quinta-feira, abril 19, 2007

Governo timorense disposto a conferenciar com o major rebelde Alfredo Reinado

Público – 18 de Abril de 2007
Jorge Heitor

O primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, candidato a Presidente nas eleições que terão uma segunda volta em Maio, declarou ontem que vai dar uma oportunidade à Igreja Católica de persuadir o major rebelde Alfredo Reinado a reatar o diálogo com o Governo, na certeza de que serão interrompidas as operações militares para o capturar.

Horta explicou em conferência de imprensa que decidiu retomar contactos com o major depois de, ao contrário do que se chegara a temer, ele não ter perturbado a primeira volta das presidenciais, dia 9 de Abril.

A controversa figura desertou das Forças Armadas em Maio de 2006 e juntou-se a seis centenas de antigos soldados que tinham passado à disponibilidade depois de se terem queixado de ser discriminados nas promoções, num episódio que desencadeou a grave crise durante a qual o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, teve de ceder a Ramos-Horta o lugar de primeiro-ministro.

Alguns analistas, citados pela Reuters, afirmam que, ao desistir de mandar prender Reinado, que tem partidários entre as camadas mais pobres, Ramos-Horta procura fortalecer as suas hipóteses de vencer o presidente da Fretilin, Francisco Guterres, Lu Olo. Este foi o mais votado na primeira volta, apesar de ainda não terem sido divulgados os resultados oficiais, o que se espera possa acontecer no fim desta semana.

Ainda muito novo, Reinado foi capturado pelas tropas indonésias que invadiram Timor-Leste no fim de 1975, tendo fugido para a Austrália no início da década de 1990 e regressado após o referendo de 1999 em que a população optou pela independência. Chegou a ser comandante de duas lanchas de patrulha oferecidas à antiga colónia pela Marinha portuguesa; e posteriormente passou pelo comando da polícia militar, numa carreira repleta de episódios rocambolescos.

Em 25 de Fevereiro o Presidente cessante, Xanana Gusmão, chegou a considerar que Reinado "passara dos limites" no seu desafio às autoridades, desde que em 30 de Agosto de 2006 fugira da cadeia de Becorá, com mais 50 reclusos. Mas agora, uma vez mais, volta a ser tentada a resolução deste problema por meios pacíficos, prescindindo-se do uso da força contra o oficial rebelde e os seus companheiros de aventura.

1 comentário:

Anónimo disse...

Governo timorense disposto a conferenciar com o major rebelde Alfredo Reinado? Mais uma vez a bota não condiz com a perdigota, pois o que a notície diz é que quem quer a negociata com o Reinado é o Horta.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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