sábado, novembro 04, 2006

Transferência de deslocados Díli arranca esta semana - Ramos-Horta

Díli, 04 Nov (Lusa) - O processo de transferência das dezenas de milhar de deslocados em Díli inicia-se dentro de dias e em Novembro já deverão estar r ealojados dois terços do total, disse hoje à Lusa o primeiro-ministro de Timor-L este, José Ramos-Horta.

"A estratégia baseia-se sempre na sensibilização dos deslocados para a necessidade de esvaziar os campos, alguns dos quais apresentam já problemas de s aúde pública", salientou Ramos-Horta.

O plano de transferência dos deslocados saiu de uma reunião de sete horas realizada hoje em Díli, em que participou o governo, liderado por Ramos-Horta , a missão da ONU (UNMIT), agências das Nações Unidas e organizações não-governa mentais (ONG).

"O encontro foi focalizado para a resolução da questão dos deslocados. Um grupo trabalho (com representantes do governo, da UNMIT, agências e ONG) entr ega na próxima semana o plano operacional, que esperamos possa ser executado ao longo do mês de Novembro", adiantou o chefe do governo timorense.

José Ramos-Horta afirmou ainda à Lusa que já a partir de terça-feira retomará as visitas aos campos de deslocados e aos locais para onde serão transferidos os que não têm casa ou aqueles que, tendo casa, receiam regressar às áreas de residência por temerem pela sua segurança.

"Ao longo desta semana vou visitar os campos e também os bairros e apre sentar as opções que oferecemos às pessoas para voltarem às suas casas. O governo tem um orçamento de 12 milhões de dólares para ajudar na reconstrução ou repar ação das casas", acrescentou.

Os centros de acolhimento temporário, que segundo Ramos-Horta deverão f uncionar entre seis meses a um ano e oferecer melhores condições de saúde públic a, serão instalados em Hera, cinco quilómetros a leste de Díli, e em Tibar, cerc a de 10 quilómetros a oeste da capital.

No interior da capital timorense serão também criados pelo menos dois destes centros, nos bairros de Taibessi e Quintal Bot, entre Balide, Audian e Caicoli.

"Não me parece que vá haver muitos problemas. Ao longo de Novembro pens amos resolver, pelo menos, dois terços dos campos ainda existentes em Díli", salientou.

Uma fonte que participou na reunião disse à Lusa que os primeiros campo s de deslocados a serem fechados serão os do Aeroporto de Comoro, do Porto de Dí li, em Colmera, e os que se encontram no perímetro interior do Hospital Nacional Guido Valadares, em Bidau, e defronte da sede da UNMIT, em Caicoli.

Para garantir a segurança nos bairros e nas áreas de acolhimento temporário, os efectivos da polícia da ONU (UNPOL) "vão reforçar os postos já criados e intensificar as patrulhas móveis", disse à Lusa o comissário Antero Lopes, com andante da UNPOL.

Além dos actuais 959 efectivos, de 19 nacionalidades, ao serviço da UNP OL, mais seis grupos de 25 agentes cada, da Polícia Nacional de Timor-Leste, "vão garantir que as áreas de acolhimento e os bairros terão protecção policial permanente", frisou Antero Lopes.

"A UNPOL tem a responsabilidade da segurança pública, conforme o mandat o conferido pela resolução 1704, de 25 de Agosto, do Conselho de Segurança da ON U, e estabeleceu 12 postos de polícia em toda a cidade e nas zonas periféricas, em colaboração com o governo timorense", afirmou.

Antero Lopes disse esperar que "as localidades críticas coincidam com a lguns dos locais onde potencialmente os deslocados actuais procurarão o realojamento".

De acordo com o sítio na Internet do Ministério do Trabalho e Reinserção Comunitária timorense, o número de pessoas deslocadas, considerando os recipie ntes de assistência humanitária, era de 178.034 pessoas a 20 de Setembro passado , com Díli a apresentar 69.600 deslocados.

Segundo Ramos-Horta, muitos dos deslocados registados na capital já regressaram às suas casas, ou preferiram reinstalar-se nos distritos do interior, totalizando agora pouco mais de 25 mil.

Os deslocados foram obrigados a abandonar as suas áreas de residência e m resultado da crise político-militar desencadeada em Abril passado, que provoco u mais de meia centena de mortos e a destruição de bens públicos e privados.

EL-Lusa/Fim

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4 comentários:

Anónimo disse...

MAIS VALE TARDE QUE NUNCA!

É de saudar esta notícia de RH. Que foi tardiamente que se decidiram a enfrentar o problema também não deixa de ser verdade.
Compreende-se pelas suas palavras e das de outras fontes que "vão limpar Díli" de refugiados/deslocados, principalmente as zonas que são as portas das visitas - aeroporto e porto.
A decisão pode ser boa se não fôr uma doentia operação de "limpesa". Isso revelará "manha" e nada há de pior que um governo tomar medidas "manhosas", porque significa que não vai resolver o problema mas sim escondê-lo até não se sabe quando.
Esperemos que assim não seja.

Outra coisa que não se entende está relacionada com a os números. Gostaria que me explicassem, se possivel, como se passa de 150.000 refugiados/deslocados para 25.000 registados.
Significará que existem muitos mais mas só estão registados 25.000?
Foi feita uma inflação dos 150.000? Fizeram uma sub-avaliação dos 25.000? Neste período já 125.000 regressaram ás suas casas ou optaram por outras alternativas e têm o problema resolvido?
Parece haver qualquer coisa que não bate certo e agradecia a quem soubesse que nos explicasse.

Bem, mas temos de ser positivos, e para já há que ter a esperança de que o governo começou a "sijar as mãos" e a trabalhar para evitar a catástrofe de saúde pública que o período das chuvas pode levar a quem foi privado das suas casas.

Perguinta-se agora que tipo de segurança terão as pessoas que abandonarem os campos e que regressem a suas casas?
Os elementos estrangeiros responsaveis pela segurança vão todos ser integrados nas UN e ter um comando único, ou não?
Os militares do exército de TL e a polícia vão começar a participar nas operações de segurança, ou não?
Se essa medidas não forem imediatamente tomadas é escusado falarmos de segurança, dizem os entendidos e eu concordo.

Anónimo disse...

Um governo aforcadamente derrubado pelos golpistas Xanahorta nao vai durar muito tempo porque esta situacao vai ser uma bomba de relogio . Nao acreditem ???? esperamos oresultado depois .

Anónimo disse...

Lere
O P.M. é preso por ter cão e é preso por não ter cão. Se faz criticam se não faz criticam. O que é que voçês querem. Para criticar é fácil. Não têm nada que fazer é melhor dormir...
Estatua é para a tua Mãe. O sr. P.M. não precisa de estatua nenhuma quando ele comecou a trabalhar para timor tu se calhar tavas-te a vender para os indonesios. Vai bujiar....

Anónimo disse...

Lere
O P.M. é preso por ter cão e é preso por não ter cão. Se faz criticam se não faz criticam. O que é que voçês querem. Para criticar é fácil. Não têm nada que fazer é melhor dormir...
Estatua é para a tua Mãe. O sr. P.M. não precisa de estatua nenhuma quando ele comecou a trabalhar para timor tu se calhar tavas-te a vender para os indonesios. Vai bujiar....

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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