Díli, 19 Nov (Lusa) - O conselho de ministros de Timor-Leste vai debater em breve uma "profunda reforma fiscal", que prevê, designadamente, a redução ou eliminação de vários impostos, anunciou hoje o gabinete do primeiro-ministro em comunicado enviado à Lusa.
A subida das propostas ao conselho de ministros ainda não tem data, mas , segundo o comunicado, a reforma deverá incidir sobretudo na eliminação das taxas que incidem sobre os bens de consumo.
O comunicado acrescenta que a apresentação da proposta será feita depois dos "estudos comparativos para a reforma fiscal em Timor-Leste", que deverão ser elaborados por técnicos do Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Programa da ONU para o Desenvolvimento e pelos assessores internacionais que trabalham para o governo, na sequência de um pedido feito pelo chefe do governo, José Ramos-Horta.
Citando o primeiro-ministro, pode ler-se no comunicado que "basta ter bom senso e inteligência média para se perceber que o actual sistema é enfadonho, e desencoraja os investidores nacionais e internacionais".
No passado dia 07, em declarações à Lusa, José Ramos-Horta anunciou ser intenção do governo proceder a uma reforma fiscal e salientou que entre as medidas a adoptar figura a criação de uma empresa de seguros.
"O governo está a prosseguir activamente, agressivamente, algumas políticas de reforma de toda a política fiscal. Vamos poder eliminar alguns impostos, reduzir outros, e criar incentivos para o sector privado, como por exemplo, facilitar ao sector privado internacional criar aqui uma empresa de seguros", disse na ocasião.
O chefe do governo acrescentou que na eventual impossibilidade dos investidores estrangeiros criarem uma empresa de seguros, "o governo vai procurar outras alternativas, com a intervenção do próprio Estado".
Os efeitos da crise político-militar desencadeada em Abril na erosão da confiança dos investidores externos são reconhecidos pelo chefe do governo.
"Compreendemos perfeitamente que os acontecimentos nos últimos meses no país não são conducentes a um investidor arriscar. Mas o que digo é que a crise que atravessamos, uma crise de crescimento, resulta do nosso processo de aprendizagem, e se ao aprendermos cometemos erros, também ao aprendermos com os nossos erros vamos reconquistando a confiança da comunidade internacional", salientou Ramos-Horta no passado dia 07 à Lusa.
"Creio que Timor-Leste vai ter um arranque económico muito grande em 20 07", defendeu.
Os efeitos da crise foram evidenciados a 20 de Outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em comunicado de imprensa, o FMI disse que antes da crise, "Timor-Leste tinha tido um bom progresso em estabelecer as bases para uma economia estável e saudável", acrescentando que a riqueza petrolífera e de gás "se usada com efectividade oferecia o potencial para um futuro significativamente mais próspero".
"Infelizmente a crise constituiu um golpe ao ímpeto de crescimento", acrescenta o comunicado, resultado da estada no país de uma delegação do FMI, que manteve consultas com "o governo, sector privado e sociedade civil".
"A missão é da opinião que na sequência da crise, o crescimento económico em 2006 deverá ser de certo modo negativo, apesar do esperado aumento das despesas públicas e da ajuda internacional do final do ano", refere o documento, que faz notar que a crise provocou um aumento de inflação o que resultou na "deterioração da competitividade internacional".
O FMI fez notar que as suas estimativas indicam que será preciso um crescimento anual de sete por cento "ou mais" para se reduzir "significativamente" a pobreza em Timor-Leste e sublinha que "a longo prazo, o crescimento e a criação de empregos tem que ser proveniente do sector privado não petrolífero".
"Para esse fim é necessária uma acção concertada para se criar um ambiente favorável ao negócio, incluindo a adopção da necessária estrutura legal e a redução da burocracia", lê-se no comunicado.
EL-Lusa/Fim
.
domingo, novembro 19, 2006
Conselho de Ministros vai debater profunda reforma fiscal
Por Malai Azul 2 à(s) 23:58
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
Sem comentários:
Enviar um comentário