quinta-feira, outubro 19, 2006

Oposição interna da FRETILIN insiste na urgência de congresso extra

Díli, 19 Out (Lusa) - A oposição interna na FRETILIN insistiu hoje na "urgência" de um congresso extraordinário para renovar a direcção que, alega, "perdeu credibilidade" após a divulgação do relatório da ONU sobre a violência regista da em Abril e Maio no país.

A posição da auto-intitulada "FRETILIN Mudança" foi expressa em conferência de imprensa e justificada com a necessidade de "repor o bom nome e a boa imagem" do partido, maioritário em Timor-Leste.

O coordenador da "FRETILIN Mudança", Vítor da Costa, que foi acompanhado por Egídio de Jesus e Vicente Ximenes "Maubosi", membros do Comité Central até ao II Congresso, realizado em Maio passado, salientou que "a actual direcção perdeu credibilidade e confiança".

Em causa, segundo estes militantes da FRETILIN, estão as alegações contidas no relatório divulgado terça-feira por uma comissão da ONU, em que dirigentes actuais do partido, nomeadamente, o secretário-geral Mari Alkatiri e o vice-presidente Rogério Lobato, são identificados como estando directa ou indirectamente envolvidos na distribuição de armas a civis.

No caso de Mari Alkatiri, a Comissão Especial de Inquérito Independente da ONU defende que seja feita uma investigação adicional para determinar se deve ser responsabilizado criminalmente.

Segundo Vicente Ximenes, o congresso extraordinário pode ser convocado com um pedido formal de dois terços dos comités distritais ou com base na vontade de dois terços dos delegados ao último congresso.

O grupo auto-intitulado "FRETILIN mudança" ou "FRETILIN renovador" surgiu pelo descontentamento de alguns militantes que, primeiro contestaram em Tribunal a votação por braço no ar decidida no congresso realizado em Maio e, perdida a batalha judicial para convocar o congresso extraordinário por alegadas irregular idades, pretendem agora usar os meios estatutários para afastar Alkatiri da liderança do partido.

No congresso de Maio, Mari Alkatiri foi reeleito secretário-geral da FRETI LIN por 97,1 por cento dos delegados, numa votação por braço no ar, depois de José Luís Guterres, actual ministro dos Negócios Estrangeiros, ter desistido de se apresentar à corrida à liderança do partido pelo facto da eleição não se realizar por voto secreto.

Na sequência da crise que afecta Timor-Leste desde o final de Abril, e que resultou mesmo na demissão de Alkatiri do cargo de primeiro-ministro, o presidente timorense, Xanana Gusmão, acusou a liderança da FRETILIN de ser ilegítima, p or ter sido eleita por braço no ar, mas viu-se obrigado a negociar com essa mesm a direcção a formação do II governo constitucional, liderado por José Ramos-Horta.

O Tribunal de Recurso timorense, que apreciou uma queixa de militantes da FRETILIN sobre o congresso de Maio, considerou, no entanto, que a eleição por braço no ar não constituiu uma violação da Lei dos Partidos Políticos e dos estatutos do partido.

EL/JCS-Lusa/Fim


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8 comentários:

Anónimo disse...

Vicente Maubeik e Victor Lanuten deviam mais é estar calados. Sim. Necessita-se uma conferência da Fretilin para responder esta crise. Mas estes dois parvos não devem envolver se nela.

Anónimo disse...

Se conseguirem reunir os apoios previstos nos estatutos para a realização de um congresso extraordinário, que tem isso de mal?

É a democracia interna do partido a funcionar, digo eu.

A acontecer, espera-se que desta vez a eleição dos dirigentes não seja de sovaco ao ar. A bem da transparência e da liberdade de voto e como resposta a um parecer não vinculativo e estapafúrdio do tribunal de recurso.
Recordo que o acórdão do tribunal de Recurso foi de que "O tribunal não pode tomar conhecimento da pretensão...."
O resto foram considerações de carácter político que não são vinculativas até porque não fazem parte do acórdão.

Anónimo disse...

Que tem de se debater tem de se debater. O debate só fortalece quem o faz.

Anónimo disse...

Forca Fretilin mudanca! Tira o volante do Mari e controlem a camioneta velha. Mas tambem estejam prontas para aceitar a derrota em 2007.

Anónimo disse...

Há certos abutres que têm a inteligência de galinhas. É o caso deste Vicente e deste Vítor. Têm além de cérebro têm também asas de galinha. Não hão-de levantar voo,

Anónimo disse...

E como a Tamagoshi os conhece bem perto, atreve-se a fazer apreciações destas.

Nem desconfia quem sejam, mas só porque ousam desafiar o Comité Central (mesmo admitindo recorrer a processos previstos nos estatutos), só podem ser canalhas, traidores, agentes do imperialismo, lacaios da burguesia e do grande capital.
Os que aceitaram votar de sovaco ao ar, quais obedientes cães de fila, são patrióticos, inteligentes, sérios e representam a força do progresso de Timor.

A cassete uma vez a tocar não parará nunca?

Anónimo disse...

Estes dois palhasos Vicente maubosok e Vitor Lanuten sao ignorantes nem sabem escrever uma simples carta e como e' que os dois vao se dirigir uma conferencia.
Vicente Maubosok e Vitor Lanuten nain rua beikten boot ida nem hatene hakerek carta simples ida, ho kibik sa'ida mak sira bele dirizi conferensia ida.

Anónimo disse...

oh Egidio de Jesus at liu, ida ne beikten liu hotu hotu iha grupo laran.

Grupo Vitor&Maubosok mesak beikten deik, ho sira bele ukun povu timor lorosae?

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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