Público – 27 de Maio de 2007
Em Timor "os maiores desafios virão a seguir às legislativas"
Paulo Moura
Portugal vai aumentar a cooperação nos domínios da segurança e da justiça. A ONU vai participar no diálogo entre as partes que entraram em conflito no ano passado.
Atul Khare veio a Lisboa pedir mais cooperação com Timor Encontrou-se com o Presidente da República e o primeiro-ministro, com o antigo Presidente Jorge Sampaio e com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Defesa, Justiça e Administração Interna.
PÚBLICO - Acaba de falar com o Presidente e membros do Governo. O que combinou com eles?
ATUL KHARE - Em todos os encontros verifiquei que temos impressões comuns: estamos muito contentes com a forma como a situação tem evoluído nos últimos cinco meses.
PÚBLICO - Fizeram uma avaliação do processo eleitoral em Timor?
ATUL KHARE - Sim, e achamos encorajadora a forma como decorreu a eleição de 9 de Maio e como José Ramos Horta foi eleito.
PÚBLICO - E por causa dessa avaliação positiva foram dados novos passos no âmbito da cooperação entre Portugal e Timor?
ATUL KHARE - Portugal tem sido um verdadeiro amigo de Timor-Leste. Antes da independência, durante o período de transição, e, claro, agora. No futuro, a ajuda portuguesa continuará a ser decisiva.
PÚBLICO - Em que áreas será mais importante?
ATUL KHARE - Temos de nos concentrar em quatro áreas fundamentais: o sector da segurança, o sistema judicial, a educação e uma área que eu designaria, genericamente, como de desenvolvimento.
PÚBLICO - Na segurança haverá alterações em relação ao que Portugal já faz?
ATUL KHARE - Eu pedi para continuar a presença da GNR e PSP, que estão a fazer um trabalho inestimável, mas expliquei também ao Governo quais são as necessidades imediatas de Timor, designadamente a formação e treino das forças policiais. Portugal concordou em redobrar o seu esforço nesse campo específico, enviando pessoal especializado para treinar a polícia timorense. Perguntei concretamente ao ministro da Administração Interna se a actual cooperação poderia ser expandida, se ele poderia enviar pessoal especializado na luta contra o narcotráfico e em distúrbios urbanos. Ele prometeu ajudar.
PÚBLICO - Na área judicial, a cooperação será também alargada?
ATUL KHARE - Sim, aí o papel de Portugal é fundamental e insubstituível, uma vez que Timor escolheu adoptar um sistema judicial praticamente igual ao português. Será necessário enviar mais juízes, delegados do Ministério Público e investigadores, mas também pessoal de apoio. Terá de ser o pacote inteiro.
PÚBLICO - Uma das tarefas a realizar pelas novas autoridades será a de prosseguir os julgamentos dos responsáveis pela crise de 2006. Portugal terá um papel directo?
ATUL KHARE - A ONU, a pedido do Governo, fez uma estimativa de quanto custará levar até ao fim as recomendações da comissão de inquérito independente, nomeadamente os processos contra os implicados. Custará nove milhões de dólares.
PÚBLICO - É isso que Portugal terá de pagar?
ATUL KHARE - É o que a comunidade internacional terá de fornecer, em dinheiro e géneros, para que possa ser resolvido judicialmente o problema da crise dos "peticionários".
PÚBLICO - A ajuda de Portugal é crucial para a resolução dessa crise?
ATUL KHARE - Sim, a ajuda de Portugal é crucial. E este aspecto é dos mais importantes. Não é possível haver uma vida política normal, se se mantiver o clima de impunidade.
PÚBLICO - Mas não se trata apenas de fazer julgamentos. Alfredo Reinado continua em liberdade, proferindo ameaças. Railos, que durante a crise recebeu armas para matar opositores do Governo, participou na campanha de Ramos-Horta.
ATUL KHARE - Sim, mas eu espero que muito em breve o problema do major Reinado seja resolvido. Acredito que ele acabará por se entregar, o que seria melhor, para todos, do que ser capturado pelas Forças Internacionais de Estabilização (ISF). Na última operação para o apanhar morreram cinco pessoas.
PÚBLICO - O que se diz em Timor é que as ISF decidiram não o perseguir mais, porque alguém está a negociar a sua rendição, para o momento oportuno...
ATUL KHARE - Não me parece. Se as forças internacionais o pudessem capturar, já o teriam feito. Em Timor, quem quiser fugir e esconder-se nas montanhas poderá fazê-lo muito tempo. Que o digam os guerrilheiros que resistiram à ocupação indonésia, como Xanana.
PÚBLICO - Mas para além dos processos, a comissão recomendou o diálogo para resolver a crise dos "peticionários". A ONU vai estar envolvida?
ATUL KHARE - Sim. Todos têm de estar envolvidos. Em Timor, é preciso haver sempre cooperação entre todos.
O diálogo será um dos desafios dos novos Presidente e Governo, mas a ONU terá um papel importante, designadamente na educação dos agentes locais, que precisam de aprender a resolver os problemas de maneira pacífica e democrática.
PÚBLICO - E sente que tem sido bem sucedida nesse papel educativo?
ATUL KHARE - Sim. Eu próprio tenho feito reuniões com os líderes dos vários partidos, falando-lhes, por exemplo, da importância de ser oposição, num regime democrático.
PÚBLICO - É fácil distinguir "oposição" e "resistência"?
ATUL KHARE - Estão a aprender. E isso é ainda mais pertinente nas próximas legislativas do que foi nas presidenciais. Nas legislativas, o partido que perde tem a responsabilidade de constituir a oposição, uma espécie de "Governo-sombra", que tem de apresentar alternativas às políticas.
PÚBLICO - Houve muitas irregularidades nas presidenciais. Teriam sido válidas com os padrões normais, digamos, de um país europeu?
ATUL KHARE - Sim. Nós considerámos que as irregularidades não foram suficientemente graves para...
PÚBLICO - "Nós", quem? A ONU? Não terá sido juiz em causa própria, uma vez que, de certa forma, o país é uma "criação" vossa?
ATUL KHARE - Não. Mas uma coisa é a validação técnica e outra, mais importante, é a do povo. Se os timorenses aceitaram os resultados, elas estão validadas. Poderiam ter sido tecnicamente perfeitas e não aceites.
PÚBLICO - Todo o processo de campanha, votação e contagem vai ser mais complicado nas legislativas.
ATUL KHARE - Sim, vai ser mais difícil, mas estou certo de que vai correr bem. Pelo menos até à votação.
Depois é que podem ocorrer problemas e é preciso estar muito atento. É mais um desafio. Mas o maior de todos será o das novas autoridades eleitas. Serão capazes de resolver os problemas do país?
PÚBLICO - Está em Timor desde 2002...
ATUL KHARE - Mas saí em 2005...
PÚBLICO - E voltou em 2006, por causa da crise. Acha que foi uma irresponsabilidade da ONU ter abandonado o país?
ATUL KHARE - Não foi abandono, foi diminuição.
PÚBLICO - Uma diminuição irresponsável?
ATUL KHARE - Estávamos demasiado optimistas.
PÚBLICO - Estão agora mais realistas? O mandato vai ser prolongado?
ATUL KHARE - Em Fevereiro de 2008 terei de fazer uma avaliação e apresentar as minhas recomendações. Ainda é cedo para prever.
Público – 27 de Maio de 2007
Elogios a Portugal, na despedida
Há sinais "encorajadores" da emergência de uma democracia multipartidária em Timor-Leste, disse o chefe da missão das Nações Unidas neste país, Atul Khare. Trata-se, porém, de um processo "longo" e que necessita de "apoio continuado" da comunidade internacional, nomeadamente nas áreas da justiça, segurança, educação, saúde e formação de quadros, acrescentou, numa conferência sexta-feira, ao fim da tarde, na Fundação Mário Soares, em Lisboa.
A conferência encerrou três dias de visita do representante especial do secretário-geral da ONU (Ban Ki-moon) a Portugal, durante os quais este se avistou com o Presidente da República, Cavaco Silva, e com os seus antecessores, Jorge Sampaio e Mário Soares, com o primeiro-ministro, José Sócrates, e vários membros do seu Governo, e com os deputados que integram as comissões dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Assembleia da República.
Em declarações no final da visita, Atul Khare salientou a "relação única" que Portugal e Timor-Leste mantêm e o "importante papel" que Portugal desempenhou naquele país, particularmente na assistência que para ali tem canalizado através das Nações Unidas. Serão necessários ainda "três a cinco anos" para que uma força de polícia "profissional e embebida de um espírito de serviço à comunidade" seja criada em Timor-Leste, previu, agradecendo as contribuições "muito significativas" dadas pela GNR e PSP na "área crítica" da segurança.
Atul Khare foi acompanhado nesta visita pela portuguesa Sónia Neto, que tem vindo a exercer o cargo de sua conselheira durante o processo eleitoral em curso. Sónia Neto integra, desde Junho passado, o gabinete de assessores políticos do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que autorizou o pedido do chefe da missão da ONU para que a funcionária internacional portuguesa permanecesse em Timor-Leste ao longo daquele período. Sónia Neto foi chefe de gabinete, entre 2001 e 2006, do então ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, José Ramos-Horta, depois de ter passado por vários PALOP ao serviço das Nações Unidas.
Lusa – 26-05-2007 17:37:04
Timorenses violadas na 2ª Guerra contam suas histórias
Rui Boavida, da Agência Lusa
Tóquio – A professora japonesa Kiyoko Furusawa conta histórias de terror que ainda hoje assombram as mulheres do Timor Leste, como a de Marta Abu Bere que, durante a ocupação japonesa do Timor, durante a 2ª Guerra Mundial, chegou a ser violada por dez militares diferentes por noite, todas as noites.
Centenas de mulheres timorenses, pelo menos 270, muitas delas crianças que ainda não tinham tido a primeira menstruação, foram levadas pelo exército imperial japonês durante a ocupação da então colônia portuguesa, que durou de 1942 a 1945. O destino era sempre o mesmo: a escravidão sexual nos bordéis que serviam os oficiais e os soldados japoneses.
"A avó Marta Abu Bere contou que, depois de ter tido dez homens numa noite, sentia que tinha um grande buraco na parte inferior do corpo, e não conseguia parar de pé por causa da dor. Mas quando tentava resistir, estrangulavam-na e ameaçavam-na de morte", diz Kiyoko Furusawa, professora da Universidade Cristã das Mulheres de Tóquio e organizadora de uma exposição na capital japonesa sobre o sistema de escravatura sexual do Japão sobre as mulheres timorenses.
"Muitas delas eram muito jovens, nem sabiam o que era o sexo e por isso tinham muito medo. Além de terem relações com os soldados durante a noite, eram forçadas durante o dia a construir estradas, a trabalhar na agricultura e a fazer comida", conta Kiyoko Furusawa.
"A avó Marta disse que nessa altura até tinha inveja dos animais domésticos. Eles pelo menos podiam dormir durante a noite", acrescenta. "Diversas mulheres que recusaram a escravidão e as torturas sexuais foram executadas".
Por horrível que seja, a experiência da avó Marta foi infelizmente comum no Timor Leste durante a ocupação japonesa, como mostra a exposição no museu de Tóquio. Finalmente, as mulheres do Timor Leste começam a falar dos seus sofrimentos e traumas, calados há mais de cinqüenta anos. Relatos
A exposição da capital japonesa baseia-se na coleta, por parte de organizações de direitos humanos japoneses e timorenses, de testemunhos orais das mulheres, fotografias e relatos orais e escritos de sobreviventes e testemunhas oculares, incluindo três veteranos de guerra japoneses que descrevem como funcionavam os "Ianjo", os bordéis militares geridos pelo exército japonês.
"Já localizamos 20 postos militares onde o exército japonês estabeleceu as chamadas estações de conforto. É altamente provável que existisse uma estação por cada um dos 27 postos que existiam no Timor em 1944, embora por vezes existisse mais de uma estação. Cada posto tinha pelo menos dez garotas, portanto o total de vítimas é de 270, no mínimo", diz Furusawa, que coordenou também o projeto de coleta dos testemunhos através da organização Coligação Japonesa por Timor Leste.
As forcas japonesas entraram no Timor em fevereiro de 1942 para expulsar as forças australianas que tinham ocupado o território em dezembro de 1941, violando a neutralidade da então colônia portuguesa. Os japoneses ordenaram então aos "liurai", os reis tradicionais, que fornecessem mulheres para servir de escravas sexuais às tropas, e de pouco valia resistir às ordens.
Em Suai, atual capital da distrito ocidental de Covalima, "o rei Marcelo recusou e foi executado em frente de toda a população no posto militar japonês de Bobonaro, outro distrito ocidental do Timor", conta Kiyoko Furusawa.
Reforçando a impotência das mulheres timorenses, Inês de Jesus, outra das vítimas das atrocidades japonesas, cujo testemunho está exposto em Tóquio, conta sentir "que não valia a pena escapar, porque todos conheciam a minha casa e os meus familiares, que iriam depois sofrer as conseqüências".
A ilha era uma verdadeira prisão a céu aberto, uma vez que o território era ocupado por cerca de 12 mil japoneses, que estavam em todo o lado, para uma população de 463 mil pessoas.
Incompreensão e desprezo
Mesmo depois do final da guerra, da capitulação japonesa e da saída do Japão do Timor em 1945, as feridas das jovens escravas sexuais não se fecharam. Aos traumas físicos e psicológicos das violações em massa juntaram-se na época a incompreensão e o desprezo dos timorenses.
De acordo com Kiyoko Furusawa "as mulheres foram vítimas de discriminação pela comunidade, que não conhecia a verdade sobre os crimes. As pessoas pensavam que elas tinham recebido privilégios durante a ocupação".
Os crimes de exploração sexual das mulheres de conforto, que aconteceram em muito maior número na China, na Coréia do Norte e na Coréia do Sul, entre outros países asiáticos, são ainda crimes anônimos, sem penas, sem culpados e sem sentenças.
Em 2000, grupos não-governamentais preocupados com a falta de responsabilização pelas atrocidades sexuais no tempo da guerra criaram em Tóquio um tribunal popular, em que participou Gabrielle Kirk McDonald, a juíza que presidiu ao primeiro Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, que condenou o imperador Hirohito (já falecido) e altas patentes militares japonesas por crimes contra a humanidade.
A Coligação Japonesa por Timor Leste exige agora que o governo japonês reconheça as vítimas da escravidão sexual e exige o pagamento de indenizações. O Japão recusa, afirmando não ter recebido qualquer pedido do governo timorense.
Primeiro de Janeiro - 27 de Maio de 2007
Timor-Leste: 14 nomes da FRETILIN-Mudança na lista CNRT
O Grupo Mudança da FRETILIN tem 14 nomes na lista do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) para as eleições legislativas. “Candidatámos os nossos deputados através da lista do CNRT” às legislativas de 30 de Junho, afirmou Vítor da Costa, coordenador nacional do movimento, no final da convenção que elegeu ontem, em Díli, a direcção formal do Grupo Mudança.
“Estão cinco nomes no cimo da lista, outros cinco entre os lugares 15 e 30 e outros quatro mais cá em baixo”, adiantou o coordenador da FRETILIN-Mudança. Vítor da Costa, que abriu a convenção com um discurso duro contra a actual direcção da FRETILIN, afirmou que o Grupo Mudança recusa sair do partido maioritário e pretende a demissão do secretário-geral Mari Alkatiri e do seu presidente, Francisco Guterres «Lu Olo». “As pessoas, especialmente o Grupo Maputo, têm vindo a dizer que nós saímos da FRETILIN. Nós não saímos”, sublinhou Vítor da Costa, repetindo o ponto principal da declaração política saída da convenção de ontem, muito crítica dos dirigentes associados à diáspora timorense em Moçambique durante a ocupação indonésia. Os 525 delegados à convenção elegeram a primeira direcção formal do Grupo Mudança e decidiram pela manutenção do movimento dentro da FRETILIN e a formalização da aliança eleitoral com o CNRT do ex-Presidente Xanana Gusmão. A eleição para o Conselho Executivo Nacional do Grupo Mudança foi ganha pela lista A, com 207 votos contra 134 da lista alternativa, em 394 votos válidos. O Conselho Executivo Nacional da FRETILIN-Mudança tem Vítor da Costa como coordenador e dois vice-coordenadores, Egídio de Jesus e Vicente Xímenes «Maubocy», além de Jorge Teme como secretário.
A convenção elegeu também um Conselho Directivo, com 51 representantes dos 13 distritos do país e 30 representantes nacionais.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luís Guterres, o antigo comandante das FALINTIL e actual vice-presidente do CNRT, Ma’Huno, e Abel Xímenes, ex-ministro do Desenvolvimento,
passam a constituir o Conselho Consultivo da FRETILIN-Mudança, por proposta da mesa da convenção. “A minha disponibilidade em Maio de 2006 no congresso da FRETILIN foi para a liderança do partido. Continuo disponível para ser o candidato da FRETILIN-Mudança para a liderança da FRETILIN. Por isso não concorro à liderança do Grupo nesta convenção”, explicou José Luís Guterres. “A convenção foi um momento histórico para nós. O Grupo Mudança cresceu imenso e temos que formalizar a estrutura”, acrescentou José Luís Guterres. “O Grupo Mudança reclama-se de vertente democrática e queremos ser ouvidos pela direcção nacional da FRETILIN”, insistiu o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, que não foi convidado para o III Governo Constitucional, que tomou posse a 19 de Maio.
As intervenções durante o dia e a declaração política lida no final da convenção reclamaram o Grupo Mudança como parte da FRETILIN mas aconselharam o voto no CNRT nas eleições de 30 de Junho. Onze dos dirigentes eleitos ontem na convenção do Grupo Mudança pertenciam ao Comité Central da FRETILIN antes de entrarem em colisão com a direcção actual do partido. “Nós fomos os obreiros e construtores da grandeza e da história da FRETILIN e por isso continuamos a amar a FRETLIN e a querer o bem do partido”, declarou Vítor da Costa no final da convenção. “Não saímos da FRETILIN porque é o nosso próprio ser”, acrescentou Vítor da Costa traduzindo para português a declaração que leu em tétum diante dos delegados. “É o sangue que corre nas nossas veias e que nos dá vitalidade”. Não saímos mas a partir de agora separamo-nos do Grupo Maputo. Ninguém nos pode impedir de usar a bandeira da FRETILIN nas campanhas. Também vamos usar o símbolo da FRETILIN nas legislativas”, garantiu o coordenador dos dissidentes do partido maioritário.
Vítor da Costa resumiu o apelo da direcção do Grupo Mudança: “Votar no CNRT significa votar pela FRETILIN-Mudança, a FRETILIN que se desenvolveu aqui no interior do país. Votar no Grupo Maputo significa votar na FRETILIN importada, votar em Mari Alkatiri, o que significa também votar pela desgraça e destruição de Timor-Leste”. Mari Alkatiri, em declarações ao final da noite, desvalorizou a convenção do Grupo Mudança. “Nem me preocupo com isso”, resumiu o secretário-geral da FRETILIN.
AFP - Sunday, May 27, 2007. 6:05pm (AEST)
Police 'ambushed' in E Timor
An East Timorese police officer has reportedly been shot and wounded in an ambush south-east of the capital, Dili.
The officer was attacked in Alas, an area where police believe fugitive rebel leader Major Alfredo Reinado and his men are hiding.
He was airlifted to a hospital in the capital, where a nurse says he is in a stable condition.
The nurse says several men with guns attacked the officer and his colleague on Saturday. "Several men with rifles and hand guns fired at them. He has three bullets in him," she said.
Reinado has been on the run since he fled jail in a mass break-out in Dili in September.
Australian-led troops hunting him down attacked his mountain hide-out in March, killing five of his armed supporters in the failed offensive.
The fugitive has previously been blamed in part for last year's unrest after he and others led 600 soldiers to desert the Army over claims of discrimination. The soldiers were sacked, sparking fire fights between factions of the military and police that degenerated into gang violence. At least 37 people were killed, another 150,000 displaced and Australian-led foreign peacekeepers were dispatched to restore security.
Nobel Peace Prize winner Jose Ramos-Horta, elected President earlier this month, has pledged to restore security and unite the troubled nation.
Antara - 05/27/07 13:49
East Timor police officer shot in ambush
Dili - An East Timor police officer was shot and wounded in an ambush southeast of the capital Dili, a nurse at the hospital where he was treated said Sunday.
The officer was attacked in Alas, an area where police believe fugitive soldier Major Alfredo Reinado and his men are hiding.
Reinado, criticised for his role in deadly unrest in East Timor last year, has been on the run since he fled jail in a mass breakout in Dili in September.
The officer and his colleague were attacked on Saturday by several men with guns, the nurse at the Guido Valadares general hospital said.
The wounded officer was airlifted to the hospital in the capital where he was in a stable condition, the nurse said. The other officer escaped uninjured.
"He was attacked while in the Alas area with another policeman," the nurse, who did not want to the identified, told AFP. "Several men with rifles and hand guns fired at them. He has three bullets in him," the nurse added.
Police Commander Alfonso de Jesus declined to speak with waiting media when he arrived at the hospital. It is unclear whether Reinado, who has indicated he wants to surrender, or his supporters were behind the shooting. Australian-led troops, hunting him down, attacked his mountain hideout in March, killing five of his armed supporters in the failed offensive.
The fugitive has previously been blamed in part for last year's unrest, after he and others led 600 soldiers to desert the army over claims of discrimination.
The soldiers were sacked, sparking firefights between factions of the military and police that degenerated into gang violence. At least 37 people were killed, another 150,000 displaced and Australian-led foreign peacekeepers were dispatched to restore security.
Nobel Peace Prize winner Jose Ramos-Horta, elected president earlier this month, has pledged to restore security and unite the troubled nation.
AFP – May 27, 2007 11:16pm
Reinado makes televised demands
From correspondents in Jakarta
A fugitive East Timor rebel leader appeared on Indonesian television to declare that he would not surrender until he had held talks with the troubled nation's leaders.
Major Alfredo Reinado, who has evaded a months-long manhunt by international troops, also said he wanted criminal charges laid against him over involvement in deadly unrest last year to be dropped.
“Drop the charges against me, let us hold a dialogue, with dialogue we will be able to settle the existing problems,” he said in a lengthy interview.
Despite the call, Major Reinado branded former president Xanana Gusmao and his replacement Jose Ramos-Horta as liars and said he distrusted all politicians.
Major Reinado, who commands support from frustrated groups from East Timor's west, had earlier indicated he was ready to lay down his weapons and give himself up.
His interview on Indonesia's private Metro TV station raises questions about his location in East Timor. Looking well groomed and wearing his military uniform, Major Reinado was interviewed seated apparently in a makeshift studio.
He has been on the run since Australian-led troops attacked his mountain hideout in March, killing five of his armed supporters in a failed offensive.
Major Reinado hit out at the Australian troops, who were deployed to the troubled nation in the wake of the unrest in May 2006 that left 37 people dead.
“I ask that the operation by foreign troops, the Australian military, be halted, because it is against the constitution ... it looks like our leaders have handed over our sovereignty to foreigners,” he told his interviewer.
The tiny nation descended into turmoil in May last year after Major Reinado and others led 600 soldiers to desert the army over claims of discrimination because they were from the west.
The soldiers were sacked by the then prime minister, sparking firefights between factions of the military that degenerated into gang violence. More than 150,000 people fled their homes in fear.
Major Reinado rejected suggestions that he had helped to trigger the unrest and denied that he had deserted the army in the first place.
Bloomberg – May 26, 2007 22:59 EDT
Timor Sea Authority Seeks Bids for ConocoPhillips Oil Field
By Angela Macdonald-Smith
The Timor Sea Designated Authority, which oversees oil and gas in an area between Australia and East Timor, invited bids to continue output at an ageing oil field after ConocoPhillips sought to halt production.
The Elang-Kakatua-Kakatua North field, which has produced about 96 percent of the originally estimated reserves of 32.67 million barrels, “may have redevelopment and enhanced recovery potential,'' the authority, known as the TSDA, said in a statement on its Web site.
Production started in 1998 at the field, which was the first to produce oil in the Joint Petroleum Development Area. Output has fallen from 32,500 barrels a day to about 2,000 barrels a day as it matured. The field, which has four producing wells, is owned by a ConocoPhillips-operated venture that includes Santos Ltd. and Inpex Holdings Inc.
“Following a request from ConocoPhillips to cease production from the EKKN field, TSDA has approved for all wells to be suspended for a limited time whilst it seeks interested parties who may wish to study the field,'' the authority said in the statement. Initial bids are due by June 1.
Robin Antrobus, a spokesman for ConocoPhillips in Australia, couldn't be reached for comment.
terça-feira, maio 29, 2007
Notícias - 27 de Maio 2007
Por Malai Azul 2 à(s) 00:26
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
1 comentário:
Tradução:
AFP - Doningo, Maio 27, 2007. 6:05pm (AEST)
Polícia 'emboscado' em Timor-Leste
Um oficial da polícia Timorense foi, segundo relatos, baleado e ferido numa emboscada a sudeste da capital, Dili.
O oficial foi atacado em Alas, numa área onde a polícia acredita que o foragido amotinado major Alfredo Reinado e os seus homens estão escondidos.
Foi transportado por via aérea para o hospital na capital, onde uma enfermeira informou que está em condição estável.
A enfermeira disse que vários homens atacaram o oficial e os seus colegas com armas de fogo, no Sábado. "Vários homens com espingardas e pistolas dispararam contra eles. Tem três balas no corpo," disse.
Reinado tem andado em fuga desde que fugiu numa fuga em massa da prisão em Dili em Setembro.
Tropas lideradas pelos Australianos que o procuram atacaram o seu esconderijo na montanha em Março, matando cinco dos seus apoiantes armados nessa incursão falhada.
O foragido anteriormente foi acusado em parte pelo desassossego do ano passado depois de ele e outros levarem 600 soldados a desertar das Forças Armadas sobre queixas de discriminação. Os soldados foram despedidos o que desencadeou tiroteios entre facções das forças militares e da polícia que degeneraram em violência de gangs. Pelo menos 37 pessoas foram mortas, umas outras 150,000 deslocadas e tropas estrangeiras lideradas pelos Australianos foram despachadas para restaurar a segurança.
O Nobel da Paz José Ramos-Horta, eleito Presidente no princípio do mês, prometeu restaurar a segurança e unir a nação inquieta.
Antara - 05/27/07 13:49
Oficial de polícia de Timor-Leste baleado em emboscada
Dili – Um oficial da polícia de Timor-Leste foi baleado e ferido numa emboscada no sudeste da capital Dili, disse no Sábado uma enfermeira do hospital onde está a ser tratado.
O oficial foi atacado em Alas, uma área onde a polícia acredita que o soldado foragido major Alfredo Reinado e os seus homens estão escondidos.
Reinado, criticado pelo papel no desassossego mortal em Timor-Leste no ano passado, tem estado em fuga desde uma fuga em massa duma prisão em Dili em Setembro.
O oficial e os seus colegas foram atacados no Sábado por vários homens com pistolas, disse a enfermeira no Hospital Guido Valadares.
O oficial ferido foi transportado por via aérea para o hospital na capital onde está em condição estável disse a enfermeira. Os outros oficiais escaparam incólumes.
"Foi atacado na área de Alas com um outro polícia," disse a enfermeira que não quis dar o nome, à AFP. "Vários homens com espingardas e pistolas dispararam contra eles Tem três balas no corpo," acrescentou a enfermeira.
O Comandante da Polícia Afonso de Jesus declinou falar com os media quando chegou ao hospital. Não é claro se Reinado, que tem indicado querer entregar-se, ou os seus apoiantes estão por detrás do tiroteio. Tropas lideradas pelos Australianos, que o perseguem, atacaram o seu esconderijo da montanha em Março, matando cinco dos seus apoiantes armados na incursão falhada.
O foragido anteriormente foi acusado em parte pelo desassossego do ano passado, depois de ele e outros levarem 600 soldados a desertarem das forças armadas sobre queixas de discriminação.
Os soldados foram despedidos, desencadeando tiroteios entre facções das forças militares e a polícia que degenerou em violência de gangs. Pelo menos 37 pessoas foram mortas, umas outras 150,000 deslocadas e tropas estrangeiras lideradas pelos Australianos foram despachadas para restaurar a segurança.
O Nobel da Paz José Ramos-Horta, eleito presidente no princípio do mês, prometeu restaurar a segurança e unir a nação inquieta.
AFP – Maio 27, 2007 11:16pm
Reinado faz apelos na televisão
De correspondentes em Jacarta
Um líder amotinado foragido de Timor-Leste apareceu na televisão Indonésia a declarar que não se renderia até ter conversações com líderes da nação inquieta.
O major Alfredo Reinado, que tem escapado a uma perseguição de meses por tropas internacionais, disse ainda que queria que fossem arquivadas acusações contra ele por crimes por causa do seu envolvimento no desassossego mortal do ano passado.
“Deixem cair as acusações contra mim, dialoguemos, com diálogo resolveremos os problemas que há,” disse numa longa entrevista.
Apesar do apelo o major Reinado chamou mentirosos ao antigo presidente Xanana Gusmão e ao seu substituto José Ramos-Horta e disse que não confiava em nenhum político.
O major Reinado, que tem apoio de grupos frustrados do oeste de Timor-Leste tinha anteriormente indicado que estava pronto para entregar as armas e render-se.
A entrevista na estação privada da Indonésia Metro TV levanta questões acerca da sua localização em Timor-Leste. Parecendo bem cuidado e vestindo o seu uniforme militar o major Reinado foi entrevistado sentado aparentemente num estúdio improvisado.
Tem andado em fuga desde que tropas lideradas pelos Australianos atacaram o seu esconderijo na montanha em Março, matando cinco dos seus apoiantes armados numa incursão falhada.
O major Reinado atacou as tropas Australianas, que foram destacadas para a nação inquieta no princípio do desassossego em Maio de 2006 que deixou 37 pessoas mortas.
“Peço que sejam paradas as operações por tropas estrangeiras, as forças militares Australianas, porque é contra a constituição ... parece que os nossos líderes entregaram a nossa soberania aos estrangeiros,” disse ao entrevistador.
A pequena nação caiu em turbilhão em Maio do ano passado depois de o major Reinado e outros levarem 600 soldados a desertar das forças armadas por queixas de discriminação por serem do oeste.
Os soldados foram despedidos pelo então primeiro-ministro, desencadeando tiroteios entre facções dos militares que degeneraram em violência de gangs. Mais de 150,000 pessoas fugiram das suas casas com medo.
O major Reinado rejeitou acusações de que tinha ajudado a desencadear o desassossego e negou que tivesse desertado as forças armadas em primeiro lugar.
Bloomberg – Maio 26, 2007 22:59 EDT
Autoridade do Mar de Timor procura ofertas para o campo de petróleo da ConocoPhillips
Por Angela Macdonald-Smith
A Autoridade Designada para o Mar de Timor, que fiscaliza o petróleo e o gás numa área entre a Austrália e Timor-Leste, convidou a concorrência para fazer ofertas para continuar a exploração de um campo de petróleo em declínio depois da ConocoPhillips procurar parar a producção.
O campo Norte Elang-Kakatua-Kakatua, que produziu cerca de 96 por cento das reserves originalmente estimadas de 32.67 milhões de barris, “pode ter um potencial de recuperação reforçado e ser re-desenvolvido,'' disse a autoridade, conhecida por TSDA, numa declaração no seu Web site.
A produção no campo começou em 1998, e foi o primeiro a produzir petróleo na Área de Desenvolvimento Conjunta de Petróleo. A produção caiu de 32,500 barris por dia para cerca de 2,000 barris por dia, O campo que tem quatro poços de produção, é de propriedade duma empresa operada pela ConocoPhillips que inclui a Santos Ltd. E a Inpex Holdings Inc.
“Depois de um pedido da ConocoPhillips para parar a produção do campo EKKN, a TSDA aprovou a suspensão de todos os poços por um tempo limitado enquanto procura partes interessadas que podem querer estudar o campo,''disse a autoridade na declaração. Ofertas iniciais estão previstas para 1 de Junho.
Robin Antrobus, um porta-voz da ConocoPhillips na Austrália, não pode ser contactado para comentar.
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