quinta-feira, novembro 23, 2006

Tristeza, expectativa e orgulho na partida dos militares para Timor

Lisboa, 23 Nov (Lusa) - Um misto de expectativa, tristeza e orgulho aco mpanhou, quarta-feira, a partida de 108 militares da GNR que vão integrar a miss ão das Nações Unidas em Timor-Leste, rendendo o 1º contingente, que está no terr itório desde Agosto.

Com idades compreendidas entre os 22 e os 50 anos, sensivelmente, os mi litares que partiram do Aeroporto de Figo Maduro chegam sexta-feira de manhã a D íli, a capital timorense, para uma missão de seis meses.

Apesar da saudade antecipada pelas famílias que deixam em Portugal, os militares desfrutam hoje da proximidade virtual permitida pelas novas tecnologia s, como explicou Paulo Mendes, que esteve terça-feira "a instalar um sistema de videoconferência no computador de casa", para poder contactar com a mulher e a f ilha que ficam em Rio de Mouro.

Na opinião deste militar de 36 anos, que já esteve em Timor por 18 mese s entre 2001 e 2002, o que mais receia "são as doenças como a malária ou o dengu e" mas, apesar disso, "e do sacrifício que é deixar a família", decidiu voltar p orque tem uma casa para pagar e a mulher está desempregada, motivo que também a impede de fazer planos para ir visitar o marido a Timor.

Na expectativa fica a filha do casal, Beatriz, de 7 anos, para quem "va i correr tudo bem" e que afirmou á Lusa estar "orgulhosa" do pai e curiosa para "aprender a mandar e-mails" e experimentar o sistema de videoconferência.

Mas se a família de Paulo Mendes aceita vê-lo partir mais uma vez, dife rente é a reacção de Paula Perdigão face à partida iminente de João Fernandes, c om quem namora há ano e meio.

"Por mim, ele não ia. Tenho muito receio de que aconteça alguma coisa e ele não volte", confessou a jovem de 22 anos, segundo quem os próximos seis mes es vão ser "dolorosos e de muita saudade", até por se tratar da primeira vez que passam um período tão longo separados.

Talvez consciente da angústia descrita pela namorada, João Fernandes, d e 27 anos, assegurou à Lusa que "esta missão será a primeira e a última" em que participa, alinhando "sobretudo por curiosidade e para ganhar experiência" num c enário diferente, do qual teme mais "as doenças do que eventuais conflitos".

A estreia em operações deste género cativa também os elementos mais vel hos, como Fernando Lopes, que aos 46 anos parte pela primeira vez em missão, lev ando consigo "uma guitarra portuguesa para um colega que está há uma semana em T imor e sabe tocar".

É um sinal do "espírito de camaradagem" que o faz deixar em Portugal a mulher e uma filha, que não foram "fáceis de convencer".

Assegurando que não vai para Timor-Leste "pelo dinheiro", acrescentou à Lusa que "se gostar", volta a repetir.

Quarta-feira, partiram rumo a Díli 108 dos 140 militares que integram o 2º Contingente do Sub Agrupamento "Bravo" da GNR e que vão render os efectivos do 1º Contingente que, desde 26 de Agosto, participa numa missão das Nações Unid as (UNMIT).

HSF-Lusa/Fim


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Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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