terça-feira, junho 27, 2006

Austrália apaga Timor do mapa

Notícias Lusófonas
26.06.2006


Mari Alkatiri não resistiu ao golpe de Estado presidencial, patrocinado por Xanana Gusmão sob as ordens mais próximas da Austrália e mais distantes de George W. Bush. Começa agora a fase, petroliferamente incendiária, da tornar a FRETILIN num partido domesticado (Ramos Horta quer regressar para isso), residual ou, quem sabe, ilegal. Ou seja, lá se vai mais um país lusófono.

Por Orlando Castro

Ramos Horta teve já hoje o desplante de indicar três nomes como sucessores de Alkatiri. Não está mal. Não sei em que articulado da Constituição do país se baseou, mas certamente que os australianos lhe devem ter dido onde é que isso constava.

Com a saída de Alkatiri e a mais do que provável domesticação da FRETILIN, Timor-Leste vai passar definitivamente para a esfera política, económica, militar e social dos australianos. Assim o quis Xanana Gusmão, assim o permitiu (que remédio) Portugal e a própria CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Xanana Gusmão nem sequer escondeu que apostava tudo na tomada do poder, tal como não ocultou que recebera ordens para decapitar a FRETILIN e Alkatiri que, reconheça-se, eram o único obstáculo a que o petróleo e gás natural de Timor passassem a ter a designação “made in Austrália”.

Xanana Gusmão, obviamente protegido por soldados australianos, agradeceu aos timorenses que se juntaram em Díli o contributo para vencerem a “guerra”. Guerra? Sim, talvez ela regresse.

Aliás, se calhar era isso mesmo que os australianos queriam mas, mais uma vez, Alkatiri não lhes deu esse prazer. Não deu a Camberra como não deu às figuras de terceiro plano que sairam às ruas para gritar vitória. Quais figuras? Fernando de Araújo, Leandro Isaac, Manuel Tilman, Mário Carrascalão, Ângela Carrascalão, Lúcia Lobato, Joe Gonçalves, por exemplo.

Creio que Alkatiri vai ser o último a rir. Pena é que sejam os timorenses, mais uma vez, a pagar a crise.

Orlando Castro
.

2 comentários:

Anónimo disse...

Prezado Orlando,
Timor-leste fora do Mapa? Não creio.
Além do mais Alkatiri não está morto e sua corrente politica é muito atuante e conta com o apoio do que mais assusta as elites míopes: povo.
Temperando o discurso, não vejo Xanana como fantoche do imperialismo "meia tigela" da Austrália. É bom lembrar que um dos que bancaram o português como idioma oficial em TL, em detrimento do inglês, foi o PR.
Além do mais, a delicada situação de TL foi contornada com a atitude sábia de Alkatiri, frustando a Austrália e seus aliados de um confronto maior.
Vão precisar de arte e engenho? De certo.
Alfredo
Brasil

Anónimo disse...

A base dos argumentos do Sr. Castro sao tao deficientes que a sua escrita nao merece qualquer atencao seria.

Nela, o autor acaba por retratar as figuras politicas mais importantes na historia de libertacao de Timor como se tratassem de meros bonecos nas maoes de terceiros, sendo o Alkatiri o unico e verdadeiro defensor dos interesses de Timor. Para qualquer timorense ou conhecedor de Timor isso nao poderia estar mais longe da verdade. Expoe um individuo que julga conhecer Timor mas que de facto so "conhece" o Alkatiri.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
This is my blogchalk: Timor, Timor-Leste, East Timor, Dili, Portuguese, English, Malai Azul, politica, situação, Xanana, Ramos-Horta, Alkatiri, Conflito, Crise, ISF, GNR, UNPOL, UNMIT, ONU, UN.