was not sure whether Matanruak would come because East Timor is preparing for a second-round of presidential elections.
The upcoming public hearings will be the third by the Indonesia-East Timor Commission of Truth and Friendship [CTF]. The commission held its second public hearing in Jakarta last month after the first session was held in Bali last February.
Speaking at the second public hearing in Jakarta last month, retired major-general Adam Damiri, the military commander of a Bali-based regional garrison, which included East Timor, at the time of the violence, said UNAMET was party responsible for the mayhem.
Damiri claimed that the violence surrounding East Timor's vote for independence was due to the 'incredible disappointment' with the result by pro-Indonesia supporters because of 'widespread cheating' from UNAMET.
The UN estimates more than 1,000 people were killed in the carnage, which began just after voters in East Timor, a former Portuguese colony invaded by Indonesia in 1975, voted overwhelmingly for independence in a UN-run referendum on August 30, 1999.
Damiri claimed the Indonesian military did not arm pro-Jakarta militia groups that went on a rampage in East Timor nearly eight years ago. He also dismissed the estimated death toll as 'nonsense,' claiming that 'not more than 100 people were killed.'
Human rights groups criticized the commission as toothless because it lacks the power to punish those found responsible for abuses.
The commission was set up by Indonesia and East Timor to establish the truth behind the violence before and after the historic 1999 poll, in order to aid reconciliation between the two nations.
Several senior Indonesian army and police generals have been acquitted of any involvement in the violence in trials in Indonesia, and the Jakarta government refused to hand over any suspects to a UN-run tribunal in East Timor.
East Timor became an independent nation in 2002 after being administered by the UN for more than two years.
Former Dili bishop and Noble Peace Prize winner Carlos Ximenes Belo told the commission's second round of hearings that Indonesian military forces and their militia proxies carried out massacres against Catholic Church personnel and civilians before and after the vote.
Indonesia occupied East Timor for 24 years, and as many as 200,000 civilians died during that period. Jakarta denies committing any atrocities during the occupation and has claimed the violence in 1999 was not organized by its armed forces.
Jakarta Post – April 17, 2007
Truth Commission carry out verification in East Nusa Tenggara
Jakarta: After interviewing a number of figures both from Indonesia and East Timor, members of the Truth and Friendship Commission, or KKP, begin to carry out verifications in East Nusa Tenggara province, which has land border with East Timor.
"The process of verification is still taking place ," Antonius Sujata, a commissioner for the commission, was quoted by Antara news agency as saying after meeting with provincial governor Piet Alexander Tallo Tuesday.
The Truth and Friendship Commission was established in 2004 by both Indonesian and East Timor or Timor Leste governments to investigate the violence in 1999 occurred after majority of EastTimorese voted for independence.
The Commission, however, has no right to prosecute any figures allegedly involved in the violence, reportedly killing hundreds of people.
Sujata and two Commission's members Petrus Turang and Maria Olandia Alves met with the governor to report their plans of activities in the province to carry out verifications.
Sujata said the objects of the recommendation of the commission are East Timorese people, parts of them, are still living in East Nusa tenggara.
KKP was established on Dec. 2004 supported by 10 members -- five from Indonesia and five from East Timor.
Australian Aid International (AAI) - 17 Apr 2007
AAI supports Bairo Pite clinic in Timor Leste
After their return to Timor Leste to undertake a one year rural health care clinic, AAI have partnered with Dr Dan Murphy at his Bairo Pite Clinic (BPC) in Dili. The clinic was founded in 1999 after the Indonesian withdrawal that saw thousands of refugees returning with tuberculosis, malaria and malnourishment. Located in Timor-Leste's capital city of Dili, the clinic provides free health care services to the local population.
Doctor Dan Murphy received his MD from the University of Iowa and has worked in East Timor since September 1998. The Indonesians forced him out in early 1999 during the post-independence ballot destruction of the country. He returned in September 1999 and had been steadfastly working to provide primary health care ever since to over a million patients.
On average, the clinic sees 300 or more patients per day, with a strict policy that everyone must be seen. Originally, the clinic was set up to serve the immediate needs of a population affected by a humanitarian crisis. As the violence has subsided, BPC has adapted and transformed from an emergency medical service to a more comprehensive community health service. Primary health care is a top priority for the BPC and provides a variety of services, such as childhood immunizations, pre-natal care, dental work, emergency services and seeking diagnosis and treatment for the most serious health problems facing the country including malaria, tuberculosis, dengue fever, leprosy and child mortality. The clinic participates in many mobile clinics in the remote and often-neglected mountainous areas, and receives patients from all over the country.
In addition, the BPC operates a medical laboratory, pharmacy, kitchen and laundry. The clinic has a water supply system and a power generator to supplement unreliable local supplies.
After witnessing the excellent work perform by Dr Dan, AAI pledged to assist in uplifting the clinic and its surrounds, including cleaning the grounds and removing accumulated medical waste, redesigning the pharmacy, and refurbishing the maternity wing and delivery room.
7 April 2007
Notwithstanding the security issues generated by the forthcoming elections and the Easter holiday period, AAI staff have been proactive and involved in various local health services.
Friday 6/4/07 AAI staff attended Dr Dan's Clinic. Dr Dan Murphy is an American doctor who has been working in Timor-Leste since September 1998. His clinic, the Bairo Pite Clinic, acts as a primary care facility and sees hundreds of patients per day. Their maternity ward averages 60 deliveries per month and is staffed by a number of widwives many from rural regions involved in the national midwife training program. Inpatient beds are used for diseases such as malaria, gastroenteritis and pneumonia and a separate ward houses TB effected patients. TB is a major public health concern in Timor-Leste and with the looming threat of HIV infectious rates are set to explode. A basic dental service also exists as does an emergency room, pharmacy and lab facilities.
With recent security concerns and DFAT travel warnings raised to level 5 (Do Not Travel) the international medical volunteers, including medical students from Australia, have withdrawn from Timor-Leste and Dr Dan's is now at a skeleton crew. This coupled with Easter and the public holidays has seen Dr Dan struggle with his few die-hard local staff including Dr Ida, a US trained Timorese Dr.
AAI staff were able to lend a hand and began by helping to re-organise the pharmacy to regain its functionality and begin to sort through and arrange the various donations Dr Dan has received. AAI staff were also able to get involved in some patient care including basic wound dressings.
Saturday 7/4/07 AAI staff attended Bairo Pite Clinic's first health service delivery to the Comoro district IDP (Internally Displaced Persons) camp. Many of the IDPs are afraid to travel to Dili National Hospital as rivalry between Timorese from the East and West is still rife. Many do not have access to medical services for this reason. The same issue faces the Bairo Pite Clinic and this has seen them try and deliver health care by setting up a mobile clinic at the camp. Several patients seen by Dr Ida at the camp who required higher level services and/or admission refused to travel to either the clinic or the hospital from fear of their safety. This area has been somewhat of a security hotspot over the last month but AAI staff observed the camp to be orderly and peaceful.
AAI staff were able to support Dr Ida in her delivery of primary health care at the camp and saw over 150 patients in 3 hours. This will now be a regular commitment of the Bairo Pite Clinic. Patient complaints ranged from scabies and tinea to gonorrhea, pneumonia and childhood infections such as otitis (ear infection) and conjunctivitis. Common cold viral infections were also very common amoungst the group.
Shaun Francis, AAI
quinta-feira, abril 19, 2007
Notícias - 17 de Abril de 2007
Por Malai Azul 2 à(s) 07:14
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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