terça-feira, outubro 03, 2006

Austrália coloniza Timor-Leste e só lá quer (pois claro!) ... australianos

Noticias Lusofonas - 2-Oct-2006 - 9:50


Passividade portuguesa permite que o primeiro-ministro de um país lusófono tenha um assessor de Imprensa que não fala português

Ramos Horta, primeiro-ministro de um país da CPLP (que quer dizer Comunidade de Países e Língua Portuguesa) está-se mas tintas para a língua portuguesa e no que dele depende, e é muito, quer os australianos a seu lado para pôr Timor-Leste fora da Lusofonia. E tudo isto é feito com a conivência da chamada Cooperação Portuguesa que assiste, calma e passivamente, à australianização de um país onde Portugal devia marcar pontos.

Por Jorge Castro

O exemplo mais mediático é o da substituição do assessor de Imprensa do primeiro-ministro. No anterior Governo, liderado por Mari Alkatiri, o português Rui Flores desempenhava o cargo com rara eficiência e disponibilidade.

Chegou Ramos Horta que, para além de ter forçado a saída de Rui Flores, aproveitou a passividade da Cooperação Portuguesa para lá colocar o australiano Julian Swinstead que nem uma palavra diz em português.

O Jornalista Orlando Castro, que segue com atenção as questões timorenses e que entrevistou várias vezes Ramos Horta, bem como Xanana Gusmão (entre outras personalidades do país, mesmo quando este ainda não o era) afirmou ao NL que “Portugal está a perder a corrida, se é que alguma vez a pensou ganhar”.

“De facto, que pensariam os portugueses se José Sócrates tivesse um assessor de Imprensa que fosse australiano e nem bom dia soubesse dizer em Português?”, pergunta Orlando Castro, acrescentando que “Ramos Horta está a fazer pela CPLP o que nenhum outro país membro teve a coragem de fazer. Isto é, dizer que a CPLP enquanto entidade se não está morta está em coma profundo”.

Ramos Horta tem todo o direito de escolher para a sua equipa quem muito bem entender. De qualquer modo, a manter-se essa política, qualquer dia teremos um ministro (que tal o do petróleo?) também australiano.

Por este andar, à Austrália só falta nomear para Timor-Leste um governador geral e dizer, como o fizera a Indonésia antes da independência (?), que o país passou a ser sua província.

É claro que Camberra nunca o fará, ou pelo menos não o fará tão cedo, porque é mais cómodo e barato manter Timor-Leste independente mas totalmente dependente do “paizinho” australiano.

Aliás, viu-se a passividade timorense e de toda a CPLP no recente caso de Mascarenhas Monteiro que, e muito bem, bateu com a porta e recusou um convite da ONU para ser enviado especial de Kofi Annan a Timor-Leste quando viu que a Austrália só lá quer… australianos.

.

14 comentários:

Anónimo disse...

Pelo nome de Deus, o antigo assessor de imprensa de Alkatiri foi uma outra australiana, Zoe Cottew, que (provavelmente) não falou português tampouco.

Ela me dis que o sítio do gabinete do Primeiro Ministro não foi uma prioridade nem uma máquina de fax tampouco!

Não houve nenhum governador geral em Timor Leste sob a ocupação indonésia, apenas um governador. Talvez Camberra nomee um administrador, como fez no Papua Nova Guiné antes 1975!

Orlando Castro disse...

E então o que era Rui Flores? Era assessor de Imprensa.
O texto não diz que a Indonésia teve em Timor um Governador-geral.

Anónimo disse...

Aqueles que pensem que Timor-Leste será melhor e mais próspero sem Alcatiri seja em que forma for a sua dependência da Austrália, como uma província, um estado dentro da própria Austrália ou independente, que melhor se coloquem algumas questões a responder.

-Será que os antagonismos entre partidos políticos alguma vez cessãrão?

-Será que Timor ganha em mudar uma das línguas oficiais, o Português, para ´caminhar todo o caminho desde o início, isto é, a aprendizagem de uma outra língua, problema com os documentos oficiais feitos até à altura do golpe, favorecimento de recursos humanos que falem a língua inglesa

-Será que a questão dos assessores era apenas uma questão dgoverno de Alcatiri? Como Timor Leste a província, o protectorado, da Austrália que carece de profissionais bons e qualificados vai resolver esta questão?
Será que ao invés de assessores chamados de "Internacionais" Timor Leste terá assessores Australianos?

-Será que todos os Timorenses vão ter trabalho? Ou se antes as empresas australianas que venham a implantar-se em Timor não irão trazer os próprios quadros da Austrália, criando nos Timorenses o sentimento de que estão a ser ultrapassados e deixados de fora?

-Será que a extracção dos seus recursos ficará para os Timorenses ou não?

-Será que os impostos que os Timorenses terão futuramente que pagar para todo o esforço da ocupação do seu país e pela progressão da Austrália será inferior ao benefício trazido?

-Não será que unicamente o que muda das mãos é o poder e que ao invés dos "internacionais" os Timorenses poderão observar os Australianos a comerem nos restaurantes?

Timorenses, perguntem-se a si próprios o que vai realmente mudar para vocês, se isto vai ser para o melhor ou não?

Examinem a sua consciência porque a escolhe que fizerem ou simplesmente aceitarem como a imposição será para o vosso futuro. Depois será muito tarde para mudar as coisas e chorar.

Anónimo disse...

Eu já o disse e o repeto: Zoe Cottew, a assessora de Alkatiri, é australiana, que provavelmente não o português.

O problema com o Julian Winstead é que foi director do jornal "NT News" de Rupert Murdoch, que é o propriador também do jornal "The Australian", que tem atacado o uso da língua portuguesa em Timor, e mais recentemente, o governo de Alkatiri.

Austrália não nunca teve um governador geral na Indonésia antes da independência, foi a Holanda.

Rui Flores escreveu o texto seguinte:

«A propósito da notícia publicada no sítio "Notícias Lusófonas", a 2-Oct-2006 - 9:50, com o título "Austrália coloniza Timor-Leste e só lá quer (pois claro!) ... australianos", pretendo fazer o seguinte comentário, que espero tenham a gentileza de publicar:

Ao contrário do que se afirma na notícia por vós publicada, o Sr. Primeiro-Ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, não forçou a minha saída da função de assessor de imprensa. Nego categoricamente que o tenha feito. Deixei Timor-Leste apenas e só porque aceitei uma proposta das Nações Unidas para trabalhar na Serra Leoa.

Quanto à minha não substituição por outro português, creio que a única entidade que poderá fazer qualquer comentário é a Cooperação Portuguesa.

Evidentemente que também não posso deixar de ficar indiferente aos elogios que me são feitos na notícia, mas quanto a isso devo apenas salientar que procurei desempenhar sempre as minhas funções com profissionalismo, tratando todos os jornalistas por igual, timorenses, portugueses, australianos e outros.»

Anónimo disse...

Descupa la que só os bandos e oportunistas é queiram TL como uma nova província Australiana. Somos Timorenses sempre Timorenses.


Obrigado...!!!!!
Janio

Anónimo disse...

Se es timorense entao acredites e acreditamos que somos capazes de gerir o nosso pais, se es portugues era bom bom nao metar muito nos assuntos timorenses, para nao criar mais descontentamentos ou seja a rejeicao dos timorenses a propria lingua portugesa que ja foi introduzida como lingua oficial. A lingua oficial sera sempre o portugues. VIVA a LINGUA POrtuguesa.

Anónimo disse...

Sr. Ken Westmoreland,

A Sra Zoe Cottew deixou Timor-Leste em 2003/2004, altura em que foi substituida por Rui Flores. Acresce que o Sr. Primeiro Ministro, Mari Alkatiri, tinha tres timoirenses a trabalhar com Zoe, a garantir o fluxo de informacao nas duas linguas oficiais de Timor-Leste - Tetum e Portugues.

Seria optimo ter incluido nos seus comentarios o facto de, no periodo em que Zoe C. foi assessora de imprensa, os comunicados terem sido emitidos tambem numa das linguas oficiais, para alem do ingles.

Creio que ninguem de bom senso critica ou recusa a ideia dos comunicados do Gabinete do Sr. Primeiro Ministro (actualmente e durante o I Governo Constitucional)serem divulgados em ingles - imprescindivel no contexto actual de Timor-Leste - o problema eh estarem limitados a essa lingua!

Anónimo disse...

A "Cooperação Portuguesa" é agora uma visão do passado, que vive do que foi feito no passado.
Agora, porque existe mas funciona pior que nunca, aposta na solução facil de colocar fundos e recursos em organismos e acções multilaterais. Do Oceano indico ao Oceano indico, em violta ao Mundo. Não sabe como os empregar de forma bilateral...assim é facil e preenche as estatisticas.

Anónimo disse...

Se os timorenses que fala tétum e português podem trabalhar com a Sra. Cottew, por que não podem trabalhar com o Sr. Winstead? Você sugere que ele quer abolir o português e o tétum como línguas oficiais - como os jornalistas da imprensa Murdoch?

Não tive um boa opinião da Sra Cottew, uma assessora de imprensa que não achou que uma máquina de fax, sem falar de um website com informação actual, foram prioridades.

Seria óptimo se os comunicados de imprensa foram disponíveis no website do Primeiro Ministro como são nos outros países. Entanto, o website ainda diz que Alkatiri é o Primeiro Ministro, e o endereço de email não é válido tampouco- é do Rui Flores, ou seria se fosse correcto. Não há "gmail.com.br"!

Eu ofreci muitas vezes os meus serviços como webmaster, voluntariamente, ao Governo, mas não ouvi nada. Parece que não sabe que não precisa de morar num país para manter os websites locais. Palhaços, todos!

Anónimo disse...

PORTUGUESICES E INVEJICES!!!!!!

SE QUEREM O PORTUGUES MAIS E MAIS
AO INVES DE BACORADAS CONTRA O INGLES, DIGAM OU FACAM PRESSAO A COMUNIDADE CPLP EM ESPECIAL PORTUGAL PARA EVANPORTUGUESAR A LINGUA DE CAMOES (EVANPORTUGUESAR E UMA PALAVRA NOVA EM PORTUGUES QUE SIGNIFICA EVANGELHISAR O PORTUGUES)

Anónimo disse...

A lingua Portuguesa somos nos que optamos e nao os portugues. Por isso portugal nao tem obrigacao de evangelhizar o portugues. Se nao quiseres aprender o problema e sua, OK.....

Anónimo disse...

Nos quem?
Auscultaram o Povo?
O Povo se calhar ate escolhia o Indonesio.

Anónimo disse...

Lamento ter que admitir que alguns de nos Timorenses sofremos realmente de refendite ou de auscultite. Por tudo e por nada se ausculta e se referenda.

Anónimo disse...

E melhor sofrer de auscultite ou refendite do que paranoia dictatorial a la marx.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.