segunda-feira, junho 12, 2006

Então? Há contestação aos contestatários? Foi tal a esperança depois da conferência de imprensa...

The Advertiser
Gunfire as stand-off ends
ANTHONY DEUTSCH
12jun06

POLICE fired in the air and threatened to use a grenade to break up a volatile dispute involving hundreds of East Timorese yesterday.

The incident occurred about 75km from Dili in Maubesse, a stronghold for rebellious security forces, shortly after a news conference that raised hopes for a political solution to the country's ongoing political and security crisis.

The stand-off showed that tensions aren't limited to Dili, where about 30 people have been killed in the last month. A group of Australian peacekeepers watched the developments from a hilltop Portuguese villa, but didn't intervene.

The reason for the stand-off was not immediately clear, but it appeared to escalate after a man was stabbed.

Military and civilian police intervened as skirmishes broke out between two groups.

Police fired in the air and threatened to use a grenade, and other gunfire erupted from an unknown source, sending people fleeing in panic.

...

Alfred Reinado said he was willing to step aside and let politicians and intellectuals try to work out a solution.

Manuel Tilman, an MP who helped draft the fledgling country's constitution, told the news conference that he was proposing amendments to help end the crisis.

He said Parliament should be dissolved, with the president naming a transitional government that would rule until elections scheduled for next year.

To do this, he said, President Xanana Gusmao would have to revoke sections of the constitution on the grounds that the crisis can't be resolved by the Government.

East Timor's security situation has improved to the extent that Australian and other international police could outnumber soldiers on the capital's streets by the end of the month.

The progress could set the conditions for a drawdown of troop numbers, now totalling 1300, involved in both patrolling Dili and supporting current operations.

But Australia's commander in East Timor, Brigadier Mick Slater, yesterday said he did not want to be held rigidly to that timeline.

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10 comentários:

Anónimo disse...

Tradução:

The Advertiser

Troca de tiros Gunfire quando acaba a concentração
ANTHONY DEUTSCH
12jun06

A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada para pôr termo a uma disputa volátil que envolveu centenas de Timorenses ontem.

O incidente ocorreu acerca de 75km de Dili em Maubesse, uma praça forte das forças de segurança rebeldes, pouco depois duma conferência de imprensa que levantou esperanças duma solução politica para a corrente crise política e de segurança.

A concentração mostra que as tensões não se limitam a Dili, onde cerca de 30 pessoas foram mortas no mês passado. Um grupo de soldados Australianos observou o desenvolvimento duma vivenda portuguesa no cimo do monte mas não interveio.

A razão para a concentração não foi imediatamente conhecida, mas parece que escalou depois de um homem ter sido esfaqueado.

Polícia civil e militar interveio quando rebentaram brigas entre dois grupos.

A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada, e outros disparos ouviram-se duma fonte desconhecida, pondo as pessoas em fuga em pânico.

...

Alfredo Reinado disse que está disposto a pôr-se de lado e deixar que políticos e intelectuais tentem trabalhar uma solução.

Manuel Tilman, um deputado que ajudou a elaborar a constituiç deste país inexperiente, disse na conferência de imprensa que estava a propor emendas para ajudar a acabar a crise.

Disse que o Parlamento devia ser dissolvido, com o presidente a nomear um governo transitório para governar até às eleições calendarizadas no próximo ano.

Para fazer isso, disse, o Presidente Xanana Gusmao teria de revogar secções da constituição com o argumento que a crise não pode ser resolvida pelo Governo.

A situação de segurança de Timor-Leste melhorou ao ponto de a polícia da Austrália e outras internacionais podem ultrapassar o número de soldados nas ruas da capital pelo fim do mês.

Este progresso pode estabelecer condições para a redução de tropas, que agora totalizam 1300, envoltas no patrulhamento de Dili e apoiando operações correntes.

Mas o comandante da Australia em Timor-Leste, Brigadeiro Mick Slater, disse ontem que não queria ser rígido nesse calendário.

Anónimo disse...

Reparem só como estes quatro jornais relatam este "incidente:

1 - AFX News Limited, 06.11.2006, 08:25 AM
(...) Quando estavam a falar, uma série de tiros foram ouvidos perto do portão da cidade de Maubisse. Pelo menos seis tiros de pistola foram ouvidos de acordo com o repórter da AFP no local.
Polícias militares armados e homens de Reinado, correram do seu abarracamento quando se ouviram os tiros. Snipers Australianos também tomaram posições no perímetro do abarracamento.
Aparentemente os tiros foram disparados numa briga de rua entre dois grupos de homens, disseram testemunhas sem conseguirem dar mais detalhes.
Um homem, foi esfaqueado nas costas e foi levado para o hospital local, disseram.
(...)

2 - Jakarta Post (AP), 11.06.2006
(...) A proposta de Manuel Tilman (...), veio pouco antes da polícia disparar para o ar e ameaçar usar uma granada para acabar com uma disputa volátil envolvendo centenas de Timorenses.
O incidente mostrou que as tensões não se limitam à capital. (...) Tanto o confronto como a conferência de imprensa de Tilman ocorreram em Maubessa. (...) A razão da concentração não ficou imediatamemte clara, mas parece ter escalado depois de um homem ter sido esfaqueado no lado.
Polícia militar e civil interveio quando brigas rebentaram entre dois grupos. A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada, e outros disparos ouviram-se duma fonte desconhecida, pondo as pessoas em fuga em pânico.
Um grupo de soldados Australianos observou o desenvolvimento duma vivenda portuguesa no cimo do monte mas não interveio.
Pouco antes, Aflredo Reinado, (...) disse aos repórteres (...)

3 – The Advertiser, ANTHONY DEUTSCH, 12jun06
A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada para pôr termo a uma disputa volátil que envolveu centenas de Timorenses ontem.
O incidente ocorreu acerca de 75km de Dili em Maubesse, uma praça forte das forças de segurança rebeldes, pouco depois duma conferência de imprensa que levantou esperanças duma solução politica para a corrente crise política e de segurança.
A concentração mostra que as tensões não se limitam a Dili (…). Um grupo de soldados Australianos observou o desenvolvimento duma vivenda portuguesa no cimo do monte mas não interveio.
A razão para a concentração não foi imediatamente conhecida, mas parece que escalou depois de um homem ter sido esfaqueado.
Polícia civil e militar interveio quando rebentaram brigas entre dois grupos.
A polícia disparou para o ar e ameaçou usar uma granada, e outros disparos ouviram-se duma fonte desconhecida, pondo as pessoas em fuga em pânico. (…)

4 – EL. (Lusa), 11 Jun –
(…)O major Alfredo Reinado abordou ainda os incidentes registados hoje em Maubisse, que atribuiu a "grupos de jovens que se envolveram em confrontos depois de terem bebido". "Os meus homens não estiveram envolvidos", assegurou.

Anónimo disse...

Os vários pontos de vista. Pobres de nós que esperamos ter INFORMAÇÃO.

Anónimo disse...

Qual é a área de formação do Manuel Tilman?
Direito ou Endireita?

Anónimo disse...

Se alguma dúvida tinha de que o PM de Timor Leste, até agora um desconhecido, deveria ou não apresentar a demissão, actualmente não me resta qualquer dúvida.

Todas as declarações e comunicados públicos do PM, comparados com as "brilhantes" declarações prestadas pelos que se lhe opõem, fazem dele um génio.

Como é possivel tanta mediocridade, ignorância e desreipeito pelo próprio país?

E sinceramente foi surpreendente a revelação de que a Austrália, ao nivel dos seus responsáveis máximos e da imprensa estejam ainda num patamar de princípios tão primário, apetece-me dizer, terceiro mundista.

Em terra de cegos quem tem um olho é Rei e no seu País onde proliferam geniais "intelectuais" e responsáveis políticos até pode governar mesmo sem olhos.

Pena é que precise dos dois olhos e bem abertos para "observar" os seus vizinhos que embora de forma bastante distante do mundo civilizado não deixam nunca de se "movimentar".

Anónimo disse...

A diplomacia derrotada
Ana Sá Lopes
ana.s.lopes@dn..pt

Havia um mistério na crise timorense: porque é que os revoltosos prosseguiam armados? Porque é que o"comandante" Reinado descansava em sossego com a protecção australiana? Ontem, o brigadeiro Slater, número um da força australiana, veio esclarecer tudo: as tropas não desarmam os rebeldes porque Xanana não lhes pediu. Simples. Quando Xanana lhes pedir, estão prontos. Ou, nas palavras do brigadeiro, "quando chegar o tempo certo".

Aparentemente, segundo Slater, o Presidente timorense está a tentar a reconciliação entre as partes. Com 2000 homens sob o seu comando, Slater diz que não arrisca: "Se cada um actuar independentemente e fizer algo que não seja aceitável para todas as partes corremos o risco de provocar maior turbulência."

Enquanto isto, "os nossos rapazes" da GNR estão no epicentro de um turbilhão de consequências imprevisíveis. Comandados por António Costa (a sério, a sério), apresentaram-se em Díli sem qualquer garantia e foram tratados pelos australianos com a mesma simpatia com que os analistas de Camberra avaliam o papel de Portugal em Timor. Igual a zero. Foram, depois, acantonados pelos australianos em Comoro, bairro periférico que une Díli ao aeroporto. António Costa, comandante das tropas, já teve a primeira derrota no terreno.

Portugal prepara-se, agora, para uma derrota diplomática: pode ser que, com a alegria do Mundial e o aumento das exportações, a coisa passe despercebida. Na terça-feira, nas Nações Unidas, a Austrália apresentará o seu projecto de controlo do futuro de Timor que, aparentemente, tem a bênção do ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, José Ramos-Horta. De Xanana nada se sabe, nos últimos tempos: mas todos os seus passos (nomeadamente os da sua mulher, Kirtsy) não iludem que concorda com a aliança. Alkatiri é o monstro que, até agora, nem Xanana, nem Ramos-Horta (todos os dias esclarece estar pronto para ser primeiro-ministro), nem o Governo australiano conseguiram ainda erradicar. Mas, na ONU, o papel decisivo será dos EUA: duvida-se que a diplomacia americana fique ao lado de Alkatiri. Se for aprovado o plano australiano para o controlo de Timor, a imagem dos GNR a patrulhar Comoro é uma metáfora. Não é grande coisa, mas é uma metáfora.

Anónimo disse...

Não me parece que quem saia derrotado seja Portugal. Quem sai derrotado são os Timorenses.

Portugal acedeu a enviar para lá a GNR a pedido dos Timorenses. Portugal tenta na ONU defender uma solução que evite com que a Australia fique com o controle de Timor. Se não conseguir e pelos vistos os Timorenses como o Ramos Horta na fizerem nada... são eles que tem que acarretar com as consequências das suas decisões. Quem perde é Timor!

Anónimo disse...

POVO SEM VOZ

Nosso grito é o silêncio

Na passagem do tempo

E o tempo é o sangue

No silêncio do mundo!



- Ouvi, mundos!

Ouvi , gentes da política!

Invadistes a nossa Pátria com o Suharto,

Isolastes Timor-Leste na guerra fria

e torturastes-nos com a indiferença

e matastes-nos com a cumplicidade.



- Ouvi, ouvi as vossas culpas!

Desengajastes a nossa causa com Jacarta,

Minimizastes o nosso direito na ONU

e prendestes-nos com iénes

e massacrastes-nos com dólares.



Nosso tempo é o silêncio

Nas mudanças do mundo

e o sangue é o preço

nos mundos do silêncio!



- Ouvi, mundos!

Ouvi, gentes do poder!

Abençoastes a mortandade com Catedrais,

Enterrastes a tragédia nos investimentos

e desafiastes a nossa consciência

e reprimistes os nossos anseios.



- Ouvi, ouvi as vossas culpas!

Atraiçoastes os vossos próprios princípios,

Manipulastes as vossas próprias normas

e encarcerastes-nos na real politik

e matastes-nos como os direitos humanos.



... Somos POVO SEM VOZ

alma sem fronteira com a dor

corpo na escravidão aberto ao tempo

Pátria - um cemitério de interesses!

A nossa luta...

é a história

do poder do silêncio!

Xanana Gusmão

Acredito nos homens que fazem poesia.
Acredito em Timor-Leste.

Anónimo disse...

UM MINUTO DE SILÊNCIO
......

Calai

Calai-vos e calemo-nos

POR UM MINUTO

É tempo de silêncio

No silêncio do tempo

Ao tempo de vida

Dos que perderam a vida

Pela Pátria

Pela Nação

Pelo Povo

Pela Nossa

Libertação

Calai - um minuto de silêncio...

Borja da Costa

Anónimo disse...

A única coisa que realmente me consola é saber que não são os blogs como este que vão resolver a questão das responsabilidades que devem ser assumidas.

É que senão iriam todo parar na prisão começando pelo Xanana e a acabar com a Igreja.
O PM acabaria por acumular mais uma função, guarda prisional

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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