quinta-feira, março 29, 2007

Jailed militiaman calls for closure on Timor chaos

By Telly Nathalia

Jakarta, March 28 (Reuters) - The only Indonesian jailed for involvement in the violence surrounding East Timor's 1999 freedom vote, militia leader Eurico Guterres, said on Wednesday an investigation into the events would do more harm than good.

He was speaking during a public hearing by a truth commission set up by Indonesia and East Timor to examine what happened around the bloody August 1999 referendum.

The commission's second series of hearings began on Monday, with ex-Dili bishop and Nobel Peace Prize winner Carlos Belo saying Indonesian soldiers had taken part in attacks on church property and clergymen before and after the vote.

In testimony on Tuesday, B.J. Habibie, who as Indonesia's president at the time gave the green light for an independence referendum in mainly Catholic East Timor, blamed the United Nations for helping to stir violence.

The U.N. estimates that about 1,000 East Timorese died during the post-vote mayhem, which was blamed largely on pro-Jakarta militias backed by elements of the Indonesian army.

Guterres, who led the notorious Aitarak militia gang that wreaked havoc in the East Timor capital Dili, told the commission it would fail, especially when it was looking at just one specific period.

"The commission will only prolong, sharpen and add to the pain, hatred and hostility among the East Timorese people," said Guterres, an East Timor native who chose Indonesian citizenship after the referendum and who was later convicted of leading gangs responsible for violence and death.

"I believe we no longer need to dig up the past misery suffered by the East Timorese people that has been buried by time. We will never find truth by blaming others and searching for the mistakes of others, especially when we limit ourselves to a certain period," said the bearded, long-haired Guterres.

He wore a red tie and white shirt, Indonesia's national colours, but despite that display of patriotism, he put some of the blame for the 1999 chaos on the Indonesian government.
Guterres said blame must also be shared by the United Nations and by Portugal, which ruled East Timor as a colony for centuries before abruptly pulling out in 1975 amid revolution at home.

Critics said Portugal had done little beforehand to build the territory's infrastructure and administration, leaving behind a power vacuum that invited trouble.

Indonesia annexed East Timor later that year and made it a province, maintaining a huge and sometimes harsh military presence and fighting rebels for more than two decades.

The United Nations, Indonesia and Portugal all bore responsibility for the violence, Guterres said, "because they did not ensure the referendum was conducted in a normal and conducive situation".

East Timorese voted overwhelmingly to split from Indonesian rule but some pro-Jakarta voters say the referendum was rigged by the U.N., despite the presence of numerous independent observers who concluded the ballot was largely fair.

East Timor became fully independent in May 2002 after a U.N. transitional administration.
Guterres began serving a 10-year sentence at a Jakarta jail in May 2006 following a lengthy judicial process.

Some of the 17 other defendants over the 1999 events received jail sentences at certain court stages, but all were eventually acquitted by the appellate court or Indonesia's Supreme Court.
Critics of the truth commission say it is toothless because it lacks the power to punish those found responsible for abuses.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Homem da milícia preso pede o arquvo do caos em Timor
Por: Telly Nathalia

Jacarta, Março 28 (Reuters) – O único Indonésio preso por envolvimento na violência que rodeou a votação em 1999 de Timor-Leste pela liberdade, o líder de milícia Eurico Guterres, disse na Quarta-feira que uma investigação aos eventos faria mais mal do que bem.

Ele estava a falar numa audição pública de uma comissão da verdade montada pela Indonésia e Timor-Leste para examinar o que aconteceu relacionado com o referendo sangrento de Agosto de 1999.

A segunda série de audições da comissão começou na Segunda-feira, com o ex-bispo de Dili e vencedor do Nobel da Paz Carlos Belo dizendo que soldados Indonésios tinham participado em ataques a propriedades da igreja e a clérigos antes e depois da votação.

Testemunhando na Terça-feira, B.J. Habibie, que era o presidente Indonésio na altura e que deu a luz verde para um referendo à independência no maioritariamente católico Timor-Leste, acusou a ONU por ajudar a estimular a violência.

A ONU estima que morreram cerca de 1,000 Timorenses durante a balbúrdia no pós-votação, de que foram largamente acusadas milícias pró-Jacarta apoiadas por elementos das forças armadas Indonésias.

Guterres, que liderou a infame gang da milícia Aitarak que provocou massacres na capital de Timor-Leste Dili, disse à comissão que falharia, especialmente quando analisava somente um período específico.

"A comissão somente prolongará, agudizará e acrescentará mais dor, ódio e hostilidade entre os Timorenses," disse Guterres, um nativo de Timor-Leste que escolheu a cidadania Indonésia depois do referendo e que foi mais tarde condenado por liderar gangs responsáveis por violência e mortes.

"Acredito que não precisamos de escavar na miséria do passado que os Timorenses sofreram e que o tempo já enterrou. Nunca encontraremos a verdade culpando os outros e procurando os erros dos outros, especialmente quando nos auto-limitamos a um certo período," disse o barbudo e com cabelo comprido Guterres.

Usava um lenço vermelho e a camisa branca, as cores nacionais da Indonésia, mas apesar dessa exibição de patriotismo, ele pôs algumas das culpas do caos de 1999 no governo Indonésio.
Guterres disse que a culpa deve ser também partilhada pela ONU e por Portugal, que governou Timor-Leste como uma colónia durante séculos antes de sair abruptamente em 1975 no decurso de uma revolução em casa.

Críticos dizem que Portugal pouco tinha feito antes para construir infra-estruturas e administração no território, deixando para trás um vácuo de poder que convidou problemas.

A Indonésia anexou mais tarde Timor-Leste nesse ano e fez dele uma província, mantendo uma enorme e algumas vezes dura presença militar e lutando contra resistentes durante mais de duas décadas.

A ONU, Indonésia e Portugal têm todos responsabilidades pela violência, disse Guterres, "porque não asseguraram que o referendo fosse conduzido numa situação normal".

Os Timorenses votaram massivamente para separar-se da governação Indonésia mas alguns eleitores pró-Jacarta dizem que o referendo foi falsificado pela ONU, apesar da presença de numerosos observadores independentes que concluíram que a votação foi largamente correcta.

Timor-Leste tornou-se totalmente independente em Maio de 2002 depois de uma administração transitória da ONU.
Guterres começou a servir uma sentença de 10 anos numa prisão de Jacarta em Maio de 2006 depois de um demorado processo judicial.

Alguns dos outros 17 acusados sobre os eventos de 1999 receberam sentenças de prisão em certos estágios do processo, mas foram todos eventualmente inocentados pelo Tribunal Supremo da Indonésia.
Críticos da comissão da verdade dizem que é impotente porque lhe falta o poder para punir os que se concluir serem responsáveis de abusos.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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