quinta-feira, março 29, 2007

Notícias - 27 de Março de 2007

(Tradução da Margarida)

The Yomiuri Shimbun – Março 27, 2007

Monitores eleitorais vão ser enviados para Timor-Leste

O governo decidiu despachar uma equipa de monitorização para as eleições presidenciais em Timor-Leste agendadas para 9 de Abril. A questão será finalizada numa reunião do Gabinete hoje.


A decisão é uma resposta a um pedido da ONU. Será desenvolvida de acordo com a Lei das Actividades de Cooperação de Manutenção da Paz da ONU.

A equipa de monitorização é composta por mais de uma dúzia de funcionários do Quartel-Geral da Cooperação Internacional para a Paz do Escritório do Gabinete e do Ministério dos Estrangeiros. Assumindo a possibilidade de a eleição levar a um seguimento, a equipa estará activa até Julho.

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The Jakarta Post (web site) - Terça-feira, Março 27, 2007

Habibie testemunha acerca da violência pós-votação em Timor-Leste

Jacarta: O antigo Presidente B.J. Habibie na Terça-feira testemunhou sobre a violência em Timor-Leste depois da maioria dos Timorenses terem votado pela independência da Indonésia em 1999.


O Presidente da Comissão da Verdade e Amizade (KKP) Benyamin Mangkoedilaga disse que Habibie respondeu a todas as cinco perguntas durante o interrogatório feito por membros da Comissão no edifício do Centro Habibie.

"O Sr. Habibie cooperou. Respondeu a todas as perguntas sem tentar tapar certas coisas," disse Benyamin conforme foi relatado pela rádio de notícias Elshinta depois do interrogatório.

Contudo, recusou-se a entrar em detalhes, dizendo que daria uma conferência de imprensa acerca do interrogatório mais tarde.

A comissão foi estabelecida por ambos, Indonésia e Timor-Leste para ouvir testemunhos de algumas figuras como o antigo ministro dos estrangeiros Ali Alatas e o bispo Timorense Carlos Filipe Ximenes Belo.

Timor-Leste votou preponderantemente para acabar um quase quarto de século de governação Indonésia num referendo público há oito anos que desencadeou uma explosão de mortes, pilhagens e fogos-postos.

Só uma pessoa foi punida pela violência que deixou mais de 1,000 mortos, e líderes políticos de ambas as nações parecem relutantes em pressionar para mais julgamentos. A ONU disse que podia considerar a montagem de um tribunal internacional se não fosse feita justiça.

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Catholic Telecommunications - 27 Mar 2007

Milícias Indonésias arrasaram igrejas, lembra o bispo de Timor

Testemunhando na Comissão Indonésia-Timor-Leste da Verdade, o antigo bispo de Dili Carlos Belo disse que as forças Indonésias e as milícias suas aliadas tinham arrasado sistematicamente o complexo da diocese bem como outras igrejas, matando vários clérigos e um número desconhecido de outros.

A Deutsche Presse Argentur relata que o bispo Belo, que liderou a Arquidiocese de Dili durante a fúria de 1999, foi a testemunha estrela quando a Comissão da Verdade Indonésia-Timor-Leste recomeçou as audições públicas na capital Indonésia Jacarta.

Falando em Português, a língua oficial do agora independente Timor-Leste, o bispo Belo lembrou calmamente como milícias Timorenses treinadas pelas forças militares praticaram sistematicamente a destruição e as mortes em Dili e em dois distritos.

A carnificina, na qual pelo menos 1,500 foram mortos, começou imediatamente depois dos eleitores em Timor-Leste, uma antiga colónia Portuguesa invadida pela Indonésia em 1975, ter votado predominantemente pela independência num referendo conduzido pela ONU em 30 de Agosto de 1999.

O bispo Belo disse que em 4 de Setembro, "as milícias e os militares Indonésios já tinham atacado a diocese", quando padres lá dentro abrigavam refugiados civis. "Não sabemos quantas pessoas eles mataram."

O bispo disse no interrogatório feito pela comissão de 10 membros que ocorreram grandes violações de direitos humanas, mas pediu aos países para "esquecerem o passado e olharem para o futuro".

"Se olharmos para o passado, abriremos velhas feridas e recuamos no ódio," disse o bispo Belo, um Timorense que vive agora no estrangeiro, no seu testemunho.

A comissão quer estabelecer a verdade por detrás da violência e clarificar a história dos dois países, bem como investigar as acções dos militares Indonésios quando se retiraram do território e as dos grupos de milícias locais.

Os cinco membros Indonésios da comissão passaram a sessão da manhã de Segunda-feira a questionar a exactidão do testemunho do bispo Belo. Perguntaram se a ONU tinha "feito batota" na condução da votação, se a igreja católica si tinha posto ao lado dos movimentos pró-independência e se a violência foi unicamente praticada por Timorense zangados com o resultado do referendo.

Um membro da comissão perguntou se o bispo Belo podia ter começado o fogo na sua própria casa - quando estava lá dentro - quando foi cercado por bruta-montes das milícias que mais tarde a arrasaram até aos alicerces.

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Xinhua - Março 27, 2007 - 07:50

Gusmão torna-se presidente do Congresso da Reconstrução Nacional de Timor-Leste

O Presidente de Timor-Leste Kay Rala Xanana Gusmão concordou em tornar-se o presidente do Congresso da Reconstrução Nacional de Timor-Leste, depois de membros do novo partido político lhe terem entregue uma petição na Segunda-feira, de acordo com relatos dos media.

A cerimónia teve lugar na residência presidencial em Dili, capital de Timor-Leste, com mais de 200 representantes de todos os 13 distritos do país, do partido acabado de nascer.

Gusmão disse que esperava que os partidos e os políticos de Timor-Leste ganhassem apoio e confiança do povo para reconstruirem melhor o país.

Apesar de o partido não ter sido ainda registado formalmente no departamento judiciário, recolheu 6,250 assinaturas de apoiantes.

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The Age (Melbourne) - Tuesday, March 27, 2007
Por: Lindsay Murdoch, Darwin

Reinado envia conselho eleitoral do seu esconderijo de Timor-Leste

O líder amotinado foragido Alfredo Reinado humilhou outra vez as tropas Australianas que o perseguem nas montanhas de Timor-Leste, emitindo desta vez uma carta onde diz aos seus apoiantes como devem votar nas eleições presidenciais.


Na carta, Reinado pede aos apoiantes para não votarem no Primeiro-Ministro José Ramos Horta, dizendo que o seu governo tinha falhado desde que ele assumiu a responsabilidade no meio da explosão violenta de Junho passado.

Reinado, o antigo responsável da polícia militar de Timor-Leste que está a ser procurado desde um assalto frustado à sua base por soldados Australianos em 4 de Março, disse ainda aos seus apoiantes para não apoiarem o antigo combatente da resistência Francisco Guterres, o candidato do partido no poder, a Fretilin. Disse que o Sr Guterres tinha falhado como presidente do Parlamento de Timor-Leste.

As tropas Australianas têm sido incapazes de encontrar o foragido amotinado nas montanhas do centro do país, apesar do facto de se ter encontrado com vários grupos dos media, incluindo uma equipa do programa da ABC, Correspondente Estrangeiro.

Funcionários da ONU avisaram que Reinado, um herói de culto para muitos Timorenses, representa uma séria ameaça para as eleições presidenciais marcadas para 9 de Abril. Mas na carta dada a um jornalista do jornal Timor Post no último fim-de-semana, o Reinado de 39 anos de idade disse que não tinha nenhuma intenção de perturbar as eleições.

Há oito candidatos nomeados para substituírem o Presidente Xanana Gusmão, que planeia ser nomeado para o cargo mais poderoso de primeiro-ministro nas eleições gerais em meados do ano.

Reinado disse que aguarda lidar com o novo presidente.

No mês passado o Sr Gusmão ordenou que Reinado fosse procurado depois de ele e de um grupo pesadamente armado terem assaltado um posto da polícia da fronteira e roubado armas de alta potência.

Reinado, que disparou os primeiros tiros na violência que levou a crise a Timor-Leste, tem andado foragido desde que liderou uma fuga da prisão principal de Dili em Agosto passado. É procurado por acusações de homicídio e de rebelião.

As eleições serão as primeiras desde que Timor-Leste alcançou a independência em 2002. O Sr Ramos Horta, o candidato de perfil mais alto, prometeu liberalizar leis de investimento, reforçar os laços com a Austrália e a Indonésia e melhorar as vidas das pessoas mais empobrecidas do país.

Sem comentários:

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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