Díli, 24 Nov (Lusa) - O major Alfredo Reinado, cabecilha da rebelião no seio das forças armadas de Timor-Leste e que se encontra a monte, "deveria entregar-se à Justiça e responder pelos seus crimes", disse hoje à Lusa o primeiro-m inistro timorense José Ramos-Horta.
"Ele cometeu um crime por iniciativa própria e há um mandado de captura. Esteve preso, fugiu e, a forma, a atitude mais correcta de um militar é entregar-se à Justiça. Ele não pode esquecer-se que deliberadamente assassinou camaradas seus do exército", salientou.
"Em qualquer outro país isto é um crime imperdoável", frisou o primeiro-ministro e também ministro da Defesa de Timor-Leste.
Ramos-Horta referia-se à comprovada participação do major Reinado, e dos seus homens, na troca de tiros com militares em Fatuhai, arredores de Díli, a 23 de Maio, na sequência da crise político-militar iniciada em Abril.
Detido em Julho, na posse ilegal de armas de guerra, o major Alfredo Reinado viria a fugir da prisão cerca de um mês depois, mantendo-se desde então a monte no interior de Timor-Leste.
"Ele deve ter coragem e deslocar-se ao quartel das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), conversar com os seus colegas e aguardar pela Justiça. Esta é a atitude mais correcta", vincou.
Ramos-Horta abordou ainda a eventual participação de Alfredo Reinado num seminário previsto para este fim-de-semana em Same, sul do país, questionando se a anunciada intervenção do major rebelde "contribuirá ou não para algum debate de substância".
"Ele é um militar foragido da Justiça que deve, com coragem e humildade, entregar-se à Justiça", salientou o primeiro-ministro à Lusa.
Alfredo Reinado, que goza de grande popularidade entre largos sectores da população timorense, foi um dos principais intervenientes na crise político-m ilitar que levou as autoridades de Timor-Leste a pedir ajuda externa para tentar ultrapassar a situação de instabilidade e violência no país, de que resultou a demissão do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri.
Alfredo Reinado fugiu da prisão de Becora, em Díli, no passado dia 30 d e Agosto, acompanhado de mais 56 reclusos, incluindo 16 ex-membros das forças armadas timorenses e cinco condenados por homicídio.
Alfredo Reinado e cerca de 20 dos seus homens estavam detidos desde 25 de Julho, por posse de material de guerra encontrado numa operação de rotina da GNR em três casas em Díli, uma delas, segundo o major, atribuída pelo presidente Xanana Gusmão.
A sua detenção, por militares australianos, foi feita ao abrigo do protocolo bilateral entre Timor-Leste e a Austrália, no âmbito das medidas de emergê ncia que na altura estavam em vigor no país desde 30 de Maio, decretadas por Xan ana Gusmão.
EL/MF Lusa/Fim
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sábado, novembro 25, 2006
Major Reinado é um foragido à Justiça e deve entregar-se - PM
Por Malai Azul 2 à(s) 03:09
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Ramos Horta está cada vez mais adaptado às funções de 1º Ministro. Assume o papel de guardião da Lei e da Ordem com firmeza, chamando as coisas pelos nomes e pondo os pontos nos is.
É este Ramos Horta que gosto de ver. Diplomata, comunicador, mas também homem de princípios e de compromissos. Ele que não tenha medo, pois é isso mesmo que se espera dele. O exemplo tem que vir de cima e nada como saber dar os passos com firmeza e convicção para transmitir alguma esperança aos que sofrem neste momento.
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