quarta-feira, agosto 29, 2007

Maintaining Balance in East Timor’s Post-election Pains

More on East Timor's Crisis
Tuesday 14 August, 2007 - 22:53 by James Dunn AM in Default


Australia’s belated support for East Timor’s emergence into nationhood is obviously an achievement John Howard is proud of, hence his birthday visit to Dili. Right now he needs to keep as much focus as possible on his positive achievements, and in foreign affairs there are not really a lot of those. We could expect to be hearing a lot about East Timor in the next couple of months, but the problem is that, with further outbreaks of violence, to some observers this venture more resembles a basket case than a success story.

However, the situation, though troubling, is both understandable and manageable though political preferences and prejudices are unbalancing the media view of what the Timorese are going through. The preferences are obvious enough. On the one hand we have the Marxist Alkatiri, while, on the other, his main opponent is the resistance hero, Xanana Gusmao. But Alkatiri is not really a Marxist and although Xanana’s distinctive status is not in dispute there are hundreds of resistance heroes in East Timor. Alkatiri is essentially a Third World nationalist, one who had been praised by the then World Bank president, Paul Wolfowitz, for his management skills.

As for their contributions to East Timor’s independence, Xanana, Horta and Alkatiri all played key roles in bringing that about. Without Horta and Alkatiri’s diplomatic efforts Xanana’s armed resistance would probably have failed. It is sad to see domestic political rivalry narrowing the visions of such leaders, but that is happening in East Timor just as it occurs in Australia. The differences have led to an animosity that has divided and destabilized the Timorese community for more than a year. We had hoped that the election would help resolve the dispute but it seems to have intensified it, placing a heavy responsibility on East Timor’s leading peace-maker, President Horta. The President is of course a friend of Xanana, but he has also had a long working friendship with Alkatiri. Our media’s prejudices have not helped the situation. Our journalists have tended to dramatize the divisions, and downplay efforts to overcome them. Also the extent of the violence has often been sensationalized and exaggerated. This has not only encouraged a pessimistic view of East Timor’s future abroad; it has also fuelled tensions in Timor where the Australian media has a strong presence.

The problem is of course serious, but its impact should be seen as hampering East Timor’s development and political stability, rather than as condemning the new nation to failed state or basket case status. And it does not weaken East Timor’s independence credentials. The violence that followed Xanana Gusmao’s appointment as East Timor’s prime minister was disturbing but it was to be expected. To a degree it exposed East Timor’s political immaturity, but it also exposed problems in the wording of a constitution that reflected the influence of Australian and Portuguese advisers. Fretilin supporters considered their party the victor in the National Assembly’s elections because it received more votes than any of the other parties, and according to the constitution the ‘most voted’ party should be asked to form a government. The political manoevring that ensued inevitably led to a coalition, or alliance as the Timorese call it, with enough seats to ensure a parliamentary majority.

In preparing the East Timorese for independence we really neglected to prepare them for the kind of political manoevring they would find hard to understand. Mari Alkatiri, who favoured the government of national unity which advisers like myself had recommended as a way of restoring national unity, was especially bitter, for he evidently hoped that the election outcome would lead to a compromise that would atone for the humiliating events last year.

Xanana’s coalition or alliance was a predictable outcome, one that would have been accepted if an inclusive government of national unity had been agreed to. Fretilin supported that end, but refused to accept Xanana as prime minister, dashing hopes for the wider coalition. The new government looks strong enough, but unfortunately the outcome has widened the political divide, leading to violence in eastern districts that are Fretilin political strongholds. Alkatiri erred when he encouraged his supporters to protest because, in the present tense circumstances, such responses are bound to lead to violence. The incidents that occurred were nasty, with the UN, a convent and the Australian military being targeted. There is little doubt about our Prime Minister’s preference but, in my experience our military forces have always sought to remain neutral. The UN chief, Atul Khare, has wisely called a conference of all political leaders. However, it is now really up to Xanana and Alkatiri to take the initiative to heal the wounds undermining the unity of purpose that 1999 won international admiration for the courage of the Timorese. As for the role of Australians it is important for us to act as concerned but neutral observers, ever conscious of our past contribution to the new nation’s growing pains, and to remain committed to generous support for the delayed fulfillment of its development objectives.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tradução:
Mantendo o equilíbrio nas dores pós-eleitorais em Timor-Leste
Mais sobre a crise em Timor-Leste
Terça-feira 14 Agosto, 2007 - 22:53 por James Dunn AM em Default


O tardio apoio da Austrália à emergência da indepência de Timor-Leste é obviamente um feito de que John Howard está orgulhoso, daí a visita a Dili no seu aniversário. Agora mesmo, ele precisa de manter tanta atenção quanto possível neste seu feito positivo, e nas relações externas não tem realmente muitos mais. Podemos esperar ouvir falar muito de Timor-Leste nos próximos dois meses, mas o problema é que, com mais explosões de violência, para alguns observadores esta iniciativa parece mais uma dor de cabeça do que uma história de sucesso.

Contudo, a situação, apesar de perturbante é simultaneamente compreensiva e controlável, apesar de preferências políticas e preconceitos estarem a desequilibrar a opinião dos media sobre aquilo porque estão a passar os Timorenses. As preferências são suficientemente óbvias. Num lado temos o Marxista Alkatiri, enquanto, no outro, o seu opositor principal é o herói da resistência , Xanana Gusmão. Mas na realidade Alkatiri não é um Marxista e apesar de não estar em disputa o estatuto especial de Xanana, há centenas de heróis da resistência em Timor-Leste. Alkatiri é essencialmente um nacionalista do terceiro mundo, que foi louvado pelo presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, pelas suas capacidades de gestão.

Quanto às contribuições que deram para a independência de Timor-Leste, Xanana, Horta e Alkatiri todos tiveram papéis chave para a alcançarem. Sem os esforços diplomáticos de Horta e Alkatiri a resistência armada de Xanana provavelmente teria falhado. É triste ver as rivalidades políticas domésticas estreitarem as visões de tais líderes, mas isto está a acontecer em Timor-Leste tal como ocorre na Austrália. As diferenças têm criado animosidade que tem dividido e desestabilizado a comunidade Timorense há mais de um ano. Tínhamos esperado que as eleições ajudariam a resolver a disputa mas parece que a intensificou, colocando uma grande responsabilidade sobre feitor da paz líder de Timor-Leste, o Presidente Horta. Obviamente, o Presidente é um amigo de Xanana, mas teve também uma longa amizade de trabalho com Alkatiri. Os preconceitos dos nossos media têm ajudada a situação. Os nossos jornalistas têm tido a tendência a dramatizar as divisões, e a desvalorizar esforços para as ultrapassar. Tem sido também sensacionalizada e exagerada a extensão da violência. Isto tem não apenas encorajado a opinião pessimista do futuro de Timor-Leste no estrangeiro; tem também alimentado tensões em Timor onde os media Australianos têm uma presença forte.

Obviamente, o problema é sério, mas o seu impacto devia ser visto mais como um atraso para o desenvolvimento e estabilidade política de Timor-Leste, do que uma sentença que decreta um estatuto de Estado falhado ou problemático à jovem nação. E não enfraquece as credenciais de independência de Timor-Leste. A violência que se seguiu à nomeação de Xanana Gusmão para primeiro-ministro foi embaraçosa mas era esperada. De certo modo expôs a imaturidade política de Timor-Leste, mas expôs também problemas na redacção de uma constituição que reflecte a influência dos conselheiros Australianos e Portugueses. Os apoiantes da Fretilin consideraram que o seu partido é o vencedor das eleições para a Assembleia Nacional porque obteve mais votos do que qualquer outro partido e de acordo com a constituição o partido ‘mais votado’ deve ser convidado a formar governo. As manobras políticas que se seguiram levaram inevitavelmente a uma coligação, ou aliança como os Timorenses lhe chamam, com lugares suficientes para assegurar uma maioria parlamentar.

Ao prepararmos os Timorenses para a independência na verdade negligenciámos prepará-los para o tipo de manobras políticas que achariam difícil entender. Mari Alkatiri, que favorecia um governo de unidade nacional que conselheiros como eu próprio tinham recomendado como uma maneira para restaurar a unidade nacional, estava especialmente amargo, porque esperava evidentemente que o resultado da eleição levaria a um compromisso que reparasse os eventos humilhantes do ano passado.

A coligação de Xanana ou aliança era um resultado previsível, que teria sido aceite se se tivesse acordado num governo inclusivo de unidade nacional. A Fretilin apoiou aquele objectivo mas recusou aceitar Xanana como primeiro-ministro, frustando esperanças para a coligação mais alargada. O novo governo parece suficientemente forte, mas infelizmente o resultado alargou as divisões políticas, levando à violência nos distritos do leste que são as praças-fortes da Fretilin. Alkatiri errou quando encorajou os seus apoiantes a protestarem porque, nas circunstâncias tensas do presente, tais respostas tendem a levar à violência . Os incidentes que ocorreram foram feios com a ONU, um convento e os militares Australianos a serem alvejados. Há poucas dúvidas quanto às preferências do nosso Primeiro-Ministro mas, na minha experiência as nossas forças militares devem sempre procurar manterem-se neutras. O chefe da ONU, Atul Khare, sabiamente convocou uma conferência de todos os líderes políticos. Contudo, compete agora realmente a Xanana e a Alkatiri tomarem a iniciativa de curar as feridas que minam a unidade de propósito que em 1999 ganhou a admiração internacional pela coragem dos Timorenses. Quanto ao papel dos Australianos é importante actuarmos como observadores preocupados mas neutros, sempre conscientes das nossas contribuições no passado para as dores de crescimento da nova nação, e continuarmos comprometidos com apoio generoso ao preenchimento atrasado dos seus objectivos de desenvolvimento.

Traduções

Todas as traduções de inglês para português (e também de francês para português) são feitas pela Margarida, que conhecemos recentemente, mas que desde sempre nos ajuda.

Obrigado pela solidariedade, Margarida!

Mensagem inicial - 16 de Maio de 2006

"Apesar de frágil, Timor-Leste é uma jovem democracia em que acreditamos. É o país que escolhemos para viver e trabalhar. Desde dia 28 de Abril muito se tem dito sobre a situação em Timor-Leste. Boatos, rumores, alertas, declarações de países estrangeiros, inocentes ou não, têm servido para transmitir um clima de conflito e insegurança que não corresponde ao que vivemos. Vamos tentar transmitir o que se passa aqui. Não o que ouvimos dizer... "
 

Malai Azul. Lives in East Timor/Dili, speaks Portuguese and English.
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