domingo, maio 06, 2007

Lu Olo apela ao povo para não acreditar em promessas vazias



Díli, 06 Mai (Lusa) - O candidato da Fretilin às presidenciais timorenses apelou hoje ao povo para "não trocar um trabalho de cinco anos" do seu partido pelas "promessas vazias de pessoas que não deram provas", referindo-se a José Ramos-Horta.

Sem mencionar uma única vez na sua declaração o nome do seu adversário na segunda volta das eleições presidenciais que são disputadas a 09 de Maio, Francisco Guterres "Lu Olo" quis sublinhar diferenças para o Nobel da Paz e criticou o facto de Ramos-Horta se apresentar "como defensor dos pobres" e atacar a "Fretilin por não ter feito nada pelos pobres e vulneráveis".

"Peço aos eleitores para verificarem as evidências", afirmou "Lu Olo" para depois acrescentar que o actual chefe do Governo em exercício, Estanislau da Silva [Ramos-Horta regressa ao lugar de primeiro-ministro na segunda-feira], aprovou um pacote de assistência financeira para cada aldeia no valor de 10.000 dólares americanos.

"Este dinheiro vai para as pessoas, para desenvolver projectos de agricultura sustentados", disse "Lu Olo" ao salientar que "só foi possível disponibilizar este dinheiro no Orçamento deste ano por causa do fundo do Petróleo que tem actualmente 1.200 milhões de dólares norte-americanos segundo elementos da Fretilin.

Francisco Guterres "Lu Olo" acrescentou também que o "desenvolvimento é um direito do povo" e disse que a distribuição do dinheiro pelas aldeias (sucos) "não é caridade como, por exemplo, distribuir cobertores oferecidos por países estrangeiros", mas sim "transferir fundos legal e constitucionalmente de acordo com os direitos que o povo tem".

O candidato disse também que Timor-Leste não teria fundo do petróleo sem o seu partido e prometeu "ouvir" o povo e trabalhar em favor dos mais desfavorecidos se for eleito chefe de Estado. "Fizemos leis para dar assistência aos veteranos das Falintil e da Frente Clandestina, mas temos também que melhorar ajuda às viúvas, aos filhos e às filhas daqueles que morreram", afirmou o candidato.

Instado a explicar a razão do fundo de petróleo existir e continuarem a verificar-se problemas na sociedade timorense como o desemprego, ausência de infra-estruturas e desenvolvimento, o candidato considerou que tem sido desenvolvido algum trabalho, mas admitiu haver ainda muito por fazer.

Após a saída de "Lu Olo" da conferência de imprensa, a Fretilin emitiu ainda um comunicado do representante do candidato, José Fernandes, onde são acusadas as forças internacionais de estabilização estacionadas em Timor-Leste de terem "interrompido dois comícios da Fretilin" de apoio ao candidato presidencial.

"Os militares australianos agiram de forma brutal e de maneira intimidatória contra os nossos apoiantes", disse José Fernandes ao salientar que durante os dois comícios, a 03 de Maio em Ainaro e a 05 de Maio em Díli, foram utilizados helicópteros, tanques de guerra e forças armadas.

A campanha da segunda volta das presidenciais termina hoje estando agendada a votação para quarta-feira 09 de Maio e a tomada de posse do novo chefe de Estado, que irá suceder da Xanana Gusmão, para 20 de Maio
JCS-Lusa/fim

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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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