Expresso.pt 26.11.2006
Editorial
Os membros das Forças Armadas não podem manifestar-se. Quando o fazem, desafiando o Governo e as chefias militares, não pode ficar tudo na mesma
Devem os militares ter os mesmos direitos que os cidadãos vulgares? Toda a gente concordará que tal não é possível. A pertença às Forças Armadas implica uma disciplina e uma contenção próprias que não se compadecem com, por exemplo, manifestações e declarações contra o Governo ou as decisões das chefias. Ou seja, os membros das Forças Armadas têm obviamente menos direitos do que os comummente previstos na Lei.
Desde que o serviço militar passou a ser voluntário (coisa que para os oficiais e sargentos sempre aconteceu), as razões desta restrição de direitos aumentaram. Só é militar quem quer. E quem escolheu essa vida sabia de antemão o que o esperava.
Ao contrário do que era afirmado na cartilha revolucionária, a tropa não é o ‘povo em armas’. Ser militar é uma profissão com regras próprias e muito estritas. Os oficiais e sargentos sabem-no muito bem; por isso, quando ‘disfarçam’ uma manifestação, chamando-lhe ‘passeio’, dão de si uma imagem de trapaceiros, uma fraca figura para militares.
Por muita razão que tenham no seu descontentamento, de nada vale aos oficiais mostrá-lo em público. Sendo uma corporação, as Forças Armadas têm meios próprios para mostrar os seus ‘estados de alma’ às chefias.
Além disso, é impensável imaginar o Governo a ceder a um grupo de militares. O Executivo que o fizesse ficaria, para sempre, sob suspeita de não ter conseguido controlar a cadeia hierárquica. Ficaria ferido de morte.
Mas há uma coisa que o Governo, se age de acordo com as suas competências, pode e deve fazer: interrogar as chefias militares sobre o estado da disciplina nas Forças Armadas. Porque uma cadeia hierárquica que não consegue impedir um ‘passeio’ destes ou está desprestigiada ou tem um enorme problema por resolver.
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domingo, novembro 26, 2006
O ‘povo em armas’
Por Malai Azul 2 à(s) 14:07
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
2 comentários:
É bom que não se seja mecanicista e que não se tente comparar o que não é comparável. Em Portugal os militares estão é a lutar para que o Governo volte atrás da decisão de lhes retirar direitos, nomeadamente ao nível da saúde.
A diferença entre as situaçoes de Portugal e Timor-Leste é que a "manifestação" dos peticionários não foi propriamente um passeio...
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