Escola Portuguesa de Díli reabriu as portas para mais alunos
Díli, 02 Out (Lusa) - A Escola Portuguesa de Díli (EPD) abriu hoje as portas para 500 alunos, mais 25 por cento que no anterior ano lectivo, que vão da pré-primária ao 8º ano de escolaridade, disse à Lusa a directora, Ana Maria.
Criada em Novembro de 2002, a EPD é um estabelecimento de ensino não integrado na rede pública de ensino timorense e goza de autonomia pedagógica e gestão, com professores destacados de Portugal e outros contratados localmente.
"Este ano, temos 30 professores vindos de Portugal e três timorenses", disse a directora da Escola, que salientou a importância da abertura do ano escolar depois da crise político-militar por que passou Timor-Leste, em Maio e Junho .
"Hoje é um dia muito importante. Estou muito contente por voltar a ter os meus alunos depois desta crise", acrescentou.
Neste ano lectivo, ainda a ser leccionado nas instalações onde funciona desde 2002, a EPD abriu as portas ao pré-primário, para alunos de quatro e cinco anos de idade e também ao 8º ano de escolaridade.
Entre o 1º e o 4º ano, haverá turmas com 25 alunos cada, e a partir do 5º ano foram criadas turmas de 28 educandos.
"Aumentámos o número de alunos nos 5º e 6º anos de escolaridade para dar oportunidade a que mais alunos possam ingressar na escola, porque a procura é muita", salientou.
O ensino é todo leccionado em Português e a novidade, a partir das turmas do 7º ano, é que passa a ser ministrada outra língua oficial de Timor-Leste, o Tétum, que substituiu o Francês, que era leccionado como língua estrangeira.
Quando as novas instalações estiverem concluídas, possivelmente já no próximo ano lectivo, iniciar-se-á o ensino para inscritos no 9º ano, e aí voltar-se-á a ministrar o Francês.
Cada aluno recebeu uma pasta com material escolar, composto por cadernos, esferográficas, lápis, borrachas e afiadores, "porque muitas crianças ficaram sem nada durante a crise", explicou Ana Maria.
A propina mensal é de 5 dólares, e para quem não pode pagar essa quantia, a EPD fixou uma segunda tabela, de 2,5 dólares.
"E quem não pode pagar, retribui com serviços. Se é preciso pregar um prego, limpar a escola ou arranjar uma carteira, são os próprios pais que vêm ter connosco", destacou.
A abertura do ano lectivo na EPD foi feita em cerimónia presidida pelo embaixador de Portugal em Díli, João Ramos Pinto, que sublinhou a importância do início das aulas "após um período de crise prolongada, em que a grande maioria das escolas fecharam".
O regresso dos professores portugueses e o respeito pela data prevista para o novo ano lectivo, foram outros aspectos evidenciados por Ramos Pinto.
A ministra da Administração Estatal timorense, Ana Pessoa, foi um dos encarregados de educação que participaram na cerimónia.
Em declarações à Lusa, disse ter escolhido a EPD para inscrever o seu filho, por ser uma escola de referência.
"É importante haver uma escola portuguesa. Não é a única que ensina em língua portuguesa, mas é uma escola de referência", disse.
"Também a escolhi porque lecciona Tétum. Considero muito importante que se ensine o Tétum, porque o Português, como sabemos, para além de ser língua of icial, é uma língua de suporte ao crescimento da outra língua nacional, que é o Tétum. Ensinar o Tétum aqui é uma forma de ajudar ao desenvolvimento da própria língua tétum", frisou.
à semelhança da experiência iniciada no anterior ano lectivo, a EPD vai avaliar do interesse dos pais timorenses que desejam "desenferrujar" o uso da língua portuguesa, criando aos sábados tempos de aulas ministrados voluntariament e pelos professores portugueses destacados.
EL-Lusa/Fim
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Relatório de Comissão de Inquérito da ONU está atrasado
Díli, 02 Out (Lusa) - O relatório da Comissão de Inquérito da ONU, em que serão apontados os responsáveis pela violência registada em Timor-Leste em Abril e Maio, deverá ficar concluído somente na próxima semana, disse hoje em Díli fontes das Nações Unidas.
Segundo Finn Reske-Nielsen, representante em funções do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, o "ligeiro atraso" não deverá impedir a divulgação pública do documento, prevista o mais tardar no final do mês.
O relatório está a ser elaborado por uma comissão independente de três juristas, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, e estava previsto que ficasse concluído no próximo dia 07, com entrega de cópias a Kofi Annan, Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU e Parlamento Nacional de Timor-Leste.
"Sexta-feira à noite, o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos informou-nos que iria haver um ligeiro atraso em virtude de ser necessário garantir as traduções do texto para tétum, bahasa indonésio e português", disse Reske-Nielsen, que falava numa conferência de imprensa.
"Não tenho dúvidas que este relatório, escrito por três eminentes juristas, certamente incluirá os factos que foi possível estabelecer, no decurso do seu trabalho, ao longo de três meses", acrescentou.
Reske-Nielsen defendeu na ocasião a necessidade de "todos lerem o relatório", para que conheçam os factos e se comportem de forma responsável.
"Encorajo todos a lerem o relatório, para se conhecerem os factos e para que todos reajam de forma responsável, como é de esperar em democracia, e num país onde impera a lei", disse.
Criada a 12 de Junho passado, na sequência de um pedido nesse sentido, enviado quatro dias antes pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros, hoje primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, a Comissão Independente foi mandatada pelas Nações Unidas para estabelecer os factos e circunstâncias relevantes da crise político-militar timorense.
Presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a comissão integra ainda a sul-africana Zelda Holtzman e o britânico Ralph Zacklin.
Ao longo dos três meses de mandato conferido pelo secretário-geral da ONU, a comissão ouviu cerca de 200 pessoas e consultou mais de 3 mil documentos.
Aquelas fontes irão servir para um relatório que incluirá recomendações que reforcem a responsabilidade, tendo em conta os mecanismos jurídico-legais existentes em Timor-Leste, pelos crimes e violações de direitos humanos alegadamente cometidos particularmente nos dias 28 e 29 de Abril e entre 23 e 25 de Maio.
Nestas datas, a crise político-militar timorense foi marcada por confro ntos armados entre facções da polícia e das forças armadas, a que se associaram grupos de civis, armados pelas duas partes beligerantes.
A crise, que provocou cerca de 30 mortos e mais de 170 mil deslocados internos, tem vindo a ser alimentada por confrontos entre bandos rivais, sobretudo na capital, Díli, com efeitos na destruição de propriedade privada e do Estado .
Em resultado da crise, o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo, tendo sido substituído por José Ramos-Horta.
Nos dias 28 e 29 de Abril, no final de uma manifestação patrocinada por ex-militares, efectivos militares enviados pelo então governo liderado por Mari Alkatiri substituíram a Polícia Nacional na contenção dos manifestantes, e nos dias 23, 24 e 25 de Maio registaram-se combates entre efectivos das forças armadas e militares sublevados, em vários pontos de Díli.
EL-Lusa/Fim
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CDS-PP: Ribeiro e Castro parte domingo para visita a Timor-Leste
Lisboa, 02 Out (Lusa) - O líder do CDS-PP, José Ribeiro e Castro, parte domingo para uma visita a Timor-Leste, onde terá encontros com o Presidente da República, Xanana Gusmão, e com o primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta.
"Esta visita destina-se a acompanhar 'in loco' a situação em Timor, num momento em que existe no território um contingente da GNR", afirmou Ribeiro e Castro, em declarações à Agência Lusa.
Neste âmbito, Ribeiro e Castro foi hoje recebido pelo primeiro-ministro, José Sócrates, numa audiência que contou também com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado e, pelo lado do CDS, do vice-presidente Miguel Anacoreta Correia e do dirigente João Luís Mota Campos.
No domingo, Ribeiro e Castro já tinha falado telefonicamente com o ministro da Administração Interna, António Costa, que esteve na semana passada em Timor -Leste.
"A reunião de hoje serviu para trocar impressões com o Governo. Somos um partido do arco da governabilidade, queremos actuar com sentido de Estado e numa posição de consonância com a do executivo", sublinhou o líder dos democratas-cristãos.
Segundo Ribeiro e Castro, a sua visita insere-se numa "lógica de continuidade" com o "papel histórico" dos democratas-cristãos no apoio à causa timorense.
"O CDS é um partido que desde sempre acompanhou com interesse os assuntos de Timor", disse, realçando que a presidência da Comissão que na Assembleia da República acompanhou este assunto foi ocupada por "grandes dirigentes" do partido como Adriano Moreira, Nuno Abecassis e Miguel Anacoreta Correia.
O programa da visita, que termina a 12 de Outubro, ainda está a ser ultimado mas prevê encontros com o Presidente da República, Xanana Gusmão, com o primeiro-ministro José Ramos-Horta, além de contactos com os partidos políticos, as autoridades religiosas locais e os militares portugueses da GNR presentes em Timor-Leste.
SMA-Lusa/fim
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terça-feira, outubro 03, 2006
Notícias
Por Malai Azul 2 à(s) 01:04
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Traduções
Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Obrigado pela solidariedade, Margarida!
Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006
"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
6 comentários:
"Esta visita destina-se a acompanhar 'in loco' a situação em Timor, num momento em que existe no território um contingente da GNR"
Desculpem-me os colegas por insistir neste assunto, mas continuo sem perceber porque é que alguns portugueses insistem em continuar a chamar "território" a Timor-Leste. É algo que me irrita profundamente e tenho pena que ninguém com responsabilidades na imprensa corrija este erro clamoroso.
Tem razão o amigo das 01:2O, mas creio que não o fazem por mal.
Compreende-se esta reacção em relação à palavra e o mais correcto será país. Porque Timor Leste é um país!
Não sei alguma vez usei a palavra terrotorio para referir-me a TL, creio que não, mas e o fiz peço desculpa.
Obviamente que está fora de questão "coisas do passado" na minha mente ou neocolonialismos.
Temos orgulho em que TIMOR LESTE seja independente e só queremos confraternizar com os nossos irmãos tão massacrados e comemorar uma INDEPENDÊNCIA DE FACTO e em paz.
Viva Timor Leste!
Os Australianos refre-se a Timor com província...
Os australianos referem-se a Timor como província...
Timor-Leste e não Timor Leste... apesar de se perceber... já agora.
...alguem viu um governante português por aí?
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