terça-feira, novembro 28, 2006

Notícias - traduzidas pela Margarida

Notícias - em inglês
UNMIT – Revista dos Media Diários – Segunda-feira, 27 Novembro 2006

Relatos dos Media Nacionais
TP - Timor Post
DN - Diario Nacional
STL - Suara Timor Lorosae
RTTL - Radio e Televisão de Timor-Leste

Se não há justiça, não entrego as armas - Alfredo

Houve uma entrevista exclusiva entre o Timor Post e o em fuga Major Alfredo Reinaldo antes do seminário de dois dias realizado em Suai, em 24-25 Novembro 2006. O Major Alfredo na entrevista disse que esta crise tinha começado na instituição militar o que causou a sua deserção.

Admitiu depois que ainda tinha armas na sua posse mas disse que não as entregaria a ninguém se não houver justiça para pessoas como ele. Disse, “se for acusado de qualquer envolvimento nesta crise, estou pronto a enfrentar o tribunal, mas como estas é uma crise do interior da instituição F-FDTL, gostaria de ver a mudança nesta instituição.” Também sublinhou que a instituição foi usada para propósitos políticos que resultaram no conflito em curso. Em resposta ao plano do governo e de alguns líderes de terem um diálogo com ele, disse que teria qualquer diálogo desde que fosse aberto ao público, de modo a todos terem acesso à informação.

Alfredo disse que devia haver uma revolução das nossas mentalidades, e uma reforma para resolver o problema, restaurar a justiça, paz, estrutura do governo, e constituição. Acrescentou que a ‘revolução’ não significava que devíamos usar armas para lutar uns contra outros mas que significa que as pessoas têm de mudar a sua mentalidade para resolver problemas.

Em adição, o Major Alfredo também criticou fortemente o governo corrente por ser similar ao primeiro governo constitucional, sob a liderança de Mari Alkatiri. Disse que este governo era mesmo pior que o anterior.

Para resolver a crise de Timor-Leste, disse que participaria no processo e que não fugiria à justiça. Por isso, disse aos participantes no seminário de dois dias que para encontrar a solução para a nossa crise, as pessoas devem deixar para trás qualquer interesse político e pessoal, mas que deve haver uma solução justa para cada Timorense incluindo ele próprio. Entre os participantes no seminário estiveram o Major Tara, o Major Marcos Tilman, Dr. Lucas da Costa, Padre Martinho Gusmão, Jaime Hamjah, representante do Ministério do Trabalho e da Reinserção Comunitária, jovens e estudantes de Ermera, Ainaro, e Covalima, e Gastão Salsinha e Railos que participaram na sessão do segundo dia.

Separadamente, em relação a alegações que houve cobradores de dinheiro ilegal a recolherem dinheiro de homens de negócios em Dili em nome do Major Alfredo Reinado, apelou a todos os homens de negócios particularmente em Dili para deixarem de dar dinheiro a qualquer pessoa em seu nome. Disse que não tinha pedido a ninguém para pedir dinheiro. (TP, DN, e STL)

O julgamento do caso de Rogério

O caso do antigo Ministro do Interior, Rogério Tiago Lobato está agendado para ser julgado na Terça-feira, 30 Novembro 2006 por três juizes, dois juizes internacionais incluindo Ivo Rosa de Portugal e Telma Angelica do Brasil, e António Gonçalves de Timor-Leste sobre acusações de distribuição ilegal de armas. Espera-se que o julgamento seja aberto ao público. (STL & TP)

O 28 de Novembro não é somente um dia da Fretilin: Lu’Olo

Em resposta à questão das preparações para comemorar o dia da Independência, 28 Novembro 2006, Francisco Guterres, Presidente do Parlamento Nacional disse que o 28 Novembro não é somente um dia da Fretilin mas um dia para todos os cidadãos celebrarem porque foi nessa mesta data em 1975 que a Fretilin proclamou unilateralmente a independência de Timor-Leste. Lu-Olo disse que esta data é em honra e memória dos dos que defenderam o 28 Novembro durante 24 anos. Em adição, o Secretário-Geral do Partido Democrático, Mariano Sabino foi citado como tendo dito que o 28 Novembro era uma data histórica para a nova geração enquanto que o 20 Maio 2002 foi uma data em que Timor-Leste foi considerado uma nação com regras de Estados democráticos. (STL & DN)

Não há comentários da Fretilin sobre a teoria da Conspiração

Depois da saída da teoria da conspiração escrita pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, não houve qualquer reacção de qualquer membro do CCF ou de militantes. A posição de silêncio dos líderes da Fretilin não significa que receiem a verdade da teoria, mas antes que não querem perder tempo a instigar ameaças à paz e à estabilidade política do país. Contudo, Julião Mausiri, um dos líderes da Fretilin Segundo relatado justificou s teoria da conspiração, dizendo que tem factos na base. Disse que a teoria escrita pelo Sr. Xanana reflecte actos do governo liderado pela Fretilin e as políticas do CCF que não corresponderam às necessidades das pessoas. Acrescentou então que os líderes da Fretilin não tinham nenhum comentário a fazer porque não têm apoio suficiente. (STL)


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Weekend Australian - Novembro 25, 2006

Defesa – Relatório Especial

A força Anzac vê o seu papel em Timor como de cooperação
MARK DODD

A ONU queria que ficasse em Timor-Leste somente uma companhia de tropas Australianas para protegerem o seu quartel-general e apoiar um contingente de polícia internacional no início da recente luta. Mas a opinião das forças de defesa da Austrália foi que era necessária uma força maior dado o potencial para a violência continuar que já clamou mais de 120 vidas.

O grupo de combate Anzac do Brigadeiro Mal Rerden compreende agora 925 Australianos apoiados por uma unidade de tamanho de companhia de a 120 da Nova Zelândia operando sob comando nacional Australiano em vez de comando da ONU como uma “força de capacetes verdes”. A força, destacada sob o nome de código de Operação Astute, parece não ter pressa nenhuma de regressar a casa.

O desassossego no mês passado em Dili, resultante de confrontos entre grupos rivais de artes marciais, sublinhou a necessidade duma continuada e robusta presença de segurança em Timor.

A polícia da ONU e o grupo de combate Anzac precisarão de estar em alerta elevado em relação a fazedores de problemas políticos no caminho para as eleições nacionais potencialmente voláteis em Maio próximo.

A comissão especial de inquérito da ONU às causas do desassossego violento de Abril-Maio 2006 recomendou processos criminais contra o antigo ministro do interior Rogério Lobato pelo seu papel na armação ilegal de grupos de civis. E disse que a mesma acção deveria tomada contra o comandante da força de defesa o Brigadeiro-General Taur Matan Ruak, o ministro da defesa Roque Rodrigues e o chefe da polícia nacional Paulo Martins por crimes de armas. Recomendou que o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, um aliado de Lobato, fosse mais investigado em conexão com a armação de civis.

A força de infantaria consiste correntemente de elementos do 1º, 2º e 6º batalhões, do Regimento Real Australiano. São apoiados por carros blindados de transporte de pessoal M113 do 3º/4º Regimento de Cavalaria, cinco Blackhawk e quatro helicópteros de observação Kiowa.

Outras unidades da ADF em Dili incluem, 7º Batalhão de Serviços de Apoio de Combate, 17º Esquadrão de Construção e um destacamento do 1º Batalhão de Polícia Militar. Uma companhia de espingardas do 2º/1º Regimento de Infantaria Real da Nova Zelândia está integrado no grupo de combate, fornecendo a designação à Anzac.

Canberra ganhou uma disputa prolongada com a ONU, que com o apoio do Governo de Horta, queria que a força servisse como capacetes azuis. Em vez disso, Rerden responde junto do Quartel-General em Sydney do Comando de Operações Conjuntas.

A força conjunta coordena correntemente as operações com o Governo de Timor-Leste, o comando da Polícia da ONU e através de encontros regulares com outras organizações não-governamentais. A cooperação na Defesa entre a ADF e as F-FDTL (força de defesa de Timor-Leste) também recomeçou depois do desassossego de Abril.

A ADF tem 17 pessoas destacadas em Timor-Leste a assistirem com uma série de actividades que incluem pessoal de treino e de construção de capacidade no ministério de defesa do país e no quartel-general das forças de defesa. O focus principal tem sido no treino da língua inglesa, engenharia, capacidades médicas, liderança de pessoal e comunicações.

Mas dado o envolvimento das F-FDTL no desassossego recente e o facto de ter perdido quase metade dos seus 1500 elementos originais devido a deserções ou a dissenções étnicas interna, pairam questões maiores sobre o seu futuro.

Uma área chave onde provavelmente a ADF vai prestar maior atenção é ao desenvolvimento da capacidade de vigilância marítima Timorense, correntemente assegurada por dois patrulhadores Albatross obsoletos doados pelos Portugueses.

''A Austrália apoia uma maior cooperação marítima com Timor-Leste e temos a intenção de trabalhar com o Governo Timorense para identificar modos pelos quais o DCP (programa de cooperação de defesa) possa dar esta assistência aumentada '', disse um porta-voz da defesa em resposta ao The Australian.

O Primeiro-Ministro José Ramos Horta tem avisado frequentemente da vulnerabilidade da linha de costa do seu país em relação a pescadores ilegais e traficantes de pessoas, preocupações partilhadas por Canberra.

Mark Dodd escreve sobre assuntos estrangeiros e defesa para The Australian.

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2 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Presidente,

Eu sou timorense
Nasci em Timor-Leste em plena invasão
Indonésia
Cresci no mato
ao lado do saudoso Nicolau
capturado pelos Indos
após a morte do Nicolau
vivi em Dili no seio dos bapas
nos inícios dos anos 80

Senhor Presidente,
Parti para países estrangeiros
escapando das garras dos ABRI
pus me na escola
no fim era graduado na engenharia
ao mesmo tempo passei
a vida gritando na rua
pela paz, pela justiça
para o povo Maubere
enquanto na pátria
homens e mulheres
tombavam de dia a dia
mas hoje gozo o nascer do sol
o brilho da lua cheia
no país amado Timor-Leste.

Senhor Presidente,
Hoje não há heróis no solo Timorense
Os heróis são todos mortos
ao fim de nós gozarmos esta nação independente

Senhor Presidente,
Ninguém lutou mais do quê alguém
Ninguém ama o povo mais do quê alguém
Por os que lutaram mais, e lutaram muito
não estão hoje a gozar desta nação Maubere
Os que mais amam o povo, e amaram-no muito
não estão hoje a gozar da vida como um povo independente
Nem guerreiros, nem doutores,
nem intelectuais, nem homens sábios
nem presidentes, nem ministros
nem josés, nem marias,
enquanto vivos podem clamar
a medida de quem lutou mais
de quem amou mais a nação e o povo

Porque eu sei, e cada um de nós sabe
Ninguém lutou mais e ninguém amou mais
do Povo e da nação Maubere
como os que deram a vida
pela nossa libertação!!!

Anónimo disse...

Há por aí alguém que possa informar s.f.f. o que é que o 17º Esquadrão de Construção da ADF anda a construir em Timor-Leste? E qual o peso efectivo deste esquadrão em relação ao total das forças australianas aí destacadas? Agradecia a resposta.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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