sexta-feira, julho 21, 2006

Equipa de defesa de Alkatiri quase toda gratuita - Arnaldo Matos

Lisboa, 20 Jul (Lusa) - A equipa internacional de advogados que assegura a defesa de Mari Alkatiri actua a título gratuito, disse à Lusa Arnaldo Matos, que hoje acompanhou o ex-primeiro-ministro timorense à Procuradoria-Geral da República (PGR) em Díli.

"Apenas um reduzido número de advogados, dois ou três, que tenham de realizar no local alguns actos processuais, poderão ser ressarcidos com honorários", esclareceu Arnaldo Matos.

Uma extensa equipa de advogados de Portugal, Macau, Moçambique, Indonésia e Timor-Leste está a assegurar a defesa de Mari Alkatiri, suspeito de ter determinado a distribuição de armas a civis durante os conflitos violentos que se verificaram recentemente em Díli.

Quatro advogados acompanharam Mari Alkatiri à PGR timorense, onde foi interrogado pelo procurador-geral adjunto Luís Mota Carmo:

Arnaldo Matos e José António Barreiros, de Portugal, Mimin Yanuar, uma advogada indonésia do escritório de Otto Kaligis, de Jacarta, e um advogado timorense, de apelido Sanches, de formação jurídica indonésia.

Arnaldo Matos disse à Lusa que os advogados de Alkatiri foram as únicas pessoas não revistadas pela barragem de militares australianos que montavam a segurança às instalações da PGR com recurso a blindados pesados: o próprio procurador-geral adjunto Mota Carmo foi alvo de revista.

A suspeita que impende sobre Mari Alkatiri baseia-se na acusação de Vicente da Conceição «Railos», veterano da luta de resistência, de que o então primeiro-ministro e o ministro do Interior, Rogério Lobato, teriam ordenado a distribuição de armas a civis com o objectivo de eliminarem adversários políticos dentro e fora da FRETILIN, partido maioritário de Timor-Leste e de que Alkatiri ainda é líder.

A versão de Alkatiri, segundo várias personalidades que lhe são próximas, é diferente. Confrontado com receios de delegados loromonus (do lado ocidental da ilha) em se deslocarem a Díli, por ocasião do II Congresso da FRETILIN, que se realizou entre 17 e 20 de Maio, Mari Alkatiri ter-se-á reunido com Rogério Lobato e com Paulo Martins, comandante da polícia timorense.

Segundo aquelas fontes, Alkatiri terá determinado que pisteiros da polícia, antigos combatentes da resistência, auxiliassem as forças de segurança no dispositivo de protecção dos delegados a trazer a Díli, dado o seu profundo conhecimento do terreno. Em momento algum, referem as fontes, se falou em armar os pisteiros.

Ainda segundo as fontes, Mari Alkatiri só se terá apercebido de que os pisteiros estavam armados quando se verificaram os confrontos entre forças de segurança e militares. Nessa altura, terá determinado o desarmamento daqueles elementos, mas o ministro Rogério Lobato já não estava senhor da situação, dizem as mesmas fontes.

Admite-se que Mari Alkatiri tenha apresentado esta versão nas suas declarações a Mota Carmo, mas Arnaldo Matos escusou-se a confirmar ou desmentir, invocando o segredo de justiça, afirmando apenas que "a sessão decorreu com grande dignidade" e que Mari Alkatiri "garantiu a sua total inocência" em relação às suspeitas que sobre ele impendem.

Arnaldo Matos disse à Lusa que deverá regressar a Lisboa no próximo domingo.

OM.

Lusa/fim

8 comentários:

Anónimo disse...

mas porque raio a Lusa continua a chamara ao Mota Carmo procurador geral adjunto? será para promover o fulano que é um procurador adjunto (mas não geral)em Portugal?
ou será que o querem continuar a ignorar o Ivo e o Longuinhos para serem alguem? ca ganda aldrabice!!

Anónimo disse...

A todos os persistentes interrogadores que queriam saber quem pagava os advogados de Mari, aqui esta a resposta. Agora e a minha vez, senhores interrogadores:
Quem pagou quem e quanto, para que o Governo de Alkatiri, democraticamente eleito, fosse derrubado? Quanto recebeu o desertor Alfredo? E os outros palhacos? Quanto dinheiro receberam os incendiarios?

Estou esperando!

Mau Beick

Anónimo disse...

estas esperando porque estas sem razão..........!

Anónimo disse...

Para alem do pagamento que os comentaristas acima falam, gostaria de saber tambem quem ordenou o Reinado para abandonar o quartel? Porque o Reinado diz que so obedece ao PR? Porque o Paulo Martins tem estado em casa do PR? Quem me pode esclarecer ou responder me?

Anónimo disse...

O Alfredo Reinaldo e o Paulo F. Martins estao na casa do Xanana porque gostam ar fresco de Australiana.

Anónimo disse...

Mas que giro como as atencoes se perdem tao rapidamente.

O ponto mais interessante deste artigo da lusa e que supostamente a versao do conhecimento que Alkatiri tinha sobre esses pisteiros ja mudou, talvez para se ajustar a declaracao do Rogerio que a dada altura era tida como implicando Mari Alkatiri.

Acompanhei todas as entrevistas em que Mari foi questionado sobre o seu conhecimento do grupo de Railos e ele disse nao saber e que era tudo para o demonizar.
Depois veio mais tarde a dizer (quando Rogerio ja se encontrava sob prisao domiciliaria) que tinha falado com o Rogerio e que ficou entao a saber que Rogerio tinha alegadamente recrutado um grupo de pisteiros para apoiar a policia de reserva porque conheciam o terreno bem mas que de qualquer das maneiras ele proprio nao estava a tentar justificar a legalidade da formacao desse grupo.

Agora neste artigo ja da para entender que, se foi essa a versao contada a PGR, Mari Alkatiri "Segundo aquelas fontes, Alkatiri terá determinado que pisteiros da polícia, antigos combatentes da resistência, auxiliassem as forças de segurança no dispositivo de protecção dos delegados a trazer a Díli, dado o seu profundo conhecimento do terreno."

Quer dizer que afinal nao so o Mari Alkatiri sabia da existencia do grupo de Railos (pisteiros?) mas como foi ele que tera determinado que esses "pisteiros" auxiliassem os policias a dar proteccao aos delegados da fretilin.

Nao acham muito "engracado" a maneira como a historia de Alkatiri tem vindo a mudar ao longo destas ultimas semanas?
Esta na cara que o homem e culpado. Podera escapar-se da justica por causa de insuficiencia de provas e outras tecnicalidades como acontece todos os dias pelo mundo fora. Mas se esta ultima versao da "estoria" de Mari Alkatiri for a versao declarada a PGR entao ja ninguem me convence que o homem nao e culpado.
Ele foi mudando a versao para melhor se ajustar com as declaracoes anteriores do Rogerio e dessa maneira evitar que a sua palavra entre em conflicto com a de Rogerio mas podendo ainda negar que tinha conhecimento das armas. E como aquilo que ele declarou a PGR e o que conta para o processo o senhor Alkatiri ja tem o seu alibi feito. Sera assim?

Estou a ver que o Rogerio vai pagar pelas favas direitinho mas sozinho porque ele ja nao se pode distanciar tao fqcilmente da questao da distribuicao de armas como o Mari esta agora a fazer.

Anónimo disse...

Anónimo das 11:38:51 PM : deve ter-lhe escapado esta entrevista de Mari Alkatiri ao Expresso. Deixo-lhe aqui este naco, mas se for ao Arquivo to Timor-online referente a 10 de Junho poderá consultá-la toda:

Sábado, Junho 10, 2006, Entrevista Expresso - Mari Alkatiri

“(…)

Expresso: E o facto de ter reforçado a capacidade da polícia? A polícia estava mais bem armada do que o exército das FDTL.

Mari Alkatiri: A polícia nem sequer foi formada pelo governo. Nós herdámos uma polícia formada pelas Nações Unidas.


Expresso: Mas foi reforçada por si. Criou novas unidades dentro da polícia.

Mari Alkatiri: Quando surgiram problemas em Ermera, Atulia e Elsabe de reintrodução de milícias que andaram a matar pessoas, houve necessidade de se enviar forças para lá, porque a presença internacional via isso como um conflito interno e que não podia envolver-se em problemas internos. Foi a decisão do estado, na altura. Do presidente Xanana. O estado decidiu enviar as FDTL para Atulia e Elsabe. Isto foi em Janeiro de 2003. A partir daí, porque enviámos as Falintil/FDTL para combater aquele grupo armado, fomos criticados por ser uma questão de polícia. Só que o grupo estava a usar metralhadoras e a nossa polícia tinha pistolas. Onde é que se viu uma polícia com pistolas ir combater um banditismo armado com metralhadoras? A partir daí nasceu a ideia de criar um grupo especial na polícia, a unidade de reserva, que são 80 homens.


Expresso: E o que é que eles fazem?

Mari Alkatiri: Eles servem para combater esses grupos armados nas zonas rurais. São 80. Essa unidade foi criada quando as Nações Unidas ainda tinham a responsabilidade da defesa e da segurança.


Expresso: Como é que explica as divisões internas dentro do exército e dentro da polícia?

Mari Alkatiri: Foram politizadas. Se falar com os comandos das FDTL fica a saber que a primeira coisa que aconteceu foi uma tentativa de aliciá-los para apoiar um golpe militar. (…)”

Anónimo disse...

Margarida sua grande idiota e manipuladora!!! Esse artigo fala da Unidade de Reserva da Policia que e uma coisa distinta do grupo de "pistoleiros" de Railos.(o alegado esquadrao da morte)

Nao venha atirar areia para os olhos. Se o Railos e os seus homens fossem efectivos da policia de reserva o Rogerio nao estaria sob investigacao acusado de crimes contra o estado, prisao domiciliaria, e agora obrigatoriedade de permanecer em casa.

Voce nao consegue encobrir os factos nem sequer confundir ninguem com o contorcionismo que faz com as palavras.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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