Expresso - 21.10.06
O relatório da ONU sobre a crise de Abril/Maio abre campo a várias interpretações. Entretanto, Ramos-Horta procura apoios na Igreja Católica e em Bruxelas.
O ex-Presidente Jorge Sampaio foi convidado para participar numa iniciativa de diálogo intra-timorense, mas reservou a sua decisão. O convite partiu do Clube de Madrid, uma organização de mediação de conflitos que agrupa ex-chefes de Estado e de Governo, e estendeu-se também ao moçambicano Joaquim Chissano e ao filipino Fidel Ramos.
Sampaio confirmou o convite ao Expresso, mas acrescentou que a sua “posição de princípio” é que num assunto desta natureza a primazia deve ser dada à ONU.
Como ajudar Timor-Leste a superar a crise política em que está mergulhado, sem beliscar a independência do jovem Estado nem fragilizar as suas instituições é a questão que se coloca agora às Nações Unidas. Esta semana, foi divulgado o relatório da Comissão Independente de Inquérito sobre os acontecimentos de Abril/Maio, que causaram 38 mortos e a demissão forçada de Mari Alkatiri da chefia do Governo.
Depois de visitar a Austrália, na semana passada, o primeiro-ministro José Ramos-Horta vira-se para a Igreja Católica e Europa, em busca de apoios para estabilizar a situação interna, numa altura em que a ONU ainda não conseguiu nomear um chefe para a sua nova missão em Timor (UNMIT). Sairá na quarta-feira de Díli numa viagem que o levará a Roma (onde tem audiência marcada com o Papa) e, em Novembro, a Bruxelas. A Portugal deverá vir no próximo ano.
Entretanto, o relatório da ONU já se transformou em mais uma peça do quebra-cabeça timorense, com apoiantes de Xanana Gusmão e de Mari Alkatiri a tentar encontrar no documento ‘provas’ incriminatórias do campo adverso.
Ana Pessoa, ministra de Estado e membro do Comité Central da FRETILIN, insistiu, em declarações ao Expresso, na necessidade de deixar a Justiça timorense apurar a verdade e julgar eventuais culpados “à luz da Constituição e das leis de Timor”.
Ramos-Horta já rejeitou pelo menos uma das conclusões dos investigadores da ONU, ao reafirmar a sua confiança no comandante das Forças Armada, Taur Matan Ruak, implicado numa entrega de armas a reservistas.
Nicole Guardiola com Daniel do Rosário, correspondente em Bruxelas
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sábado, outubro 21, 2006
Sampaio convidado a ‘ajudar à paz’
Por Malai Azul 2 à(s) 08:18
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
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