segunda-feira, janeiro 14, 2008

TEREMOS CRIMINOSOS NOS ORGÃOS DE SOBERANIA?

Blog Timor Lorosae Nação
Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008

QUEM ESPERA SEMPRE ALCANÇA

Ana Loro Metan

Já lá vão duas semanas desde que Alfredo Reinado fez graves acusações a Xanana Gusmão, acusando-o de ser o responsável pelo que aconteceu em 2006, consequentemente pelas mortes e destruições registadas, sem que se vislumbre por parte do actual primeiro-ministro um desmentido, uma explicação sobre tais declarações.

Tão pouco se percebe que o Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, não proceda a uma investigação que nos esclareça e comprove se a veracidade das acusações é passível de acusar o PM por eventuais crimes cometidos ou Alfredo Reinado por difamação.

Também o PR, Ramos Horta, não respondeu ao partido político Fretilin que o questionou sobre o assunto. Até agora não tivemos conhecimento de que existisse uma resposta e certamente que se ela existisse a Fretilin a tornaria pública – outra coisa não é de esperar.

Em português, costuma dizer-se que quem cala consente. Se consentem é porque as declarações de Reinado correspondem à realidade e que, como a avestruz faz para se camuflar, não reagem e assobiam para a Baía de Díli esperando que esta “crise” caia no esquecimento.

Pois é. Mas os timorenses querem uma resposta. Têm direito a uma resposta. A democracia tão propalada por Horta exige outro tipo de procedimento que não o de deixar ficar o assunto por esclarecer.

Temos um primeiro-ministro criminoso? Se for verdade aquilo que Reinado afirma ninguém ficará com dúvidas de que assim é.

Mas, para além do primeiro-ministro, quem mais poderá vir a ser acusado de cumplicidade? O Presidente da República? O Procurador-Geral da República? Os Comandantes da PNLT e alguns das FDTL? Quem?

Com o silêncio por resposta todos nós podemos desconfiar destas entidades e concluir que ao fim e ao cabo temos nos órgãos de soberania eventuais criminosos.

Manda o bom senso que fossem estas entidades a esclarecer imediatamente os cidadãos e a comunidade internacional doadora sobre tão gravosas declarações e não que se remetam ao silêncio.

Como podem os cidadãos dos países doadores concordarem com a continuidade das doações – que são tiradas dos impostos dos contribuintes desses países – se os órgãos de soberania timorenses têm nas suas hostes pessoa ou pessoas passíveis de serem uns criminosos? Não podem.

Como podem os timorenses, principais interessados, respeitar órgãos de soberania onde suspeitam existirem criminosos? Não podem.

Preferindo ser optimista, sobre a situação e o assunto, quero admitir que o Presidente Ramos Horta está a “tratar” de nos esclarecer e que muito brevemente dará uma resposta à Fretilin e, mais importante, aos timorenses e à comunidade de países doadores.

Também Xanana Gusmão, o principal visado, deve estar a aguardar por algo muito esclarecedor para comprovar que não é criminoso nenhum. Obviamente que terá de ser algo muito sólido, muito credível e transparente para que não restem dúvidas sobre a sua inocência.

Então sim, nesse caso, mais um, urge fazer pagar ao caluniador, na justiça, pelo crime de difamação.

Ficamos à espera, com a certeza de que não esquecemos e de que enquanto isto não se esclarecer convenientemente podemos continuar a admitir que temos como primeiro-ministro um suspeito do cometimento de crime ou crimes passíveis de punição judicial e incompatíveis com o cargo que ocupa.

Aguardemos, porque quem espera sempre alcança… o esclarecimento.

Esperemos também que guardadas estejam as grades para quem cometeu crime!

1 comentário:

Anónimo disse...

Aqui está um exemplo de um assunto altamente polémico que neste momento faz correr rios de tinta (ou de pixels), mas tem sido perfeitamente ignorado pela Lusa e pela imprensa portuguesa em geral.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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