domingo, julho 16, 2006

"O que era necessário era diminuir a tensão"

RR

"O que era necessário era diminuir a tensão em Timor", diz D. Basílio do Nascimento
D. Basílio do Nascimento dá o benefício da dúvida ao novo Primeiro-ministro e ao novo Governo de Timor-Leste.

14/07/2006

D.Basílio do Nascimento em entervista à RR

(17:34) O Bispo de Baucau considera que Ramos Horta parte com um capital positivo: por um lado, tem o mérito de ser um homem conciliador, por outro, a substituição do Governo teve como efeito imediato uma descida da tensão no país.

"O benefício desta alteração é que, independentemente da pessoa que viesse chefiar o Governo, o que era necessário era diminuir a tensão em Timor", explica.

Sobre a proposta de Ramos Horta de criar um órgão consultivo que integre a Igreja Católica, para ser ouvido sempre que estiverem em causa decisões de interesse nacional. D. Basílio diz que se trata de uma questão de bom senso.

"Não sei isto legalmente está contemplado na lei (…), a participação de todos não será completamente descabida", revela o Bispo.

De qualquer forma, nestas declarações à jornalista Anabela Góis, o Bispo de Baucau mostra-se disponível para colaborar com o Governo sempre que tal lhe for pedido.

D. Basílio do Nascimento fala à RR, naquelas que são as primeiras declarações do Bispo de Baucau desde que o Presidente da República anunciou que Ramos Horta será Primeiro-ministro do país até às eleições do próximo ano.

Entretanto, o elenco governativo ficou hoje completo com a tomada de posse dos ministros.

12 comentários:

Anónimo disse...

"Não sei isto legalmente está contemplado na lei..."

Claro que sabe Senhor Bispo.

Mentir é pecado.

Anónimo disse...

O Senhor Bispo de Baucau é demasiado culto para não saber que a Constituição diz que o Estado é laico.

E também sabe que a "tensão" foi provocada por militares que deveriam estar a ser julgados e não a ser tratados com deferências de Estado.

E também sabe que os militares australianos permitiram com a sua passividade a violência sobre os cidadãos civis.

E também sabe que os governos devem ser constituídos após eleições livres e justas.

Pelo menos, de si Senhor Bispo esperava-se mais.

Anónimo disse...

Nao estejam sempre a acusar a Igreja na pessoa dos bispos e e padres!...

Anónimo disse...

Diminuir o que... sr. bispo? Tensao? veja la se dimunui tambem outras coisas menos aconselhaveis ao seu estatuto, sr bispo. O que eh tem andado a procura no sul da Franca? Lembre-se que o mundo esta cada vez mais pequeno!

Anónimo disse...

Fote make riba, porque nao mete estes padres no Tribunal, em vez de estar a ladrar?!...
Ve-se mesmo de que peca eh voceh!...

Anónimo disse...

Os padres no trubunal nao dao de nada..deviam mesmo e ir para o inferno...os pecados cometidos por estes sao ainda maiores que qualquer crime ja cometido em Timor...(se formos de acordo com a biblia e claro)

talvez o Fote mak Riba seja um desses miudos com medo...hehehehed:o)(no hard fealings bro)

Anónimo disse...

antónio carlos:
Há um ano saíu esta notícia no Diário de Notícias ( 16 jul 2005)

"Há que admitir que este episódio foi uma falha dos bispos. Não custa reconhecer que falhámos enquanto
Igreja", afirmou Juvito de Araújo, o padre que pertenceu à Comissão de Acolhimento, Verdade e
Reconciliação (CAVR). O Nobel da Paz, Ximenes Belo foi, por seu lado, mais cauteloso com as palavras, mas
o facto é que acabou por admitir que não concordou com a invasão do clero na esfera política. Além disso,
esclareceu o ex-bispo de Díli, nunca teria utilizado as imagens religiosas para a manifestação que só
conheceu terminou com a declaração conjunta dos bispos e de Alkatiri.
"Naquela altura, não estando de acordo com os bispos, mantive o silêncio para salvaguardar valores mais
altos como a unidade da Igreja", admitiu Juvito de Araújo. Quanto às razões que levaram o clero timorense a
tomar esta posição, ambos dizem não conseguir explicar. "Desconheço as suas motivações. Sempre defendi
que deveriam ter congelado o decreto--lei para dar lugar ao diálogo", explicou o Nobel da Paz.
E, nem sequer houve necessidade de uma "reacção tão explosiva" da parte da hierarquia da Igreja católica,
defendeu o ex-membro da CAVR "O acordo entre ambas as partes poderia ter sido alcançado de forma
amigável sem ser necessário quase vinte dias de protesto." Além disso, afirmou Juvito Araújo, a religião
nunca foi uma disciplina ensinada "à força" nas escolas e haverá muitos mais meios de a Igreja chegar à
população.
O facto é que este episódio trouxe consequências. A crise entre Igreja e Estado foi, para Juvito Araújo, "um
momento de purificação" que acabou por resultar na "perda de liderança tanto dos bispos como do
Presidente Xanana Gusmão.

Futuro. Resta agora encontrar o caminho da Igreja na construção do Estado de Timor-Leste. Não só o clero
como a sociedade timorense em peso reconhece o importante papel da Igreja na resistência à ocupação
indonésia e na independência do país. Só que neste momento, explica Ximenes Belo, a função do clero
deverá centrar-se na educação e na saúde, onde aliás sempre teve um papel bastante activo.
"Mas o sonho que tenho é que a Igreja invista na cultura, no estudo das línguas e dos costumes. Só assim se
poderá reconstruir a identidade do povo timorense", disse Ximenes Belo. O papel da igreja, acrescentou, será
também o de abrir as suas portas a outras religiões e culturas para "conviver em harmonia com a
diversidade do país". E, adverte o antigo bispo de Díli, qualquer que seja a tarefa da Igreja, essa deverá
sempre "respeitar as leis e a ordem constitucional do país".


Que bom os actuais BISPOS de Timor dessem ouvidos ao antigo...

António Carlos ( Portugal)

Anónimo disse...

E o que disse Xanana há um ano ( Diário de Notícias 20 Maio de 2005)



"Contudo, Xanana não atribui o mérito à hierarquia da Igreja, mas sim ao primeiro-ministro, Alkatiri, pela
"paciência e ponderação com que soube lidar com a situação". Xanana recordou que a Constituição é clara
quanto às competências de cada órgão de soberania e remeteu para o Parlamento a função "de legislar e de
fiscalizar os actos do Governo".

António Carlos ( Portugal )


para ler a notícia toda:
fazer pesquisa dn.sapo.pt

Anónimo disse...

Então os Bispos vão passar a ter um papel importante na vida política?

Qual? igual ao que têm tido?
Não será melhor dedicarem mais tempo à vossa Igreja, Senhores Bispos?

http://dn.sapo.pt/2006/05/16/internacional/bispo_baucau_critica_governo_mari_al.html
Bispo de Baucau critica Governo de Mari Alkatiri
Armando Rafael
O bispo de Baucau rompeu ontem o silêncio da Igreja Católica acerca da crise que se vive em Timor-Leste
para acusar o Governo, liderado por Mari Alkatiri, de estar a actuar sem ter em conta a opinião das
respectivas populações.
"O povo timorense", declarou D. Basílio do Nascimento, "requer ser tido em consideração, e é isso que tem
faltado. As mensagens passam de um lado para o outro e diz-se às pessoas que elas têm simplesmente de
obedecer".
"Mas o Governo", advertiu, "é apenas a ponta do iceberg e é o reflexo de uma mentalidade que perpassa a
sociedade timorense, de tentar fazer mudanças muito depressa, sem explicações e sem ter em conta a
vontade do povo."
Declarações contundentes por parte daquele que é o mais antigo e, por sinal, o menos conservador dos dois
bispos timorenses, a avaliar pelas referências que têm sido feitas a D. Alberto Ricardo da Silva, responsável
pela diocese de Díli.
O que é tanto mais significativo se levarmos em linha de conta que, ao longo desta crise, a Igreja timorense
só reagiu uma vez, e a pedido do Presidente Xanana Gusmão, que apelou à sua ajuda para acalmar o país,
depois dos incidentes de Díli, que provocaram o êxodo da população da cidade, no final de Abril.
Entrevistado pela Lusa, D. Basílio do Nascimento tenta que as suas apreciações não sejam entendidas à luz
do momento que se vive no país, mas o peso das suas afirmações acaba por se sobrepor a tudo, sabendo-se
que as relações da Igreja com o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, não são propriamente as melhores.
"O que eu me interrogo é como é que problema institucional, militar e restrito foi empolado até se
transformar num problema nacional."
Declarações que não podem deixar de ser também interpretadas à luz do congresso que o partido no poder
(Fretilin) inicia amanhã, e onde Alkatiri vai ter como adversário José Luís Guterres, embaixador na ONU e nos
EUA, e que é visto como muito próximo da Igreja.
Mesmo que o bispo de Baucau tenha feito questão de se distanciar desta contenda, afirmando que o
congresso só interessa à Fretilin.
Explicando, de alguma forma, as razões porque Mari Alkatiri não reagiu, deixando a resposta do Governo por
conta do ministro do Trabalho e da Reinserção, Arsénio Bana.
Prova de que o congresso da Fretilin já domina a vida política do país são também as declarações proferidas
pelos ministros da Agricultura (Estanislau da Silva) e da Justiça (Domingos Sarmento), apelando à demissão
de Egídio de Jesus, secretário de Estado para as regiões de Díli, Ailéu e Ermera, e que José Luís Guterres
apresentou como candidato à presidência do partido.

Egídio de Jesus, que há nove dias esteve várias horas sequestrado por um grupo de manifestantes em Gleno,
na região de Ermera, dando origem a confrontos com a polícia que causaram a morte a um dos agentes,
causou alguma sensação este fim-de-semana, ao avançar com a sua candidatura contra Francisco Guterres
("Lu-Olo") - que acumula com a presidência do Parlamento timorense - e que conta com o apoio de Mari
Alkatiri.
Menos surpreendente foi o apoio que o recém-demissionário ministro de Desenvolvimento, Abel Ximenes,
deu a José Luís Guterres, que conta ainda com a adesão de Jorge Teme, que representou Timor-Leste junto
da Austrália.




António Carlos ( Portugal )

Anónimo disse...

Nao levem o fotE makE riba a serio. Ele e um frustrado que ate o Malai Azul ja teve que retirar comentarios seus por serem demasiado ofensivos. A baixeza dos seus comentarios nem merecem o espaco que ocupam.

Anónimo disse...

Concordo. O Malai Azul o Fote Make Riba so serve mesmo para baixar o nivel do seu blog.

Anónimo disse...

SE ESTAO TODOS COM MUITA TENSAO, DEIXEM DE TOMAR VIAGRA

SUKAERMUSAN

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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